Melhores de 2019: a lista de melhores discos segundo a Collectors Room
Por Ricardo Seelig
Fonte: Collectors Room
Postado em 07 de dezembro de 2019
A década de 2010 está se encerrando seguindo o mesmo caminho que percorreu durante os últimos dez anos: com ótimos discos para quem gosta de música de qualidade e revelando excelentes bandas e artistas. Entre 2010 e 2019 vimos o crescimento e a consolidação de nomes como Ghost, Baroness, Blackberry Smoke, Rival Sons, Graveyard, Gojira e outros, além da afirmação de novos gigantes do rock como Mastodon, Opeth, Steven Wilson e Machine Head. E, obviamente, citei apenas os que me vieram à mente. Isso tudo aconteceu sem que os nomes lendários do estilo fossem deixados de lado, com David Bowie, Metallica, Black Sabbath, Iron Maiden, Megadeth, Judas Priest e um monte de gente lançando discos excelentes no período. Viu como dá pra conciliar o novo com o clássico?
Como fazemos todos os anos, chegou a hora de revelar quais foram os melhores álbuns dos últimos doze meses. A lista que você lerá abaixo transita entre metal, rock, blues, soul, jazz e estilos similares, trazendo 25 discos que reafirmam o quanto a música está viva e criativa, seguindo incrível para os ouvidos de quem não se contenta apenas com os mesmos nomes de sempre.
Antes, porém, vale relembrar quais foram os melhores álbuns dos últimos anos, segundo o site. E também indicar para que você confira a nossa matéria mais do que especial com os melhores discos da década de 2010 escolhidos por nossos convidados – leia aqui. Esses foram os escolhidos pela Collectors Room como melhores do ano entre 2010 e 2018:
2010 – Rotting Christ – Aealo
2011 – Machine Head – Unto the Locust
2012 – Baroness – Yellow & Green
2013 – Daft Punk – Ramdon Access Memories
2014 – Criolo – Convoque seu Buda
2015 – Steven Wilson – Hand Cannot Erase
2016 – Ina Forsman – Ina Forsman
2017 – Me and That Man – Songs of Love and Death
2018 – Kamasi Washington – Heaven and Earth
Abaixo você conhece quais foram os 25 melhores discos de 2019 na opinião da Collectors Room, com textos sobre cada um dos escolhidos. E, é claro, ganha de presente uma playlist com uma música de cada um dos álbuns citados, pra sacar um pouco o que cada uma das bandas traz para a sua vida. Obrigado por acompanhar a CR, espero que você curta pelo menos alguns desses álbuns e, como sempre, deixe a sua lista com os dez melhores discos de 2019 nos comentários. Valeu ;-)
25 Leyla McCalla – The Capitalist Blues
Esta nova-iorquina filha de pais haitianos e radicada em Nova Orleans gravou um dos mais belos discos de 2019. Multi-instrumentista, Leyla vai da música caribenha ao jazz mais sofisticado, passando por influências das ruas de Nova Orleans na concepção de um trabalho primoroso, que pulsa a cada faixa. O som é orgânico, as letras variam entre o inglês, o francês e o crioulo, todas com fortes mensagens sociais e políticas. Incrível, como é possível ouvir em "Money is King", carregada com o clima carnavalesco de uma das cidades mais musicais dos Estados Unidos.
24 The Allman Betts Band – Down to the River
Ainda que Duane Allman seja, provavelmente, o nome mais lembrado quando falamos da Allman Brothers Band, foi a parceria entre Gregg Allman e Dickey Betts que levou o combo norte-americano a se transformar em uma lenda. Essa banda dá sequência ao legado da ABB, que encerrou suas atividades em 2014. Tendo como figuras centrais Devon Allman (filho de Gregg) e Duane Betts (herdeiro de Dickey), a Allman Betts Band estreou em 2019 com um disco super agradável. O som é o southern rock embebido em doses de country e blues que os fãs adoram, tudo amparado por um trabalho de composição competente. Enquanto músicas como "Shinin’" parecem sair direto de um disco da própria Allman Brothers Band, faixas como "Down to the River" apresentam a cara própria do grupo.
