At Vance: poucas palavras, mas direto ao ponto
Por Durr Campos
Postado em 21 de março de 2009
Oriundos da Alemanha, o AT VANCE é uma daquelas bandas que mantém a tradição do país ao praticar um competente power metal cheio de elementos neo-clássicos da escola "malmsteeana", algo que o grupo não nega. Após trocas de vocalistas, a banda parece ter-se firmado com a entrada de Rick Altzi (que, dentre outros trabalhos, esteve com o excelente grupo espanhol SANDALINAS). Sobre este e outros assuntos - alguns deles meio polêmicos - conversamos com o líder absoluto do AT VANCE, Olaf Lenk. Um alemão de poucas palavras, mas direto ao ponto!
Whiplash! – Olá, antes de mais nada você poderia nos dar mais detalhes sobre o cancelamento da turnê pela América do Sul?
Olaf – Bem, eu acho que os promotores não tiveram grana para bancar, pelo menos até onde eu sei.
Whiplash! – Qual a estória por trás do novo álbum, "VII"?
Olaf – Este foi o primeiro álbum com o Rick [Altzi, novo vocalista] e de algum modo, uma nova experiência para mim pois ele é um cara bem fácil de se trabalhar. Normalmente, vocalistas têm um ego muito grande, o que torna a convivência com eles bastante complicada, mas com Rick foi realmente muito positivo. Ele foi a principal razão para eu continuar com o AT VANCE.
Whiplash! – Uma certa vez, alguém disse que tocar "metal neoclássico" é um tipo de suicídio musical. Quer dizer, o estilo já foi explorado à exaustão, que para tocá-lo sem parecer um clone de Yngwie J. Malmsteen é necessário ter um brilhantismo técnico e ser um músico da mais alta qualidade. Felizmente, o AT VANCE é um desses bons exemplos.
Olaf – Yngwie com certeza influenciou minha forma de tocar, mas em termos de composição eu penso diferente dele. Gosto de tantos estilos diferentes e sempre tento incorporá-los às canções da banda. O difícil é fazer com que tantos elementos soem perfeitamente com o AT VANCE.
Whiplash! – Você diria que esta é a razão para a banda ter se distanciado um pouco deste estilo neo-clássico e estar cada vez mais próxima do hard rock e do metal tradicional?
Olaf – Eu não sei. As pessoas podem julgar por si mesmas. Eu não vou muito por essa matemática da moda.
Whiplash! – O álbum "Only Human" tinha muito deste estilo neo-clássico e nenhum cover do ABBA (nota do redator: o AT VANCE ficou famoso por apresentar covers do famoso grupo pop sueco em seus primeiros trabalhos). Algo em especial para terem parado com isso?
Olaf – Eu não acho que eu tenha mudado o estilo do AT VANCE tanto assim nos últimos álbuns. Há ainda alguns covers como as versões para áreas clássicas. Eu apenas não estou mais a fim de gravar versões de canções do ABBA.
Whiplash! – Olaf, a banda foi formada em 1998 por você e (o primeiro vocalista) Oliver Hatmann. Quais suas melhores lembranças daqueles primeiros dias? Seu país, a Alemanha, era um bom lugar para tocar a música do AT VANCE no final dos anos 90?
Olaf – Bem, Oliver e eu éramos amigos naquela época e também tocávamos juntos em uma banda chamada CENTERS. Mas aquilo tudo é passado pra mim. Gosto de buscar apenas pelas boas coisas na vida.
Whiplash! – Quais as razões que levaram à separação?
Olaf – Esta questão é meio complicada de responder pois há inúmeras razões pessoais e problemas com os negócios da banda. Deixemos assim.
Whiplash! – Você chegou a escutar os trabalhos solo de Oliver? Se a resposta for "sim", o que pensa sobre o material?
Olaf – Sua voz ainda soa muito boa mas não explora seu verdadeiro potencial neste tipo de música. Além do mais, acho as canções bem chatinhas.
Whiplash! – Após a saída de Oliver, você já imaginava quem poderia ser a melhor opção para representar a voz do AT VANCE e elevar a banda a um nível superior? E porque escolher Mats Levén?
Olaf – Eu já conhecia o trabalho de Mats em vários projetos que ele participara e percebi que tinha um talento absurdo combinado a muita versatilidade. Estas foram as razões para que eu ligasse pro cara.
