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Por Gustavo Maiato
Postado em 25 de setembro de 2025
A carreira do Metallica nos anos 2000 foi marcada por turbulência criativa e pessoal. O álbum "St. Anger" (2003) e o documentário "Some Kind of Monster" escancararam uma banda à beira do colapso, em meio a brigas internas, vícios e dificuldade para compor de forma coesa.
Mas, segundo o baterista Lars Ulrich, as rachaduras já estavam visíveis bem antes disso. Após quatro discos impecáveis nos anos 1980 e o sucesso comercial avassalador do "Black Album" (1991), o grupo começou a sentir os efeitos do desgaste. E foi no controverso "Load" (1996) que Ulrich percebeu a primeira queda de qualidade.
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Em entrevista de 2004 resgatada pela Far Out, o baterista comentou de forma dura sobre "Until It Sleeps", primeiro single do álbum. Para ele, a música soava artificial e sem química entre os integrantes: "Foi uma canção mais montada no computador do que no chão da sala de ensaio. Tínhamos o esqueleto de uma música, alguns rascunhos, mas quando tocávamos não estava funcionando, e depois outra coisa não funcionava. Tentamos isso e aquilo, e acabou sendo remontada no computador. Eu sempre senti que era um pouco estéril."
Apesar do sucesso comercial do single - que chegou ao topo das paradas em diversos países -, Ulrich deixou claro que não guarda boas lembranças do processo. "Nós tínhamos outlines rudes, mas nada clicava. Não estava realmente funcionando", reforçou.
Vale lembrar que a declaração foi dada em 2004, período em que o Metallica estava "no auge de se odiar mutuamente", como descreve o próprio documentário Some Kind of Monster. Mesmo assim, chamar uma música de "estéril" é um golpe duro contra um trabalho que ele e James Hetfield assinaram juntos.
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