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Apocalypse: trabalho consistente em quase 25 anos de existência

Por Rodrigo Werneck
Postado em 12 de julho de 2007

Na ativa desde 1983, a banda progressiva gaúcha Apocalypse tem apresentando um trabalho constante e consistente nesses quase 25 anos de existência, com discos lançados no Brasil e no exterior, participações em festivais aqui e lá fora. Em vez de se acomodarem, passaram há pouco tempo atrás por importantes alterações na formação e até mesmo no estilo, e estão mais ativos do que nunca. Nesta entrevista exclusiva para o Whiplash, conversamos com todos os integrantes da banda, dissecando a carreira do Apocalypse e seus planos para o futuro.

Como e quando a banda foi criada?

Eloy Fritsch - O Apocalypse foi criado em setembro de 1983 quando eu e meus colegas do Colégio Nossa Senhora do Carmo nos reunimos para participar de um festival estudantil em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul. Naquela época tudo era novidade e estávamos descobrindo a música. Começamos a ensaiar e compor na sala do coral do colégio para usar a bateria, o microfone e o órgão para criar nossas primeiras músicas. A gente fazia isso tudo escondido da direção, graças ao nosso amigo Zezinho que era responsável pela sala do coral. Um dia um dos diretores da escola descobriu e cancelou temporariamente nossos ensaios. Logo após nossa primeira participação no festival, o Ruy (Fritsch, guitarrista e irmão de Eloy) e o Chico Fasoli (baterista) entraram na banda. O Apocalypse foi mudando a formação e aperfeiçoando o repertório de composições. Em 1985, já tocávamos regularmente nosso próprio repertório de rock progressivo em clubes da região e em festivais, com as bandas gaúchas de rock da capital que faziam sucesso, como Astaroth, Nenhum de Nós, Garotos da Rua e De Falla.

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Quais as principais influências de vocês?

Chico Fasoli - Bom, podemos citar diversas bandas que ainda fazem parte de nossa coleção de CDs mais ouvidos. Claro que não se resumem apenas a bandas progressivas, mas sempre foi muito importante para nós a qualidade dos músicos e suas composições. Podemos citar com maior ênfase grupos como Yes, Pink Floyd, Genesis, Rush e Marillion.

Nos anos 80, as principais bandas de rock progressivo interromperam suas carreiras e os shows diminuíram drasticamente. Como conseguiram espaços para se apresentar?

Chico Fasoli - No início, em nossa cidade natal, não existiam muitas bandas, nem espaços adequados às apresentações das mesmas. Então, quando pintava um evento, todos se mobilizavam para fazer parte do mesmo e poder mostrar seu trabalho. Essa disputa por um lugar no cenário de nossa cidade fez com que nossa música tivesse uma aceitação excelente, nos proporcionando uma maior participação e, conseqüentemente, nos obrigando a aprimorar nossas composições e nossa execução. Ganhamos festivais, e a repercussão regional foi muito grande. Nossa música tocava nas FMs da Serra Gaúcha, aparecíamos na TV e tocávamos com bandas que estavam na mídia. Gravamos uma faixa na coletânea do LP "Circuito de Rock", em 1989. Tudo isso impulsionou a carreira da banda para ir tocar na capital (Porto Alegre) e buscar novos espaços.

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Como foi que conseguiram lançar seus discos na França, pela gravadora Musea?

Ruy Fritsch - Em 1991, lançamos o LP "Apocalypse", que foi enviado a diversas gravadoras de rock progressivo. Quando o LP chegou até os produtores da Musea, eles encomendaram mais cópias e começaram a distribuir por lá. A gravadora interessou-se em lançar um novo disco do Apocalypse, então gravamos uma demo tape e enviamos para a França. Recebemos em troca um contrato de 5 anos para gravar o CD "Perto do Amanhecer". Iniciamos a gravação em 1993 e o CD foi lançado em 1995. Eles gostaram tanto que, além do CD ser reeditado, escolheram a música "NotreDame" para a coletânea das melhores bandas de progressivo da gravadora. Uma honra para nós estar entre os melhores em 1995, já que a Musea é a maior gravadora de rock progressivo do mundo. Depois, lançamos em 1996 o álbum "Aurora dos Sonhos" e, em 1997, o álbum "Lendas Encantadas". Daí o caminho estava mais que aberto para as próximas produções. O DVD e o CD "Apocalypse Live in Rio", por exemplo, são uma co-produção entre a gravadora brasileira Rock Symphony (de Niterói, RJ) e a francesa Musea.

