Soul's Silence: Honrando o Doom Metal nacional
Por Vicente Reckziegel
Fonte: Witheverytearadream
Postado em 16 de junho de 2012
Hoje vocês irão conhecer um pouco mais sobre essa banda paulista de Doom Metal, cujo som é um prato cheio para os admiradores do estilo. Formado por Airton Alves (vocal), Kleber Silva (guitarra), Jeferson Menezes (teclado), Rodrigo Sughayyer (baixo) e Sergio Barsant (bateria), com quem fiz esta entrevista.
Vicente: Inicialmente fale um pouco sobre a trajetória da banda, quando e como tudo começou?
Sérgio Barsant: Bem, a Soul´s Silence começou com o Airton Alves (vocal), Kleber Silva (guitarra) e Jeferson Menezes (teclado) e, como toda banda ainda buscando uma identidade própria, começaram fazendo covers de bandas como: Moonspell, Amorphis, The 69 Eyes entre outras, que eram e ainda são influências para a banda. Depois, quando a banda resolveu levar a sério mesmo e fazer música própria aconteceram mudanças na formação, foi aí que o Rodrigo Sughayyer (baixo) entrou para a banda. Posteriormente, quando tudo parecia estar estabilizado, mais mudanças aconteceram, foi então que eu entrei para a banda. Após a minha entrada, finalmente conseguimos, definitivamente, estabilizar a formação e com isso gravarmos o nosso primeiro EP, o "Act I: Sorrow".
Vicente: Vocês lançaram o EP Act I: Sorrow recentemente. Como foi a gravação do mesmo, ficaram satisfeitos com o resultado obtido?
Sérgio Barsant: Sim... O EP foi finalizado no final 2011 para o começo de 2012 e ele foi gravado no estúdio de um amigo meu e, para falar a verdade, nós tivemos alguns pequenos problemas durante o processo de gravação, mais com relação a tempo, pois, depois de ter gravado as baterias das músicas, houve dias em que, ora um, ora outro não podia ir ao estúdio para gravar suas partes, ou até mesmo o dono do estúdio não podia, e como só podíamos gravar nos finais de semana e o fato do estúdio ser pequeno e também ser alugado para ensaios de outras bandas, o processo se arrastou por um tempo maior que o previsto, mas no final das contas acho que ficou um material bem legal, ainda mais se tratando de um primeiro trabalho. Claro que (digo por mim), sempre que ouço a gravação, acho que alguma coisa poderia ter sido diferente, seja relacionado à performance ou seja na mixagem, mas no geral, eu fiquei bem contente com o resultado final, assim como toda a banda também ficou.
Vicente: Como está sendo a divulgação do mesmo na mídia especializada?
Sérgio Barsant: Então, Vicente. Depois de termos conversado bastante, decidimos que iríamos colocá-lo para divulgação via Internet mesmo, até por que, como ele é independente e se trata de um EP, vimos que não teria uma necessidade de fazermos CDs físicos para colocar a venda, sendo que hoje em dia a melhor maneira de poder divulgar é online mesmo, sabendo-se também que inúmeros downloads são feitos diariamente. Com isso usamos sites como o Facebook, Myspace e o Revernation a nosso favor, tanto para divulgar como para conhecer mais e mais pessoas, dentro e fora do Brasil.
Vicente: O Som de vocês é um Doom Metal, mas muito bem mesclado com outros estilos, como o Gothic e o Death Metal. Acredita que rotular uma banda a vários sub-gêneros serve para confundir ainda mais as pessoas ou é benéfico para a mesma?
Sérgio Barsant: Eu acredito que para a banda mais atrapalha do que ajuda, pois a partir do momento em que você fica rotulado e se prende a isso, meio que te impossibilita de tentar experimentar coisas novas. Mesmo que uma banda já tenha um estilo definido eu acho que ficar preso a mesma fórmula sempre, sem tentar algo de novo, faz com que ela fique preguiçosa. Claro que algumas novas experiências são meio que um tiro no pé, mas acho bacana arriscar.
E na verdade, quanto ao estilo, apesar de fazermos "Death Doom Metal", cada um na banda tem as suas influências e trazemos isso para dentro dela, por exemplo, eu sou muito fã e influenciado por Dream Theater e por tantas outras bandas de Metal Progressivo, como Fates Warning e Queensryche, por exemplo, mas também gosto muito de In Flames, Soilwork e Children of Bodom.
Vicente: O som da Soul’s Silence tem muito daquele Doom anos 90, com vocais fortes, muito peso na guitarra, uma cozinha poderosa, além de teclados que complementam de forma primorosa a música. Mas em momento algum soam datados, até mesmo pela ótima qualidade da gravação. Foi difícil chegar a esse resultado?
