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Pinga com Groselha: Lançado primeiro CD, "Brega Rock"

Por Júlio Verdi
Postado em 25 de dezembro de 2015

O cenário do rock brasileiro é composto por bandas que apresentam uma diversidade deflagrante na abrangência lírica. Composições que tratam de amor, violência, religião, política, existencialismo. E algumas delas tem o humor como tônica. Velhas Virgens, Motorocker, Raimundos, Ultraje a Rigor, cada um em seu caminho musical, são exemplos de artistas que possuem em sua trajetória letras que assimilaram o humor como base. E um nome novo no cenário que aposta nessa fórmula é o Pinga com Groselha.

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Formado em São José do Rio Preto/SP, em 2011, o Pinga com Groselha tem hoje em suas fileiras Carlos Vinícius (guitarra/vocal), Daniel Leme (baixo/backings) e Ricardo Neves (bateria/backings). Neste final de 2015 a banda lançou seu primeiro CD, intitulado "Brega Rock". Analisando o disco podemos categorizá-lo em duas frentes: a parte instrumental se compõe por temas forjados hora por um rock direto e pesado (algumas puro hard rock), algumas com distorções típicas de heavy metal, outras com forte acento pop e outras ainda com algumas diversas roupagens musicais. A segunda frente diz respeito às letras. Humor é algo subjetivo, mas é nítido quando nos deparamos com essa arte feita sem exageros. Ou seja, o Pinga não se enquadra na categoria "banda engraçadinha". A despeito do título do álbum "Brega Rock", não existe similaridade instrumental entre o termo "brega" (utilizado para classificar aquela música popular-romântica, feita por nomes como Waldick Soriano, Reginaldo Rossi ou Amado Batista). Talvez a referência venha da irreverência das letras, cujas sacadas dos temas, quase a maioria, satirizam histórias sobre aventuras recheadas de sacanagem. O disco foi gravado e mixado no estúdio Fermata (de Rio Preto) e é composto de dez faixas. A "Ready to Rock" conversou com Carlos Vinícius, mentor da banda, sobre sua estréia em disco e os demais detalhes que envolvem a carreira da banda.

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"Brega Rock", o disco

Como fora elucidado anteriormente, o CD é composto por temas que flertam com várias tendências de rock. O hard rock tradicional (lembrando os grandes trabalhos de um Golpe de Estado) pode ser visto em faixas como "Visita Íntima" (com um riff contagiante, uma das melhores do trabalho, que narra a paixão por uma detenta), "Cine Privê" (com uma levada à base de paletadas, e versa sobre aquela seção de filmes eróticos que passava na TV aberta anos atrás) e "Brega Rock" (uma faixa que trata dos propósitos da própria banda) . Já outros têm uma pegada mais crua, soando como um Titãs (fase "Titanomaquia"), como "Muié das Quebrada". Já "Genilda" conta com um levante flamenco em sua execução. Outras faixas são conduzidas por um acento pop junto às linhas de guitarra (solos e viradas de bateria), como "Passar o Ferro", "Escravo de Seu Amor" (com um quê de old punk rock nas guitas) e "Pesque-Pague".

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A única faixa, digamos, séria do trabalho, é a balada "Vestígios", uma ótima composição por sinal, que no esquema violão/voz, traz um refrão daqueles que grudam na mente. E com direito a uma inserção de gaita de fole (contando com o música convidado Gustavo Hernandes) e violões extras (a cargo de Marcos Vale, do estúdio onde foi gravado o trabalho). E, ao chegar no fim do disco, o ouvinte encontra uma versão pesada para a tradicional música "Escravos de Jó", que pode gerar reações auditivas distintas, dependendo de seu estado de humor no momento.

Enfim é um trabalho que vai com certeza trazer diferentes opiniões de quem o consumir. Mas talvez resida aí seu objetivo: ser diferente, ser polêmico, fugir dos padrões de seriedade do rock nacional da atualidade.

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Um bate papo com Carlos Vinícius

1) Ready to Rock - Como se formou a Pinga com Groselha e porque a escolha deste nome?

Carlos Vinícius - Eu formei a banda com a idéia de fazer uma mistura de estilos, saindo do convencional. Chamei músicos para ensaiar e resolvi fazer versões de clássicos do "brega". A primeira música autoral composta foi "Brega Rock". Acho que o nome da banda traduz bem a proposta: o rock representado pela "pinga" e a "groselha" que revela todo o enredo brega.