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Após algumas mudanças de formação, com idas e vindas de integrantes, finalmente se estabilizaram na banda: Eloy (teclados) e Ruy Fritsch (guitarra), Chico Fasoli (bateria) e Chico Casara (baixo, vocal). Dentro do contexto do rock progressivo, como você classificaria predominantemente o sub-estilo desta formação, especificamente? "Neo-prog"?

Ruy Fritsch - Cada álbum tem sua própria característica. Por exemplo, no "Aurora dos Sonhos" e no "Refúgio" temos composições mais ao estilo sinfônico de longa duração, com várias sessões. No "Live in USA" temos os clássicos, "Carmina Burana", "ProgJazz", etc., que tornam o CD de progressivo clássico. Já no "Perto do Amanhecer" e no "Lendas Encantadas", temos um neo-progressivo. O "Live in Rio" é uma compilação ao vivo do que fizemos de melhor, só que cantado em inglês. Esta nova fase da banda mescla progressivo sinfônico com hard rock.

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Entre 1991 e 2003, vocês lançaram 5 discos de estúdio. "Perto do Amanhecer", de 1995, é talvez o mais aclamado. Quais os preferidos de cada um de vocês, e por que?

Chico Fasoli - Não tenho um CD preferido, cito os que julgo termos trabalhado com maior inspiração:

1 - Perto do Amanhecer
2 - Aurora dos Sonhos
3 - Refúgio
4 - O próximo com a nova formação que ainda não possui título.

Magoo Wise - Na minha opinião o melhor é o que estamos compondo (risos)! Quando ouvirem a música "Follow The Bridge" vão concordar comigo!

Gustavo Demarchi - Eu prefiro o "Live in Rio", mas é posterior a essa época que você citou (risos).

Eloy Fritsch - Eu não tenho um disco preferido, tenho composições preferidas.

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Ruy Fritsch - Meu preferido é o "Perto do Amanhecer", mas a nova fase da banda está muito legal, e para mim o melhor álbum é o "Live in Rio".

Como é o processo de composição do grupo? O que vem primeiro?

