Jota Quest: cartaz censurado por nudez ou apologia de bebida?
Por Marcelo Araújo
Fonte: Ogro Do Metal
Postado em 10 de novembro de 2013
Confesso que nessa vida nada mais me espanta. Não sei se estou ficando velho e desinteressando das coisas ou realmente as pessoas estão ficando chatas e se preocupando com coisas cada vez mais sem propósito de ser.
A banda Jota Quest fará duas apresentações no Bar Opinião (Porto Alegre), nos dias 20 e 21 de novembro, e ao espalhar os cartazes de divulgação do show em 20 táxis-lotação, foi surpreendida com a censura imposta pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) por associação entre álcool e direção. Depois da confusão, os cartazes foram retirados e substituídos por um outro, sem a mulher nua que aparecia em uma taça. Detalhe: essa imagem nada mais é do que a capa do seu último álbum "Funky Funky Boom Boom", lançado no dia 5 de novembro.
A pergunta que eu faço é a seguinte: será que essa capa realmente representa algum perigo para a sociedade? Não terá sido um exagero por parte do Órgão? A EPTC diz que a notificação foi emitida porque os técnicos do órgão responsável por analisar as campanhas publicitárias em ônibus e lotações entenderam que ela estava em desacordo com a legislação, que não permite nenhum tipo de propaganda de bebidas, cigarros, divulgação política ou religiosa nos veículos, entre outras.
Associar essa capa com bebida deve ter sido a desculpa mais fácil para não ter que responder pelo óbvio: a censura se fez pela nudez (vamos ver quem será o primeiro nos comentários a fazer piadinha sobre a opção sexual dos sulistas).
Segundo a assessoria de imprensa do Jota Quest, a ilustração que estampa a capa desse álbum, é de autoria do pintor americano Mel Ramos, considerado um dos ícones da pop art. Outros trabalhos dele já foram usados em capas de discos de grupos como Red Hot Chili Peppers e Rage Against the Machine.
Isso me fez lembrar de outro caso recente, ocorrido em junho desse ano, com a capa do álbum "Be", da nova banda de Liam Gallagher (Oasis), Beady Eye, que foi censurada no Reino Unido. A arte trazia a esposa do conceituado fotógrafo Harry Peccinotti, famoso pelos trabalhos nos calendários Pirelli, com uma parte do seio à mostra.
Vale lembrar que o álbum estreou na segunda posição dos mais vendidos na Inglaterra, em sua primeira semana de vendas.
Tanto alarde por causa de um peitinho? Ou será que sou eu o pervertido da história? Se for essa a resposta, peço aos meus caros leitores que me perdoem, pois moro em uma cidade onde estou acostumado a ver meninas de 10 anos de idade fazendo quadradinho de 8 em qualquer lugar.
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