Por que Dio não quis Cozy Powell no Black Sabbath, segundo o próprio batera
Por Igor Miranda
Postado em 27 de outubro de 2021
Os saudosos Ronnie James Dio e Cozy Powell, falecidos respectivamente em 2010 e 1998, fizeram história juntos no Rainbow ao longo da segunda metade da década de 1970. Porém, quando houve a possibilidade de ambos trabalharem juntos no Black Sabbath, já nos anos 1990, o vocalista não quis.
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Em entrevista concedida ao jornalista Joe Geesin em 1996 e resgatada recentemente pelo site Rock and Roll Garage, o lendário baterista contou que seria o responsável por gravar "Dehumanizer" (1992), o álbum que marcou uma breve volta de Dio ao Sabbath. Na época, Powell era integrante fixo da banda, tendo tocado nos discos anteriores, "Headless Cross" (1989) e "Tyr" (1990).
Na época em que Ronnie retornou ao Black Sabbath, Cozy sofreu um acidente de cavalo e quebrou algumas costelas. Essa foi a justificativa divulgada publicamente para anunciar também a volta do baterista Vinny Appice, fiel escudeiro do vocalista, à banda.
Entretanto, de acordo com Cozy Powell, a história vai além do acidente. "Sofri um acidente na época com um cavalo e fui expulso da banda sem cerimônia. Ronnie Dio voltou e ele não me queria na banda de forma alguma", disse.
Por qual motivo Dio recusaria um baterista tão talentoso? "Recusei trabalhar em um álbum solo dele para permanecer no Rainbow, ainda na década de 1970. Talvez esse tenha sido um ponto sensível", respondeu o baterista.
Em seguida, ele explicou: "Ele foi expulso do Rainbow e me convidou apesar de Ritchie (Blackmore, guitarrista). Desde então, ele passou a me odiar".
A falta de espírito em Forbidden
A reunião do Black Sabbath com Ronnie James Dio durou apenas até a turnê de "Dehumanizer", quando o vocalista saiu de novo e levou Vinny Appice consigo. A banda chamou Tony Martin de volta, trouxe Bobby Rondinelli para a bateria e produziu "Cross Purposes" (1994).
Na sequência, Rondinelli deixou o grupo e foi substituído brevemente por Bill Ward - que tocou com o Black Sabbath no Brasil em 1994 -, outro que também saiu rapidamente. Foi a oportunidade para, enfim, chamar Cozy Powell de volta.
Em seu retorno, o ex-baterista do Rainbow gravou apenas um disco com o Sabbath: o controverso "Forbidden", lançado em 1995. Durante a mesma entrevista, o músico buscou explicar por que as coisas deram errado no disco.
"Cheguei a ser chamado para gravar 'Forbidden' e tentei recriar o mesmo espírito que obtivemos com 'Headless Cross'. Infelizmente, desta vez esse espírito não estava lá. Não sei o motivo. Talvez as pessoas mudem ao longo dos anos. Havia algumas coisas que não estavam certas. Trouxeram um produtor (Ernie C) que nunca havia gravado um álbum de som pesado. Boas ou ruins, as ideias dele apareciam em minha bateria. Meu som foi jogado pela janela", declarou.
Devido a todos esses problemas, Powell não permaneceu em toda a turnê de "Forbidden" - sendo substituído por Bobby Rondinelli em parte da tour. "Se você não se sente bem, é melhor não fazer. Fizemos uma turnê horrenda na América, talvez a pior que já fiz até hoje. Foi muito mal marcada. O agente na América fez tudo de última hora. Não estávamos atraindo o público que gostaríamos. A gravadora não nos apoiava. Foi muito difícil. Também tive problemas pessoais. Precisei sair da estrada porque seriam 8 meses. Fiz a turnê americana e eles acharam um substituto", contou.
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