Eloy Fritsch - As composições são criadas no teclado, guitarra e violão. A partir de 1988, quando a banda tornou-se um trio, o teclado assumiu importante papel. Havia muito espaço para este instrumento nas músicas. Logo a criatividade e a motivação foram crescendo com as premiações nos festivais e o prestígio do público. Ao assinar o contrato com a Musea, decidimos aperfeiçoar nossas composições e fazer um registro que fosse marcante na história da banda, reunindo o material musical elaborado entre 1991 e 1994. Assim surgiu o álbum "Perto do Amanhecer". Ainda me lembro quando estávamos compondo trechos da "Fantasia Mística" em 1986 no órgão ligado ao pedal flanger. A música foi amadurecendo e crescendo em qualidade à medida que compartilhávamos as idéias até que, em 1994, estava pronta para ser gravada. Por exemplo, a música "Lágrimas" era uma balada e acabou se tornando uma música no estilo neo-progressivo. E assim, várias composições foram sendo modificas e arranjadas conforme a banda ia traçando seu caminho. Mais recentemente, com a ajuda do Gustavo e do Magoo, rearranjamos composições do CD "Refúgio", criando novas partes e adaptando ao inglês. Músicas como "Freedom" e "Waterfall of Golden Waters" sofreram inclusive mudanças estruturais. As composições mais progressivas possuem várias sessões em que buscamos um desenvolvimento maior dos temas. Existe a preocupação em fazer uma música que aproveite a capacidade e a qualidade dos músicos, priorizando o feeling. As composições surgem de uma motivação quase incontrolável. Ao iniciar uma composição, por exemplo, não consigo parar de pensar nela até que esteja razoavelmente satisfeito com o resultado. Em geral, criamos melodias que são harmonizadas e acompanhadas por outros instrumentos. Também criamos alguns duetos com guitarra e teclado. Normalmente adotamos certos critérios típicos do rock progressivo, como: composições estruturadas com várias sessões, passagens instrumentais, instrumentação não convencional ao rock, alterações de compasso, utilização de ritmos, harmonias não triviais e instrumentos solo. O Apocalypse é o caminho que encontramos para mostrar nossa arte, nossos pensamentos e expressar nossos mais profundos sentimentos sobre o mundo que nos cerca. O Apocalypse significa revelação, a revelação de um mundo melhor e cheio de esperança. Que a sabedoria prevaleça sobre a ignorância. A paz e o amor sejam eternos. Que o homem pare de destruir seu planeta através dos conflitos, guerras e poluição. Que o homem deixe de ser tão materialista. Nossas preocupações também são voltadas aos temas existenciais e místicos: sabemos tão pouco sobre nós mesmos e nossa existência na Terra; os mistérios que afligem a humanidade são tantos e tão profundos; nossa compreensão perante o eterno e o infinito é tão limitada. Outra característica marcante do Apocalypse é que não tentamos usar as velhas fórmulas para buscar o sucesso comercial. Preferimos música enquanto arte. A música que é a expressão dos nossos sentimentos. Tentamos levar a nossa arte até as pessoas que são sensíveis e que precisam dela para alimentar seu espírito. Para o Apocalypse, uma das maiores realizações é quando notamos que a nossa música toca as pessoas. Talvez essa seja a maior recompensa para o músico/compositor. É possível ouvir várias composições da banda pela Internet e ver os vídeos, basta acessar a página www.myspace.com/apocalypsebr .

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Sobre o que a temática das letras normalmente versa? Quem as escreve?

Gustavo Demarchi - Quando entrei no Apocalypse, me preocupei em realizar um trabalho de adaptação das letras para o meu alcance vocal. Modifiquei melodias, pontos de respiração entre as frases e até mesmo a letra. Gostamos tanto do resultado sonoro que realizamos a gravação do EP "Magic", com as primeiras versões em inglês, e depois o próprio DVD "Live in Rio". O objetivo foi manter as idéias musicais e trabalhar em arranjos que preservassem a identidade e a concepção original das músicas. Para o próximo CD de inéditas que estamos gravando, escrevi a maior parte das letras, já em inglês, contando pequenas histórias. Sou bastante influenciado pelo Peter Gabriel (ex-Genesis) nesse sentido. Mas, se fosse definir em linhas gerais, são temas relativos ao universo, sonhos, fantasia, misticismo. Este próximo álbum trará uma estória inteira sobre um menino de 13 anos que precisa, em um espaço de um dia, chegar a um velho parque onde espera encontrar respostas sobre sua origem. Existe um projeto para que essa estória se transforme em livro. Quem sabe?

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Eloy, fale-nos por favor um pouco sobre seu trabalho com sintetizadores no rock progressivo. Você possui vários teclados, ganhou prêmios e é professor de música na Universidade, certo?

Eloy Fritsch - Sou muito influenciado por tecladistas do rock progressivo como Rick Wakeman, Keith Emerson e Vangelis. Todos utilizam vários teclados nas apresentações. Cada teclado difere de outro na qualidade dos sons, regulagem dos parâmetros musicais e a maneira pela qual pode ser utilizado em determinada música. Além disso, nem sempre é possível trocar os presets no mesmo teclado durante a performance. Se fizer isso, a sustentação do som pode ser cortada. Atualmente utilizo dois simuladores de (órgão) Hammond: Roland VK-8 e Tokai TX-5. Este último é produzido no Brasil e possui uma sonoridade muito boa. Gosto muito do meu Minimoog de 1973, mas também utilizo sintetizadores de modelagem analógica e music workstation. Utilizo também um sampler da AKAI que possui bons sons de pianos elétricos, vozes e clavinet. Dependendo do repertório escolhido para o show é preciso configurar o setup de teclados de maneira diferente. No DVD "Live in Rio" eu utilizei 5 teclados e o piano Steinway do Teatro. Já na gravação do segundo DVD eu bati meu próprio recorde de teclados no palco. A aventura foi com 15 teclados e mais um rack com sampler e módulos de som. Precisei de duas mesas de som para mixar todos os sinais. A intenção foi buscar o melhor timbre em cada instrumento. Algo que já faço há muito tempo. A preocupação com a "composição dos timbres" é uma característica da música contemporânea e o progressivo simplesmente inaugurou o uso de sintetizadores analógicos em apresentações de rock.

