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Celtic Frost: Sombrio, brutal e revolucionário

Por Raul Kuk
Postado em 08 de setembro de 2007

Formado das cinzas do pioneiro Hellhammer em junho de 1984, o Celtic Frost foi uma influência tanto para o metal extremo quanto para sua vertente mais gótica, estabelecendo muitos dos elementos musicais e visuais que vieram a se tornar sinônimos de bandas como Sepultura, Pantera, Therion, Emperor, Paradise Lost, Cradle of Filth, Darkthrone, Dimmu Borgir, Kreator, Obituary, Nile e incontáveis outras. É inegável o papel que essa banda desempenhou na história da música pesada. Os temas obscuros, as composições perturbadoras, as imagens doentias que se uniam para formar um mosaico de influências e, mais de vinte anos depois, ainda são referência. A saga do Celtic Frost, seus grandes momentos, suas decepções, os instantes à beira do abismo, a reviravolta que se seguiu... Todos os elementos que formam uma grande epopéia e, graças a forças além de nossa compreensão, ainda está muito longe de acabar.

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"Nós queríamos definir nossa música com o Celtic Frost. Nós sentimos que tínhamos de fazer isso para conosco. Num nível pessoal, nós queríamos adicionar mais qualidade como músicos. Nós basicamente tínhamos começado a aprender a tocar nossos instrumentos!" - Tom Gabriel Fischer

"Se você olhar para a história do Hellhammer, há um nome que resistiu a tudo. E esse nome é Tom G Warrior. Porque ele tinha a vontade, ele tinha a determinação." - Martin Eric Ain

Thomas Gabriel Fischer foi o produto de um lar partido e de uma educação economicamente instável - uma situação rara na Suíça em que nasceu, mas a base perfeita para instilar em sua alma a ambição que o tornaria um líder. Recém-saído do segundo grau, o jovem Tom já tinha sido atraído pela Nova Onda do Heavy Metal Britânico (New Wave of British Heavy Metal), de bandas como Venom, Iron Maiden, Judas Priest, Black Sabbath, Motörhead e Raven. Tudo começou quando o vocalista e guitarrista Fischer mudou seu nome para Tom Warrior. Com Steve Warrior no baixo e Bruce Day na bateria, ele formou o lendário Hellhammer, em 1982. Naquele ano, o Venom já lançava seu segundo disco (o clássico "Black Metal"), que batizaria definitivamente todo um estilo. O som simples e furioso do Hellhammer, entretanto, daria forma a uma nova vertente do metal extremo. Pouco tempo depois, Steve Warrior seria substituído por Martin Eric Ain (também um pseudônimo) e começaria a se apresentar nas ruínas de teatros destruídos durante a Segunda Guerra Mundial e ostentando uma pesada maquiagem oriunda dos filmes de terror. Segundo Tom Warrior, foi "um milagre" os dois terem se conhecido. As idéias que os dois discutiram para sua música não eram facilmente aceitas por outros músicos na Suíça do começo dos anos 80.

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"A maioria dos caras naquela época só queria saber de trepar, beber, fumar maconha, essas coisas de quando você tem entre 13 e 18 anos", declarou Martin. "Então eu acho que, quando entrei para a banda, começamos a desenvolver esse projeto em algo coeso".

Suas performances atraíram a atenção de um pequeno séqüito internacional de seguidores, e isso muito antes da internet ou do MP3. Segundo Martin, "nós não podíamos ir a uma loja de discos e pedir algo do Iron Maiden. As pessoas perguntavam, ‘Quem?!’ E o Iron Maiden já tinha lançado dois discos, mas ninguém tinha ouvido falar deles na Suíça! Não tínhamos revistas especializadas, rádios, MTV, nada parecido com isso".