23 King Hobo – Mauga
Hard rock poeirento e exalando aquele clima setentista que faz a cabeça de muita gente. O King Hobo une músicos do Opeth, Kamchatka e Clutch em um quarteto excepcional. O som é viajante na medida certa, sem longos e improdutivos monólogos instrumentais que não levam a lugar nenhum. Com influências de Deep Purple e Uriah Heep, além dos próprios Clutch e Kamchatka, a banda faz um som que cativa instantaneamente qualquer fã de rock clássico. Bem tocado, bem composto, com excelentes vocais e uma atmosfera que exala o clima de um bar enfumaçado no meio do nada, Mauga é um álbum que foi praticamente ignorado aqui no Brasil. Porém, basta ouvir canções como "Hobo Ride", "King Blues" e "Good Stuff" para corrigir isso na hora!
22 The Budos Band – The Budos Band V
Adoro a união do funk com o rock, e a The Budos Band é mestre nessa alquimia. O quinto álbum deste combo nova-iorquino traz a sonoridade suja característica, com guitarras trocando fraseados com o naipe de metais, enquanto baixo e bateria fazem a alegria dos apreciadores de ritmos. Totalmente instrumental, o disco mostra que a voz não é essencial para alcançar grandes pepitas pop como "Old Engine Oil" e "The Enchanter", além de grooves mirabolantes e transcendentais como em "Arcane Rambler".
21 Christone "Kingfish" Ingram – Kingfish
Com apenas 20 anos, Christone Ingram é uma das revelações do blues. Natural de Clarksdale, no Mississippi, e com uma folha corrida que inclui gravações ao lado de nomes como Eric Gales, Buggy Guy e Keb’ Mo’, além de shows ao lado da Tedeschi Trucks Band e outros, Ingram estreou com "Kingfish", um belo disco que traz influências de B.B. King, Buddy Guy (que participa de "Fresh Out") e outras lendas. "Outside of This Town" é um ótimo cartão de visitas para o universo novinho em folha de Kingfish.
20 Billie Eilish – When We All Fall Asleep, Where Do We Go?
A grande revelação do pop em 2019 é uma garota prodígio de Los Angeles que, com apenas 17 anos, lançou um disco de estreia que conquistou todo o planeta. Billie vem embalada em uma aura sombria e canta sobre assuntos de sua vida pessoal sem maiores filtros. Como manda o figurino, sua música vem amparada por um forte conceito visual explorado em clipes que trazem cenas soturnas e elementos às vezes desconfortáveis, mas sempre marcantes. E no aspecto musical temos jóias pop como o single "Bad Guy" ao lado de canções sentimentais como "You Should See Me in a Crown" e melodias pegajosas como as presentes em "Bury a Friend".
19 Pristine – Road Back to Ruin
O Pristine vem da Noruega e já há alguns anos chama a atenção dos ouvidos mais atentos. Tendo como figura central a vocalista Heidi Soldheim, a banda encorpou o seu som, tornando-o ainda mais eficiente. O resultado é um rock pesado e que muitas vezes vai na linha do hard blues, sempre com um entrosamento impressionante e uma densidade consistente. Canções como o single "Sinnerman", o balanço setentista de "Bluebird" e a pegada cheia de energia de "Landslide" conversam com o que de melhor o rock nos entregou em seus mais de sessenta anos de vida.
[an error occurred while processing this directive]18 Eric Gales – The Bookends
Soar contemporâneo e moderno em um gênero tão tradicional e afeiçoado às suas raízes como o blues não é tarefa das mais fáceis. Eric Gales, no entanto, vem peitando este desafio e alcançando ótimos resultados. "The Bookends" é mais um exemplo do imenso talento e da grande inventividade deste vocalista e guitarrista norte-americano. Aqui as faixas exploram sempre o universo do blues, mas trazem elementos de outros gêneros da black music como funk, soul, hip-hop e o que mais as tornar interessantes. Gales passa longe de ser um purista e usa essa inquietude a seu favor. E basta ouvir canções como "Whatcha Gonna Do" e "It Just Beez That Way" para perceber que isso funciona.
17 Keb’ Mo’ – Oklahoma
Em um dos mais belos discos de blues dos últimos anos, Keb’ Mo’ repensa o papel do negro na sociedade norte-americana enquanto entrega um álbum que vai além do formato padrão do gênero, variando entre composições que conversam com influências mais atuais e outras com momentos acústicos e calmos que são de cortar o coração de tão bonitas. A autobiográfica "I Remember You", a música título, "This is My Home" e o single "Put a Woman in Charge" (ao lado de Rosanna Cash, filha de Johnny) são exemplos do alto nível alcançado pelo bluesman.