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Teclados analógicos x teclados digitais... quem ganha?

Eloy Fritsch - Acho que depende muito do gosto do tecladista e do papel que o sintetizador exerce na composição. Em matéria de rock progressivo a sonoridade analógica é predominante. Mas o espectro sonoro pode ser expandido e novas sonoridades obtidas a partir de sintetizadores digitais que utilizam síntese granular e modelagem física. Então o melhor mesmo é saber usar bem o sintetizador, conhecer as técnicas de síntese e aplicar tanto a analógica quanto a digital para obter o som desejado. Acima de tudo, a execução do tecladista precisa ser expressiva.

Em paralelo ao Apocalypse você desenvolve sua carreira solo como tecladista. Poderia nos passar alguns detalhes?

Eloy Fritsch - Claro que sim. Mas, não se trata de "carreira solo". Já toco com grandes músicos e pessoas maravilhosas que valorizam minha arte. Todos sabem que meu projeto principal é o Apocalypse. Nele me realizo como tecladista. Entretanto, como compositor, busco por novos caminhos e novas possibilidades de criação. Como nem todas as minhas criações podem ser utilizadas no rock progressivo, decidi gravar outras composições a partir de 1993, utilizando o computador e o sintetizador como principais ferramentas. Defendi minha Tese de Doutorado sobre Computer Music e passei no concurso para professor de música eletroacústica na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde criei o Centro de Música Eletrônica, um complexo com três laboratórios de composição financiados pelo governo. Os alunos da Universidade podem aprender sobre música eletrônica e compor suas próprias obras eletroacústicas. Paralelamente à minha atividade acadêmica, procurei registrar as composições para serem lançadas em CDs. Atualmente, tenho 8 CDs gravados e estou terminando de escrever um livro sobre música eletroacústica, que deverá ser lançado no final de 2007 juntamente com um DVD áudio 5.1 contendo composições acusmáticas. Para quem quiser ouvir as minhas composições feitas com sintetizadores, pode acessar o meu site oficial, recém-criado: www.ef.mus.br .

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Voltando à história da banda, como ocorreu o convite para participar do festival ProgDay, nos EUA, em 1999? E como foi a experiência como um todo?

Chico Fasoli - O convite surgiu com o início de nosso trabalho em parceria com a Musea. O lançamento do CD "Perto do Amanhecer" nos colocou na vitrine mundial do RP e esta parceria nos abriu portas em vários eventos, entre eles o ProgDay. Foi uma experiência incrível, na qual trocamos experiências com músicos de diversos países e estilos dentro do RP. Conhecemos muitas pessoas ligadas ao RP mundial e apresentamos a todos a qualidade da música feita no Brasil. Um álbum duplo chamado "Apocalypse Live in USA" foi lançado com a gravação desse show na íntegra. O álbum ainda disponibiliza uma faixa interativa com videoclip, fotos e arquivos de som. Esperamos um dia poder voltar, para apresentar a nova fase da banda.

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Como foram escolhidos os novos integrantes em 2004, Magoo Wise e Gustavo Demarchi? A formação de quinteto foi intencional ou circunstancial?

