Sonata Arctica: banda marca décimo lançamento com seu pior álbum
Resenha - Talviyö - Sonata Arctica
Por Victor de Andrade Lopes
Postado em 09 de setembro de 2019
Nota: 4 ![]()
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O décimo álbum de estúdio é uma marca importante - e respeitável - para qualquer banda. Algo a ser celebrado. No caso da lenda finlandesa do power metal Sonata Arctica, esta marca será lembrada com desgosto.
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Porque tirando a regravação do Ecliptica, realizada em 2014 para celebrar seu 15º aniversário e que acabou sendo um ataque gratuito e desnecessário ao disco de estreia deles que nunca fez mal a ninguém, Talviyö é, simplesmente, o ponto mais baixo da carreira do quinteto.
O álbum, cujo nome significa "noite de inverno" em finlandês, carece de tudo o que se esperaria de um lançamento deles. Não temos refrãos memoráveis, não temos solos dignos, não temos quase nenhum riff inspirado e todos os envolvidos parecem estar cumprindo suas funções por obrigação contratual, apenas. Ao final das primeiras escutadas, eu era incapaz de me lembrar de um único verso.
O seu antecessor, The Ninth Hour, mesclava bem o que o Sonata Arctica moderno tem de bom e de ruim, frase que aqui significa "tem momentos bem sonolentos intercalados com retornos à era clássica e algumas inovações muito bem-vindas".
Mas Talviyö, não. A abertura "Message from the Sun" é promissora (e o próprio vocalista, tecladista e compositor principal Tony Kakko admitiu que ela era "enganosa" com relação ao estilo do álbum), e com algum esforço a gente fica meigo com o encerramento de "Whirlwind", mas de "Cold" em diante, é de cortar o coração.
Os únicos bons (razoáveis?) momentos são a já mencionada abertura; "Storm the Armada" e "Demon's Gate", com riffs realmente poderosos e trabalhos memoráveis nos teclados; a faixa bônus japonesa "You Won't Fall"; o instrumental "Ismo's Got Good Reactors" (único lampejo de criatividade e energia juntos num total de uma hora de música); e a razoavelmente longa e diversa "The Raven Still Flies". Aliás, uma peça instrumental ser o ponto alto do disco de uma banda cujo vocalista é também o único compositor é, no mínimo, peculiar.
O resto (ou seja, metade da obra) passa por nossos ouvidos sem deixar marcas. E gostaria de falar especialmente de "The Last of the Lambs", continuação da tal da saga Caleb. Céus, como que os membros, o empresário, o produtor e a gravadora concordaram em incluir essa faixa? Ela é de uma chatice insuportável do começo ao fim.
Diz o grupo que o objetivo aqui era soar "ao vivo". Para isso, contrataram um produtor com experiência em registros de shows (Mikko Tegelman) e fizeram o baterista Tommy Portimo e o baixista Pasi Kauppinen gravarem suas partes tocando juntos. Com efeito, o quinteto soa bem coeso - se as músicas fossem inspiradas, poderia ter sido um grande disco.
Nunca me cansarei de apontar o quanto o Sonata Arctica merece aplausos por arriscar direções diferentes que os tornam talvez a banda mais autêntica dentro do repetitivo gênero do power metal. Mas desta vez, o tiro saiu pela culatra. A luz no fim do túnel, no caso, é que Tony Kakko é um exímio compositor, e mesmo um trabalho ruim como este não nos dá o direito de ficar com um pé atrás com relação ao próximo.
Abaixo, o vídeo de "Who Failed the Most":
Track-list:
1. "Message from the Sun"
2. "Whirlwind"
3. "Cold"
4. "Storm the Armada"
5. "The Last of the Lambs"
6. "Who Failed the Most"
7. "You Won't Fall" (faixa bônus da edição japonesa)
8. "Ismo's Got Good Reactors"
9. "Demon's Cage"
10. "A Little Less Understanding"
11. "The Raven Still Flies With You"
12. "The Garden"
Fonte: Sinfonia de Ideias
http://bit.ly/talviyo
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