[an error occurred while processing this directive]16 Southern Avenue – Keep On
Este quinteto natural de Memphis, Tennessee, surgiu em 2015 e soltou este ano o seu segundo disco, o delicioso "Keep On". Lançado pela lendária Stax Records, um dos celeiros mais férteis da música negra norte-americana, o álbum honra o imenso legado da gravadora e é uma joia sonora. As doze faixas trazem um soul embebido no blues e com doses de groove, metais onipresentes e belos vocais a cargo de Tierinii Jackson. Pepitas como "Whiskey Love" adocicam o corpo, enquanto momentos mais calmos como a linda "Savior" recarregam a alma. Está em um daqueles dias em que só a música salva? Aqui está a sua boia para sobreviver.
15 Beth Hart – War in My Mind
"Bad Woman Blues", música que abre "War in My Mind", já deixa claro que estamos ouvindo algo especial. E essa sensação só se intensifica nas onze faixas restantes. Natural de Los Angeles, Hart vem gravando discos excelentes há anos, tanto em sua carreira solo quanto ao lado de outro ícone do blues contemporâneo, o guitarrista Joe Bonamassa. "War in My Mind" é o seu nono álbum solo e é conduzido pelo piano de Beth, com uma predominância de canções mais intimistas e sentimentais, que mergulham na psique da cantora e soam como uma espécie de união entre o jazz e o blues. É um disco ao mesmo tempo denso e belo, à flor a pela e repleto de feeling, com interpretações vigorosas de uma das vozes mais fortes da música atual. Belíssimo em (e para) todos os sentidos!
14 Dream Theater – Distance Over Time
Após quatro discos com Mike Mangini, o Dream Theater retomou a sonoridade que o levou ao topo do metal progressivo. Sem a megalomania de "The Astonishing" (2016) e apostando na união de melodias fortes com o instrumental intrincado que faz a cabeça dos fãs, a banda entrega em "Distance Over Time" um dos seus trabalhos mais efetivos. Canções como "Untethered Angel", a ótima "Paralyzed" e o prog metal puro de "At Wit’s End" comprovam isso.
13 Candlemass – The Door to Doom
Idolatrada dentro da cena do metal, a banda sueca Candlemass reativou as suas energias com o retorno do vocalista Johan Langqvist. Há trinta anos fora do grupo, Johan é a voz do clássico "Epicus Doomicus Metallicus", lançado em 1986. Mais Black Sabbath do que nunca – o próprio Tony Iommi participa do álbum fazendo o solo de "Astorolus – The Great Octopus" -, o Candlemass presenteou os fãs com um dos seus melhores discos. Riffs em profusão, um vocalista sedento para mostrar serviço e um peso avassalador tornam faixas como "Splendor Demon Majesty" e "Black Trinity" algumas das melhores pauladas que o metal ouviu este ano.
12 The Steel Woods – Old News
Southern rock é um dos meus gêneros favoritos, e esta banda de Nashville lançou um dos grandes álbuns do estilo em 2019. Mais rock e sem tantas influências de country e blues como os nomes característicos do estilo, porém mantendo o inconfundível vocal anasalado e habilidade para compor canções que agradam de imediato, o The Steel Woods mostrou talento de sobre em "Old News", que é apenas o segundo álbum do grupo. E, de quebra, ainda deu para os fãs versões personalíssimas de clássicos do Black Sabbath, Allman Brothers Band, Tom Petty e outros ícones. Entre os melhores momentos temos a abertura com "All of These Years", "Blind Lover" e a reconstrução de "Changes", do Sabbath.
11 The Black Keys – Let’s Rock
O The Black Keys foi um dos grandes nomes do rock na década de 2010. Com dois discos incríveis lançados no período – "Brothers" (2010) e "El Camino" (2011), ambos fenomenais -, o duo formado pelo vocalista e guitarrista Dan Auerbach e o baterista Patrick Carney soou experimental demais em "Turn Blue" (2014) e acabou dando uma pausa na carreira, período em que ambos se aventuraram em trabalhos solo e novos projetos. "Let’s Rock" marcou não apenas o retorno da banda, mas também a volta aos bons tempos do início da década. Rock descomplicado, sempre com uma onipresente pitada de blues, feito pra dançar e curtir. Nada mais do que isso. E ao ouvir canções como "Lo/Hi", "Tell Me Lies" e "Get Yourself Together", percebemos que era exatamente isso que precisávamos.
