Andreas Kisser revela desinteresse em ser guitar hero e comenta falta de solos em "Roots"
Por Gustavo Maiato
Postado em 08 de abril de 2023
Andreas Kisser é um dos grandes guitarristas brasileiros e certamente é um dos que mais fazem sucesso no exterior. Quem ouve os discos do Sepultura, entretanto, percebe que seu estilo não obedece ao virtuosismo de nomes como Steve Vai e Joe Satriani.
Em entrevista concedida a Jean Dolabella, no podcast "Prática na Prática", Andreas Kisser comentou sobre esse aspecto da sua musicalidade e comentou a falta de solos de guitarra no clássico álbum "Roots".
"Achei minha voz e isso que caracterizou muito o som do Sepultura por causa da percussão. Naquela época do ‘Arise’ viajando o mundo, queríamos trazer coisas de percussão. Peguei tamborim, cuíca etc. Eu estava muito cansado de arpejos e Yngwie Malmsteen. Todos foram para esse caminho. Nada contra. Eles são mestres, mas não preciso fazer isso para ser um guitarrista que as outras pessoas acham que eu tenho que ser. Através de ritmos percussivos, comecei a buscar alternativas para solos. ‘Propaganda’ é dissonante. Comecei a usar dissonância com ritmos percussivos. Não tem escala e arpejo. No ‘Roots’ isso explodiu. Não tem muito solo ali. É trabalhar mais para a música ao invés de querer aparecer. Não me incomodava não ser o guitar hero e sim ter que ser isso. Não era um objetivo. Não queria fazer arpejo e foda-se [risos]. Hoje, temos alguns que fazem isso ainda, como Joe Satriani e Steve Vai. Na época, veio o grunge logo depois e foi uma influência muito grande para mim".
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