Exodus: "Eu pensava que aqueles caras eram meus irmãos"
Por Tiago Dantas da Rocha
Fonte: Blabbermouth
Postado em 30 de novembro de 2015
O ex-frontman do EXODUS e atual GENERATION KILL, Rob Dukes, foi entrevistado por Mark Strigl num dos episódios mais recentes do podcast Talking Metal. Foi perguntado sobre a sua aparição mais recente no talkshow Opie And Jim Norton onde Dukes revelou não gostar das músicas escritas para o novo álbum pouco tempo antes da sua saída, afirmando que eram "merda regurgitada que já havia sido feita diversas vezes antes".
"Eles me perguntaram algumas questões em relação ao EXODUS, e eu creio ter dito a verdade... Eu fui completamente honesto. E o engraçado nisso tudo é que o Blabbermouth tirou as minhas frases do contexto e não falou exatamente o que eu disse. Eles apenas pegaram alguns pedaços aqui e ali, tirando as partes que fechavam meu raciocínio e colocaram apenas as partes mais polêmicas."
"Eu não levei para o lado pessoal. Eu não vou encarar dessa forma. Não vou ficar falando merda sobre a banda num nível pessoal."
"A forma como essa situação acabou foi realmente uma merda, e a minha amizade com todos eles terminou da pior maneira, quando basicamente tudo se resumiu a negócios. Tá entendendo o que eu quero dizer? Eu sim. Mas os fãs não veem dessa forma; eles são muito apegados a esse tipo de coisa. Eles adoram."
Em resposta aos comentários feitos no Blabbermouth sobre as suas afirmações feitas durante a participação no talkshow Opie And Jim Norton:
"Eu não li nenhum dos comentários no Blabbermouth. Um amigo meu que me disse, 'Cara, eles estão detonando com você'. A minha reação foi tipo, 'foda-se'. E ele disse, 'Então nem leia o que tem por lá' ao que eu respondi, 'Eu não vou ler essas coisas. Tô nem aí pra isso'. E ele continuou falando, 'Pois é, eles tiraram o contexto de todas as suas afirmações'. Honestamente, eu nem frequento mais o Blabbermouth. Não faço mais parte da comunidade do metal. Sou apenas um cara comum, entende? Eu possuo um emprego comum agora. Eu trabalho, tipo, sessenta horas numa porra de semana. Não fico mais sentado numa porra de um computador num ônibus de turnê. Eu não faço mais isso. Não sou mais esse tipo de pessoa. Então eu não me importo... Eu não devo nada a essas pessoas. Eles não me devem nada. Eles não me dão nada, e eu não espero nada deles. Eles não fazem parte da minha existência. Eu não faço o que faço por eles, eu faço por mim. E se alguma coisa boa vier de tudo isso, tudo bem para mim. Caso contrário, tudo bem, entende?"
Quando perguntado porque ele ficou tão chateado com o fim da sua relação com o EXODUS:
"Veja, tudo termina de uma forma ruim. Quando as coisas acabam, terminam de uma forma ruim. Entende o que quero dizer? Ninguém se divorcia porque está feliz pra caralho. Divórcios são... Todos são ruins, e eu entendo isso. Mas eu acho, basicamente, o que me deixou tão amargo nessa história é que... Sabe como é, eu estava numa situação aonde pensava que aqueles caras eram meus irmãos, meus amigos, e eles eram como família. Eu comia na casa deles, conhecia os pais deles e éramos todos muito próximos. A forma como tudo acabou me deixou realmente puto. E o fato deles terem sumido me deixou mais irado ainda. Me deixa puto não poder simplesmente chegar e falar... 'Ei, cara...' Sabe como é... A raiva é sempre uma reação, mas a verdade é que, de fato, por dentro você se magoa. Então é uma merda, sabe? É uma droga. Eu sinto falta das amizades que fiz, e perdi muitas delas por causa do que aconteceu. Porque as pessoas... Muitas delas são oportunistas, é assim que as bandas se referem a essas pessoas. Elas são chamadas de oportunistas porque são seus amigos se você tem algo em troca a oferecer. E quando eu não era mais o vocalista do EXODUS, muitos se afastaram de mim. Porque o pensamento deles era, tipo, 'Bom, se eu continuar amigo do Rob, então Gary Holt não vai mais me deixar entrar num show do SLAYER.' Então é isso, sabe? É como quando se dividem as crianças, famílias e amigos. Essa é a honestidade da coisa. Não é uma coisa pessoal. Eu sei que isso foi uma decisão de negócios, não foi por minha causa. E as pessoas que ficam fazendo comentários na internet, elas não estavam lá. Eles nunca foram parte da situação. Eles estão comentando algo do qual sabem... Seria como tomar uma decisão completa, mas sabendo apenas um terço dos fatos. Então você vai basear todas as suas decisões com tão pouco. Mas você não tem todas as informações. Apenas um terço. É isso o que eu quero dizer. Existem muitos fatores envolvidos."
