Rita Lee: cantora está acima do bem e do mal?
Por Daniel Junior
Fonte: Aliterasom
Postado em 06 de fevereiro de 2012
Passou batido da opinião pública a pequena palhaçada que a cantora (e parece acima do bem e do mal) Rita Lee, 64, que desrespeitou um grupo de policiais, naquela que foi a sua despedida dos palcos, no estado de Sergipe. O que era para ser uma celebração dos seus tantos anos de carreira, diga-se, uma carreira que se nos últimos anos teve pouquíssimos frutos, não se pode negar a importância para o rock brasileiro, pela sua sonoridade e especialmente, por sua atitude.
… Mas a "rainha do rock nacional" passou um pouco dos limites. Se houve exagero (e não há porque defender o que não vi) por parte do policiamento responsável pelo evento, não há o que se pagar mal com mal. Xingar policiais, no palco, poderia ter gerado uma onda de violência, sem precedentes, que causaria um estrago maior ao Festival Verão Sergipe, em Barra dos Coqueiros. O povo nordestino já é tão carente de eventos com artistas da região Rio-São Paulo, não merecia ficar marcado por uma organização que acabasse com sangue, vergonha e lágrimas. A artista foi detida após o show e prestou esclarecimentos na delegacia e em seguida liberada.
Volto a dizer: não questiono aqui o que não vi, se o serviço policial foi digno ou desrespeitou (mais uma vez) o contribuinte que banca seu salário e que tem direito de ser ao menos tratado com dignidade. No entanto, não justifica uma artista do alto dos seus mais 60 anos chamar guarda de "filha da puta" e dizer que lhe passem a seda pois ela também vai fumar umzinho no palco para ser presa.
Rita é defensora árdua dos animais e sua luta contra rodeios, vaquejadas ou qualquer tipo de evento que motive matança ou distrato a qualquer bichano. Não entendo porque no Brasil algumas pessoas acham algumas coisas legítimas e outras não, tudo vai depender do tipo de interesse que ela possa desenvolver? Ela acha que é menos errado xingar a mãe do policial do que matar uma vaca, um boi? Nem entro no mérito da defesa dos animais, extremamente positiva e de uma frieza incrível, mas uma coisa não elimina a outra.
Se a atitude foi totalmente "rock and roll", como cidadã prestou um enorme desserviço. "Mas você não viu o que os policiais estavam fazendo com os maconheiros lá embaixo?". Não sou testemunha, mas tenho certeza de uma coisa: se existiam outras testemunhas do que possivelmente eles teriam feito, esses que tomassem providências. Ninguém exerce sua cidadania da maneira devida e acabam perdendo a razão justamente pela forma como entendem (quando entendem) a legislação, seus direitos e todas as suas incoerências.
Repito aos desavisados: não sou a favor de qualquer tipo de violência, seja ela fardada ou não. Especialmente se os direitos do indivíduo estão sendo esfacelados publicamente. O que não justifica uma babaquice. Imagina o que poderia acontecer se todo mundo ali se imbuísse de ir contra 1/2 dúzia de maus profissionais e o show virasse um palco de guerra? A gente só lamenta depois…
Meus parábens ao público presente que, participou do momento e não tomou as dores (do jeito errado), não dando mal exemplo para o resto do país. Se fosse no Rio, São Paulo ou Minas Gerais, não sei se seríamos tão pacientes.
Espero de pessoas mais velhas, experiência, sabedoria e tambem sangue frio. Ninguém que envelhece, ainda mais sendo casca grossa, tendo visto tudo que é tipo de injustiça neste país, pode se entregar ao nervosismo e ao calor do momento (conforme foi alegado pela cantora) mas continuar dando um melhor exemplo, por mais que tem gente que acha que hoje, o melhor é o pior.
Talvez tenha havido um grande indulto. Será que se fosse o Max Cavalera, cantando Polícia (Titãs) não estaria até hoje preso, dependendo de maiores explicações? Vai saber.
twitter: @aliterasom
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