A diferença do papel do produtor de rock nos EUA e no Brasil, segundo Adriano Daga
Por Gustavo Maiato
Postado em 22 de fevereiro de 2023
Adriano Daga é produtor e engenheiro de áudio e já trabalhou com artistas como Angra, Andre Matos, Silverchair, Kiko Loureiro, Edu Falaschi, Edson e Hudson e Chitãozinho e Xororó. Além disso tudo, ele também é baterista da banda Malta, que celebra 10 anos em 2024 e promete bastante comemoração.
Em entrevista ao jornalista musical Gustavo Maiato, o músico contou como começou sua carreira, explicou o papel de um produtor e disse que o cenário é diferente no Brasil e nos EUA. Confira abaixo.
Como você começou no mundo da música?
"Comecei em 1992 como baterista. Eu tinha 10 anos de idade. Era época da fita demo e gravar CD era difícil. Tudo naqueles tempos era mais difícil. Sempre tive banda com meu irmão e em 1996 começamos a frequentar estúdios melhores. Gravamos algumas coisas e fizemos nosso primeiro CD demo. Inclusive, isso aconteceu no estúdio que tinha como sócio os irmãos Busic, do Dr. Sin. Nós éramos fãs já e caímos no estúdio deles. Foi uma baita experiência. Ali percebi que queria essa vida. Me interessei por produção, gravação e engenharia dentro do mundo do estúdio".
Qual o papel do produtor, engenheiro de áudio etc.?
"Realmente a galera na maioria das vezes não sabe distinguir. Nem sempre o produtor precisa ser engenheiro de áudio e vice-versa. Temos grandes nomes no mercado que fizeram discos que amamos e acontecia isso. O produtor não era engenheiro. Antes, isso era bem mais dividido. Tinha o cara específico para mixar. Nos EUA isso é mais dividido até hoje. Aqui, temos o jeitinho brasileiro [risos]. Temos que fazer tudo! Produzir, gravar, editar, mixar, masterizar! Precisamos nos virar.
Eu comecei como assistente de estúdio, então passei por todos os estágios. Desde limpar o banheiro do estúdio até começar a gravar e aprender a parte técnica. Lá na frente, comecei a descobrir o mundo da mixagem e masterização. No meio disso, fui produzindo as bandas que eu mesmo tive. Também havia bandas que iam para o estúdio e não tinham produtor. Aí, eu acabava ajudando. Eu estava todos os dias lá.
Eu acabo fazendo a produção e engenharia de áudio, porque fica mais fácil para mim visualizar como soará na parte final. Tem gente que prefere separar as coisas. O produtor muitas vezes acaba tendo a função de membro da banda, ajudando a escolher repertório. A banda tem um Norte e pede ajuda. Aí, ele dá direcionamento artístico e faz o produto empacotado do jeito certo para a prateleira. Esse é o principal papel do produtor. Mais legal ainda é quando ele consegue fazer a parte técnica ou pelo menos entenda o que está acontecendo. É interessante que ele saiba a parte da engenharia".
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