Sérgio Barsant: É nessa etapa que entra a questão das influências e de não ficar totalmente preso apenas ao estilo que você se propôs a fazer. Mesmo sendo uma banda de Doom Metal, o que é legal dentro da Soul´s Silence é justamente o fato de cada um ter as suas influências individuais e estar ouvindo coisas diferentes do nosso estilo, como por exemplo, na música "Bitter Lands" que está no EP, eu me inspirei numa levada de uma música do Avenged Sevenfold, quer dizer, nada a ver com Doom Metal... É aí que está a graça de se fazer música, de compor e de estudar o instrumento que se toca.
Vicente: Vocês fazem parte do grupo "União Doom Metal Brasil". Poderia explicar para quem não conhece o que é e como funciona essa União?
Sérgio Barsant: Cara, essa é uma iniciativa muito bacana que surgiu no começo de 2012, idealizado pela Ellen Maris, da banda Apocalyptichaos, lá de Goiânia e tem como intuito difundir o Doom Metal feito aqui no Brasil para o maior número possível de pessoas e tirar o estilo daquele anonimato que ainda se encontra aqui no país e, claro, na ajuda mútua entre as bandas do estilo. Hoje, temos por volta de vinte bandas dentro do grupo e, quando falo em ajuda mútua, ela se concretiza organizando intercâmbios e shows entre as bandas. Quando conheci a "União Doom Metal Brasil", ela veio bem de encontro a algo que eu estava querendo fazer e inclusive já tinha colocado o projeto no papel, então conheci a Ellen e depois de algumas conversas ela nos convidou a fazer parte da "União".
O grupo está lançando uma coletânea com algumas das bandas, chamado, Doomed Serenades, essa foi uma iniciativa fantástica e tem tudo para gerar ótimos frutos para todas as bandas que fazem parte da "União" e futuramente acredito que também ajude a outras bandas de Doom Metal.
Vicente: Como avalia o cenário para as bandas nacionais nesse momento? Há mais espaço para divulgação e realização de shows, ou não houve nenhuma mudança substancial nesse sentido?
Sérgio Barsant: É duro ter de admitir, mas ainda há um sério problema, mas não adianta jogarmos toda a culpa apenas em produtores de eventos, em casas de shows e afins, pois as próprias bandas também são culpadas pela falta de espaço e falta de profissionalismo, além é claro, de existirem as tais cartas marcadas, onde algumas bandas acabam sendo mais favorecidas do que outras, seja por, de repente, terem mais grana para "investir", que, diga-se de passagem, eu não acho errado que uma banda com mais recursos invista nela mesma, pois é algo natural, porém o que é ruim para a cena é, algumas bandas terem espaços reduzidos, pelo fato de outras terem além dos recursos, um conhecido aqui e outro ali, vemos bandas muito boas e que por inúmeras razões não conseguem ter espaço, assim como é fato, que o Doom Metal tem menos espaço do que outros estilos de "Metal", e é justamente esse quadro que a "União Doom Metal Brasil" quer reverter e acredito que com o tempo conseguiremos mudar isso.
Vicente: Quais são as suas principais influências?
Sérgio Barsant: Em matéria de bandas as minhas duas principais influências são os The Beatles, que praticamente nasci ouvindo, e o Dream Theater, para mim essas são as duas bandas mais impressionantes da história da música, cada uma ao seu estilo. Mas existem muitas bandas que eu gosto bastante, mas a bem da verdade, de uns tempos pra cá, tudo aquilo que ouço e gosto, passa a ser uma influência.
Agora, com relação a músicos, são muitos os bateristas que me influenciam e eu poderia dar uma lista grande de bateristas que admiro, mas os principais são Mike Portnoy, Neil Peart, Mark Zonder, Thomas Lang e o Aquiles Priester.
Vicente: Uma mensagem para os fãs e amigos que curtem o trabalho da Soul’s Silence e para aqueles que gostariam de conhecer melhor seu som e apostam no Metal Nacional.
Sérgio Barsant: Antes de qualquer coisa, gostaria de agradecer a você, Vicente, pelo espaço e a oportunidade e também pelo trabalho que você tem realizado em apoio ao Metal Nacional.
Gostaria também de agradecer a todos que tem nos apoiado e dizer que em breve muita coisa bacana estará por vir e continuem apoiando, não só a Soul´s Silence, mas também as bandas nacionais de Heavy Metal, independente de gêneros e sub-gêneros, pois tem espaço para todos.
E para aqueles que quiserem conhecer mais sobre a banda e o nosso som, basta acessar nossas páginas nas redes sociais, também temos um blog, então podem nos mandar e-mails e mensagens nas redes, será um prazer responder a todos.
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