Chico Fasoli - A entrada do Magoo e do Gustavo foi fundamental para alcançarmos o estágio atual da banda. Necessitávamos de integrantes com qualidade suficiente para substituirmos o Chico Casara de uma forma que não parecesse apenas uma troca, e sim uma mudança de fase. Dessa forma, podemos comparar as fases da banda sem comparar as pessoas que passaram por ela. Fizemos testes com muitos vocalistas bons de rock, mas não conseguíamos achar alguém que fosse como nós. Já havíamos ouvido o Gustavo em um show com sua banda cover do Genesis e gostamos muito dele cantando o repertório do Peter Gabriel. Ele nos mostrou gravações cantando Marillion e ficamos impressionados com o timbre e a interpretação. Nos primeiros ensaios percebemos que sua voz se encaixava no estilo da banda. Vocalistas de rock progressivo são muito difíceis de se encontrar hoje em dia. Quando o Magoo compareceu ao teste com seu Rickenbacker e começou a tocar, percebemos que ele era o baixista que procurávamos. Logo entrou para a banda e rapidamente assimilou o repertório, criando novos arranjos para as linhas de baixo. Além do Gustavo e do Magoo serem grandes músicos, são pessoas incríveis.

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Com a renovada formação, letras em inglês e estilo musical tendendo um pouco mais ao hard rock, existe de fato uma busca por um novo público, ou isso ocorreu de forma totalmente fortuita?

Magoo Wise - De fato, a grande capacidade vocal do Gustavo, que lhe permite cantar qualquer repertório roqueiro, e a escolha do inglês, já foram mudanças consideráveis. Em uma resenha de um site holandês, o cronista o chamou de "twin brother" do Fish (ex- vocalista do Marillion). Ou seja, é um privilégio ter um vocalista que consegue cantar tanto no estilo do Bruce Dickinson quanto no estilo do Fish. Além do mais, fechou com a sonoridade atual do Apocalypse. Para quem não sabe, além do Gustavo participar de outros projetos de rock progressivo, ele tocou na minha banda anterior de heavy metal por 5 anos. O Eloy Fritsch já conhecia nosso projeto e quando ficou sabendo que a minha banda tinha acabado, convidou a gente para integrar o cast da Apocalypse. O estilo de cantar, as letras em inglês, e o fato do vocalista da fase anterior cantar de uma forma mais suave e em português, são fatores que contribuíram para a mudança na sonoridade da Apocalypse. Mas de forma alguma isso foi "planejado", apenas trouxemos naturalmente nossas influências para o som da banda. O retorno da platéia tem sido ótimo, e o DVD tem conquistado novos fãs para a banda.

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Vocês têm uma atividade regular no sul do país, mas ainda pouca penetração em outras regiões, certo? Como acham que podem vencer essas barreiras e/ou preconceitos?

Magoo Wise - Atualmente estamos trabalhando com a Brasil Music Press, que está fazendo a nossa assessoria de imprensa em São Paulo e no resto da região sudeste. Além disso, temos o Clóvis Tavares, que assumiu a produção no Rio. Temos nosso Fã-Clube, presidido pelo Bruno e pelo Cândido (www.apocalypsefc.kit.net), o Leonardo Nahoum, que tem lançado nossos CDs no Brasil pelo selo Rock Symphony (www.rocksymphony.com) e outros produtores culturais, como o Cláudio Troain, que nos apoiam aqui no sul. Todo mundo sabe, em se tratando de um estilo bem segmentado, não são todos os "palcos" que se abrem para uma banda de rock que não toca nas FMs comerciais. Assim, em um planejamento de "marketing" que desenhamos no final de 2006, resolvemos investir mais em publicidade, visando alcançar o público roqueiro desse imenso Brasil.

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Em 2005, vocês participaram do festival "Rock Symphony For The Record" (em Niterói, RJ), no qual sua apresentação foi gravada para posterior lançamento em CD e DVD, o que está ocorrendo justamente agora. Como foi essa experiência, de uma forma geral?

