Musica Diablo: influências, cena no Brasil e projetos
Por Fernanda Lira
Postado em 16 de fevereiro de 2011
O MUSICA DIABLO é mais conhecido como o recente trabalho de Derrick Green, do SEPULTURA, e André Alves e Edu Nicolini, do NITROMINDS. Além deles, também integram a banda André Cruci, guitarrista da THREAT e Ricardo Brigas.
Após o lançamento de seu primeiro álbum, chamado "Musica Diablo", a banda excursionou pela Europa e agora se encontra em estúdio novamente. Enquanto isso, realiza algumas apresentações pelo Brasil. Veja o que os integrantes têm para nos contar sobre suas influências, sobre a cena e sobre seus futuros planos.
Como surgiu a idéia para o nome da banda?
Ricardo: O André (Alves) foi quem colocou o nome da banda.
Me faz lembrar o "Diabolus in Musica", do SLAYER!
Edu: Eu também me lembrei do Slayer quando ouvi o nome pela primeira vez (risos)!
Ricardo: Mas a intenção na verdade foi criar algo que universalmente as pessoas pudessem entender. Porque em muito lugar que a gente for tocar, todo mundo vai saber o que é ‘musica’ e ‘diablo’. A gente testou vários nomes que não caíram bem, mas Musica Diablo soou muito legal, e por isso ficou.
Derrick, essa é mais direcionada pra você. Como aconteceu o convite para você integrar a banda e por que você decidiu tocar o projeto adiante, mesmo sendo parte do Sepultura?
Derrick: Começou pela Internet, com o André, porque ele tem meu contato. Ele me falou da banda e me perguntou se eu queria ouvir as três músicas gravadas que ele tinha. Eu ouvi, gostei e decidi cantar com eles! Depois dessa demo, começamos a compor músicas novas.
As linhas de voz são todas suas?
Derrick: As melodias e as letras. É tudo meu! (risos) Isso porque eu ouço as músicas e já começo a colocar as letras.
Está bem claro, até pelo som, que todos vocês tem uma veia muito oitentista, tanto que no show que vocês fizeram ano passado na Inferno Club, em São Paulo, vocês tocaram "Surf Nicaragua" do SACRED REICH. Como vocês chegam a esse consenso na hora de escolher os covers pro repertório? Deve ser difícil...
Ricardo: Algumas delas são desejos antigos de todos em tocar...
Edu: Mas a "Surf Nicaragua" foi meio que automática, porque eu e o André, que também somos do Nitrominds, já gravamos um álbum de covers que tinha esse som. Então, como dois já sabiam tocar, acabou rolando.
Em algumas músicas, tipo na "Lifeless" e na "Twisted Hate", que tem um começo totalmente oitentista, que me fez lembrar bastante de NUCLEAR ASSAULT e EXODUS, eu fico feliz em perceber que vocês tentam buscar raízes lá dos anos 80. Quando vocês montaram o MUSICA DIABLO vocês já pensavam em fazer algo do tipo, ou tudo aconteceu de forma natural?
Edu: Quando eu comecei a tocar, lá atrás, eu era batera de uma banda de thrash metal..
André Alves: Ah, o Musica Diablo quando começou era um lance mais pagode e tal... (risos) Mais comercial!
Ricardo: Na verdade, quando nós todos começamos mesmo a tocar no passado, a gente fazia cover de Sodom, Nuclear Assault, então o Musica serviu mais para fazer um revival mesmo!
André Alves: Na verdade a gente começou a banda pra tirar um relax, porque eu e o Edu temos o Nitrominds e a gente tava num ritmo muito acelerado de tocar muito lá fora e aqui também, então decidi que queria fazer um outro tipo de som. Daí o (Ricardo) Brigas estava no buteco do Marcão, o antigo batera, comigo, e tivemos a idéia...
Você criou o Musica Diablo pra dar uma aliviada no stress dos compromissos do Nitrominds, mas agora essa banda também ganhou nome e, logo, surgiram mais responsabilidades ainda, ou seja...
André Alves: É, eu sou um nóia! (risos). Mas na verdade foi tudo acontecendo do nada. O som foi ficando cada vez mais legal, e decidimos chamar o Derrick pra cantar, ele topou, e agora deu no que deu!
