Por que The Town não consegue superar Rock in Rio, segundo a Folha de S.Paulo
Por Gustavo Maiato
Postado em 15 de setembro de 2025
Em análise publicada na Folha de S.Paulo, os jornalistas Lucas Brêda e Laura Lewer apontam que o The Town 2025, encerrado neste domingo (14), ainda não conseguiu se firmar como mais do que "o irmão caçula do Rock in Rio".
Segundo o jornal, a comparação entre os dois eventos é inevitável, já que o festival paulistano nasceu da ideia de replicar, em São Paulo, o sucesso do Rock in Rio. Mas há fatores que tornam essa missão mais difícil do que parece. "A capital paulista é uma das melhores cidades do mundo para se consumir música ao vivo", lembram os autores, citando desde casas menores e unidades do Sesc até estádios como o Allianz Parque. Isso faz com que muitas atrações internacionais já passem por São Paulo em shows individuais — o que enfraquece o fator ineditismo do The Town.


Outro ponto ressaltado é o comportamento do público. Para a Folha, o festival sofre com "as plateias mais mornas entre os megafestivais do Brasil". Houve exceções, como o show dos Backstreet Boys, mas no geral predominou um espectador passivo, mais interessado na experiência social do que na música em si. A constatação ficou evidente em momentos como o show de Jessie J, quando a cantora comentou o silêncio da plateia.

Rock in Rio e The Town
Além disso, a programação principal ainda depende de nomes repetidos do Rock in Rio. Em 2025, os headliners incluíram Katy Perry, Green Day, Travis Scott e Mariah Carey — quase todos já vistos no festival carioca ou em passagens recentes por São Paulo. Para Brêda e Lewer, isso reforça a percepção de que "o The Town não é um festival de novidades, mas um lugar onde o público vai ouvir hits de 20 anos atrás".
Apesar disso, a reportagem elogia algumas melhorias. O palco The One, por exemplo, aproveitou melhor o terreno em formato de anfiteatro e recebeu alguns dos shows mais vibrantes, como Lauryn Hill, Iggy Pop, Ludmilla e Pitty. Já o palco principal, o Skyline, voltou a enfrentar problemas de som e de visibilidade.

Na avaliação da Folha, a segunda edição do The Town mostrou avanços pontuais, mas ainda falha em construir uma identidade própria. "O festival patina na busca por um chamariz que vá além de repetir a curadoria do Rock in Rio e das turnês internacionais que já passam por São Paulo", conclui o texto.
The Town 2025
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