"Havia um bom número de vocalistas dando esse "grunhido da morte" (death grunts) no rock e funk music nos anos 70 - e eu acredito que até antes disso. Mas Paul DiAnno (em cerca de) 1980/81 é sem dúvida a razão pela qual nós começamos a fazer o grunhido da morte no Hellhammer. Porque isso se tornou tão popular com a gente, sendo que todas as outras bandas faziam o mesmo, eu não sei. A imprensa adorava quando o Celtic Frost fazia, e divulgou de acordo". - Tom Gabriel Fischer

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Em dois anos, a banda gravou três demos - "Death Fiend", "Triumph of Death" e "Satanic Rites". Com o apoio do underground, a banda conseguiu um contrato com a Noise Records alemã no final de 1983, que lhes garantiu a participação com duas faixas em uma coletânea de novas bandas alemãs, apropriadamente chamada "Death Metal". Lançaram seu primeiro registro, o EP "Apocalyptic Raids", em março de 1984. Esse álbum ajudou a redefinir não apenas a cena musical de seu país, como de todo o underground mundial. A voz de guerreiro nórdico de Fischer e a combinação única de um som pesado primário e, ao mesmo tempo, intrincado, tornaram o grupo um dos líderes do estilo. O massacre sonoro era flamejante, assustador. Seu impacto na evolução do heavy metal na Europa é comparável apenas ao surgimento do Metallica nos Estados Unidos.

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Em maio do mesmo ano, o Hellhammer desapareceu. Warrior e Ain definiram os rumos futuros de sua música, dando origem ao Celtic Frost.

"Nós gostamos da agressividade do Hellhammer, mas o Hellhammer era apenas aquilo, era o extremo. Nós queríamos incorporar muito mais, musicalmente, visualmente. Nós não queríamos limites, não queríamos estar presos a nenhuma das "leis" do heavy metal. Por isso deixamos o Hellhammer para trás. Nós literalmente concebemos a idéia visual de cada álbum, sobre o que as músicas seriam e tudo era insanamente detalhado. A indústria nunca tinha visto nada assim." - Tom Gabriel Fischer

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"Nós sabíamos desde o começo que seria uma entidade completamente diferente. Começamos a trabalhar o conceito desde o começo, desenvolvemos o que o Celtic Frost deveria se tornar. Nós pensamos em idéias para o nome, em conceitos para os três primeiros álbuns, os títulos - nós já sabíamos como a arte gráfica seria. Com o Hellhammer isso não acontecia, porque sentíamos que a música era separada da arte gráfica." - Martin Eric Ain

A grande questão girava em torno de quem seria o baterista do recém-formado Celtic Frost. "Quando falavam em música pesada, todos queriam emular o AC/DC, que era a maior banda do mundo naquela época. O grande barato era soar como o AC/DC, e tinha gente que conseguia, mas tinha tanta gente fazendo isso antes do advento do metal extremo que, quando ouviam a nossa música, pensavam ‘nem fodendo’! - Tom Gabriel Fischer

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"Nós precisávamos de um baterista profissional para gravar o álbum com a gente, o que era muito difícil, porque na suíça os bateristas profissionais só tocavam jazz. Eles não queriam ter nada a ver com rock and roll, muito menos com heavy metal. E o único capaz disso era Stephen Priestly, mas ele não teve coragem de entrar para a banda efetivamente, declara Martin. Um dos álbuns mais lendários do metal extremo estava para ser criado por nós, então fomos a casa desse baterista. Stephen Priestly, e lá estava seu pai, fumando cachimbo numa cadeira de balanço, dizendo ‘eu não vou deixar meu filho gravar com uma banda de Heavy Metal’. Nós tivemos que dizer: ‘Olha, o seu filho é muito talentoso, é uma oportunidade única para ele, só vai levar alguns dias’ e ele disse: ‘Ok, eu permito que ele faça esse álbum’. Foi assim que um dos mais influentes álbuns do metal extremo surgiu. E tudo que veio dele foi mágico." - Tom Gabriel Fischer

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Em outubro, o trio estava em Berlim, gravando seu primeiro álbum, "Morbid Tales", que pavimentou a posição do grupo como um dos mais promissores da Europa, graças ao seu som, sempre executado com maestria. A saída do baterista Priestly também se provou uma benção disfarçada, pois seu substituto, o americano Reed St Mark, trouxe a confiança e musicalidade que o grupo tanto buscava. Mas o Celtic Frost ainda estava para realizar sua primeira performance ao vivo. Após dar os toques finais ao EP Emperor’s Return, em abril de 1985, o grupo fez uma única apresentação de aquecimento em sua cidade natal, antes de partir para uma turnê através da Alemanha e Áustria.

