O Clube dos 27: 17 roqueiros que sucumbiram à idade fatídica
Por Alexandre Caetano
Fonte: Ultimate Classic Rock
Postado em 30 de junho de 2013
O número de roqueiros que foram tirados de nós muito cedo - seja por acidente, violência ou homicídio - é obviamente muito grande. O fato de tantos dos maiores e mais influentes talentos da história do rock morrerem aos 27 anos é ainda mais bizarro, e quando você pensa nisso, é realmente assustador.
Ao longo dos anos, as histórias por trás das mortes dos membros do agora chamado "Clube dos 27" têm crescido cada vez mais, de forma excessiva. Com material da cobertura oficial para elaborar um enredo, e até mesmo suspeitas de pacto com o demônio, surgiram hipóteses para tentar encontrar algum sentido nestas perdas trágicas.
O levantamento abaixo foi feito pelo Ultimate Classic Rock em parceria com o site Diffuser.fm.
JIMI HENDRIX
De todos os roqueiros que morreram aos 27 anos, talvez nenhum tenha deixado o mundo com um senso tão escancarado de "o que poderia ter sido" quanto Jimi Hendrix, que morreu asfixiado no apartamento de sua namorada, em Londres, dia 18 de setembro de 1970.
Sua incomparável habilidade para se expressar e inovar na guitarra, assim como seu desejo sem fim de redefinir tudo sobre o que o rock poderia ser e como este se apresentava, comprova isso, mas certamente os quatro álbuns originais que temos que ouvir de Hendrix foram somente uma dica do que poderíamos ter acompanhado com mais tempo. Infelizmente a combinação de vinho tinto e calmantes (supostamente, mais do que o necessário) tirou tudo isso de nós.
BRIAN JONES, DOS ROLLING STONES
Em 3 de julho de 1969, apenas um mês depois de ter sido chutado do famoso grupo que ele ajudara a formar - os Rolling Stones - o guitarrista e multi-instrumentista Brian Jones se afogou em sua própria piscina.
Jones, um gênio do slide em guitarra, que queria ser o líder dos Stones enquanto eles tocavam músicas com uma base de blues mais tradicional, foi lentamente posto de lado em favor da impressionante habilidade de composição (e presença carismática no palco) de Mick Jagger e Keith Richards. Depois de ele ter contribuído com apenas duas músicas no álbum "Let it Bleed", de 1969, os problemas com o abuso de substância químicas de Jones - incluindo uma prisão que ameaçava sua capacidade de turnê no exterior - passaram dos limites para seus companheiros de banda. Acredita-se que esses mesmos problemas contribuíram também para sua própria morte por afogamento.
JIM MORRISON, DO THE DOORS
O clima de mistério criado pela música do The Doors, sobretudo o carismático frontman Jim Morrison, contribuiu para tornar mais difícil para algumas pessoas acreditarem que ele está realmente morto. Claro, o fato de uma autópsia nunca ter sido feita não ajuda, também.
Conforme noticiado, o vocalista morreu em 3 de julho de 1971 – mais um, aos 27 anos - de falência cardíaca, na banheira de seu apartamento em Paris. De acordo com as leis francesas, uma vez que não tenham existido sinais de crime, nenhuma investigação adicional foi realizada. Apesar disso, muitas pessoas suspeitam que Morrison na verdade morreu de overdose de heroína, possivelmente no box do banheiro de um clube das redondezas. Ou... talvez ele forjou tudo isso e está criando cavalos em Oregon.
PIGPEN, DO GRATEFUL DEAD
O tecladista e vocalista Ron "Pigpen" McKernan, do Grateful Dead, morreu aos 27 anos no dia 8 de março de 1973, por hemorragia interna causada por excesso de bebida.
Pigpen (chiqueiro, em inglês), que aparentemente ganhou esse apelido, como você pode imaginar, pela falta de higiene pessoal e uma abordagem geralmente desleixada da vida, é creditado por ter alavancado o Dead, em meados dos anos 60, e servir como o primeiro frontman da banda. Após viajar com a banda por anos e trabalhar em vários dos importantes álbuns do começo da carreira, problemas de saúde causados por seu vício o forçaram a deixar o Dead em 1972. Menos de um ano depois, ele morreu.
JANIS JOPLIN
Janis Joplin, estrela individual e vocalista do Big Brother and the Holding Company, morreu aos 27 anos, em 4 de outubro de 1970, por overdose de heroína. A distinta vocalista teve uma longa história de problemas com drogas e álcool.
