Taurus: forte, ativo e preparando DVD/CD ao vivo
Por Júlio Verdi
Fonte: Ready to Rock
Postado em 27 de julho de 2015
Para quem acompanha a trajetória do heavy metal em nosso país, é chover no molhado ressaltar a importância no nome Taurus nesse cenário. A banda carioca, que lançou em 1986 o clássico "Signo de Taurus", continua viva e forte em seus propósitos. Após um breve intervalo a banda retomou a carreira lançando o impactante "Fissura", em 2010 e, entre a rotina de shows, prepara mais alguns lançamentos, dentre eles um novo álbum de estúdio. O Ready to Rock conversou com o baterista e fundador Sérgio Bezz sobre o passado da banda e seus projetos atuais. Completam hoje esse monstro sagrado do thrash nacional, seu irmão Cláudio Bezz (guitarras), Otávio Augusto (Voz) e Felipe Melo (Baixo).
Ready to Rock - A primeira pergunta não poderia ser outra. Como está a situação da carreira do Taurus nos dias de hoje?
Sérgio Bezz - Estamos ativos! Fazemos poucos shows, mas cada um se transforma em uma celebração, trazendo muitos fãs de muitos anos, e novos também. Nosso último lançamento foi a participação no "Super Peso Brasil", um projeto que reuniu bandas que fizeram parte da história do metal brasileiro dos anos 80, cantando em português. Esse projeto se tornou um DVD e CD. Estamos preparando um novo de inéditas, talvez para o próximo ano.
RR- O disco "Signo de Taurus" (1986) é considerado um dos maiores do heavy metal do Brasil. Como você, de dentro da banda, vê hoje esse disco?
SB - Com muito orgulho, sem dúvida. Foi um momento muito bom. Éramos bem novos, e tínhamos um espírito mais desbravador. Tivemos esse resultado, de uma qualidade, acho eu, até hoje interessante. A cada vez que ao vivo tocamos as músicas, o sangue corre. Participei de algumas composições dele, e é ótimo ver bandas iniciando suas carreiras e fazendo covers desse álbum. Acredito que já escutei gravações de todas as músicas dele.
RR - A partir do "Trapped in Lies", a banda evoluiu num direcionamento mais técnico e de produção. Aquele disco poderia ser o "Schizophrenia" do Taurus?
SB - É difícil essa comparação. Nunca pensei nisso. Há um sentido de evolução musical do primeiro para o segundo álbum, isso é notório. O "Trapped in Lies" é um álbum importante pra gente, sem dúvida houve essa evolução. As composições tomaram um curso mais elaborado que o "Signo de Taurus". Trazendo elementos mais harmônicos. Soma-se a mudança do vocal, o que nos trouxe outras referências pra gente.
RR - Pegando carona da questão anterior, o que faltou para que o Taurus estourasse assim como fez o Sepultura?
SB - Foram muitas conjunções que fizeram a abertura deles para o mundo. Naquele tempo, o Sepultura tinha uma potência e uma decisão incrível em levar aquilo como suas vidas, eles eram aquilo, e os admiramos por isso. Tomaram as decisões certas pra isso. Em nosso caso, nossas relações no meio não viabilizaram isso.
RR - O Rio de Janeiro foi sempre um forte produtor da cena HM no país, com nomes como Dorsal Atlântica, Azul Limão, Taurus, Metralion, dentre outras. Você acompanha a cena carioca nos dias de hoje?
SB - Acompanho, um pouco à distância. Mas mantenho principalmente a atenção pra as bandas que persistem, aquelas que vejo uma verdade no que fazem, sem ficar somente interessados na imagem, e nos negócios.
RR - Uma pergunta que sempre faço ao pessoal que praticamente começou a epopeia do metal no Brasil. Como você vê o momento atual do estilo em nosso país?
SB - Atualmente o movimento cresceu muito. Com isso mais bandas conseguiram consolidar suas carreiras, no Brasil e fora do país. Agora é comum vermos várias bandas brasileiras fazendo tours pela Europa, o que nos anos 80 não existia. Há um profissionalismo maior, inclusive de agências organizadoras dessas tours fora do país. Um mercado evidente no Brasil se fez com o metal, movimentando muito dinheiro, mas ainda há uma fatia em potencial mal explorada, vinda do underground dependendo de profissionalização de alguns segmentos, de produção de shows, e comunicação, é minha opinião.
RR - Não querendo ser saudosista, mas sendo, nos anos 1980 existiam muitas dificuldades pra se ter banda. Equipamentos, shows, gravações. Mas a sensação era que ocorria com mais intensidade e constância. Pensando no hoje, com a facilidade da tecnologia, o acesso fácil às informações, como você vê os pontos positivos se comparado ao underground de três décadas atrás?
SB - Sem dúvida, agora é muito mais fácil pra uma banda gravar, e divulgar seu som. Antes, era preciso dar um passo de gigante, e poucos conseguiam. Ao mesmo tempo, a qualidade real dos músicos é muito camuflada com a tecnologia, algo que nos anos 80 não tinha jeito, se o cara tocasse mal, na gravação isso ia aparecer. Acho que a maquiagem dos anos 80 passou para as gravações.
RR - Qual o melhor e pior momento da trajetória do Taurus nesses últimos 30 anos?
