Luis Mariutti diz que fim do Shaman teve a ver com preconceito e não com política
Por Mateus Ribeiro
Postado em 13 de janeiro de 2023
O músico brasileiro Luis Mariutti, baixista da banda brasileira de power metal Shaman, foi entrevistado pelo jornalista Gastão Moreira. O assunto central do bate-papo (que foi ao ar no dia 10 de janeiro) foi o repentino fim do Shaman, que foi causado por divergências entre os integrantes do grupo.
Mariutti, que fez parte do Shaman desde quando a banda iniciou as atividades no ano 2000, já havia se pronunciado em suas redes sociais e na ocasião, citou um conflito de ideias com o baterista Ricardo Confessori. O baixista relatou para Gastão que as divergências estão ligadas ao preconceito e não aos posicionamentos políticos dos envolvidos.
"Eu tentei nessa volta, com o Ricardo [Confessori, baterista] especificamente ser o mais correto possível né? No sentido de não misturar [as coisas], porque eu já vi que ele estava com uma cabeça mais radical, com pensamentos completamente diferentes do meu e mesmo assim Gastão, porque… já agradecendo todas mensagens de apoio e tudo mais, mas também, a gente recebe mensagens de questionamento, de ‘não sei o que, porra por ser por você ser petista e o cara Bolsonaro, vocês fizeram isso, que não sei o que’. Não, não foi, não foi isso", afirmou o baixista, que na sequência, detalhou o seu ponto de vista.
"O Ricardo, de alguns anos pra cá, ele tem postado coisas mais radicais. Muitos fãs vieram pra gente ao longo desse tempo falando ‘Oh velho desculpa aí, mas eu não sigo mais a sua banda cara, porque eu discuti com o cara ali’ não sei o que, e aí isso tudo o Gastão a gente vinha relevando e até sendo criticado. ‘Pô, os caras são os puta passa pano’. Algumas mensagens, né? (...) Por política vocês fizeram isso? Não! Foi por preconceito, por coisas preconceituosas".
Turnê com clima pesado
Quando fala em preconceito, Mariutti se refere aos comentários que Confessori fez sobre o veterinário e músico Mateus Ferreira.
"Se ele [Ricardo] Gastão, não se deu o trabalho de pensar, porque ali tem uma uma frase, por exemplo, de preconceito ao feminismo, né? A minha esposa é uma mulher que vive com os conceitos feministas, que passa conceitos feministas pra nossa filha, conceitos de igualdade e muitas vezes, por ela estar comigo por ela opinar, [eu ouço] ‘ah que que essa mulher do cara está fazendo?’; ‘Pô essa Yoko Ono’, essa entendeu cara? Com esses papos, cara. ‘Ah a mina do cara quer dar palpite?’. Não, velho, é a mulher que produz eventos, é a mulher que contrata o Ricardo.
Mesmo com todas essas diferenças pra tocar, ele tocou agora em dezembro no nosso evento. Contratado pela feminista Fernanda. Macho de esquerda é piada pronta [comentário feito por Ricardo]. Você não acha que você pode estar ofendendo ali, pessoas que trabalham com você e tudo mais?
Acabando a gravação, eu senti uma sensação de dever cumprido ali, de final de ciclo, sabe? Tanto é cara, que pra mim a turnê foi muito pesada cara", complementou.
O vídeo completo, que tem mais de 20 minutos, pode ser visto a seguir.
O fim da banda Shaman em 2023
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