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2) RR - O ato de mesclar elementos líricos do bom humor junto a estruturas padrões do rock não é tão comum na cena. Como esse padrão de composição foi concebido?

CV - Existem algumas bandas que fazem isto e têm um público fiel. Vide Ultraje a Rigor e atualmente a Pedra Letícia, que além do humor, também utiliza muito a música brega e até foi apadrinhada por Reginaldo Rossi. Queremos conquistar nosso público. Hoje há uma gama enorme de bandas para ouvir. Se diferenciar foi objetivo deste padrão.

3) RR - Como você acredita que será a aceitação do público consumidor de rock clássico?

CV - A "pegada" da banda é o rock. A primeira impressão de um consumidor de rock clássico quando se depara com a proposta da mistura de música "brega" é de estranheza. Mas testamos o repertório ao vivo e tivemos um feedback positivo. Somos rockeiros com intenção brega, mas sempre rockeiros.

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4) RR - Por ser algo diferente e até mesmo transgressor, você acredita que a música da banda pode despertar o interesse de um público fora do circuito do rock and roll?

CV - Acabamos de lançar o CD e um amigo me enviou um recado no facebook, querendo comprar 2 exemplares. Um é pra avó dele, que já é fã da banda! A música "brega" também é underground, mas tem um público bem variado. Acredito que é uma possibilidade o interesse de outros públicos.

5) RR - O CD "Brega Rock" tem uma sonoridade surpreendente. Como foi a produção (pré e pós) no Fermata?

CV - Antes de entrar no estúdio a banda já estava com algumas músicas ensaiadas. O Marcos do Vale (proprietário do Fermata e co-produtor do CD) primeiramente gravou as guias. Todos juntos tocando com o metrônomo e eu cantando. Após isto o Ricardo gravava a bateria em cima da guia e posteriormente eu gravava as guitarras, o Daniel o baixo e no final gravávamos as vozes. Era um ambiente muito favorável. Nos sentíamos em casa e não tivemos nenhum atrito entre os componentes da banda e nem com o Marcos, que também é um ótimo músico. Já tínhamos uma idéia de como queríamos os timbres dos instrumentos de cada música, mas o Marcos nos ajudou bastante com idéias. Optamos pela masterização na MCK e o resultado ficou bem satisfatório.

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6) RR - Os demais músicos também colaboraram na concepção das músicas?

CV - As composições são minhas, com exceção de "Escravos de Jó" que é domínio público e "Pesque-Pague" e "Escravo do teu amor" que são assinadas pelo compositor Preto Moreno. Mas as músicas foram evoluindo. O Daniel Leme e o Ricardo Neves foram os músicos que vestiram a camisa, a idéia da banda, e tiveram um papel importante em todas as faixas. Eles opinaram e influenciaram na estrutura final de cada música. Nada foi pro CD sem o sinal positivo de todos os integrantes.

7) RR - O disco apresenta uma variedade bem definida, misturando hard rock (faixas "Visita Íntima", "Cine Privê" e "Brega Rock"), uma levada mais pop (em "Passar o Ferro" e "Pesque Pague") e até uma aventura flamenca ("Genilda"). Até onde suas influências musicais atuaram nessa variação?

CV - Queria um disco com músicas diferentes entre si. Escuto vários estilos musicais: Rock, Blues, Jazz, Soul, Funk (original) e até música clássica. Não dominamos musicalmente todos os estilos, mas acredito que estas influências possibilitou experimentar e variar os ritmos no CD.

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8) RR - A balada "Vestígios" (ótima faixa) é a única que foge um pouco da regra do padrão humor das demais faixas. Qual o intuito de incluí-la junto aos demais temas?

CV - Vestígios era uma música de gaveta, composta, mas nunca ensaiada. Realmente passaria tranqüilo pelo set de uma banda "convencional". Tive a idéia de chamar o Gustavo Hernandez para fazer o solo com sua gaita de foles e o Marcos do Vale gravou os violões. Depois de gravada eu mostrei pro pessoal da banda, que gostou. Tá no disco pra quebrar um pouco a baderna toda...(risos).

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9) RR - Existem planos para uma divulgação do trabalho da banda em âmbito nacional?