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"Nós fomos para a Alemanha gravar o álbum, e o único jeito era de trem ou de carro. Os garotos na Suíça não tinham a menor idéia do que era aquilo. Tinha o muro, arame farpado, torres de vigia como em um campo de concentração, soldados armados, tanques, era pra valer, como em um filme de espionagem. Esse cenário nos marcou muito e foi muito influente em nossa música. Esse é o mundo em que crescemos. Um mundo que pode acabar em uma guerra nuclear a qualquer momento, como amanhã. Era a administração Reagan, tinha um grande clima de paranóia, e ninguém sabia, naquela época, que a guerra fria acabaria nos anos 80." - Tom Gabriel Fischer

E é Tom Warrior que continua narrando a jornada do Celtic Frost em sua estréia no estúdio:

"Quando entramos no estúdio, nós agíamos como se soubéssemos o que estávamos fazendo, e na verdade eu estava tremendo. Eu tinha que começar a gravar a guitarra e eu estava totalmente embaraçado. Claro que eu tentava não demonstrar isso, a confiança era grande, estávamos nos tornando parte de algo que amávamos: o heavy metal. A chance era maravilhosa. Escrever ‘Morbid Tales’ começou em junho de 84, eu tinha 19 para 20 anos, e a gravação foi em setembro ou outubro. Nós gravamos e masterizamos em 16 dias".

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Isso era nossa vida - prossegue Martin. Outros caras só queriam colocar a guitarra ao redor do pescoço e dizer "Eu sou Malmsteen", ou "Eu sou Ritchie Blackmore", ou quem quer que estivesse em evidência naquela época. Se você ouvir a música, se você pensar na época em que estávamos, vai ver que trabalhávamos duro. Nós gravamos Apocalyptic Raids e Morbid Tales no mesmo ano. Há um salto gigante de qualidade entre esses álbuns, em qualidade de composição, de música, produção, nós não tínhamos idéia do que estávamos fazendo em Apocalyptic Raids e trabalhamos pra caralho pra chegar aonde queríamos com Morbid Tales".

"Em dois anos nós já tinhamos um contrato, coisa que nunca imaginávamos conseguir. Por isso trabalhamos tão duro, nós sabíamos que estávamos diante de uma chance única, nós tinhamos que soar muito melhor do que o Hellhammer, nós tinhamos que atingir o conceito que bolamos, por isso praticamos como uma banda profissional, mesmo sendo apenas garotos que ninguém conhecia". - conclui Warrior.

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"Nós fomos inspirados pelos textos de Robert E. Howard, H.P. Lovecraft, Eliphas Levy, Aleister Crowley,Charles Baudelaire, Clark Ashton Smith e tudo isso acabou entrando nas letras de Morbid Tales e tudo isso nós começamos a elaborar nos primeiros dias do Hellhammer, antes do Celtic Frost, antes do Morbid Tales. Tinha tanta influência, tanta "inspiração" de fora da música naquela época. A trilha sonora do filme ‘A Profecia’ foi uma grande influência, e foi daí que tiramos algumas das idéias. E são partes de coisas que trabalhamos em nosso som, como ‘Nocturnal Fear’ que surgiram assim." - Martin Eric Ain.

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Em suas letras, Fischer e Ain descreviam civilizações sucumbindo à decadência, capturando os paralelos entre a corrosiva e sombria natureza do fim das estações do ano e o recorrente colapso dos impérios humanos, capturando as fases "outono/inverno" da cosmologia de "Declínio do Ocidente" (1918), de Oswald Spengler. O clima criado pelas músicas era uma névoa cinzenta: envolvia tanto a satânica escuridão, a sombria e pesada mortalha do luto, quanto as paisagens gélidas de sua Suíça natal, quilômetros de um horizonte montanhoso banhada por um sol frio e apático. Vendo a banda se fortalecer, Warrior decide substituir o cada vez mais desmotivado Ain pelo baixista Dominic Steiner para o segundo álbum, "To Mega Therion". Mas logo ele reconsiderou e Ain voltou após o término das gravações, no outono daquele ano. A capa do album, polêmica e perturbadora, era um trabalho original do artista suíço H.R.Giger, que conseguiu fama mundial e um Oscar pelo seu trabalho no filme "Alien".

