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Marillion: discografia comentada da banda

Por Tiago Meneses
Postado em 30 de agosto de 2017

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É impossível falar de Neo Progressivo e não falar sobre o MARILLION. Uma banda dividida em duas fases, sendo a primeira com o vocalista FISH, onde a música é dirigida em torno das suas letras poéticas e às vezes fantasiosas, que parece muito com PETER GABRIEL. A banda obteve nessa época seus melhores sucessos, artisticamente, progressivamente e comercialmente. Após quatro discos de estúdio, FISH deixa a banda e é substituído por STEVE HOGARTH, onde a banda apresenta um novo mais orientado para a reprodução da rádio, embora ainda tenham um ar de depressão na música. Mas independente de qual fase estejamos falando, a banda tem obras bastante significativas a oferecer.

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SCRIPT FOR A JESTER'S TEAR (1983)

Em seu primeiro disco o MARILLION contava em sua formação com FISH (vocal), STEVE ROTHERY (guitarra), MARK KELLY (teclado), PETE TREWAVAS (baixo) e MICK POINTER (bateria). Não há dúvida alguma que o renascimento do rock progressivo, iniciado no início dos anos 80, provavelmente ocorreu com a chegada deste álbum. Muitos puristas fingiram que não passava de um clone de GENESIS. Provavelmente, essas pessoas não aceitam o uso moderado das tecnologias modernas ainda que seja a serviço de uma causa nobre, ou seja, para a criação de uma continuidade lógica das coisas. A influência em GENESIS certamente existe, mas não é uma cópia. Logo na abertura com a faixa título um dos destaques, "Script for a Jesper's Tear" pode servir como um hino pra homenagear a tristeza e a solidão com sua sonoridade enigmática e cativante. "Garden Party" tem um bom trabalho de TREWAVAS e POINTER, mantendo um tempo impecável, é uma das que menos evolui no álbum, mas o suficiente para ótimos solos e o ouvinte entrar na música de forma mais plena. Seus últimos minutos são sonoramente emocionantes e consistentes. Destaque também para "Forgotten Sons", apresentando vocais incríveis e emocionais de FISH, trabalho impressionante de guitarra de ROTHERY e incrível teclados de KELLY. Mas a verdade é que em Script For a Jester’s não há uma única grama de gordura, cada nota tem seu lugar e cada vocal é uma lição de perfeição. Muito espaço é dado em todas as composições para longas seções instrumentais e a banda está em completa harmonia em cada momento.

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FUGAZI (1984)

Em seu segundo álbum, Fugazi, o MARILLION conta com um novo baterista, IAN MOSLEY assumiu o posto ocupado por MICK POINTER no álbum de estreia. As musicais descrevem de forma hábil o que o mundo era naquela época, os anos oitenta. FISH descreve o isolamento da humanidade, o divórcio, o poder ditatorial de Margaret Thatcher, a guerra fria entre o leste e o oeste. O MARILLION parece ter sido abraçado por um grupo maior de progheads e que estavam dando seu braço a torcer, tratando a como uma nova esperança em que FISH era uma espécie de messias musical. Alguns destaques do disco estão em "Assassing", que abre o disco com um ar oriental antes de ficar mais pesada. Possui ótima linha e solos de guitarra, teclado, baixo às vezes proeminente e bateria segura, sem contar dos sempre ótimos vocais de FISH. "Punch & Judy" é sobre relacionamentos e apresenta um excelente teclado, a bateria também se destaca. Uma música bombástica onde FISH algumas vezes fica bastante teatral. "She Chamaleon" é outra ótima música, abre com um órgão e trata-se de um trabalho arduamente poderoso, com deliciosos trabalhos de sintetizadores e belo solo de guitarra. Através de Fugazi, podemos dizer que a banda saiu da sombra do GENESIS e começou a se iluminar. Eles mantiveram todos os ingredientes bem sucedidos que plantaram em sua estreia e adicionaram essa "fórmula secreta", mantendo sua natureza progressiva. Historicamente não é tão importante quanto ao disco de estreia, mas também é um dos grandes momentos da carreira da banda. Um álbum agressivo, dinâmico e original.