De acordo com a revista Rolling Stone, Joplin foi encontrada morta no Hotel Landmark de Los Angeles, com marcas recentes de agulhas no braço e segurando $4,50 na mão. Tem sido especulado que seu fornecedor teria acidentalmente vendido a ela e vários outros clientes uma dose exageradamente forte da droga. Ela estava no processo de conclusão do que veio a ser seu álbum solo póstumo "Pearl", lançado em 1971, tendo acabado a faixa a capela "Mercedez Benz" três dias antes.
ROBERT JOHNSON
O lendário bluesman Robert Johnson, cujas músicas já foram gravadas por Rolling Stones, Bob Dylan, Eric Clapton, Allman Brothers e vários outros gigantes do rock, morreu aos 27 anos, em 1938.
Como sabemos pouco sobre Johnson - que gravou pouco mais de duas dúzias de músicas, incluindo "Dust my Broom" e "Sweet Home Chicago" em sua vida absurdamente curta - alguns mitos e rumores bem malucos sobre ele ganharam espaço no imaginário de muita gente. Há rumores de ele ter vendido sua alma para o demônio, e de ter morrido após ter sido envenenado pelo namorado ciumento de uma mulher com quem ele estava conversando, que assim como o famoso caça talentos John Hammond, estava tentando entregar a ele uma passagem só de ida para a fama e fortuna.
PETE HAM, DO BADFINGER
Em 24 de abril de 1975, apenas três dias antes de seu 28° aniversário, o vocalista e guitarrista do Badfinger, Pete Ham, cometeu suicídio, supostamente por estar decepcionado com sua pobre situação financeira e uma batalha judicial em andamento com o empresário da banda, Stan Polley.
De acordo com a revista Rolling Stone, Ham deixou uma nota perto de seu corpo dizendo "Stan Polley é um bastardo desalmado". Seus companheiros de banda disseram que o empresário tinha sonegado informações financeiras deles. Apesar de compor vários hits da banda, incluindo "Day After Day" e "No Matter What", Ham aparentemente se encontrou falido e preocupado em como ajudar sua criança que estava prestes a nascer, o que aparentemente influenciou em sua trágica decisão.
DAVE ALEXANDER, DO STOOGES
Dave Alexander, que se juntou ao Iggy Pop e irmãos Asheton para formar o Stooges em 1967, morreu aos 27 anos em 1975, de pneumonia e uma inflamação no pâncreas.
O baixista, que trabalhou nos dois primeiros álbuns, pioneiros do punk-rock ("The Stooges" de 1969 e "Fun House" de 1970), foi demitido do grupo em 1970, alegando que ele havia perdido o interesse nos ensaios e ficava muito bêbado para tocar em um grande festival em Michigan, estado natal da banda. Seu problema com a bebida supostamente contribuiu para sua morte prematura, cinco anos depois.
KURT COBAIN
Foi o tiro ouvido ao redor do mundo ["shot heard around the world" é uma expressão que representa diversos incidentes históricos], sobretudo dias depois que alguém descobriu que ele estava morto. Em 5 de abril de 1994 o suicídio de Kurt Cobain foi um paradoxo terrível: totalmente inesperado, ainda que em retrospecto, de alguma forma tudo era previsível. O vocalista do Nirvana esteve na luz dos holofotes por menos de três anos, quando tirou sua vida, reforçando a teoria do clube dos 27 e silenciando a marcante voz de uma geração com um tiro de espingarda.
AMY WINEHOUSE
Amy Winehouse já havia sido considerada uma figura trágica quando morreu por intoxicação alcoólica, em 23 de julho de 2011. Winehouse passou por muito sofrimento em público devido a abusos de drogas e álcool, o tempo todo esfregando o nariz durante o primeiro hit, "Rehab" ("Eles tentam me fazer ir para a clínica de reabilitação, eu digo não, não, não."). Ninguém pareceu muito surpreso por sua morte fora de hora - o que, de certo modo, fez com que todos se sentissem culpados por isso. Nossa cultura de celebridade ama ver estrelas despencando, depois se recuperando graciosamente, mas Winehouse infelizmente só despencou.