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"Nós já tinhamos os direitos para o trabalho de H.R.Giger, para usar seu trabalho em uma das capas. Sua arte era tão intensa, tão genial, que nós queríamos fazer algo conectado com aquilo. Nós nem usamos seu trabalho no primeiro disco, nós deixamos para o segundo, porque nós precisávamos do primeiro álbum para nos estabelecermos, então usamos apenas onde daríamos mais profundidade àquilo." - Martin Eric Ain

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"Nós olhávamos para suas pinturas e esboços e nos víamos nelas. Nós queríamos fazer o mesmo com nossa música, mesmo considerando-o um gênio muito acima de nós, mas era aquilo que queríamos fazer musicalmente." - Tom Gabriel Fischer

O album expandiu a gama de composições do Celtic Frost, acrescentando instrumentação orquestrada, o que aumentou sua reputação e foi seguido pela primeira turnê norte-americana, com uma performance no World War Three Metal Festival, em Montreal. Após o lançamento do EP "Tragic Serenades" no verão de 1986, a banda embarcou para sua mais extensa tour até então - primeiro pela Europa, incluindo a primeira visita à Inglaterra, com Helloween e Grave Digger, e então à América, com Voivod e Running Wild.

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Foi durante as gravações de To Mega Therion que Warrior começou a flertar com diferentes estilos musicais (especialmente a música clássica e a eletrônica), levando alguns jornalistas a descreverem o direcionamento da banda como "avant-garde" metal. Lançado em 1987, "Into the Pandemonium" manteria esses rótulos, e geraria mais alguns, introduzindo uma colisão fora dos padrões entre a brutalidade do death metal e a música sinfônica, tornando-se um dos mais aclamados clássicos do metal extremo. Fundindo a paixão da banda por uma cena dominada por bandas como Bauhaus, Wall of Voodoo e Siouxie and the Banshees, o álbum incluía a brutalidade crua ("Inner Sanctum" e "Babylon Fell"), vocais entre o gótico e a new wave ("Mesmerized"); samplers ("One In Their Pride"); metal melodioso ("I Won't Dance"), e furiosas peças de orquestra ("Rex Irae" e "Oriental Masquerade"). Sendo o trabalho mais refinado e influente da banda, ele traçou o rumo da evolução do death metal europeu como um fenômeno underground durante toda a década seguinte. A capa contava com um detalhe de "Hell", parte da obra "Jardim das Delícias" de Hieronymus Bosch. O EP "I Won't Dance" (1986) com sua lendária capa por Isolde Ohlbaum, foi o mais importante da banda até então. O guitarrista americano Ron Marks juntou-se à banda para aprimorar o ataque sonoro do Celtic Frost ao vivo, tornando a sua subseqüente turnê britânica um sucesso.

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No ápice de seu poder, o Celtic Frost partiu para a América, disposto a tomá-la de assalto em sua maior turnê até então. Porém, os problemas começaram a se formar. Choques de personalidade com o novo guitarrista tornaram-se freqüentes e a própria turnê se viu ameaçada por dificuldades financeiras e organizacionais. Quando finalmente concluíram sua trajetória em Nova York (onde a equipe da banda se viu forçada a manter os trajes da banda como "reféns" para conseguirem receber o pagamento devido pela Noise Records), já estavam vislumbrando seu crepúsculo. Furiosos com a gravadora e completamente esgotados pelos longos meses de turnê, foi decretado o fim do Celtic Frost. A banda preferiu se desintegrar fiel ao seus ideais do que sucumbir aos desmandos da Noise.

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Seis meses se passaram até que Warrior superasse sua desilusão e fosse convencido a ressuscitar o Celtic Frost pelo guitarrista suíço Oliver Amberg. Após recrutar o baixista Curt Victor Bryant e trazer de volta um dos membros-fundadores, o baterista Stephen Priestly, a nova formação entrou no estúdio Sky Track, em Berlim, no verão de 1988 com o produtor Tony Platt para o início das sessões de gravação. O resultado não foi o muito comentado e mítico projeto Necronomicon, e sim o infame álbum "Cold Lake".

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A apatia e indiferença de Warrior pelo projeto acabaram por permitir que o lado mais comercial de Amberg e Platt prevalecesse. No que desde então é visto como uma das mais errôneas mudanças de direção artística na história do heavy metal, a dupla perverteu a ferocidade extrema do Celtic Frost, transformando-o num pop rock açucarado. Como se isso não fosse ruim o bastante, o grupo assinou a própria sentença de morte ao adotar o visual mais glam, completo com laquê no cabelo, maquiagem e roupas coloridas. A repercussão foi instantânea e devastadora: a imprensa e os fãs destroçaram a imagem da banda como "vendida", e o que deveria ser uma triunfante turnê de retorno tornou-se uma embaraçosa agonia para todos os envolvidos.

