Steve Vai comenta 8 músicas que mudaram sua vida
Por André Garcia
Postado em 02 de julho de 2023
A música de Steve Vai já mudou a vida de muitos guitarristas, mas, como nenhum homem é uma ilha, ele também já teve a vida mudada por muitas músicas — e comentou uma lista de oito delas.
O guitar hero recentemente voltou ao Brasil para se apresentar no Best of Blues and Rock, e trouxe consigo a Hydra — sua insana guitarra de três braços. Dois anos antes, em julho de 2021, ele listou e comentou para a Classic Rock oito músicas que marcaram sua vida.
Leonard Bernstein - The Rumble
"Eu tinha sete ou oito anos quando ouvi pela primeira vez, e ela me cativou totalmente. O enredo do filme é tão poderoso, dramático e cheio de teatralidade, que quando ouvi a trilha sonora, eu sabia que queria ser compositor. 'The Rumble' é uma música realmente cheia de energia, e que se move tão livremente — ela não está presa a nenhuma base rítmica ou estrutura melódica em particular, o que achei inspirador. Meus pais ouviam Tom Jones, Engelbert Humperdinck, música italiana de acordeão, discos de comédia, o que quer que fosse. O que era bom."
Sly And The Family Stone - Dance To The Music
"Este foi o próximo disco que teve um grande impacto em mim. Meu irmão mais velho o trouxe para casa, e eu amei a energia, a melodia e a batida… parecia uma festa! Ouvi esse disco até não poder mais. E quando ouvi 'Dance To The Music' ao vivo no festival Woodstock [...], amei ainda mais. Aquela foi minha introdução à captura da emoção e da energia da música ao vivo."
Elton John - Burn Down The Mission
"Esse álbum ['Tumbleweed Connection'] teve um impacto incrível sobre mim. Quando eu era pequeno, passei por uma experiência bem traumática, onde eu e dois garotos estávamos brincando num trilho de trem. Um deles botou um pedaço de metal no trilho para esquentar, e se queimou gravemente. Eu fiquei num estado de ansiedade e choque na época, e então eu descobri o 'Tumbleweed Connection', e imergi totalmente nele. Aquilo me ajudou a superar um dos períodos mais psicologicamente complicados de minha vida."
Led Zeppelin - Heartbreaker
"Ouvir o 'Led Zeppelin II' da minha irmã Pam foi o momento decisivo em meu desejo de tocar guitarra. Aquele disco era tudo para mim. Eu pensava na guitarra como algo intocável, belo, que eu não era nem digno de segurar, mas assim que ouvi o solo de 'Heartbreaker', algo mudou em mim. Eu pensei 'Não quero saber das minhas inseguranças, eu vou tocar guitarra'. Comprei uma Teisco Del Rey de um amigo por 5 dólares e comecei a aprender. Tudo que Jimmy Page representava era tudo o que eu queria ser."
Queen - Ogre Battle
"'Ogre Battle' é pesada da forma mais sublime. Tinha um garoto chamado John que morava a poucas casas da minha, e me apresentou ao Queen num ponto onde eu achava que Led Zeppelin era a única coisa que existia. Depois que ouvi 'Queen II', Brian May virou um deus para mim, e eu estudava tudo que ele fazia. [...] O que o Queen fez jamais poderá ser replicado, porque juntos aqueles quatro músicos eram uma força única da natureza."
Frank Zappa - Inca Roads
"[O álbum] 'One Size Fits All' foi mais uma mudança de paradigma para mim. [A música] 'Inca Roads' foi o pedaço do paraíso mais fabuloso que já ouvi, tinha tudo que eu sempre buscava em uma música. O solo de guitarra é um dos maiores de todos os tempos. Tocar com o Frank [Zappa] era algo que estava além de um sonho, para mim. Quando eu tinha 16 anos, por acaso, encontrei o número do telefone dele e comecei a ligar. [Foi só quando] eu tinha 18 anos que ele finalmente atendeu; e, para minha sorte, estava de bom humor! Ele tem um catálogo tão vasto e cheio de música brilhante: toda vez que lançava um novo disco, se tornava parte do meu DNA musical."
Igor Stravinsky - The Rite Of Spring
"Stravinsky compôs muita música por anos que soava bem convencional, mas quando ele compôs 'The Firebird', 'Petroushka' e 'The Rite Of Spring', foi como se tivesse tomado ácido! O que ele escreveu foi revolucionário no panteão da composição contemporânea. Aquilo foi tão radicalmente diferente, quebrou cada regra convencional da música clássica romântica, e foi uma sensação. Quando ouço 'The Rite Of Spring', ouço uma liberdade brutal. Até hoje não há o que se compare àquilo."
Tom Waits - House Where Nobody Lives
"Tom Waits é meu artista vivo favorito. Quando descobri sua música, eu fiquei de cara. E o primeiro disco dele que ouvi foi 'Mule Variations'. Quando eu tocava com David Lee Roth, ele era um grande fã de Tom Waits, era o único artista que eu o ouvia falar com admiração. Para ser sincero, eu não conhecia a música de Tom na época. [...] Finalmente, um amigo meu (em total esnobe musical) me recomendou o 'Mule Variations' e percebi se tratar de um artista completamente diferente! Foi o começo do meu amor por Tom Waits. Essa música é tão profunda e rica, é pura arte!"
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