Magoo Wise - Antes de mais nada, surpreendente, no mínimo! A organização do evento foi tão competente, que para poupar os elogios só vou citar um exemplo: nos camarins, antes e após o show, nos foi servido um coquetel, em que os guardanapos traziam gravados o nome da banda e do festival, e a data! Ou seja, a ocasião foi especial em todos os sentidos, pelo fato em si de estarmos gravando nosso primeiro DVD, o tratamento que nos foi dispensado pela organização do evento (Léo Nahoum - Rock Symphony), o local, a equipe técnica, enfim, hoje assistindo ao resultado final é lógico que, como auto-críticos, sempre enxergamos com mais ênfase o que pode ser melhorado para o próximo, mas o balanço geral de tudo e as lembranças são as melhores possíveis.

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Têm conseguido que suas músicas toquem em rádios? A mudança de estilo ajudaria a torná-la de certa forma mais acessível?

Gustavo Demarchi - Acho que tem a ver com o que o Magoo falou antes. Se a banda mudou o estilo, foi fruto da adição de novas influências, tanto dos músicos que entraram quanto dos que já estavam, e foi totalmente ocasional. Não pensamos muito nisso, só deixamos fluir de maneira que estejamos totalmente satisfeitos com o resultado, pois se formos honestos com o que fazemos, as pessoas se identificarão naturalmente. Sobre as rádios, nossas canções tocam ocasionalmente, mas sabemos que estamos fazendo um estilo musical que nos leva para um publico específico. Mas o Dream Theater também faz, e o Rush ou o Iron Maiden também. O que me faz concluir que fora o pop, outras variantes do rock não têm quase penetração em rádios que não sejam segmentadas. Fora "Smoke on the Water", ou "Owner of a Lonely Heart", ou "Tom Sawyer", o que mais toca do Deep Purple, do Yes ou do Rush nas grandes rádios? Então, se tocarmos, ótimo, se não, vamos continuar compondo, tocando e fazendo shows. Quem sabe um dia escrevamos uma "Kayleigh" ou uma "Stairway to Heaven" e consigamos furar esse bloqueio? Mas, independente disso, o que queremos é que nossa música chegue ao maior número possível de pessoas e que elas, conhecendo a banda, decidam se gostam ou não. Estamos plenamente realizados com o que estamos fazendo musicalmente. O resto é conseqüência.

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Em 2006, vocês foram convidados a participar da edição carioca do festival Rock In Concert Brazil, onde se apresentaram junto ao King Bird (SP) e à lendária banda britânica Uriah Heep. Como foi o evento?

Gustavo Demarchi - Maravilhoso. Extremamente organizado e profissional. Só de tocar em um lugar como o Canecão já tornaria aquela uma noite mágica. Essa fase da banda tem o diferencial que você pode fazer um show mais rocker, mas também pode fazer um mais virtuose, mais sinfônico. Tudo isso coexiste no repertório da banda naturalmente. Então naquela noite, fizemos essa opção consciente de apresentar um show com pegada, escolhendo o que de mais rock tínhamos no repertório, que musicalmente nos aproximou do Heep. Senti do palco que boa parte do público do Canecão estranhou essa tática da banda, provavelmente esperando um repertório mais progressivo do Apocalypse. Mas, ao mesmo tempo, como normalmente acontece, senti um público diferente e extremamente receptivo ali, e literalmente notei que fomos ganhando o show aos poucos. Além disso, tivemos a chance de confraternizar com o Heep, e fomos dos poucos a assistir a passagem de som deles. Mick Box é um herói para mim, e tivemos a chance de conversar bastante, bem como trocar alguns conselhos ótimos com o Bernie Shaw sobre vocais e vida na estrada. Eles são maravilhosos e extremamente simpáticos. Um sonho para todos nós e um grande capítulo na história da banda.

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Vocês lançaram um EP em 2004 chamado "Magic", mostrando as características renovadas do conjunto em sua nova formação. Este EP está disponível aos fãs no site, somente para download, não tendo sido lançado em CD propriamente dito. Seria esta uma tendência para o futuro, ou vocês pretendem ainda lançar os próximos trabalhos em disco mesmo? Alguns artistas têm, por exemplo, vendido suas novas faixas separadamente, por valores justos (relativamente baixos), e em envolvimento de selos e distribuidoras. Como o Apocalypse vê a questão?

