Children Of The Beast: entrevista com Sérgio Faga
Por Eduardo Macedo
Fonte: MS Metal Press
Postado em 01 de dezembro de 2010
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O Iron Maiden é uma banda que dispensa apresentações em todo o mundo. A própria história do Heavy Metal se confunde com a desses britânicos, responsáveis por gerar verdadeira adoração por onde quer que passem, e no Brasil não poderia ser diferente. Mônica Fontes foi conversar com o vocalista da banda tributo CHILDREN OF THE BEAST, Sergio Faga, para saber mais sobre a sua carreira como músico e detalhes nunca antes revelados aos seus fãs.
Quando você começou a se interessar por música?
Sergio Faga: Desde moleque, acho que todo mundo já teve um daqueles primos ou tio doidão. Pois é, no meu caso era um primo quinze anos mais velho, que nos levava pra andar de carro ouvindo aquela "somzera" e eu ficava impressionado, pois achava muito legal, ele ficava batucando no volante, "bangeando" a cabeça e ficava dizendo: "nossa olha essa virada de batera, olha esse baixo, olha esse solo de guitarra"... e foi com ele que aprendi a ouvir os instrumentos separadamente! Ele torturava meus ouvidos, mas a tortura em pouco tempo virou paixão (risos).
Como surgiu o interesse em se tornar vocalista?
Sergio Faga: Sempre me identifiquei em cantar desde moleque, sempre tive bom ouvido e boa dicção para inglês e tinha uma boa noção de melodia e afinação. Quando ouvia algum tipo de banda, se a voz não me agradava, excluia o disco. Ganhei um aparelho de Karoke de minha mãe quando tinha dez anos, mas na verdade eu colocava o som e cantava em cima da banda e gravava, depois ouvia. Como ouvia praticamente só Maiden em minha fase pré e pós adolescência, fase adulta e até hoje (risos), acabei por desenvolver um timbre parecido com Bruce, pois estava numa fase de transição da voz, (adoscência-adulto), onde o que você ouve você reproduz. Igual a irmãos que conviveram juntos... criança quando tenta emitir um som. Por exemplo, quem já não ligou pra casa de um amigo e confundiu com o irmão achando estar falando com o amigo? É mais ou menos isso que me ocorreu.
Fale sobre o seu trabalho antes da Children of the Beast.
Sergio Faga: Bom, a primeira banda que tive foi com uns amigos da escola que estavam precisando de vocalista para cantar num cover de Ozzy, dai um amigo em comum me indicou e fui. Não era muito minha praia, nem um dos meus vocalistas prediletos, mas eu fui... tinha quatorze anos. Essa experiência foi muito legal, fizemos uma única apresentação no Aeroanta e depois a banda acabou. Após isso tive bandas de colégios, que faziamos covers variados e tocávamos em festivais como o do colégio Rosário e o do Arqui.
Interessantemente tive uma de minhas primeiras bandas com o Raphael Pensado do Mindflow chamada Horus. Éramos bem moleques e até hoje somos amigos, as vezes o convido pra dar canjas com a Children, pois ele é bem fã de Maiden também.
Como foi a aceitação do público com relação a sua entrada na Children of the Beast?
Sergio Faga: Bom, na verdade nem sei, isso faz onze anos, a Children passou por vocalistas muito bons. O primeiro vocal da Children foi o Thiago Bianchi da banda Shaman, depois passou o Ricardo Delarosa que foi um dos finalistas no concurso que fizeram pra candidatos ao Iron Maiden após a saída de Bruce Dickinson em 1994, que teve também André Matos e Edu Falaschi como concorrentes. Eu entrei na Children em 1999, com uma ligação do "patrão" Piotr que me telefonou e disse que tinha indicações e queria que eu fizesse um teste. Estou até hoje, acho que ele gostou. (risos)
Exceto Bruce Dickinson, qual é o integrante do Iron Maiden com quem você mais se identifica? Por quê?
Sergio Faga: Gosto de todos, mas acho que o mentor é o Steve.
Comente sobre as formações do Maiden com Paul Di’Anno, Bruce Dickinson e Blaze Bailey.
Sergio Faga: Bom, são vocais extremamente diferentes entre si. Paul é um barítono com estilo punk, Blaze já é um tenor ligeiro com menor extensão, estilo menos melódico e mais tradicional. Bruce é Bruce (risos). Ele é único, Bruce é raro, pois tem características de tenor dramático. Ele possui uma voz e um timbre raríssimos e possui muita extensão. Até o Pavarotti o elegeu "Tenor do Rock".