CV - Sim. Temos uma pessoa encarregada do controle de mídias, que já organizou bem a divulgação da banda, padronizando e fazendo o link entre as redes sociais: facebook, twitter e outras mídias direcionadas na internet. Também contratamos os serviços de uma distribuidora digital especializada em música. O CD "Brega Rock" estará nos principais streamings da internet, como Spotify, Youtube, i Tunes, etc. E também terá venda física do CD no exterior através da Amazon.com

10) RR - A cena de shows de bandas autorais na cidade é algo complicado de se desenvolver, mesmo que tenha melhorado sensivelmente nos últimos meses. Como está o ritmo de shows do Pinga?

CV - No final de 2015 fizemos 3 apresentações de pré-lançamento do CD "Brega Rock": Casa Kenty, Tô em Casa Music Beer e Butreco Butiquim. Os cachês já estavam pagos pelo prêmio que ganhamos com o projeto vencedor do "Cultura para todos – Nelson Seixas", promovido pela Secretaria de Cultura de Rio Preto. Agora com o CD em mãos queremos fazer um lançamento oficial, talvez uma seqüência de shows.

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11) RR - Quais as influências musicais dos integrantes da bandas?

CV - Eu gosto de rock desde os 13 anos e ouço desde Rolling Stones até Slayer... Na música brega gosto da energia do Magal e das letras do Odair José (que não se considera um artista brega). O Brega é sinônimo de cabaré e de música tocada nesses ambientes... Também não posso esquecer a Pedra Letícia que é uma grande inspiração. Já gostava no início, como trio, e depois que fizeram uma banda completa, com um time rock, virei fã. Até fiquei amigo do guitarrista Xiquinho...Minha influência pode ser de qualquer banda ou artista, independente de estilo. A faixa "Passar o ferro", por exemplo, foi inspirada na country music. O Daniel Leme é influenciado musicalmente por Raul Seixas, Tião Carreiro, Deep Purple, ACDC, Whithesnake, Slash e Iron Maiden. O Ricardo Neves tem como influências o Deep Purple, Led Zeppelin, Rush, Santana e Jimi Hendrix.

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12) RR - Como você vê a cena rock de Rio Preto, já que você é uma pessoa muito envolvida com música (NR. Carlos é proprietário de estúdio de ensaios e de loja de instrumentos musicais)?

CV - Hoje os locais priorizam os covers. Mas não se restringe apenas a Rio Preto. A maioria das bandas da cidade fazem um repertório focado em covers para conseguirem receber cachês. Mas algumas casas já abrem espaço para as bandas expor o seu trabalho autoral e isto é ótimo.

13) RR - Quais os próximos passos do Pinga, agora com seu primeiro CD em mãos?

CV - Já tenho um roteiro que escrevi para produzir um vídeo-clipe da música "Passar o Ferro". O protagonista é um palhaço mímico que ganha a vida fazendo apresentações nas ruas da cidade. Sua esposa é controladora e megera. E toda a pressão da esposa levará o palhaço a flertar com sua vizinha. Tudo com muito humor. Queremos investir em vídeo-clipes das músicas do CD para divulgar ainda mais nosso trabalho.

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14) RR - Fique à vontade para deixar um recado a nossos leitores.

CV - Ouçam o CD "Brega Rock". Para quem quiser comprar o CD físico (Digipack luxo, com encarte e letras das músicas), está disponível na loja virtual no link abaixo.

http://garagemusical.com.br/loja/index.php?route=product/product&product_id=1963

Vejam também os clipes da Pinga com Groselha e se inscreva em nosso canal no youtube.

Para saber as novidades e contatar a banda:
https://www.facebook.com/PingaComGroselha

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Sobre Júlio Verdi

Júlio Verdi, 45 anos, consome rock desde 1981. Já manteve coluna de rock em jornal até 1996, com diversas entrevistas e resenhas. Mantém blogs sobre rock (Ready to Rock e Rock Opinion) e colabora com alguns sites. Em 2013 lançou o livro ¨A HISTÓRIA DO ROCK DE RIO PRETO¨, capa dura, 856 páginas, trazendo 50 de história do estilo na cidade de São José do Rio Preto/SP, com centenas de fotos, mais de 250 bandas, estúdios, bares, lojas, festivais e muitos outros eventos. Curte rock de todas as tendências, em especial heavy metal e thrash metal.
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