Karma: Entrevista exclusiva com o vocalista Thiago Bianchi
Postado em 14 de agosto de 2001
Entrevista concedida a Rodrigo Vinhas
Whiplash! / Como a banda foi montada?
Thiago Bianchi / O Karma foi concebido como qualquer outra banda: com muitos covers!! No princípio éramos apenas garotos fazendo um som. Mas, como tudo na vida, a banda amadureceu, criando personalidade e identidade própria. Tudo graças ao Chico, ao Marcell e a um guitarrista amigo nosso chamado Gabriel. E esse que na verdade foi quem montou a banda, mas mais tarde teve de deixa-la por incompatibilidade musical. Então vieram todos aqueles baixistas que vocês já sabem ( Edu Carioca, Vanessa e o Felipe), até chegar o Andria ( atualmente na banda).
WHIPLASH! / Quais as principais influências da banda?
Thiago / Ah...somos cinco, então é comum que hajam várias. O Chico gosta muito de Death e Thrash, já o Fabrízio por outro lado é fissurado no clássico(Moderno e Barroco), Marcell é brasuca total mas também adora o Thrash. Eu sou bem eclético, depende muito do que eu estiver trabalhando no momento. Por exemplo, agora estou numa fase de trabalhos aqui no estúdio muito voltado para o pesado, sons de maneira geral que tem o peso como característica, então nada como ouvir Pantera, Metallica e cia, para compreender a essência da coisa! E já o Andria vocês já sabem...
WHIPLASH! / Vocês acham que há mercado especialmente no Brasil, pra um tipo de som tão técnico, detalhista e peculiar que vocês apresentam?
Thiago / Bom na verdade essa é uma pergunta estratégica. O Brasil apresenta diversas facções musicais dentre elas o Metal. Bom apesar de ser sempre "underground" e tudo mais, é o único estilo que lota estádios aqui, ( isso sem contar o Sertanejo e cia.!) ou seja, é uma paradoxo. Assim como o Prog. Metal, um segmento do Metal tradicional, mesclado a harmonia progressiva e que na verdade, no cenário, é um dos estilos mais difundidos no momento. Dentre ele se destacam varias como: Symphony X, Magnetudi 9, Shadow Gallery e até os próprios percursores: Dream Theater, Rush, Queensryche entre outros...Por isso acredito que há espaço para todos.
WHIPLASH! / Quais são as chances da banda estourar agora que conta com o renomado baixista Andria Busic?
Thiago / Acredito de que o termo "estourar" seja um pouco indefinido. Andria é um exímio baixista e topou o posto. Vamos nos concentrar em tocar e divulgar o disco e tentar entrar em estúdio ao final do ano para um novo trabalho. Mas passando por mais essa história com troca de baixista, posso lhe dizer que sangue novo sempre põe pilha na galera, esperamos poder mostrar isso a todos!
WHIPLASH! / O que vocês acham do cenário metálico mundial atualmente
Thiago / Acho que eu resumiria com "uma miscelânea"!
WHIPLASH! / Vocês já chegaram a ter alguma repercussão no exterior?
Thiago / O "Inside The Eyes será lançado a partir desse semestre simultaneamente na Europa e nos EUA .
WHIPLASH! / Como foi abrir o show do Shaman?
Thiago / Como todo show, foi um sufoco... Passamos muito aperto com o som e com o ar-condicionado, por falta de "sync" entre os funcionários da casa. Mas o pessoal do Shaman e sua equipe, foram super atenciosos fazendo o possível para que tudo saísse perfeito.
WHIPLASH! / Porque a banda mudou de formação ( especialmente no baixo) tantas vezes?
Thiago / Não sei, talvez esse seja o carma do Karma...(risos). Bom, baixo é um instrumento realmente difícil de se tocar com precisão e ataque, ainda mais nesse estilo nosso cheio de "firulas", então o leque de opções fica realmente mais fechado, mas graças a Deus sempre demos sorte com essa raça!
WHIPLASH! / Quais bandas nacionais vocês acham promissoras?
Thiago / Olha, acredito que o cenário nunca esteve tão repleto de bons ingredientes. Eu mesmo tenho trabalhado com algumas que até já sou fã, como o próprio Shaman que, quer queira quer não, é uma banda nova. Eu estou num projeto com o Felipe, Marcell e dois amigos (André Bruntti guit. e Mauro Chevis Tec.)chamado Firesign, que para quem gosta de Malmsteen e afins como nós, é um prato cheio! O Eterna, que na minha o opinião esta entre as mais do momento. O Tuatha de Dannan, que tem se mostrado muito competente no quesito identidade. E até o próprio Wizards que está voltando aí com tudo... No geral, o metal se encontra numa crescente.
WHIPLASH! / Qual a tendência do álbum "Inside the Eyes"?
Thiago / Progressivo com base no Thrash.
WHIPLASH! / Qual a formação musical de vocês?
Thiago / Fabrízio está no sexto ano de Música, Marcell no quinto, Chico no terceiro e eu no primeiro.
WHIPLASH! / Fale sobre o tributo ao DREAM THEATER.
Thiago / Se trata de um projeto da nossa gravadora nos EUA, a sieguen records e esta previsto para esse semestre, estamos participando com a música "Home" do álbum Scenes from a memory.
WHIPLASH! / Porque vocês saíram do Hamlet na última hora?
Thiago / Bom foi um desencontro de agendas, pois além de naquela época estarmos ocupados com a música do Tributo (D.T), Felipe estava começando a acertar os ponteiros com o Angra nos impossibilitando de fazer qualquer tipo de programação. Além disso somos uma banda que se preocupa muito com identidade, não apenas musical mas também sonora e não nos sentiríamos muito confortáveis estando num contesto temático. Mas de qualquer forma se trata de um belíssimo projeto no qual a Die Hard está de parabéns, pois é justamente disso que o Brasil precisa para sacudir um o cenário, união!
WHIPLASH! / Como foi a participação de André Matos no álbum "Inside the Eyes"?
Thiago / Tranqüila, pois já era um convite de muito tempo e que André não se esqueceu. Ele sempre foi um ótimo amigo e grande exemplo para nós.
WHIPLASH! / Mande um recado pra galera que curte o som de vocês e pra todos que acreditam no metal nacional.
Thiago / Muito obrigado a todos.
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