10 Blind Guardian – Legacy of the Dark Lands
Prometido há mais de vinte anos, o quase mitológico disco orquestrado do Blind Guardian finalmente veio ao mundo em 2019. E cumpriu as enormes expectativas que o cercavam. O trabalho mais corajoso e completo de Hansi Kürsh e companhia é um triunfo da música nascido da paixão da banda por filmes de aventura e histórias mitológicas. Sem nenhuma guitarra, baixo ou bateria, mostra toda a profundidade e complexidade do universo musical da lenda alemã, um dos maiores nomes do power metal. E é também a prova cabal do imenso talento de Kürsh, uma das grandes vozes da música e que aqui entregou a sua performance definitiva. "In the Red Dwarf’s Tower" traduz tudo que você encontrará no álbum e mostra que o metal pode ser feito de uma maneira totalmente diferente.
9 Yola – Walk Through Fire
Backing vocal de nomes como Massive Attack e The Chemical Brothers, Yola lançou o seu disco de estreia em 2019. E que disco! Liberado pela gravadora de Dan Auerbach, do The Black Keys, Walk Through Fire tem o seu título inspirado em um incêndio na casa da cantora, fruto de um relacionamento abusivo que ela viveu. O disco é primoroso e nem parece um debut, já que Yola, aos 36 anos, canta de forma experiente e madura. Musicalmente as faixas passeiam pelo soul, folk e americana, em um trabalho de composição profundo e que surpreenderá quem ainda não ouviu. Ouça "Shady Grove" e "Ride Out in the Country" e experimente.
8 Soen – Lotus
A princípio, o Soen habita um universo similar ao do Tool. Porém, enquanto a banda norte-americana é claramente mais atmosférica e gosta de construir climas hipnóticos em suas composições, os suecos vão por outro caminho. Tendo a bateria do ex-Opeth Martin Lopez e o vocal de Joel Ekelöf na linha de frente, o Soen ergue canções progressivas com forte abordagem rítmica, porém sempre mantendo a objetividade. Essa receita gera faixas como "Opponent" e "Martyrs", mas a banda vai além ao explorar o lirismo de forma mais intensa em músicas como a belíssima "Lascivious", que alterna trechos mais calmos e donos de uma beleza absolutamente incrível com outros onde a explosão sonora dita o caminho. "Lotus" é um disco maduro e que evidencia a imensa evolução do Soen, uma das bandas mais interessantes do metal contemporâneo.
7 Joanne Shaw Taylor – Reckless Heart
Descoberta por Dave Stewart, guitarrista do Eurythmics, a inglesa Joanne Shaw Taylor é apontada por publicações especializada como "a cara do novo blues". "Reckless Heart" é o seu sexto álbum e impressiona. Guitarrista de mão cheia, dona de uma voz com um tom sutilmente rasgado, Joanne destila riffs inspirados e fortes nas onze músicas – "In the Mood", que abre o disco, é um exemplo -, mas também reserva momentos mais intimistas, como a arrepiante música que batiza o trabalho. Há uma certa similaridade com a Tedeschi Trucks Band em alguns momentos, principalmente devido à semelhança da voz de Joanne com a de Susan Tedeschi, mas sem a variedade instrumental do combo de Derek Trucks, devidamente compensando por uma pegada mais crua. Discão do início ao fim!
6 The Teskey Brothers – Run Home Slow
Charles Bradley faleceu em setembro de 2017 depois de lançar apenas três álbuns – um quarto trabalho, "Black Velvet", saiu em 2018 de forma póstuma. O soul emotivo e com vocal rasgado e cheio de feeling do norte-americano deixou saudades, e se você se enquadra na imensa turma que ficou órfã de Bradley, esse disco cai como uma luva. O The Teskey Brothers vem de Melbourne, na Austrália, mas seus dois pés estão no interior dos Estados Unidos. Soul que toca a alma em canções belíssimas! "Run Home Slow" é o segundo disco quarteto e traz aquele típico som que não só Bradley, mas também Sharon Jones fazia (e que emprestou para a também falecida Amy Winehouse em Back to Black, cujo instrumental foi tocado pela banda de Jones, os Dap-Kings). Músicas como "Let Me Let You Down" e "So Caught Up" cativam de imediato.
