Eduardo Baldo: "Acho que cumpri minha missão com o Hibria. "
Por Geraldo Andrade
Fonte: Eduardo Baldo
Postado em 29 de dezembro de 2018
Ele ficou conhecido como o baterista do HIBRIA, um dos maiores nomes do metal brasileiro.
Hoje vive em Los Angeles, nos EUA, e provavelmente vive um dos melhores momentos de sua carreira, confira a conversa que tivemos com EDUARDO BALDO.
Em primeiro lugar muito obrigado por ter aceito o convite para entrevista.
Baldo: Eu que agradeço! Sempre um prazer bater esse papo contigo.
Você ficou conhecido como o baterista de um dos maiores nomes do metal brasileiro, o HIBRIA. Como foi essa tua passagem pela banda?
Baldo: Nunca assisti a um show do HIBRIA. Minha primeira experiência com eles foi em um ensaio. Na época, o SAVIO SORDI era baterista da FIGHTERLORD, banda do RICARDO VIEIRA e RENATO OSORIO. E eu estava trabalhando como drum tech dele. Por causa disso, ele me chamou para seguir esse trabalho com o HIBRIA. Isso foi em 2001. Desde então, virei fã da banda. A música era muito boa e o show era diferenciado. Muita energia. Ter sido chamado para assumir o posto de baterista em 2005 foi um dos melhores momentos da minha vida, sem dúvidas. Tudo o que vivi desde então, graças a música, não tem preço.
Essa pergunta não pode faltar, porque você saiu da banda? Que aparentemente estava vivendo um grande momento?
Baldo: Atingimos um platô. Uma barreira, virtualmente, intransponível. Nos reunimos no início de 2016 para discutirmos quais os próximos passos. Achamos que era o momento de cada um seguir os próprios passos. Meu motivo foi a busca por novas oportunidades. E eu tinha na cabeça, já havia tempo, vir para Los Angeles. Sempre ouvi que as oportunidades relacionadas à musica, aqui, eram enormes.
Antes do anúncio oficial da sua saída, junto de outros membros, você já estava afastado da banda, vivendo nos EUA. Essa decisão já tinha sido tomada bem antes do anúncio oficial?
Baldo: Já havia sido tomada. Mas como estávamos para lançar o álbum "Moving Ground", achamos melhor esperar para dar a notícia.
Você tem contato com seus ex-companheiros de banda?
Baldo: Sem dúvidas. Apesar das diferenças e divergências, foram 12 anos vivenciando fortes emoções juntos. As boas e as ruins. Isso inclui todos os membros desde "The Skull Collectors".
Depois da sua saída da banda, você chegou a trabalhar com o guitarrista RENATO OSORIO. Fale um pouco desses trabalhos com esse grande guitarrista brasileiro?
Baldo: Para começo de conversa, não fosse pelo RENATÃO (@renatoosorioofficial), eu não seria baterista. Ele que me ensinou a tocar bateria, em 2001. Mas vou deixar para ele contar essa história outra hora. Nós gostamos das mesmas coisas quando se trata de música. Sempre falamos de gravar uma música instrumental e de chamar o BENHUR LIMA para participar. Eis que ele veio com a "Shut Up", que a galera pode conferir no Spotify e YouTube. Sem falar no trabalho da FIGHTERLORD, projeto do RICARDO VIEIRA (@rrricarrrdo), que estava engavetado desde 2014. E pode ter certeza que virão mais coisas! Fiquem ligados.
Será que algum dia o Baldo vai voltar ao Hibria?
Baldo: Acho que cumpri minha missão com o HIBRIA. A partir do momento que tu sentes que não há mais como contribuir para um projeto, o melhor caminho é seguir seu próprio.
Como você vê o atual momento do Hibria? A reformulação que está acontecendo, você acompanha?
Baldo: Tenho acompanhado as notícias por aqui. O ABEL CAMARGO escolheu tocar o projeto e está bastante empenhado para reformular o HIBRIA. Torço para que ele ache as pessoas certas, que irão honrar tudo que a banda conquistou até aqui. Não basta só dominar o instrumento. Seja quem for entrar nessa canoa, é bom estar preparado para remar.
Hoje o Eduardo está em Los Angeles, conte para nós como você foi parar nos EUA?
Baldo: Eu sonho em morar em Los Angeles desde piá. Tem algo aqui que me atrai. E não me decepcionei. Sol todos os dias, faz pouco frio, perto da praia, perto de montanha. Fora tudo isso, tem música acontecendo todos os dias. Vim para cá com a ideia de trabalhar com música e é o que está acontecendo. Quem me ajudou no início, para de fato tomar a decisão, foi o LUIS KALIL. Ele já estava estudando no Musicians Institute e explicou como eram as coisas por lá. Isso tudo aconteceu em um período de 2 meses, entre o que rolou com o HIBRIA e eu entrar no avião. Foi bem doido.
Vários músicos estão indo para os EUA, você, DIO BRITTO, LUÍS KALIL, FRANCIS CASSOL, e tantos outros. Você saberia dizer o porquê dessa "debandada"?
Baldo: Acho que cada um de nós está aqui pelo mesmo motivo: Trabalhar com música e tentar uma vida melhor. Infelizmente, nosso querido Brasil está passando por um momento muito difícil, que interfere de maneira brutal na vida das pessoas. Está muito difícil para a galera aí pagar as contas e ter grana para ir à shows ou aprender a tocar um instrumento, por exemplo. E isso afeta diretamente nossa profissão. E aqui, se tu fazes um bom trabalho, te relaciona bem e sabe falar o idioma, pode ter certeza que tu vais prosperar.