SB - Muitos bons, shows memoráveis. Para citar um, em nosso retorno, depois de muitos anos parados, voltamos abrindo para o Testament no Canecão, foi marcante pra gente. Os shows atualmente são muito bons, e o público as bandas nos respeitam onde estivemos até aqui, isso não tem preço. Quanto ao pior momento, acho que foi não termos feito a abertura para o Metallica na primeira vinda deles ao Brasil (N.E. em 1989). Estava tudo em cima, com set list pronto, e não rolou, foi bem ruim.
RR - Em 2010 a banda voltou com um novo álbum de estúdio, "Fissura", retomando as composições em português. Porque essa escolha de idioma?
SB - Com os shows do retorno, constatamos a força das músicas do "Signo de Taurus", com as letras em português. O público vinha com a gente nas músicas de uma maneira incrível. Decidimos seguir em português, nossa língua. Acredito que conseguimos fazer um thrash em português decente. Gostamos disso.
RR - E como foi fazer o novo disco após mais de 20 anos do lançamento do "Pornography" (1989)? Como sentiu a aceitação dos fãs para do novo trabalho?
SB - Excelente! As críticas e os fãs nos apoiaram muito, e foi tudo muito bem.
RR - Um DVD da banda seria muito bem-vindo. Existiria a viabilidade artística e econômica para uma empreitada dessas?
SB - Total! Estamos trabalhando nele agora. Fizemos no final de 2013 o projeto "Super Peso Brasil", ao lado de ícones do Metal nacional cantado em português, Metalmorphose, Salário Mínimo e Centúrias. Lançaremos o show completo com CD ao vivo desse show. Será uma comemoração aos trinta anos da banda. Sairá em Setembro pela Urubuz Records.
Luis Alberto Braga Rodrigues | Rogerio Antonio dos Anjos | Everton Gracindo | Thiago Feltes Marques | Efrem Maranhao Filho | Geraldo Fonseca | Gustavo Anunciação Lenza | Richard Malheiros | Vinicius Maciel | Adriano Lourenço Barbosa | Airton Lopes | Alexandre Faria Abelleira | Alexandre Sampaio | André Frederico | Ary César Coelho Luz Silva | Assuires Vieira da Silva Junior | Bergrock Ferreira | Bruno Franca Passamani | Caio Livio de Lacerda Augusto | Carlos Alexandre da Silva Neto | Carlos Gomes Cabral | Cesar Tadeu Lopes | Cláudia Falci | Danilo Melo | Dymm Productions and Management | Eudes Limeira | Fabiano Forte Martins Cordeiro | Fabio Henrique Lopes Collet e Silva | Filipe Matzembacher | Flávio dos Santos Cardoso | Frederico Holanda | Gabriel Fenili | George Morcerf | Henrique Haag Ribacki | Jorge Alexandre Nogueira Santos | Jose Patrick de Souza | João Alexandre Dantas | João Orlando Arantes Santana | Leonardo Felipe Amorim | Marcello da Silva Azevedo | Marcelo Franklin da Silva | Marcio Augusto Von Kriiger Santos | Marcos Donizeti Dos Santos | Marcus Vieira | Mauricio Nuno Santos | Maurício Gioachini | Odair de Abreu Lima | Pedro Fortunato | Rafael Wambier Dos Santos | Regina Laura Pinheiro | Ricardo Cunha | Sergio Luis Anaga | Silvia Gomes de Lima | Thiago Cardim | Tiago Andrade | Victor Adriel | Victor Jose Camara | Vinicius Valter de Lemos | Walter Armellei Junior | Williams Ricardo Almeida de Oliveira | Yria Freitas Tandel |
RR - O que podemos esperar do Taurus nos próximos anos? Algum novo álbum de inéditas?
SB - Já temos algumas feitas. Após o lançamento do DVD/CD ao vivo, vamos partir pra ele.
RR - Fique à vontade pra deixar uma mensagem a nossos leitores.
SB - Estamos vivos, e na estrada. Esperamos vê-los por aí. Podem nos encontrar também no www.facebook.com/TaurusThrashMetal. Força!
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A banda que Slash considera o auge do heavy metal; "obrigatória em qualquer coleção"
Steve Harris não descarta um grandioso show de despedida do Iron Maiden
6 álbuns de rock/metal nacional lançados em 2025 que merecem ser conferidos
Ingressos para o festival Mad Cool 2026 já estão à venda
E se cada estado do Brasil fosse representado por uma banda de metal?
Dee Snider defende o Kiss por ter aceitado homenagem de Donald Trump
Baixista do Slipknot revela última conversa com Brent Hinds, do Mastodon
A mensagem curta e simbólica sobre o Sepultura que Iggor Cavalera compartilhou no Instagram
Exodus gravou três clipes para novo álbum - mesmo com a banda odiando fazer vídeos
Vídeo inédito mostra guitarrista do Lynyrd Skynyrd tocando dias após acidente em 1977
M3, mais tradicional festival dedicado ao hard rock oitentista, anuncia atrações para 2026
Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Os 20 álbuns de classic rock mais vendidos em 2025, segundo a Billboard
O hit do Led Zeppelin que Jimmy Page fez para provocar um Beatle - e citou a canção dele
O New York Times escolheu: a melhor música do ano de 2025 é de uma banda de metal
O erro que Erasmo Carlos cometeu, mas que Roberto Carlos driblou pra se tornar maior do Brasil
Engenheiros do Hawaii: análise da música "Somos quem podemos ser"
O grave problema do refrão de "Eagle Fly Free", segundo Fabio Lione


Mustaine: "tive momentos difíceis por me assumir cristão"
Axl Rose: drogas, atrasos, agradecimentos ao Nirvana e muito mais