Que álbum do Iron Maiden você mais gosta e por quê?
Sergio Faga: Nossa!!!! No Maiden é bem difícil essa escolha! Vou dizer como vocalista, então o álbum que mais me chama a atenção nesse sentido é "Piece of Mind", ali Bruce coloca todas as técnicas possíveis de uma forma muito refinada. O interessante é que todos os discos do Maiden com Bruce tem uma forma diferente de cantar, acho que ele busca sempre inovar a cada gravação. Você pode perceber no "The Number Of The Beast" até o "Fear Of The Dark" que todos tem um jeito diferente de cantar.
No "The Number Of The Beast" ele traz aquela voz ainda do Samsom, bem limpa e melódica com drive natural e muitos "beltings". No "Powerslave" já vem com uma evolução do "Piece Of Mind", mas muito mais potente. No "Somewhere In Time", uma potência extraordinária que reverbera na cabeça ao mesmo tempo melódica, com muita evolução do seu anterior. Já no "Seventh Son Of A Seventh Son", Bruce já abusa das várias técnicas citadas e começa a partir para um estilo mais agressivo, que evoluiu no "No Prayer For The Dying" e "Fear Of The Dark" com drives espetaculares.
O que você achou do recém-lançado "The Final Frontier"?
Sergio Faga: Achei um disco bom, porém está longe dos geniais dos anos 80. Dessa fase atual (2000) o melhor é o "Brave New World". Acho que as novas carreiras e profissões propiciadas aos músicos, como é o caso de Bruce, que recentemente tornou-se diretor comercial de uma empresa aérea, dividiu a dedicação e a motivação total pela música, fazendo com que não se dediquem 100% a um único trabalho, como nos anos 80 por exemplo, onde Bruce até recusou participar das olímpiadas de 84 para fazer a turnê do "Powerslave". Entende o que quero dizer?
Qual é a sua classificação vocal?
Sergio Faga: Tenho características de tenor dramático também, mas preciso estudar pra desenvolver isso.
Cite dez vocalistas nacionais e internacionais que você admire, excluindo Bruce Dickinson. Comente sobre cada um.
Sergio Faga: Gosto dos vocalistas que criaram estilo e influenciaram vários: Ronnie James Dio, David Coverdale, Freddie Mercury, Ian Gillan, Ozzy, Bon Jovi, Steve Perry, Michael Kiske, Rob Halford, Jeff Scott Soto, John Fogerty etc.
Quais as bandas, ou artistas solo, que você mais gosta e que influenciaram a sua carreira, tirando o Iron Maiden?
Sergio Faga: Raiwbow, Dio, Deep Purple, Queen, Whitesnake, Journey, Creedence, Judas Priest, Helloween
Como você avalia a cena Metal no Brasil?
Sérgio Faga: Vou falar sobre o mercado de bandas Tributos que vem crescendo bastante, pois falar de Metal no Brasil é dizer Sepultura e Angra, não que isso seja ruim, mas é difícil uma banda concorrer no país do samba, sertanejo e pagode. Aliás, muitos músicos do Metal que conheço, aproveitam a oportunidade de ganhar dinheiro e prostituem-se a este nível, apenas por grana.
Acho que o mercado de bandas tributos é bom pra todos, inclusive pra bandas independentes, pois com o cover nós conseguimos entrar mais acessivelmente em certos lugares e quebrar o paradigmade que Metal é música pesada e música de louco, como pensam algumas patricinhas e playboys da atualiade.
Eu acho que a procura por bandas Tributos aumentou muito por serem mais acessíveis e por vender bem. A cena cover é ainda muito marginalizada, pois acham que voce não pode ser considerado um artista se passando por outro. Mas a questão é que fazemos um trabalho de interpretação, homenageando nossa banda do coração, apenas isso. É um trabalho sério que fazemos pra levar Maiden (como tributo) a todas as pessoas, inclusive a cidades que são carentes de música boa, que nunca tiveram oportunidade de assistir ao show do Maiden original e conseguimos aumentar o legado de fãs da boa música e principalmente da nossa banda de coração.
Obrigada pela entrevista. Deixe uma mensagem para os fãs.
Sérgio Faga: Queria agradecer a todos AMIGOS da CHILDREN OF THE BEAST - www.ironmaidencover.com.br - e a todos FANS DE IRON MAIDEN, pois sem esse apoio dessa galera não estariamos tocando.
Espero que as pessoas possam curtir nosso trabalho de homenagem e tributo que levamos com muito carinho a todos lugares do Brasil e no mundo.
UP THE CHILDRENS
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