Resenha - Bananas - Deep Purple
Por Rafael Carnovale
Postado em 16 de setembro de 2003
Nota: 10
O Deep Purple é um caso raro no mundo do rock. Tantos músicos já entraram e saíram da banda mas ela continua firme e forte, passando por altos e baixos é claro, mas sempre mantendo o chamado "Padrão Purple" de qualidade. Mas as mudanças nos últimos anos deixaram dúvidas quanto a continuidade da banda. A saída de Ritchie Blackmore em 1991 e a entrada de Steve Morse provocaram uma mudança no som da banda, que lançaria dois cd’s razoáveis com Morse nas guitarras, "Purpendicular" e "Abadon".
Se ao vivo o poder de fogo da banda continuava intacto, em estúdio o Purple mudou. A guitarra de Morse, muito mais calcada no Blues, contribuiu e em muito para tal mudança. Já a saída de Jon Lord foi um duro golpe na banda. Logo foi anunciado que Don Airey, que tocou no Black Sabbath e andou fazendo aparições em vários discos, seria o substituto. E não demorou muito para se anunciar que o Purple gravaria um novo cd, intitulado (PASMEM!!!) "Bananas". Pela capa (dois rapazes sentados num monte de cachos de bananas) pode-se imaginar que viria bomba por aí. Mas antes de tudo vamos ouvir o cd para podermos entender quem vai levar a Banana... o Purple ou os críticos?
"House of Pain" é uma ducha de água fria nos críticos. O riff inicial lembra "All Night Long" do Rainbow e a banda emenda um hard de qualidade como há muito não se via, com excelentes backings. O mesmo se pode dizer de "Sun Goes Down" (mais cadenciada), "Razzle Dazzle" e "Silver Tongue" (cujo riff lembra muito o Purple de "Perfect Strangers". De fato o Purple acertou a mão neste cd, com rocks bem vigorosos, como é o caso de "I got Your Number" (aonde Gillan despeja sua voz, mais contida, mas não menos primorosa) e o rockão pesado "Bananas" (de longe um dos destaques do cd). De fato desta vez a banda mandou muito bem.
As baladas também merecem destaque. "Haunted", apesar de fugir do padrão tradicional da banda (com excelentes backings femininos), é muito bem feita, assim como a belíssima "Never a Word", aonde Don Airey mostra que, apesar de não ser Jon Lord, saca muito bem dos teclados. Por sinal ele procura fugir do estigma de "clone", usando sim o Hammond, mas impondo sua caracterísitca em vários momentos. Algo ousado e digno de nota.
A banda continua em grande forma. Ian Gillan já não é mais o mesmo, mas ainda canta muito bem, enquanto que a cozinha de Ian Paice e Roger Glover é precisa como um relógio suíço. Um cd que vai agradar aos fãs da banda, e vai cativar uma série de novos fãs. Compre sem medo!
Line Up:
Ian Gillan – Vocais
Roger Glover – Baixo
Ian Paice – Bateria
Steve Morse – Guitarra
Don Airey – Teclado
Lançado em 2003 pela Sony Music.
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