Quais projetos/bandas que você participa hoje em dia?
Baldo: Eu estou trabalhando como "session drummer" em um estúdio chamado RiotVan, em North Hollywood. Esse estúdio pertence ao meu camarada Omer Avni (@omeravniproducer), que é um guitarrista/produtor talentosíssimo. O cara já trabalhou com MARY J BLIGE, TAYLOR SWIFT, JASON DERULO, ALIEN ANT FARM, DRUGSTORE FANATICS e mais uma porrada de gente. E nesse estúdio, eu gravo com diferentes artistas todos os dias, praticamente. Omer e eu acompanhamos alguns artistas como ELY JAFFE (@ely_jaffe), que é um cantor/guitarrista de country rock e JESAIAH BAER, que foi umas das finalistas do American Idol. Bem variado o repertório. Também estamos produzindo uma banda chamada RED DEVIL VORTEX (@reddevilvortex), um power trio de Curitiba que mora aqui. Inclusive, aconselho todo mundo a pesquisar essa banda. Galera talentosíssima e muito gente boa. Tenho certeza que tu, GG, vai adorar. Fora isso, estou tocando com uma banda chamada BLAZE THE THUNDER (@thisisblazethethunder), que é uma mistura de IRON MAIDEN, MOTORHEAD e RAMONES. Vamos gravar um disco novo em fevereiro, provavelmente, e acompanho o orgulho nacional LUIS KALIL (@luiskalil_), que está no Brasil, em sua tour de clínicas. Assim que ele voltar, começaremos a trabalhar em novas músicas. Fiquem ligados no meu Instagram (@baldo.eduardo) para acompanhar isso tudo.
Um grande momento teu, talvez o ápice da tua carreira, aí nos EUA, foi tocar com a lenda Glenn Hughes, já caiu a ficha? Como foi tocar com esse "dinossauro" do rock?
Baldo: Quem me conhece sabe o quanto sou fã do GLENN há muito tempo. Sonhava tocar com ele há anos. O cara é uma máquina. 67anos e arrebentado tudo no palco. Fora o fato de tocar só clássicos do DEEP PURPLE Mk.3 e Mk.4. Foi, sem dúvidas, uma experiência única.
Como o Glenn Hughes chegou até você?
Baldo: Quem me ajudou com isso foi o VANDER CASELLI, que trabalhou com o Hibria em diversas ocasiões como operador de som. Lembro que estávamos na van, por 2013 ou 2014, não me recordo, indo para um show, e ele recebeu um e-mail dizendo que iria trabalhar com um "tal"de GLENN HUGHES. Só olhei para ele e disse: tu ainda vais me colocar de batera dele. E aconteceu. Legal, né?
Isso que aconteceu é resultado de todo teu trabalho e talento. Depois de tudo isso, onde o Eduardo Baldo pretende chegar na carreira?
Baldo: Acho que está tudo acontecendo no tempo certo. Não tenho nenhum plano específico, exceto continuar fazendo música. Acredito que o segredo do sucesso é manter boas relações, tocar direito, acreditar no que tu fazes e perseverar. Tendo isso em mente, é só uma questão de tempo para as pessoas ficarem sabendo de ti. Estou tranquilo, aguardando a próxima surpresa!
Quando não está no palco ou em estúdio, como é a vida do Baldo nos EUA?
Baldo: Rudimentos, música, bicicleta, cozinha e Play4. Bem simples.
Do que você sente saudades do Brasil, mais precisamente de Porto Alegre e do Rio Grande?
Baldo: Graças à tecnologia, consigo manter contato com todas as minhas pessoas queridas. Dá para administrar bem a saudade da galera. Fora isso, sinto falta de dar aulas nas escolas ISB Music (@escolaisbmusica) e Toque Musical (toque_musical_), de tomar meu chope no Benedito Santo Chopp (@beneditosantochopp) e comer churrasco na Giovanaz.
O que o Baldo anda escutando hoje em dia?
Baldo: De peso, tenho ouvido os guris do RED DEVIL VORTEX, RISING STATE (risingstate), do querido LUIS MARIO, lá de Bagé, da qual tive a honra de gravar as baterias, Clutch e velharia, na maioria. Acabo passando muito tempo envolvido com o repertório que trabalho no estúdio e não sobra muito tempo para sentar e ouvir música, coisa que gosto demais.
Você é endorse de quais marcas?
Baldo: Sigo firme com as baterias Tama (@officialtamadrums), baquetas C. Ibañez (@baquetascibanez), tênis Urbann Boards (@urbannboards) e Harman do Brasil.
Que conselho você daria para a geração de bateristas que está começando agora?
Baldo: Ouçam mais música, façam aula, estudem rudimentos, estudem com metrônomo e aprendam a ler música.
[an error occurred while processing this directive]Um recado final para os fãs e leitores do site...
Baldo: Galera querida que acompanha esse trabalho sensacional do GG e do Whiplash: Muitíssimo obrigado! Espero ver todos num futuro não distante, em shows e clínicas que pretendo fazer por aí! E, por favor, com todo o respeito, levantem o rabo e vão para a rua assistir shows!
Beijo a todos!
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