System of a Down I: System of a Down, Toxicity e Steal This Album
Por Khalid Hanna
Fonte: Justa a Second - Medium
Postado em 08 de agosto de 2016
Marcada pelo som pesado e o tom ácido de suas letras, a banda System of a Down ganhou rosto e alma em 1992, quando Serj Tankian apertou a mão de Daron Malakian pela primeira vez. Apesar de longe dos holofotes, os dois já conviviam com o mundo da música há muito tempo. Serj vinha de uma família de músicos, enquanto que Daron tinha obsessão pela atividade desde criança, quando foi apresentado à banda Kiss pelo irmão.
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A química entre Serj e Daron foi praticamente imediata, tanto que pouco tempo depois de se conhecerem, a dupla formou uma banda chamada Soil, que também contava com Dave Hakopyan no baixo, Domingo Laranio na bateria e Shavo Odadjian como empresário. Entretanto, pouco tempo depois de sua criação o grupo se desfez com a saída de Dave e Domingo, que não viam futuro para a banda. Depois dessa separação, Shavo Odadjian substituiu Hakopyan no baixo, deixando a função de empresário para David Benveniste.
Todavia, essa não foi a única mudança na banda, Serj e Daron decidiram trocar o nome do grupo de Soil para Victims of a Down, que era o título de um poema de Daron, mas esse nome logo seria substituído por System of a Down, por sugestão de Shavo, que achava a palavra System mais impactante. Ainda nesse ano, o grupo tornou-se completo com a entrada de Andy Krachaturin na bateria.
Com todos os postos da banda preenchidos, o quarteto começava a protagonizar alguns shows em clubes e bares locais, além de gravar a sua primeira demo em 1995, que já contava com algumas composições como "P.I.G", que acabou se tornando "Mr. Jack" em "Steal This Album" e o cover de "The Metro" da banda Berlin.
Esse período de guerrilha duraria mais dois anos, nos quais a banda aproveitou para compor e construir seu nome em L.A., com base em mais algumas demos de certa repercussão e shows memoráveis em bares e clubes famosos como o Whisky a Go Go, Viper Room e The Palace. Nessas demos que circularam durante os anos de 1996 e 1997 já estavam alguns dos futuros sucessos da banda como "Suite Pee", "Sugar", "Know", "War?", dentre outros.
Ainda em 1997, uma sucessão de acontecimentos levaram a banda a seu primeiro contrato com uma gravadora. O primeiro deles foi, na verdade, uma fatalidade: o baterista Andy Krachaturin quebrou a mão e não pode participar de um show, sendo substituído por John Dolmayan. Após o segundo show da banda com John, a mesma acaba chamando a atenção do empresário Rick Rubin (produtor dos álbuns Reign Blood e Seasons in the Abyss do Slayer), que apesar de ainda não ter oferecido nada de concreto ao quarteto, manteve os olhos sobre eles. Depois desses shows iniciais, Serj, Daron e Shavo decidem por manter John no lugar de Andy em definitivo, gravando com o mesmo mais uma demo, com o propósito, desta vez, de circular apenas entre algumas gravadoras, das quais, a única que ofereceu um contrato a eles foi, justamente, a American Recordings, do próprio Rick Rubin.
Com contrato fechado e uma pilha de composições prontas para serem lançadas, eles correram para os estúdios da American Recordings, lançando em junho de 1998 o álbum homônimo à banda que, além de agradar público e crítica, explodiu comercialmente em todo o mundo, alcançando o disco de platina nos Estados Unidos e o disco de ouro no Canadá e no Reino Unido. Seus principais singles foram "Spiders" e "Sugar".
Depois do lançamento do álbum, o SOAD entrou em turnê, chegando a abrir alguns shows para o Slayer e a se apresentar em um palco secundário do Ozzyfest. Além disso, a banda foi chamada para gravar um cover de Snowblind, do Black Sabbath, que entraria como uma das faixas de Nativity In Black II, um álbum de tributo ao legendário grupo.
Nesse período, eles também realizaram um super show beneficente em homenagem as vítimas do genocídio armênio, uma vez que tal origem étnica é uma característica em comum entre os membros do grupo e que se aflora constantemente na letra de várias de suas músicas. Em particular, no single P.L.U.C.K (Politically Lying, Unholy, Cowardly Killers) o quarteto extravasa a sua revolta em relação a sucessão de massacres étnicos sofridos pelo seu povo ao longo da história.
