Axl Rose: jornalistas que o entrevistassem só podiam publicar o que ele aprovasse
Por Igor Miranda
Postado em 27 de agosto de 2020
O vocalista Axl Rose, do Guns N' Roses, sempre teve uma relação tumultuada com a imprensa. Em função disso, desde 1992, são raras as entrevistas concedidas pelo cantor, que chegou a lançar uma música, "Get in the Ring", desafiando alguns jornalistas a "caírem no ringue" contra ele.
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Em entrevista recente ao jornalista Mitch Lafon, transcrita pelo Ultimate Guitar, o ex-empresário do Guns N' Roses, Alan Niven, contou que Axl Rose exigia que cada jornalista responsável por entrevistá-lo assinasse um contrato prévio. Os termos davam direito a Rose ter a palavra final sobre o que seria publicado na matéria.
Niven, que gerenciou o Guns N' Roses entre 1987 e 1991, gostou dessa decisão por um motivo inusitado. "Isso significava que menos pessoas falariam com Axl. Que Deus o abençoe, mas Axl falava mais sobre Axl do que sobre Guns N' Roses", disse.
O manager contou que, nos tempos iniciais do Guns N' Roses, nunca deixava Axl Rose conceder uma entrevista sozinho. "Eu sempre colocava alguém da banda junto, se não a banda inteira, para que o entrevistador ficasse um pouco intimidado. Tipo: se você quiser bancar o espertinho, tente fazer isso com quatro ou cinco pessoas ao mesmo tempo", afirmou.
Em seguida, ele reconheceu que pode ser chato para o artista conceder entrevistas. "No entanto, acho que é responsabilidade da gravadora, do selo e do artista escolher com quem você quer conversar, evitando os idiotas, os espertinhos, os sarcásticos e afins, priorizando aqueles que oferecem uma conversa inteligente", disse.
Barrar o trabalho de um jornalista legítimo, que pode desenvolver uma boa conversa sobre um determinado assunto, também é algo que Alan Niven enxerga com maus olhos. "Acho isso arrogante e absurdo. No fim das contas, é uma atitude de um maníaco por controle, que geralmente têm um grande ego. É uma atitude desprezível", declarou Niven.
O empresário pontua que a escolha por um entrevistado deve priorizar sempre a boa conversa. "No decorrer de uma entrevista e de qualquer conversa, há momentos em que você vai para a esquerda, direita, para cima, para baixo... isso é a beleza de uma entrevista genuína. Você pode voltar com uma pergunta, com uma terceira observação, é assim que deve ser. Caso contrário, não há nada de autêntico", concluiu.
A entrevista com Alan Niven pode ser ouvida a seguir, em inglês e sem legendas.
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