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"Como a pessoa cuja obrigação deveria ter sido estar no controle das gravações de ‘Cold Lake’, eu considero este "album" (e ele nem merece o termo) o fracasso mais significativo de minha vida. Nenhuma explicação ou opinião pessoal jamais conseguirá remover essa mancha da minha reputação e da minha consciência. Ele é - e sempre será - uma abominação, removido milhares de milhas dos álbuns que definem o Celtic Frost." - Tom Gabriel Fischer

Após o desastre, Tom Fischer (que já tinha escolhido ser chamado novamente dessa forma, por ter retirado suas qualidades de "guerreiro" do nome) começou a trabalhar o mais rápido que pôde. Assumindo novamente o controle do grupo, ele despediu Amberg e convenceu Ron Marks a voltar para a linha de frente durante as gravações do álbum que marcaria a volta às raízes. Mas foi apenas dois anos depois que a banda concluiu as sessões de gravação no estúdio Hansa, em Berlim, lançando o complexo álbum "Vanity/Nemesis" (1990). Produzido por Roli Mosimann (Faith No More, Young Gods, Marilyn Manson, Björk), contava com covers de "Heroes", de David Bowie, e "This Island Earth", de Bryan Ferry, prestando tributo às raízes da banda. Mas Marks continuava com uma personalidade tão difícil quanto antes, deixando a banda logo em seguida. Isso forçou Bryant a passer do baixo para a guitarra, abrindo as portas para o retorno de Martin Eric Ain. "Vanity/Nemesis" foi um respeitável semi-retorno para restabelecer a imagem da banda de onde "Into the Pandemonium" tinha deixado, fazendo acreditar que "Cold Lake" jamais tinha acontecido. Infelizmente, não foi o bastante para desfazer o estrago na reputação da banda. Após uma problemática turnê européia, o Celtic Frost planejou voltar à América pela primeira vez em três anos, mas quando um novo contrato com a gigante EMI (que finalmente cortou os problemáticos laços da banda com a Noise) caiu por terra devido a uma reestruturação corporativa, o Celtic Frost se viu sem direção e, ainda em choque, resolvendo que era hora de parar. Seu ultimo ato foi compilar uma série de grandes músicas, regravações e sobras de estúdio para a coletânea de 1992 "Parched with Thirst Am I and Dying" - seu bizarro título, no melhor estilo Celtic Frost, tirado de um poema romano do quarto século, encerrando o capítulo para uma das mais influentes bandas de seu tempo. Um álbum final chamado "Under Apollyon’s Sun" foi planejado, mas nunca lançado.

Fischer passou a evitar ficar em evidência pelos anos que se seguiram, antes de ressurgir no final dos anos 90 com uma nova banda chamada Apollyon Sun com seu amigo Erol Unala na guitarra. Juntos gravaram o EP "God Leaves… and Dies", e um album de estúdio intitulado "Sub". Ainda que claramente baseado na música mais sombria do Celtic Frost, Apollyon Sun era um projeto de Electro-Metal. Mas este finalmente desmoronou devido à indiferença do publico. Em 1999, uma atualização no catálogo da banda se tornou possível graças a um trabalho em cooperação com a agora significantemente transformada Noise Records. Retornando de um período de extrema reclusão e trabalhando com os membros originais do Celtic Frost pela primeira vez em muito tempo, Fischer cuidou da reconstrução, remasterização e produção dos cinco álbuns essenciais do grupo em Berlim, entre 1999 e 2000. Esses luxuosos relançamentos oficiais apresentavam arte original restaurada, capas de EPs, embalagens conceituais, fotos inéditas, notas individuais, letras completas e músicas nunca antes lançadas das sessões de gravação de cada álbum. O relançamento coincidiu com a publicação do primeiro livro de Fischer, um biografia do Celtic Frost entitulada "Are You Morbid?" (2000). O livro é um dos únicos registros em primeira mão do nascimento do metal extremo durante os anos 80 e seu impacto na indústria, e foi publicado pela editora londrina Sanctuary em 2000.