Dentre todo o sucesso conquistado pela banda no final da década de 90, um detalhe de suas apresentações não poderia deixar de ser citado: as loucuras de Daron Malakian nos palcos! Indo desde seus contorcionismos bizarros até a guitarra de ar, improvisada por ele quando seu instrumento apresentou uma falha no meio do show.
No ano 2000, finalizado o período de turnês devido ao primeiro álbum, o SOAD volta aos estúdios para compor e gravar seu próximo disco, lançado em 4 de Setembro de 2001 com o título de Toxicity. A obra obteve um sucesso estrondoso, conduzindo em definitivo o System of a Down ao panteão do heavy-metal.
Contando com singles como "Prison Song", "Deer Dance", "Chop Suey", "Toxicity", "Psycho" e "Aerials"; o álbum é praticamente irretocável, embalado pela fúria característica do grupo tanto em seu som quanto em suas letras, que criticavam de forma extremamente contundente temas políticos sensíveis, que eram, geralmente, empurrados para debaixo do tapete, como o sistema policial falho e abusivo e a hipocrisia da Guerra ao Terror, que mesmo antes do 11 de Setembro já era usada como ferramenta de propaganda pelo governo Bush.
E falando de 11 de Setembro, uma das música mais populares do disco, "Chop Suey", esbarrou, poucos dias depois de seu lançamento em uma terrível fatalidade, na qual uma coincidência macabra conectou o sentimento do povo americano após o atentado terrorista às Torres Gêmeas com os trechos do single, que falava, basicamente, da falta de estímulo para viver e consequente desejo ao suicídio. Essa melancolia da música associada à paranoia americana elevada a níveis extremos levou o governo dos Estados Unidos a proibir que "Chop Suey" fosse tocada nas rádios, assim como outras músicas, tais quais "New York, New York" de Frank Sinastra e "Ruby Tuesday" dos Rolling Stones.
Apesar dos esforços do governo americano em coibir a sua circulação, o clipe de "Chop Suey" continuo rodando na MTV e se tornou, junto com "Toxicity" o maior sucesso do álbum.
Ainda em 2001, com a finalidade de promover o álbum recém lançado, eles entraram em uma super turnê denominada "Pledge of Allegiance" junto com grandes nomes do metal como Slipknot, Rammstein, American Head Charge e No One. No final desse período, Toxicity alcançou a incrível marca de 12 milhões de cópias vendidas no mundo.
Já em 2002, pouco mais de um ano depois de Toxicity, o System lança Steal This Album, cujo título é uma ironia com a principal motivação que levou ao lançamento precoce do sucessor de Toxicity.
Ainda no final do ano anterior, haviam vazado na internet algumas faixas inacabadas de músicas que não tinham entrado na setlist de Toxicity. Revoltados com o acontecimento, o quarteto decide finalizar essas faixas e as lançarem em um novo álbum, que, além do título, usa a capa como forma de crítica a divulgação não autorizada de músicas e outras formas de arte através da Internet.
Dentre as faixas de Steal This Album encontram-se alguns sucessos da banda, tais quais "Chic ’N’ Stu", "Mr. Jack", "I-E-A-I-A-I-O" e "Roulette". O álbum foi considerado pela crítica e pelos próprios fãs como um conjunto dos "restos" dos dois álbuns iniciais, todavia os membros da banda negam tal rótulo, sendo que o próprio Serj já chegou a dizer que as faixas de Steal This Album são tão boas quanto as dos demais discos do grupo.
Steal This Album alcançou dois milhões de cópias vendidas, o que é um número excelente, considerando o esforço de divulgação modesto do mesmo. Depois de seu lançamento, o SOAD entrou em um hiato ao longo de 2003 e 2004, possuindo como únicas atividades nesse período participações esporádicas em festivais e o andamento dos projetos pessoais de seus membros, retornando apenas em 2005 com o anúncio do lançamento de um álbum duplo: Mesmerize e Hypnotize, o que já é história para um segundo post, pois esse já ficou grande demais!
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