A postura errada de alunos de guitarra que Marcelo Barbosa precisa dar choque pedagógico
Por Gustavo Maiato
Postado em 12 de setembro de 2023
Marcelo Barbosa, guitarrista do Angra, também é dono de escola de música tanto online quanto presencial. No podcast Prática na Prática, ele comentou sobre rotina e como evitar as desculpas que damos para nós mesmos alegando falta de tempo.
Ao se referir sobre o tema da gestão do tempo e tomada de decisões rápidas, Barbosa lembrou que muitos de seus alunos, ainda adolescentes, alegam que não conseguem encaixar a prática do instrumento no dia a dia. Ele disse que nesses casos precisa ser sincero e dizer que essa questão de não ter tempo só piora conforme a idade avança.
"Também aprendi algo importante: gastamos muito tempo e energia em ‘perda de tempo’ ao tomar decisões. Muitas vezes, ao acordar e pensar no que farei hoje, já perdi um tempo valioso só nessa indecisão inicial. É crucial ter pelo menos um esboço do nosso dia, como um esqueleto de atividades, definindo horários para treinar, fazer aulas de inglês, gravar conteúdo, entre outras coisas.
Se você não tem esse esboço pré-definido, fica à mercê da vontade, disposição ou disponibilidade de tempo, o que geralmente não funciona, especialmente na vida adulta. Recebo mensagens de adolescentes que dizem que desejam se tornar guitarristas, mas alegam que, devido à escola, não têm tempo. A realidade é que isso só piora com o tempo, à medida que você envelhece! Digo isso para eles".
Marcelo Barbosa e dicas sobre carreira
Mas afinal de contas, é possível estudar guitarra e viver de metal no Brasil? Esse foi tema de outra resposta de Marcelo Barbosa, no podcast de Mateus Starling, com transcrição de Bruce William.
"Eu sempre falo o seguinte, vamos observar o todo. Você tem duas bandas que são mais conhecidas, Sepultura e Angra. Você tem uma série de outras bandas que estão fazendo um trabalho muito legal já há muito tempo, como o Krisiun, Korzus, uma série de outras bandas que, inclusive, muitas delas tocam fora do país, tocaram fora do país várias vezes, várias turnês e tal. E você tem ainda um monte de outras bandas que estão ali naquela tentando conseguir o seu espaço. É difícil você falar quando perguntam assim: 'Viver de metal, exclusivamente da banda'. Então, mas em que nível? Morando aonde? Vivendo como?"
Então tudo depende de onde você quer chegar. Se você falar assim: 'Olha, eu vou ter uma banda aqui, vou tocar duas vezes por semana, e tem alguns meses que não tem show, outros meses tem. E cada show, eu consigo tirar, sei lá, se for tudo muito bem, mil reais. Dá para viver com oito mil por mês? Claro que dá, um monte de gente vive com muito menos, né? 'Ah, mas passei dois shows, dois meses sem tocar', aí já não é mais oito por mês, você vai ter que fazer aquilo ali durar esses outros dois meses. Então, o que eu estou querendo dizer é que não é fácil, a gente não tem um histórico de muitas bandas que tem uma carreira boa a ponto do cara falar: 'Eu vivo da banda e pronto, acabou. Não faço mais nada'", disse.
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