Magoo Wise - Olha, espero não ser mal interpretado, mas se eu quisesse ganhar dinheiro mesmo, estaria tocando pagode ou nativismo, que dá bastante aqui no Sul!! Brincadeiras à parte, dando a essa resposta um tom particular, hoje me preocupo muito mais em fazer com que o trabalho chegue às pessoas, do que com o retorno financeiro dele. Lógico que a banda necessita ser auto-sustentável, até para custear nossos projetos e manter o nível de qualidade das produções. Mas, neste momento, acredito que o objetivo maior é tornar a coisa pública. Lógico que prefiro ver os DVDs à venda nas lojas, com o pessoal comprando, do que ver o Divx no E-mule (!!) mas tenho consciência que lutar contra isso é ir na contramão da humanidade. A Internet é na minha opinião a maior revolução da comunicação desde a invenção da telefonia, e não fazer uso desta ferramenta é no mínimo burrice. Ou seja, sou a favor de lançamentos virtuais, cito por exemplo o Rob Halford, do Judas Priest, que tem um trabalho exemplar nesta área, e no que depender de mim o Apocalypse deverá sim investir neste tipo de mídia.

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Desde 1983 até agora, vocês poderiam nos citar de forma sucinta quais os momentos mais importantes para a banda?

Chico Fasoli - Sem dúvida desde o primeiro show até hoje, cada momento tem sido muito importante em nossa história. Além dos diversos festivais vencidos pela banda, levar nossa música além fronteiras com certeza é algo marcante demais. Citando alguns momentos temos: o lançamento de nosso primeiro "LP", o primeiro CD pela Musea, todas as passagens pelo Rio de Janeiro, o ProgDay, a chegada dos novos integrantes, o primeiro DVD (pela Rock Symphony), e o futuro que nos reserva muitas coisas boas ainda.

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Finalizando, quais os planos concretos do grupo para o futuro?

Magoo Wise - Bom, além de tudo que já citei anteriormente, temos já o segundo DVD em fase final de produção. Adianto que será um trabalho bem diferente do "Live In Rio", tanto no aspecto visual, como no repertório executado, ou seja, VAI VALER A PENA comprar e ter os dois DVDs! Pretendemos lançar, juntamente com esse novo DVD, o primeiro CD de inéditas da nova formação, onde ficaram bem evidenciadas as influências inseridas pela minha entrada e a do Gustavo, principalmente a dele, que esteve envolvido diretamente na composição dos novos temas junto com o Eloy. Será um CD "conceitual", contando uma estória (com "e" mesmo, pois é fictícia!!) bem bacana, a qual guardo os detalhes para quem comprar o CD! Me despeço com um grande abraço e prometendo muito "Apocalypse" em 2007.

Eloy Fritsch - Para encerrar, gostaria de agradecer ao Rodrigo Werneck e ao João Paulo Andrade pela oportunidade de contar um pouco sobre a história e as novidades da carreira do Apocalypse. Um agradecimento super-especial aos nossos familiares, amigos, fãs e admiradores da nossa música. Obrigado pelo apoio e por serem tão legais conosco! Obrigado por fazerem dos nossos sonhos os seus e por comemorarem as vitórias conosco! Estejam certos que elas também são suas!

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Sobre Rodrigo Werneck

Carioca nascido em 1969, engenheiro por formação e empresário do ramo musical por opção, sendo sócio da D'Alegria Custom Made (www.dalegria.com). Foi co-editor da extinta revista Musical Box e atualmente é co-editor do site Just About Music (JAM), além de colaborar eventualmente com as revistas Rock Brigade e Poeira Zine (Brasil), Times! (Alemanha) e InRock (Rússia), além dos sites Whiplash! e Rock Progressivo Brasil (RPB). Webmaster dos sites oficiais do Uriah Heep e Ken Hensley, o que lhe garante um bocado de trabalho sem remuneração, mais a possibilidade de receber alguns CDs por mês e a certeza de receber toneladas de e-mails por dia.
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