KRISTEN PFAFF, DO HOLE
O mundo da música ainda se recuperava da morte prematura de Kurt Cobain quando a baixista do Hole, Kristen Pfaff, morreu de overdose de heroína em 16 de junho de 1994, aos 27 anos. Não ajudou o fato da líder de sua banda ser Courtney Love, viúva de Cobain, de luto. Kristen foi "brilhante, atraente, maravilhosa... muito, muito talentosa, esperta e ela sempre pareceu estar no controle de suas circunstâncias", seu pai, Norman Pfaff, disse ao Seattle Times um dia após sua morte. "Na noite passada, ela não estava".
CHRIS BELL, DO BIG STAR
Chris Bell ganhou lugar no infame clube dos 27 quando, em 27 de dezembro de 1978, ele perdeu o controle do compacto carro esporte Triumph TR-7. Ele dirigia para casa depois de uma visita, tarde da noite, ao restaurante de seu pai em Memphis, Tennessee, batendo em um poste ao lado da estrada e morrendo na hora. Bell foi membro fundador da influente banda power pop Big Star, mas saiu em 1972, após o álbum de estreia, "#1 Album", não ter feito sucesso.
MIA ZAPATA, DO THE GIFTS
The Gits foi uma banda promissora do punk de Seattle, à beira de grandes feitos na explosão da cena alternativa dos anos 90, quando a vocalista Mia Zapata foi sequestrada na manhã de 7 de julho de 1993, depois de sair do apartamento de um amigo em Capitol Hill. Seu corpo foi encontrado menos de duas horas depois; ela foi espancada, estuprada e estrangulada até a morte aos 27 anos. Infelizmente uma das jovens estrelas mais brilhantes de Seattle foi apagada antes que pudesse realmente brilhar.
O assassinato de Zapata foi destaque no "Mistérios não resolvidos", mas continuou um caso obscuro até que o pescador da Flórida, Jesus Mezquia, foi condenado pelo crime, mais de uma década depois.
JEREMY MICHAEL WARD, DO THE MARS VOLTA
Jeremy Michael Ward foi parte integral do Mars Volta - apesar de que você não saberia disso se o tivesse acompanhado ao vivo, durante seus primeiros três anos com a roupagem de progressivo experimental. Ward foi um cara por trás das cenas, contribuindo nas músicas com loops, samples e sonoridades que ele trabalhava com um extensivo arsenal de pedais de efeitos e sintetizadores, que ele manipulava enquanto ficava nos bastidores. Seu tempo nesta terra foi cortado em 25 de maio de 2003, ele morreu tragicamente de uma overdose de drogas, alguns meses antes do lançamento do álbum de estreia do Volta, "De-Loused in the Comatorium".
D. BOON, DO MINUTEMEN
O rock alternativo ainda era verdadeiramente underground quando o vocalista e guitarrista D. Boon ajudou da Califórnia a banda de post-punk Minutemen, em 1980. O grupo nunca vendeu muitos discos, mas sua influência no mundo do rock é inegavelmente sentida até hoje. Os membros do Minutemen foram verdadeiros guerreiros na estrada, deixando suas casas por vários meses cada turnê. Isso durou até a turnê em que Boon morreu, em 22 de dezembro de 1987, quando a van da banda sofreu um acidente perto de Tucson, Arizona. Em nota a banda diz "Ele faz, evidentemente, muita falta".
RICHARD TURNER, DO FRIENDLY FIRES
[an error occurred while processing this directive]O trompetista Richard Turner, que excursionava com o Friendly Fires, estava nadando em uma piscina em South London, em 19 de agosto de 2011, quando de repente teve um ataque cardíaco. Salva-vidas próximos e a equipe de emergência não foram capazes de reanimar o músico de 27 anos, que morreu de um rompimento de aneurisma na aorta. "Ele era um músico totalmente excepcional e suas contribuições para nossos shows farão muita falta", diz uma nota da banda.
RICHEY JAMES EDWARDS DO MANIC STREET PREACHERS
Registros oficiais apontam que o compositor e guitarrista do Manic Street Preachers, Richey James Edwards, foi "dado como morto" depois do roqueiro galês ter desaparecido misteriosamente, aos 27 anos, em 1995. Seu corpo nunca foi encontrado, tendo deixado a porta aberta para teorias conspiratórias e fãs excessivamente otimistas, mantendo a esperança de que ele pode reaparecer algum dia. Isso, claro, não é muito provável, uma vez que seu carro foi encontrado perto de um ponto conhecido por suicídios e nenhuma aparição de Edwards foi registrada. Ainda assim, melhor considerar sua participação no clube dos 27 como condicional. O Manics eventualmente continuou sem ele, embora tenham mantido um percentual dos lucros reservados, caso ele retorne.
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