André, você e o outro André (Curci, guitarrista do Threat) são verdadeiros riffmakers. Qual a lição de casa pra ter tanta criatividade assim?
André Alves: É que na verdade a gente toca a tanto tempo, que fica natural.
Ricardo: Sem contar que nós todos quando moleques tocamos em bandas de thrash durante os anos 80, então nós vivemos essa época. A gente tinha uma base de 15, 16 anos naquele tempo e a gente tava louco pelo thrash, só ouvia aquilo.
Edu: E a gente tocava com uns equipamentos tão toscos!
André Alves: É, a gente tocava Kreator, Destruction...
Ricardo: Bangueava com a vassoura também... (risos)
André Alves: Então acho que é meio inevitável.
E qual a música que vocês acham que mais define o MUSICA DIABLO?
Derrick: Pra mim é difícil escolher... Eu gosto de todas!
André Alves: Pra mim é a "Betrayed".
Ricardo: É, acho que há meio que um consenso em relação à "Betrayed". Ela é bem thrash, tem uns riffs legais...
Sem contar aqueles corinhos bem típicos!
Edu: É, ela vai até sair no Rock Band 3.
André Alves: Isso mesmo, essa semana vai sair ela e a Underlord no jogo!
Ricardo: A "Underlord" é outra que eu adoro!
André Alves: É que as músicas foram todas construídas com tanto esmero, sabe? (risos). Mas é verdade, cada uma passa por um processo enorme de trabalho, por isso fica difícil escolher.
Como vocês fazem para conciliar as agendas tão compromissadas do SEPULTURA e do NITROMINDS com a do MUSICA DIABLO?
Edu: É bem complicado!
André Alves: A gente ensaia toda semana e o Derrick vem quando dá, naturalmente. Mas a gente tem que ralar, porque o metal é mais complicado, as composições são mais cheias de detalhes. A gente compõe uma música, grava...
Ricardo: Daí do nada mudamos a música inteira! (risos)
André Alves: Deixa mais comprida, depois encurta... Enfim, trabalhamos muito em cima de cada uma delas, o que torna complicado esse lance de agenda.
Rogerio Antonio dos Anjos | Everton Gracindo | Thiago Feltes Marques | Efrem Maranhao Filho | Geraldo Fonseca | Gustavo Anunciação Lenza | Richard Malheiros | Vinicius Maciel | Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacher | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jorge Alexandre Nogueira Santos | Jose Patrick de Souza | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti Dos Santos | Marcus Vieira | Mauricio Nuno Santos | Maurício Gioachini | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
Vocês chegaram a fazer uma turnê pela Europa divulgando esse disco e ele, inclusive, foi lançado lá fora antes do que aqui. Quais vocês diriam que são as principais diferenças entre a cena e a indústria da música por lá e aqui no Brasil?
Edu: Primeiro que aqui é o país do samba, né? Então pro rock, especialmente pesado, é mais difícil...
André Alves: Sem contar que lá fora é muito mais organizado. Tanto que o CD nem ia ser lançado aqui, pois nosso manager é de lá, então tudo conspirava pra que a prioridade fosse pra fora do país.
Derrick: E aqui também o público é diferente. Me parece que as pessoas não gostam muito de escutar bandas com música própria e preferem bandas cover, enquanto na Europa e outros lugares as bandas têm mais espaço para mostrar seu trabalho. Muitos fãs aqui não têm muita paciência para ouvir músicas novas, enquanto lá fora para eles isso é muito interessante.
André Alves: Lá, a galera está na rua, vê o cartaz anunciando um show de tal banda, e vai lá pra tomar uma cerveja e acaba vendo um puta show, mesmo sem conhecer a banda.
Ricardo: Na Áustria uma vez tocamos numa segunda feira e eu já pensei "Legal, vão ter umas duas pessoas no show!" e o que aconteceu foi que tinha uma galera muito boa! Lá tem show todo dia, tanto que fizemos uma agenda sem day off, coisa de doze shows um em seguida do outro.
E aqui no Brasil, como tem sido o retorno do público em relação à banda?