"Uma vez que não uso drogas, eu passo por longos períodos de tédio - explica Fischer. Eu sempre quis escrever um livro, eu sempre escrevi coisas. Eu comecei a fazer as pesquisas para esse livro em 1990, quando a banda ainda estava junta. As pesquisas levaram três anos, porque eu não me lembrava de todos os detalhes. Quando eu terminei a pesquisa e comecei os manuscritos, a banda estava acabada. Muita gente me pergunta sobre o Celtic Frost, porque lançamos esse album em particular ou escremos a música dessa forma, e todos os nossos problemas legais, então pareceu óbvio para mim terminar esse livro e assim responder a todas as perguntas dos fãs".

A criatividade desenterrada durante o processo de reconstituição do catálogo do Celtic Frost trouxe de volta o guerreiro a Tom Gabriel Fischer. Novamente, Fischer entrou em contato com o velho amigo Martin Eric Ain, no final de 2001, e silenciosamente planejou a ressurreição do Celtic Frost. Trabalhando reclusivamente e evitando toda intervenção criativa ou financeira externa, a dupla, juntamente com o guitarrista Unala e o experiente baterista suíço Franco Sesa (também conhecido dentro do grupo como Cruz Invertida), lentamente gravou material suficiente para um álbum de retorno. O objetivo era criar música nova, obscura e pesada. O projeto levou mais tempo do que inicialmente planejado - em parte devido a dificuldades financeiras, em parte pela natureza da banda. No final de 2004, Fischer abriu parcialmente o protegido e seguro inner sanctum do Celtic Frost para o mundo, ao relatar a produção do álbum em seu blog "Delineation". Surpreendendo a muitos, o diário revela um grupo novamente guiado pela vulnerabilidade misantrópica e obscuridade niilista, com o objetivo de superar tudo que criara anteriormente, com protagonistas ainda mais corajosos do que em trabalhos como "To Mega Therion". O esforço finalmente resultou, no final de 2005, no que Fischer e Ain descreveram como "talvez o mais sombrio disco que o Celtic Frost já gravou", baseado numa combinação da atmosfera dos álbuns "To Mega Therion" e "Into the Pandemonium". Entitulado "Monotheist", o sétimo álbum da banda foi lançado por seu próprio selo, Prowling Death Records - o mesmo que servira para lançar as demos e administrar a carreira do Hellhammer entre 1983 e 84. O álbum foi produzido pelo Celtic Frost e Peter Tägtgren (que já trabalhara com bandas como Bloodbath, Hipocrisy e Pain) e mixado por Fischer e Ain. O álbum foi licenciado mundialmente através de um acordo com a Century Media e foi lançado no dia 30 de maio de 2006.

"Nos primeiros dias ("Hellhammer" / "Celtic Frost - Morbid Tales" / "To Mega Therion"), Tom veio com todos os riffs e os arranjos básicos. A banda trabalhava a partir daí na estrutura final da música. Assim como a ideologia, as letras e imagens estão relacionadas, Tom e eu temos sido sempre iguais em nossas contribuições. Com o "Into The Pandemonium", eu assumi um papel mais ativo no processo de composição. Eu escrevi músicas inteiras sozinho, como "Mesmerized" ou "Tristesse De La Lune", e comecei a contribuir com riffs, ainda que Tom permaneça sendo o Mestre dos Riffs. Essa é a principal razão pela qual eu escrevi mais músicas voltadas para o metal gótico e me mantive longe do puro Celtic Frost-metal. Para mim, ao menos, o Celtic Frost agora soa como eu queria ouvir durante os primeiros dias." - Martin Eric Ain

"Nós passamos quarto anos trancados em salas de ensaios e estúdios e nós fizemos esse álbum, em primeiro lugar, para nós mesmos. Nós não planejamos desse jeito, não esperávamos daquele jeito, nada dessas coisas. Nós o fizemos para nós porque o Celtic Frost tem sido maltratado pela indústria da música tão massivamente e tanta coisa não foi dita pela banda. Ainda que por um longo tempo a gente não tenha pensado em trazer a banda de volta, nós sempre sentimos como se houvesse um monte de negócios inacabados." - Tom Gabriel Fischer

"Como sempre, a arte (do álbum Monotheist) foi criada junto com a música. Ela inspirou a música, e vice-versa." - Martin Eric Ain

