Rolling Stone: cartunista cria retratos de artistas do rock
Por Samuel Coutinho
Fonte: rollingstone.com
Postado em 26 de novembro de 2011
Tony Millionaire é famoso por seus quadrinhos Maakies e Dark Horse Comics, mas antigamente, ele ganhava a vida principalmente como ilustrador, desenhando retratos para várias publicações, incluindo The Believer, The New Yorker e The Wall Street Journal.
Seu livro mais recente, 500 Portraits - que pode ser pré-encomentado pela Fantagraphics - reúne as melhores imagens de seu trabalho, incluindo desenhos de figuras literárias, políticos, estrelas de Hollywood e personagens fictícios. Nesta matéria, incluindo alguns dos seus melhores retratos de músicos, Millionaire discute cada foto, incluindo Bob Dylan, Paul Simon e Lou Reed, e como seu trabalho mudou o rumo de sua vida.
Bob Dylan:
"Bob Dylan tem esse tipo de olhar fantasmagórico, com a barba desgrenhada e seu queixo pontudo à medida que vai envelhecendo. Eu adoraria tê-lo desenhado quando ele era mais jovem, pois seria um belo desenho. O jovem Dylan cresceu e se tornou o Dylan que é agora. Seu nariz foi ficando mais longo e ósseo, mas ele causava os mesmos olhares de quem via um lindo cachorrinho. Acho que é o que as meninas mais amavam nele, ele tinha essa visão, como: 'Oh, ele é tão bonito, e ninguém mais pode achar ele bonito, só eu'".
David Byrne:
"Eu sempre amei David Byrne. Quando o Talking Heads começou, foi quando a música se transformou para mim. Eu estava perdido antes disso. Eu cortei meus cabelo mais curtos. Eu não queria ser mais um hippie. A música estava ficando mais bonita e mais refinada - Crosby, Stills e Nash, e tudo mais - de repente, tudo ficou selvagem de novo. As garotas nos bares, com aqueles cabelos compridos e jaquetas de couro, eu percebi que o Talking Heads tinham vindo e não houve apenas punk rock, mas também houve música e arte. Então me senti como se eu pudesse de alguma forma, me envolver mais".
Lou Reed:
"O que eu mais gosto nele, é que ele tem um olhar tão Frankenstein. Humphrey Bogart considerava esse cara feio, mas ele era belo para as mulheres, e Lou Reed tem este olhar mesmo. Ele tem esse visual Frankenstein, com suas mandíbulas caídas. Mas ele é lindo ao mesmo tempo. Mas não tente vesti-lo como uma menina, pois pode parecer assustador".
Paul Simon:
"Eu desenhei Paul Simon umas seis vezes e eu não poderia deixá-lo parecendo um mongolóide. Havia algo nele, toda vez que eu o desenhava, ele parecia cada vez mais demente. Ele apenas tem uma expressão ruim, ele parecia uma tartaruga estranha. Não importava quantas vezes eu o desenhava, eu não conseguia definí-lo. Eu ainda não descobri porque algumas pessoas são tão difíceis de deixá-las semelhantes com um retrato desenhado".
Mark E. Smith:
"Mark E. Smith, foi um desenho que eu fiz sem saber quem ele era. E então alguém me disse: 'Ei! Você desenhou Mark E. Smith!'. E eu pensei: 'Oh Meu Deus! É o cara do The Fall?'. Eu sempre amei o Fall, mas eu não tinha idéia de como ele era. Eu pensava que ele tinha cabelos longos escuros e unhas pintadas de preto. Eu pensava que ele era gótico. Fico feliz de ter feito isso, porque agora eu olho para o desenho e é como se correspondesse com a sua voz".
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