André Alves: Bom, não temos muita experiência, porque foram poucos shows! Mas na Inferno Club, por exemplo, a resposta foi excelente. Muita gente com a camisa da banda, cantando as músicas...
Edu: Em Goiânia também!
André Alves: O pessoal já vai pro show conhecendo as músicas, porque compraram o disco, ou baixaram da Internet. Isso é muito legal.
Como estão as expectativas para o show nesse sábado, no Hangar 110, em São Paulo?
Ricardo: A gente só espera que os ingressos sejam esgotados! (risos)
Aliás, esse show vai acontecer no mesmo dia em que ocorreria em São Paulo o Ares Rock Camp, que iria reunir grandes nomes da cena nacional, como o TORTURE SQUAD e VOLCANO, mas foi cancelado devido à baixíssima procura por ingressos. Vocês acham que na cena atual falta, realmente, apoio dos fãs, ou pensam que esse cancelamento não condiz com a realidade da cena?
Edu: Bom, um dos principais motivos é a concorrência, né? Estão acontecendo shows demais.
Ricardo: Mas é isso mesmo, daí no fim o cara não tem 30 conto pra assistir seu show e tomar uma cerveja, porque ele já acabou gastando a economia dele pra ver um Iron Maiden, Metallica...
André Alves: Um Sepultura... (risos)
Derrick: Que nada! É difícil mesmo tocar e isso vale pra todas as bandas. Mas quando tem uma boa divulgação, preço bom e até tempo bom, acontece sim. Mais legal ainda é quando tem patrocinadores ajudando no processo, porque isso faz com que mais coisas sejam feitas, como colocar o preço mais baixo para o público.
André Alves: Eu venho mais da cena hard core, estou voltando agora para o metal. E o que eu encontro é muita banda cover e pouca banda de som próprio tocando nos lugares.
Edu: Se bem que no hard core tava complicado também, com esses emos.
André Alves: Mas mesmo assim, tem bastante espaço pra tocar. E o Musica Diablo é outra estrutura também: cinco pessoas na banda, técnicos... Gera mais custo pra fazer acontecer.
No Abril Pro Rock vocês vão tocar junto com o D.R.I. Como está a expectativa para tocar com essa influência pra vocês?
Ricardo: Nossa, está grande demais!
Edu: Com certeza é uma grande influência, tanto que na capa do disco eu estou usando uma camisa do D.R.I. Eu sou muito fã e já os vi da última vez que eles vieram.
Derrick: Eu nunca toquei com eles, mas já vi show deles quanto tinha uns vinte anos! Eu não sei, mas acho que eles vão vir pra cá com a formação original. Cara, eles tocam muito rápido!
André Alves: Eu gosto tanto da fase punk tosca até a fase mais metal!
Derrick: Eu adoro o Crossover!
Edu: Tem o Thrashzone que é demais!
Vocês começaram a gravar um trabalho novo nessa última semana, certo?
André Alves: Isso, como se fosse uma demo. Tem cinco músicas.
Edu: Já gravamos a batera. Faltam as guitarras, o baixo...
Quanto às músicas novas, o que fica e o que muda em relação ao estilo e à pagada das antigas?
André Curci: Então, no primeiro CD, o André fez todas as bases das guitarras junto com o Edu, e quanto eu entrei já estava tudo pronto. Esse novo, nós estamos compondo juntos, então vão entrar mais idéias: tem bases minhas, dele e até do Edu, que também toca guitarra. Vai ser uma mistura de idéias de todos nós.
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E existem grandes planos futuros pro MUSICA DIABLO?
André Alves: Vamos com calma. Primeiro é gravar essa demo e depois produzir um disco bom! Enquanto isso, vamos compondo, mesmo quando o Derrick, por exemplo, está em turnê. Nós mandamos as músicas pra ele, ele ouve, dá um aval...
Derrick: Hoje em dia tem Pro Tools. A gente pode fazer muita coisa enquanto está viajando. Posso ir escrevendo e até gravando na estrada com o Sepultura. O Jean (baterista do Sepultura) sabe usar muito bem esse programa e tem todos os microfones necessários pra gravação.
André Alves: A tecnologia ajuda. Eu falo com ele por Skype, mando músicas e a gente vai levando assim.
Foto da chamada: Roberta Forster
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