No dia 29 do mesmo mês, o Celtic Frost embarcou na mais extensa tour de sua carreira. A Monotheist Tour, inicialmente encabeçando festivais (como o Wacken Open Air, para um público de 50000 fãs) através da Europa durante o verão de 2006, com 46 shows nos Estados Unidos e Canadá no outono daquele ano, e os primeiros shows de sua trajetória no Japão em janeiro de 2007. A primavera de 2007 marca a etapa européia da turnê e um retorno aos Estados Unidos para alcançar um novo público como convidados do Type O’Negative. Outros festivais se seguirão durante o verão de 2007. No palco, o Celtic Frost conta com um guitarrista adicional. Inicialmente, o posto foi de Anders Odden (Cadaver, Apoptygma Berzerk, Magenta) e agora por V Santura (Dark Fortress); No começo de 2007, o Celtic Frost começou a escrever material para um novo álbum, possivelmente a ser lançado em 2008.

Como eles próprios diriam, nihil verum nisi mors. Nada é real, exceto a morte.

Tom Gabriel Fischer
Vocal, guitarra, programação
Hellhammer - "Triumph of Death" (demo, 1983)
Hellhammer - "Satanic Rites" (demo, 1983)
Hellhammer - "Apocalyptic Raids" (EP, 1984)
Celtic Frost - "Morbid Tales" (album, 1984)
Celtic Frost - "Emperor's Return" (EP, 1985)
Celtic Frost - "To Mega Therion" (album, 1985)
Celtic Frost - "Tragic Serenades" (EP, 1986)
Celtic Frost - "Into the Pandemonium" (album, 1987)
Celtic Frost - "I Won't Dance" (EP, 1987)
Celtic Frost - "The Collector's Celtic Frost" (EP, 1987)
Celtic Frost - "Cold Lake" (abomination, 1988)
Celtic Frost - "Vanity/Nemesis" (album, 1990)
Celtic Frost - "Wine in my Hand" (EP, 1990)
Apollyon Sun - "God leaves and Dies" (mini-album, 1998)
Apollyon Sun - "Sub" (album, 2000)
Celtic Frost - "Monotheist" (album, 2006)

Martin Eric Ain
Baixo, vocal
Hellhammer - "Satanic Rites" (demo, 1983)
Hellhammer - "Apocalyptic Raids" (EP, 1984)
Celtic Frost - "Morbid Tales" (album, 1984)
Celtic Frost - "Emperor's Return" (EP, 1985)
Celtic Frost - "To Mega Therion" (album, re-issue edition, 1985)
Celtic Frost - "Tragic Serenades" (EP, 1986)
Celtic Frost - "Into the Pandemonium" (album, 1987)
Celtic Frost - "I Won't Dance" (EP, 1987)
Celtic Frost - "The Collector's Celtic Frost" (EP, 1987)
Celtic Frost - "Vanity/Nemesis" (album, 1990)
Celtic Frost - "Wine in my Hand" (EP, 1990)
Celtic Frost - "Monotheist" (album, 2006)

Franco Sesa
Bateria
Celtic Frost - "Monotheist" (album, 2006)

Guitarristas ao vivo:
V Santura (atual)
Anders Odden (2006 - 2007)

Antigos membros:
Erol Unala - guitarra (2001 - 2005)
Curt Victor Bryant - guitarra, baixo (1988 - 1993)
Oliver Amberg - guitarra (1988 - 1989)
Ron Marks - guitarra (1987)
Dominic Steiner - baixo (1985)
Reed St. Mark - bateria (1985 - 1988, 1992 - 1993)
Stephen Priestly - bateria (1984, 1988 - 1992)

Fontes:
Site oficial do grupo;
página oficial do grupo no MySpace;
KNAC.com;
MetalKult.com.

Fotos retiradas da página oficial do grupo no MySpace.
Créditos: Terri Mochizuki; Jozo Palkovits.

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Sobre Raul Kuk

Raul Kuk descobriu ainda muito cedo o prazer de ouvir histórias, não tardando até que se interessasse por contar as suas próprias. O metal acompanha sua vida desde o final da década de 80, servindo de trilha sonora para os incontáveis mundos que criou com sua narrativa. Fã de histórias em quadrinhos e professor de Cabalá, se expressa através de palavras, fortemente influenciadas por H.P. Lovecraft, Alan Moore e Kurt Vonnegut.
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