Ex-empresário do Guns N' Roses conta como Michael Jackson separou Slash e Axl Rose
Por André Garcia
Postado em 23 de maio de 2025
Ao longo de toda a década de 80 Michael Jackson foi o maior popstar da face da Terra. No começo dos anos 90 ele ainda era quase que uma divindade, ao passo que no rock o maior nome do mundo era o Guns N' Roses.
Ambos pareciam água e óleo até que eles foram misturados quando Slash, que já vinha fazendo trampos como músico contratado, em 1991 aceitou um convite para tocar com o Rei do Pop em seu álbum "Dangerous" (que seria desbancado do topo das paradas da Billboard por "Nevermind", do Nirvana).
Conforme publicado pela Ultimate-Guitar o empresário do Guns na época, Doug Goldstein, relembrou que "todo mundo na indústria sabe que Eddie Van Halen recebeu 1 milhão de dólares para tocar em 'Beat It'". Só que aquela escolha de Slash matou a relação que tinha com ele o vocalista Axl Rose.
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Segundo Doug o diálogo dele com o guitarrista aconteceu como abaixo:
Doug: Pelo menos me deixa negociar esse acordo.
Slash: Não, já tá tudo negociado.
D: Como assim? Você não vai me deixar fazer meu trabalho? Olha, eu preciso ir até o Axl com algum argumento para justificar por que você está se metendo com um pedófilo.
S: Já foi tudo negociado.
D: Pelo menos me dá alguma munição pra conversar com o Axl e dizer, tipo, "Pelo menos ele está ganhando tanto para isso".
S: Ele vai me dar uma TV de tela grande.
D: Oi?!
S: É, uma daquelas TVs de 72 polegadas!
D: Então é isso que eu tenho que ir dizer para Axl? Que você vai tocar com um pedófilo logo depois dele se abrir emocionalmente [na mídia que já foi molestado quando era criança]… e que ainda por cima vai ser em troca de uma TV de tela grande?!
S: É…
"Aquilo foi o começo do fim para o Guns N' Roses", lembrou Goldstein. "Foi o que selou o destino da banda. Axl nunca mais olhou para Slash como um irmão. […] Ele achava que [seus colegas de banda] entendiam o quanto a vida dele tinha sido destruída [pelo abuso que ele sofreu quando era pequeno]."
"Aquelas acusações de pedofilia contra Michael Jackson só saíram na mídia alguns anos depois daquilo, só que a gente que era da indústria musical já sabia. Tenho um amigo […] que conheço desde os 18 anos e que literalmente gerenciava a casa de Michael Jackson em Neverland. A gente já sabia o que rolava lá."
A televisão de 72 polegadas acabou saindo barato para Slash, que não curtiu muito trabalhar com Michael Jackson. Em entrevista de 1991 para a revista Musician ele declarou:
"Gravar com Michael Jackson foi, ao mesmo tempo, o processo mais estéril e mais criativo do qual já participei. Tudo é montado a partir de amostras: você usa a mesma batida de bateria e os mesmos acordes, e depois vai adicionando elementos pra dar uma cara diferente […]. Michael aluga o estúdio por, tipo, 10 anos; e aparece lá uma vez por mês."
Ainda bem que Slash não participou das gravações do "Chinese Democracy" (cuja produção se arrastou por 10 anos literalmente!).
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