5 Whiskey Myers – Whiskey Myers
Ao lado do Blackberry Smoke, o Whiskey Myers é o principal nome do novo southern rock. Porém, ao contrário dos seus colegas de Atlanta, que bebem na inesgotável fonte do Lynyrd Skynyrd, este septeto natural da cidade de Palestine, no Texas, traz doses generosas de country em sua sonoridade, que é devidamente amplificada com influências de rock e blues. Batizado apenas com o nome da banda, o quinto álbum do grupo chegou ao topo da parada country e ao segundo lugar entre álbuns de rock na Billboard, e motivos para isso não faltam. Muito bem feito e com composições certeiras, o disco é daqueles que fazem os ouvidos sorrirem a cada nova canção. Perfeito tanto para pegar a estrada quanto para animar um churrasco com os amigos, "Whiskey Myers" é o trabalho mais completo desses norte-americanos e possui força para levá-los por um caminho de aclamação semelhante ao do Blackberry Smoke. Canções como "Die Rockin", "Rolling Stone" e "Gasoline" são provas disso.
4 Slipknot – We Are Not Your Kind
O Slipknot é um gigante. Com um público enorme em todo o planeta, o combo liderado por Corey Taylor é, de longe, a maior banda de metal após a explosão do Metallica com o "Black Album", em 1991. Ainda que não compreendida até hoje por uma parcela de bangers brasileiros mais tradicionais, o Slipknot, logicamente, não precisa provar nada para ninguém. Mas a banda fez isso em "We Are Not Your Kind". Após juntar os cacos da morte de Paul Gray e da saída de Joey Jordison em "The Gray Chapter" (2014), o grupo norte-americano acertou os ponteiros e gravou um dos seus discos mais coesos. Com o baterista Jay Weinberg tendo uma performance avassaladora, Taylor cantando bem como sempre e composições fortíssimas como "Nero Forte" e "Orphan", além de experimentações bem-vindas como o clima eletrônico sombrio de "Spiders" e a climática "A Liar’s Funeral", o Slipknot reafirmou o seu status como uma das maiores bandas da história.
3 Opeth – In Cauda Venenum
O Opeth segue a sua jornada pelo prog com mais um disco surpreendente. Como faz desde "Heritage" (2011), a banda sueca, ainda que conserve alguns elementos de metal em seu som, caminha sempre por trajetos distantes do gênero. Em "In Cauda Venenum" temos uma das jornadas mais belas já criadas pelo grupo em um disco que presenteia os ouvintes com uma riqueza musical estonteante, devidamente amparada para coragem criativa de sempre e pela vontade de experimentar que marcou a carreira do quinteto. Fortíssimo, o álbum cativa com canções como "Dignity" e "Next of Kin", ao mesmo tempo em que dá sutis "escorregadas" pelo metal em músicas como "Heart in Hand". Encantador!
2 Tool – Fear Inoculum
Depois de 13 anos de silêncio, o Tool fez um retorno fenomenal. Primeiro álbum da banda desde "10,000 Days" (2006), "Fear Inoculum" é um disco com canções longas que se desenvolvem em camadas sonoras e vão totalmente na contramão da correria, da urgência e da ansiedade que permeiam a sociedade atual. Hipnótico e com melodias cíclicas, o trabalho induz ao transe e leva a um estado de espírito totalmente diferente daquele que o ouvinte estava quando iniciou a sua audição. É rock progressivo, é metal, e é muito além. Explorando o universo sonoro que desenvolveu, o quarteto norte-americano compensou a longuíssima ausência com um dos seus melhores trabalhos. Incrivelmente único e totalmente singular em músicas excepcionais como a faixa que intitula o álbum, "Pneuma" e "7empest", o Tool ratificou a sua identidade artística sem seguir tendência alguma a não ser a própria liberdade musical que sempre marcou a banda. E é justamente isso que faz os caras serem tão especiais.
1 Rival Sons – Feral Roots
O Rival Sons passou toda a década de 2010 gravando discos excelentes. Foram quatro ao todo: "Pressure & Time" (2011), "Head Down" (2012), "Great Western Valkyrie" (2014) e "Hollow Bones" (2016). Toda essa experiência culminou em "Feral Roots", um álbum espetacular e que comprova a força deste quarteto californiano. Perfeito em todos os aspectos – da composição à performance, da parte musical às letras – "Feral Roots" é o cartão de visitas do Rival Sons para níveis muito mais altos na hierarquia do rock. Músicas como o single "Do You Worst", o soco no estômago chamado "Back in the Woods" e a transcendental "Shooting Stars" fazem deste trabalho algo pra lá de especial e mostram uma banda no auge dos seus poderes. O rock ganhou uma nova lenda, e ela se chama Rival Sons.
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