Ave Sangria: Morre o guitarrista Paulo Rafael que também tocou com Alceu Valença
Por Giuliano Augusto Trondoli Cunha
Postado em 23 de agosto de 2021
Faleceu na manhã de hoje o guitarrista pernambucano Paulo Rafael, vítima de um câncer.
Natural de Caruaru, Paulo Rafael foi integrante da banda Ave Sangria, uma das bandas expoentes do Rock Psicodélico Pernambucano criada em 1969, sendo guitarrista desde a primeira formação da banda e tendo lançado o primeiro álbum (honomimo) em junho de 1974. Em 2019 lançaram o seu último trabalho, o álbum "Vendavais".
Integrante da cena Udigrudi, Paulo Rafael também teve uma parceria de mais de 40 anos com Alceu Valença, além de diversas participações em projetos e como produtor de artistas consagrados, com Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho e Lobão. Sendo ele quem escreveu o arranjo da faixa "Vaca profana", de Caetano Veloso, gravado por Gal Costa.
A cantora Elba Ramalho homenageou o guitarrista pelas redes sociais: "Amigo e parceiro musical em tantos momentos icônicos da música brasileira", escreveu. Ela declarou, ainda, que vai sentir falta da "guitarra doce e pontual selada na obra de Alceu Valença, com quem você caminhou nas últimas décadas".
Geraldo Azevedo relembrou de seu amigo de longa data. "Juntos, trilhamos um caminho cercado de carinho e realizamos diversos trabalhos. [...] Siga em paz, Paulinho! Esse mundo aqui jamais vai ser o mesmo sem você ", disse.
O presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Marcelo Canuto, lamentou a morte do músico em nota.
"Foi um dos caras mais carinhosos e conciliadores com quem já convivi. Conheci Paulo há mais de 40 anos e sempre admirei sua capacidade inventiva na música. Era um exemplo de como lidar com a fama e com o mundo artístico de forma profissional, mas sem perder a paixão pelo que fazia. Perdi um amigo e também um dos meus ídolos", escreveu Canuto.
O atual secretário de Cultura, Ricardo Mello, e o presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, José Manoel Sobrinho, também emitiram nota de pesar, referindo a Paulo como "uma das guitarras mais ouvidas e respeitadas da história recente da música pernambucana e brasileira".
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