Como Augusto Licks se encaixa entre os lendários guitarristas do rock nacional anos 1980?
Por Gustavo Maiato
Postado em 06 de novembro de 2023
Augusto Licks, guitarrista que marcou a história dos Engenheiros do Hawaii, é lembrado com carinho e respeito por sua contribuição única à banda. Para compreender melhor a trajetória desse talentoso músico, o jornalista Gustavo Maiato conversou com Fabricio Mazocco, autor do livro "Contrapontos: A Biografia de Augusto Licks".
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Augusto Licks, um músico notável conhecido por sua abordagem única à guitarra, deixou sua marca inconfundível na música brasileira. Fabricio Mazocco compartilhou suas reflexões sobre Licks e sua contribuição essencial para os Engenheiros do Hawaii. Ele foi questionado sobre como encaixar Licks entre outros grandes nomes da guitarra do rock nacional dos anos 1980, como Herbert Vianna (Paralamas do Sucesso) Roberto Frejat (Barão Vermelho) e Fernando Deluqui (RPM).
"Eu não quero desmerecer ninguém aqui, mas falando sério. Eu acho que cada um tem seu estilo único, especialmente dentro de uma banda. Cada um traz seu próprio estilo, suas nuances. O Frejat trouxe algo da Jovem Guarda e dos Rolling Stones. Ele trouxe uma pegada muito bacana que já estava na banda. Se pegarmos o Fernando Deluqui, ele é um ótimo guitarrista, mas no primeiro disco, você tem o teclado sobrepondo a guitarra. Os riffs dele são incríveis, e o Herbert Vianna, não preciso nem falar dele, é sempre ótimo. Ele sempre foi muito performático, assim como o Augusto Licks.
Eu acho que o Augusto vem de uma geração da MPG, que é a Música Popular Gaúcha. Ele era mais voltado para coisas mais tranquilas, quase jazz, e então se juntou a uma banda de rock. Foi uma adaptação para ambos os lados. Ele não costumava tocar com palheta, só usava os dedos, mas em uma banda de rock, você precisa da palheta, então ele começou a usá-la. Ele costumava tocar em bandas que incluíam teclado, baixo e bateria, então ele tinha mais elementos para solos. No Engenheiros, eram apenas três: baixo, guitarra e bateria. Ele tinha que fazer o papel de guitarra base e solo ao mesmo tempo, o que é bem desafiador.
Eu destaco isso nele, principalmente por estar em um trio. Eu gostava muito da forma como ele tocava os solos, muito detalhista e minimalista. Ele não era daqueles guitarristas que usam muita distorção e deixam a guitarra gritar. Lembro que ele disse uma vez que raramente tocava mais de duas cordas ao mesmo tempo. Isso me impressionava muito.
Ele sempre tinha esse visual meio nerd, no melhor sentido da palavra, com óculos, cabelo para trás e camisa. Era diferente, e acho que isso fazia a diferença. Ele gostava muito de tecnologia e colecionava revistas de guitarra. Ele usou distorção no ‘Refrão de Bolero’, mas no restante das músicas, o som era mais limpo.
Ele era conhecido por tocar com moderação e não exagerar no uso de distorção. No último disco, ‘Filme de Guerra, Canções de Amor’, ele voltou a usar uma guitarra limpa. Para mim, esse é um disco clássico, embora acho que ainda não tenha recebido o reconhecimento que merece. Augusto voltou a brilhar nesse álbum, com a adição de uma orquestra, permitindo que ele se destacasse nos solos. Ele era incrivelmente habilidoso nisso".
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