"Epic", o clássico dos anos 1980 que mudou a história do Faith No More
Por Mateus Ribeiro
Postado em 28 de novembro de 2024
Lançado em junho de 1989, "The Real Thing" é o terceiro disco de estúdio do Faith No More, o primeiro deles gravado pelo talentoso vocalista Mike Patton, escolhido como substituto de Chuck Mosley. Sucessor de "Introduce Yourself" (1987), o álbum apresenta músicas que se tornaram clássicos atemporais, caso da inesquecível "Epic".
Composição mais popular da carreira do Faith No More, "Epic" mistura elementos de Rock e Hip-Hop e tem um refrão curto, marcante e "pegajoso". Da bateria marcante de Mike Bordin aos vocais versáteis de Patton, todos os integrantes da banda brilham nessa obra de 4 minutos e 53 segundos, que é épica, com o perdão do trocadilho.
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"Epic" se tornou um hit, porém, pouca gente acreditava na música. Nem mesmo os membros do Faith No More botavam fé no poder da canção, como o tecladista Billy Gould contou ao Songfacts.
"Foi concebida naturalmente como um riff no estúdio entre Roddy [Bottum, tecladista], eu e Mike Bordin durante o ensaio, e mais tarde foi transformado em uma música inteira. Na época, era nossa música favorita do álbum, mas ninguém da gravadora parecia muito interessado nela.
Na verdade, tínhamos feito um vídeo para ‘From Out Of Nowhere’ que não teve muita repercussão, e a gravadora nos disse: ‘Ei, pessoal, o álbum não funcionou. Faremos mais um vídeo para qualquer música que vocês quiserem’. Então, escolhemos ‘Epic’, porque parecia a mais natural na época. Tínhamos muito poucas expectativas de que se tornasse um sucesso comercial."
Em 2019, Mike Bordin concedeu entrevista à Metal Hammer. Ele também falou sobre a faixa que é tema desta nota.
"A gravadora [Slash Records] havia gastado tudo, emocional e financeiramente, para apoiar ‘From Out of Nowhere’ e isso não deu em nada - literalmente nada. Eles nos procuraram em Londres, nos encontraram no hotel Columbia e basicamente disseram: 'Em vez de escolhermos o próximo single, queremos que vocês nos digam qual single lançar'. Nós, unanimemente, queríamos ‘Epic’, porque adorávamos a música naquele momento e como ela funcionava para nós no palco. Tinha muitos elementos diferentes que não eram tradicionais em sua abordagem."
O Faith No More "furou a bolha" com "Epic". No entanto, os músicos da banda não conseguiram curtir o momento de sucesso. O baterista do grupo explicou:
"Estávamos tocando na estrada, nos matando de trabalhar (...), então perdemos completamente a oportunidade de ver o sucesso! Alguém dizia: 'Está nas paradas de sucesso aqui' ou 'Está tocando nas rádios de lá', mas estávamos apenas tentando garantir que a turnê chegasse até o L'Amour no Brooklyn, certo? Não tínhamos como saber que a turnê estava indo tão longe quanto a Austrália."
Matt Wallace, que produziu "The Real Thing", acredita que o álbum deixou sua marca. O produtor, inclusive, recebeu ofertas de trabalho por conta do disco.
"O ‘The Real Thing’ definitivamente causou impacto em bandas futuras. Ao longo dos anos, várias bandas me chamaram para trabalhar com elas simplesmente por causa desse disco: System of a Down, Korn, Hoobastank... várias que foram obviamente impactadas por essa música e pelo que Patton estava fazendo vocalmente."
"The Real Thing" foi gravado por Mike Patton (vocal), Jim Martin (guitarra), Billy Gould (baixo), Mike Bordin (bateria) e Roddy Bottum (teclado). Confira uma resenha do disco no link a seguir.
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