Whiplash! – O primeiro álbum a contar com Mats foi o "The Evil In You", lançado em 2003, o qual trouxe o som do AT VANCE mais próximo do hard rock dos anos 80. Você de fato curte escutar este estilo em casa. Quais bandas neste estilo você admira?
Olaf – Boa pergunta. Eu ainda tenho meus heróis do passado como o Purple, Sabbath, Dio e AC/DC, apenas citando os maiores, mas poderia mencionar ainda algumas bandas menores como o Y&T.
Whiplash! – Você diria que os fãs aprovaram a escolha de Mats como substituto de Oliver Hartmann?
Olaf – É sempre impactante e um tanto arriscado mudar de vocalista, mas os fãs deveriam sempre procurar olhar nas entrelinhas. Se algo não está funcionando entre alguns membros, como continuar a compor boa música juntos? E no fim das contas, estamos nessa pra isso, correto?
Whiplash! – Bem, em todo o caso foram apenas dois álbuns com o Mats Levén. Logo após o lançamento de "Chained" em 2005 ele deixou a banda. Você poderia nos dizer o porquê?
Olaf – O AT VANCE não era sua verdadeira morada, se é que você me entende, então ele resolveu sair. Mas ainda é um cara legal.
Whiplash! – A canção "Heaven" fez um considerável sucesso entre os fãs brasileiros, você sabia disso?
Olaf – Cara, não sabia. Muito obrigado aos brasileiros pelo apoio.
Whiplash! – A próxima pergunta é um tanto óbvia. Onde você encontrou Rick Altzi e quais as razões para o levar para o AT VANCE?
Olaf – Basicamente, ele me enviou um e-mail, enviou seu material, nos falamos e simplesmente funcionou! Ele é uma cara maravilhoso e muito divertido também.
Whiplash! – Rick tem uma voz incrível, que nos lembra os vocais clássicos do hard rock. Ele é muito versátil também, o que já podíamos comprovar através dos discos em que ele cantou nas bandas Sandalinas e Frequency. Você diria que ele é "A" voz definitiva do AT VANCE?
Olaf – É como eu disse antes; nós temos nos dado muuuuuuuuuuuuuuuuuito bem!
Whiplash! – No My Space de Rick ele afirma que suas principais influências são Ronnie James Dio, David Coverdale, Jeff Scott Soto e Jorn Lande. Você concorda que há conexão da voz dele com a desses grandes cantores?
Olaf – Ele tem uma voz fantástica, apenas se subestima demais. Mas seria mais interessante você perguntar isso diretamente a ele?
Whiplash! – "Cold As Ice" é uma canção bastante pegajosa, mas você sabe disso mais do que eu, é claro. O que eu te pergunto é como ela nasceu. Digo, como é o processo de composição para Olaf Lenk?
Olaf – Você sabe, eu estava muito inspirado (risos). Estou brincando! Eu tinha este riff tão legal e resolvi trabalhar a partir dele. Na verdade, esta foi a primeira canção que eu enviei pro Rick trabalhar.
Whiplash! – Há outras canções do novo álbum que você destacaria como potenciais para empolgar o público ao vivo?
Olaf – É tão complicado montar um repertório após termos lançado tantos álbuns. Isso depende muito do país onde estivermos em turnê.
Whiplash! – Você já nos falou sobre o porquê do cancelamento da excursão pela América do Sul, mas há alguma novidade sobre possíveis novas datas? O Brasil estará incluso?
Olaf – Bem, se tivermos propostas sérias de uma turnê por aí nós iremos!
Whiplash! – A maioria das bandas européias sempre citam as mesmas bandas quando questionados sobre grupos brasileiros. Além de Angra, Krisiun, Shaman e Sepultura, você conhece mais alguma?
Olaf – Sinceramente, não.
Whiplash! – Olaf, muito obrigado por sua atenção. Peço que deixe sua mensagem aos fãs brasileiros espalhados pelo país e pelo mundo. Se eu esqueci de perguntar algo, esta é sua chance de falar.
Olaf – Olá a todos! Obrigado por serem tão pacientes conosco. Esperamos tocar para todos vocês muito em breve! Mas até lá, Stay At Vanced!!!
Site oficial:
http://www.at-vance.com/
My Space:
http://www.myspace.com/atvance
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps