A reação de Eddie Van Halen em 1978 a comparações com Ritchie Blackmore e Jeff Beck
Por André Garcia
Postado em 21 de dezembro de 2022
Eddie Van Halen está entre os guitarristas mais influentes de todos os tempos. Afinal de contas, provocou um impacto comparado ao causado 10 anos antes por Jimi Hendrix. De fato, depois desses dois tocar guitarra jamais seria a mesma coisa.
Nenhum homem é uma ilha, no entanto, e até o mais influente dos artistas foi influenciado por alguém. Em entrevista para a Classic Rock em 1978, o jovem Eddie respondeu a comparações com Ritchie Blackmore e Jeff Beck.
Classic Rock: Parece que tem influências de Ritchie Blackmore no seu jeito de tocar.
EVH: Desde os últimos cinco ou seis anos eu realmente não fiquei mais vidrado em apenas um guitarrista. Eu curto todo mundo. Eu ouvia Blackmore e [Jeff] Beck, principalmente o 'Wired', eu curto aquelas coisas. Antes daquilo, eu não me ligava nele. Eu não curtia ele com o Beck, Bogert & Appice. Mas o guitarrista que eu diria que mais me influenciou foi [Eric] Clapton.
Eu amava o jeito dele tocar, ela muito polido e cheio de sentimento. Toda review que eu li sobre o álbum ou meu jeito de tocar sempre [menciona] influências de Blackmore, Beck e [Jimmy] Page. Mas eu nunca sentei para destrinchar os licks deles, como eu fiz com Clapton.
Acho que para muita gente eu soo como Blackmore ou Beck porque uso a alavanca, e eles também, então meio que fica o mesmo som. A única coisa em que Blackmore me viciou foi na alavanca, porque eu nunca curti aqueles stacatos esquisitos que ele tocava. Acredito que muitos dos meus licks são diferentes dos deles. Eu tento dar um toque diferente.
Van Halen
Uma das maiores bandas de rock americanas de todos os tempos, o Van Halen foi formado pelos irmãos Eddie e Alex, respectivamente guitarrista e baterista. Completavam a formação original o baixista Michael Anthony e o carismático, performático e acrobático frontman Dave Lee Roth.
Seu álbum de estreia, autointitulado, lançado em 1978, foi revolucionário. Além de conquistar público e crítica, vendeu milhões de cópias. Além do vocal possante de Roth e sua capacidade de interpretação, tinha a revolucionária guitarra de Eddie. Abusando de técnicas até então pouco difundidas no rock, ele surpreendeu com sua sonoridade única e sem precedentes.
Com os lançamentos seguintes, se consolidou na primeira prateleira do rock e lotou estádios por onde passava. Seu auge foi "1984"(1984), embalado pelo estrondoso hit "Jump". Quando parecia que nada poderia os parar, seus fãs foram pegos de surpresa com a saída do vocalista em 1985.
Seu substituto foi Sammy Hagar, que teve grande impacto em sua sonoridade, mais madura e melódica do que a festiva e bombástica fase Dave Lee Roth. Nem todos os fãs curtiram essa nova proposta, mas ela introduziu a banda a um novo público e a manteve entre as maiores do mundo.
Em 1996, tensões internas levaram à turbulenta saída de Sammy. Com Gary Cherone em seu lugar, a banda flopou pela primeira vez com "Van Halen III" (1998) — renegado pelos fãs e detonado pela crítica.
Dali em diante, a banda passou por longos períodos de inatividade. Em 2004, fez uma catastrófica reunião com Sammy Hagar, que rendeu apenas uma turnê, sem produzir um novo trabalho.
Com a volta de Dave Lee Roth e a entrada de Wolfgang (filho de Eddie) no baixo, fechou sua discografia com "Another Kind of Truth" (2012). Os fãs permaneceram esperançosos por um retorno até a morte de Eddie Van Halen, em 2020.
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