Helix: banda relembra turnê em Trinidad e Tobago
Por Monica Fontes
Fonte: Planet Helix
Postado em 05 de junho de 2008
A história abaixo está no site do HELIX:
"Em 1987 nós tocamos em Port-au-Prince, Trinidad. A casa de shows onde iríamos tocar por três noites, era na base de uma pequena montanha, na metade do caminho entre o nosso hotel, que ficava no topo da montanha, e o palácio presidencial, que ficava duas quadras depois. Na terceira noite, desligaram a nossa energia elétrica porque o presidente estava reclamando do volume alto. O promoter teve que implorar para que religassem a energia e foi atendido.
Na segunda noite de nossa passagem de três dias por Trinidad, o promoter pediu que fôssemos a um bar, depois do show, chamado 'Le Club', que fica no Sul da ilha para dar uma volta. A idéia dele era mostrar às pessoas que estávamos por lá, já que as bandas de rock não costumam ir. Ele disse que um ônibus iria nos buscar no hotel e nos levaria até lá.
Isso foi na semana anterior ao Natal e a maioria dos integrantes levou suas esposas ou namoradas na viagem. Todo mundo estava 'feliz' até a hora em que ônibus chegou. O ônibus parecia um velho Dodge dos anos 40, que foi pintado à mão recentemente. Lá dentro estavam o motorista, dançando ao som de uma canção de Natal que vinha do seu tape deck, uma árvore de Natal de aproximadamente 1’ (30 cm) no painel e uma cerveja no console perto dele!
Em uma situação como essa, é normal que você pense: 'Esse cara trabalha com isso todos os dias para sobreviver. Ele deve saber o que está fazendo'. ERRADO! Como nós saímos da cidade, começamos uma subida muito íngreme pela montanha. Só tinha uma pista e o ônibus fazia muito barulho. Ninguém percebeu, mas eu vi que estávamos muito próximos do precipício e não tinha grade de proteção. Nesse momento eu pensei o que faríamos se o ônibus parasse. Quando chegamos lá em cima, parecia que não tínhamos freio. Todos estavam quietos e eu estava apavorado. Por alguma razão, eu só conseguia pensar no que a minha mãe faria nessa situação. Nisso o motorista saiu da estrada, estacionou e acionou o freio. Nós saltamos e eu fui falar com ele (que estava tomando um gole de sua cerveja). Disse de forma gentil: 'Sei que você faz essa rota todo dia, mas você poderia ir MAIS DEVAGAR, por favor'.
Os motoristas de Trinidad geralmente eram péssimos. Em que outro lugar do mundo você veria um anúncio da Red Cross pedindo aos motoristas que dirijam com cuidado, pois não há sangue suficiente para transfusões? Finalmente chegamos ao 'Le Club' e eu prometi a mim mesmo que não pegaria o ônibus de volta. E não peguei.
Alguns anos mais tarde, a estação de rádio de Trinidad, onde fomos entrevistados, foi tomada por rebeldes. E membros do governo se refugiaram no Hilton, onde ficamos hospedados".
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