"Veja bem, eu sei que não sou o cara mais fácil de se lidar no mundo. Mas pelo menos eu sou honesto no que faço. Quando eu sou um babaca é pelos motivos corretos. Eu nunca fiquei de enrolação. Se não gosto de algo eu vou lá e digo. Tipo quando estavamos em turnê com o TESTAMENT, e o TESTAMENT só nos permitiu usar um espaço menor do palco. Então eu fui até o ônibus deles e comecei a bater na porta, mas ninguém veio me atender. Porque a minha reação foi tipo 'Vão se fuder! Podem ir tirar essas porras de baterias daqui. Vocês não vão nos colocar nessa porra de situação.' Então eu entrei... Eu e o técnico de bateria entramos numa discussão do caralho. Eu ficava falando, 'Vai se fuder, cara! Tira essas porras de baterias daqui'. Então o gerente de turnê do MEGADETH chegou e disse, 'É, que porra é que você pensa que está fazendo? Tira essas porras de baterias daqui! Você não vai tratar o EXODUS dessa forma. Vocês são uma porra de uma banda de abertura. Não são a porra da banda principal'. Então eu voltei para o ônibus do EXODUS, e todo mundo... Gary e Tom ficaram falando tipo, 'Cara, você é o melhor!' E eu respondi, 'Nada, caras. Eu apenas... É isso que nós merecemos'. Tá entendendo o que eu digo? E eu sabia quem era naquela porra. Então a opinião de alguém no Blabbermouth não vai me impedir de ser quem sou; não vai mudar o meu eu."
Sobre as músicas que o EXODUS estava escrevendo e que acabaram saindo no álbum do ano passado Blood In Blood Out:
"Eu acho que eles pensaram que poderiam voltar aquela época dos anos 80... Eles queriam fazer esse álbum retrô e pensaram que conseguiriam retornar aqueles dias gloriosos dos anos 80 se... Porque a ideia foi essa, e eu não conseguiria fazer algo assim. O que eu quero dizer é, veja uma música como 'The Sun Is My Destroyer'... Você vai concordar comigo. Eu acredito que seja uma das melhores canções que já gravei com o EXODUS, é uma música do caralho. É uma prova de que estávamos tentando fazer algo sempre melhor, não apenas algo medíocre ou mais fraco - e foi isso o que eu achei... em relação a tudo o que foi escrito depois dela. Eu acho que o novo álbum foi tocado de qualquer jeito, medíocre, eles não estavam dando a mínima. Sabe como é, tipo, 'Vamos fazer de qualquer jeito.' E não havia paixão alguma naquilo."
"Como eu disse, não é uma coisa pessoal. É apenas o meu ponto de vista. Eu estava tentando fazer algo melhor. É o que eu quero dizer. Me desafie. Vamos fazer algo melhor do que 'The Sun Is My Destroyer' - e não apenas escrever algo que seja, 'Meh'. E foi como me senti em relação ao que estava acontecendo. Agora, se outras pessoas acharem que estou errado, beleza - é a opinião delas. Essa é a minha opinião de como eu vi tudo que aconteceu."
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