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MISPLACED CHILDHOOD (1985)

Para a maioria das pessoas, provavelmente esse não seja apenas o melhor álbum da era FISH, mas de toda a discografia da banda. Misplaced Childhood apresenta uma música de fluxo natural e coesiva, com excelentes linhas melódicas, grande musicalidade e ótima narrativa. Em se tratando de neo progressivo é uma verdadeira obra-prima. Este álbum deve ser consumido como um todo em uma ótima jornada pela alma e vida de FISH junto à essência sublimada da música neo-prog. A variação de humor entre canções e texturas realmente me atraem provavelmente mais do que qualquer outro álbum de MARILLION. Os temas trazidos nas músicas podem se relacionar mais com o ouvinte, o amor perdido, o delírio, o engano, a revelação e a epifania são coisas que todos experimentamos em algum momento. A música traz à tona tudo o que o FISH estava sentindo durante a sua viagem de LSD e que inspirou a criar as letras deste disco, desde a sombria e arrepiante imagem sonora sintetizada de "Pseudo Silk Kimono", para a redenção e clareza da faixa final, "White Feather". "Kayleigh" e "Lavender" são musicalmente otimistas e alegres, ainda que, devido as letras de FISH, elas ficam também bastante emocionais. "Bitter Suite" é uma visão notável e dramática, com várias seções e um final de piano bonito. Mas a faixa que mais gosto é "Blind Curve", um épico de várias partes, é um requiem desesperado e reflexivo, primeiro explorando os desvios do estrelato e depois um retrato de violência e guerra. Um disco musicalmente impecável além de um trabalho vocal cheio de emoção e sinceridade.

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CLUTCHING AT STRAWS (1987)

Apesar de ser um disco que teve a missão indigesta de suceder uma obra do calibre de Misplaced Childhood, não deixou a desejar. O disco é quase todo conceitual onde o fio condutor gira em torno de Torch, um homem de 29 anos cuja vida é uma bagunça. Procura conforto principalmente no álcool pra tentar esquecer coisas como um casamento fracassado e sua falta de sucesso comercial como vocalista de uma banda. Conforme ele se aprofunda em um estado ébrio mais pleno, Torch também escreve sobre o que passa ao seu arredor, suas emoções e arrependimentos. O disco também marca a despedida de FISH da banda. Destaques são "Hotel Hobbies" que já abre o álbum de maneira dinâmica, edificante e cheia de energia, "That Time of the Night (The Short Straw)" é uma faixa que foi escrita por FISH em um quarto de hotel enquanto ele já pensava em sair da banda, tem belos riffs de teclado de MARK KELLY, pesada e de carga 80’s também possui um refrão bastante atrativo. "White Russian" pra mim é a melhor faixa do álbum e uma das melhores músicas de sempre da banda e que não tem nenhuma ligação com a história de Torch. Vocais brutais e letras marcantes sobre o surgimento dos neonazistas na Europa. É o momento menos acessível do álbum, digamos assim, traz o solo de guitarra mais técnico, vocais mais emotivos e de atmosfera perturbadora nos refrãos. Também é marcada por inúmeros seguimentos com boa melodia. Um disco de sonoridade mais refinada e emocional, porém menos sinfônico. Mas acima de tudo, um fechar digno de cortina de FISH junto a banda.

