Juha Raivio, do Swallow the Sun, critica fãs puristas do doom e black metal
Por Emanuel Seagal
Postado em 11 de outubro de 2024
O doom metal é um gênero que fascina pela sua diversidade, que, assim como o próprio metal, pode ser dividido em diversos subgêneros, como death/doom, funeral doom, stoner/doom e drone doom. Apesar de nascer juntamente com o metal graças aos primeiros trabalhos do Black Sabbath, esta lenta vertente musical não é uma das mais populares na cena.
Nos últimos 20 anos o grupo finlandês Swallow The Sun conseguiu quebrar essa barreira, lançando em 2003 o excelente "The Morning Never Came", pela extinta gravadora Firebox Records, conhecida por lançar grandes nomes do gênero. Mais tarde assinaram com outra gravadora finlandesa, a Spinefarm, famosa pelo seu trabalho com nomes como Nightwish, e em 2015 subiram para o cast do grande escalão do metal ao assinar contrato com a Century Media Records. Ao longo de nove discos, o "melodic death/doom" do grupo mudou e não fugiu de experimentalismos. Em 2008 lançaram o EP "Plague of Butterflies", composto para um descartado projeto combinando metal e balé, e cujo resultado é meio esquisito, para dizer o mínimo. Mais tarde, no disco triplo "Songs from the North I, II & III", vemos momentos de funeral doom e vocais típicos do black metal.
Assim como o trio Katatonia, Paradise Lost e Anathema, que mudou radicalmente de proposta musical ao longo dos anos, o Swallow the Sun obteve sucesso nessa aposta, e não parece ter intenção de mudar, como explicado pelo guitarrista, tecladista e compositor Juha Raivio, em entrevista ao Blabbermouth.Net, onde opinou sobre os fãs puristas do black e doom metal ao falar do seu novo disco, "Shining", com lançamento marcado para o dia 18 de outubro de 2024.
Ao explicar a decisão de chamar Dan Lancaster, produtor conhecido pelo trabalho com o Bring Me The Horizon, para a produção do novo álbum, ele disse: "Foi ideia dos nossos empresários. Quando começamos a falar sobre o produtor do disco, que é algo bem importante para nós, é claro, já trabalhamos com produtores incríveis como Jens Bogren (Amon Amarth, Sepultura, Amorphis, Angra, Opeth, Paradise Lost), que é o melhor dos melhores, nos deram alguns nomes e estávamos procurando algumas pessoas. A única coisa que disse foi: 'Se vamos trabalhar com um produtor, a única coisa que quero, não importa quem seja, é alguém que não trabalhe com esse tipo de música.' Ou, nada de metal, quase. Ele já trabalhou com o Bring Me The Horizon, mas algumas pessoas não acham que seja uma banda de metal - malditos puristas. Se a música é boa, é boa. Estou velho o suficiente para saber disso."
Apesar do direcionamento peculiar na escolha de um produtor, Juha afirma que 95% das músicas permaneceram como eram nas demos, e Dan não teve muito envolvimento na composição delas. "Ele é britânico e trouxe uma espécie de Queen para a banda, grandes refrões e harmonias. Ele realmente trabalhou no lado melódico da banda. Estou muito feliz com isso", afirmou.
Em outra parte da entrevista, Juha foi questionado sobre os experimentalismos do passado, e desabafou: "É algo difícil para os verdadeiros fãs de doom metal, sem dúvida. Há dois grupos de pessoas: verdadeiros fãs de doom metal e fãs de black metal. Tudo de bom para eles, mas são os que mais falam 'Tem que ser exatamente assim ou é uma porcaria.' Estou velho demais para me importar com isso. Coisas diferentes são mais importantes para mim."
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