Régis Tadeu fala qual o grande problema das bandas novas no Brasil
Por Calil Machado
Postado em 19 de março de 2025
Em participação no podcast Entrando na Mente, Régis Tadeu mostra uma visão empresarial e nada romântica sobre como bandas novas devem conduzir sua carreira.
Segundo Tadeu, elas têm de largar a expectativa de serem percebidas por nomes conhecidos a fim de serem "levadas pela mão" mundo afora. Ele comenta que o Sepultura já foi criticado por "não abrir as portas", e crava: "Bicho, eles não têm obrigação nenhuma".
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O entrevistador pergunta se a expectativa, na verdade, não seria resultado de uma visão sobre a cena musical buscar se fortalecer, e Régis responde:
"Eu acho isso um puta papo chato pra cacete, ‘é preciso valorizar a cena brasileira’. A cena brasileira precisa se valorizar, para começar. Não adianta você ficar pedindo esmola de atenção, vai lá e faz seu trabalho.".
Um componente central na conversa é a noção de gestão de carreira. É por meio de uma gestão de carreira eficiente que grupos como Sepultura e Krisiun inscreveram seus nomes no cenário internacional do Heavy Metal, segundo Tadeu.
"Se você não encarar a sua banda como uma empresa, você não vai sair da garagem com a parede forrada com caixa de ovo".

"E o que está dentro dessa gestão de carreira?", pergunta o entrevistador.
"Comece pela divulgação, cara, hoje em dia é uma coisa tão fácil você fazer divulgação, não precisa nem mandar disco, você manda link. O problema, cara, é que as pessoas ficam aqui no Brasil com esse coitadismo, ‘Poxa, ninguém vem aqui descobrir a gente, a gente faz um som tão legal e ninguém’, claro! Ninguém vem aqui buscar você pela mão se você não tem gestão de carreira, se você não tem ninguém, é... sacando que houve uma boa receptividade no exterior.",
Régis então cita a prática de bandas nacionais que pagam para abrir shows de bandas internacionais como um caminho na gestão de carreira.

"As pessoas falam ‘ah! A banda não sei o quê, pagou para tocar para abrir show de banda gringa’… Fez muito bem, é assim que funciona (…) não é demérito, cara, é assim que funciona. Você acha que a banda vem aqui no Brasil, vai escolher ‘Ah, eu gosto muito do som de vocês, vem abrir o show da turnê’, não, cara! (…) É uma mistura de coitadismo com ingenuidade… tem que arrumar um jeito de ser notado, né?!".
Assista o corte abaixo.

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