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SEASONS END (1989)

Como já dito, aqui a liderança vocal não é mais de FISH, mas de STEVE HOGARTH. O estilo musical não é muito diferente de Clutching At Straws. Surgiram os solos análogos de sintetizadores e os teclados são usados mais para criar textura e humor. HOGARTH apesar de não carregar a mesma emoção, tem uma voz muito mais tecnicamente impressionante e sua letra é menos florida, com menos consciência social ou romântica. E relação aos discos anteriores esse foi o primeiro em que inclui músicas que eu consideraria somente um "preenchimento" e que quase não escuto hoje em dia. Faixas como "Uninvited Guest", "Holloway Girl" e "Hooks in You" não me dizem muita coisa, inclusive eu acho que uma música como "The Bell in the Sea" que ficou no lado B na época e somente saiu na versão dupla remaster é muito mais interessante que as citadas. Mas é claro que o álbum também tem seus momentos de beleza pura como "Easter" e sua letra sobre a Irlanda, melodia e solo brilhantes, a faixa título é uma balada com uma camada instrumental poderosa por toda a parte e que nos aponta o fato que devemos ser mais amigáveis com o meio ambiente, "Berlin" a princípio parece meio arrastada, mas tem um bom ritmo e mudanças de humor, interessante também é a inclusão de saxofone que mostra que a banda estava disposta em mergulhar em novos instrumentos e territórios. O final do disco é excelente, "The Space..." é linda e possui a melodia mais atmosférica do álbum, suportada por um fundo sinfônico completo, além de, ter uma entrega vocal melodramática de HOGARTH. Seasons End obviamente não é inovador, mas sim, um disco extremamente bem feito e realizado com uma paixão transbordante.

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HOLIDAYS IN EDEN (1991)

Os anos 90 infelizmente não começaram com a veia criativa que inundou a banda na década anterior durante os seus cinco primeiros registros. Apesar de uma metade do álbum realmente ser muito boa, com sonoridade mais sombria e complexa, é um disco que também possui momentos de pop puro e que não representam absolutamente nada daquilo que era agradável na banda. ROTHERY e MOSELY estão em boa forma em todas as faixas de destaque do álbum, assim como TREWAVAS que parece sempre saber a melhor direção para suas linhas de baixo, mas infelizmente as teclas de MARK KELLY parecem está mais distintas, mais caladinha "sentadas no banco de trás" da viagem. Aqui eu destaco "Splintering Heart", bela maneira de começar o disco, vozes apaixonadas que fazem toda a diferença no clima da música, boas guitarras e uma sonoridade atmosférica, "The Party" é poderosa e emocional, liricamente é dramática e de excelente interpretação vocal, além, claro, de ter um solo de guitarra de ROTHERY que cria uma excelente paisagem na música, "The Rakes Progress" é uma breve peça emotiva que sozinha significa muito pouco, mas quando vista como ponte para "100 Nights" pode significar mais, inclusive essa fecha o disco muito bem, uma música típica do MARILLION deste período, ao menos na estrutura, com direito a atmosfera rica e solo de guitarra bombástico. Enfim, nem todo o álbum funciona bem, mas possui momentos de muitos brilhos que não devem ser ignorados por conta de passagens de menos inspiração. Por não ser um disco de fácil amor a primeira audição, sempre é bom dar uma nova chance antes de decretar um julgamento.

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BRAVE (1994)

A banda com Holidays in Eden não conseguiu atingir uma audiência mais ampla, então acharam que era hora de voltar as suas raízes e fazer um álbum mais progressivo. Brave é um disco conceitual baseado em uma notícia que STEVE HOGARTH ouviu no rádio sobre uma garota que foi levada à prisão policial depois de ser encontrada vagando pela Ponte Severn. Ela não sabia quem era nem de onde veio e recusou falar. Isso inspirou HOGARTH a escrever uma história de ficção sobre essa menina e o que poderia ter levado a ela a estar na Ponte Severn neste estado. Os teclados de MARK KELLY são o show deste álbum, eles constroem a atmosfera e sustentam-na. A guitarra de STEVE ROTHERY está presente por toda parte e preenche sempre bem as músicas, MOSLEY E TREWAVAS formam uma cozinha sempre sólida e os vocais de STEVE HOGARTH são soberbos e muito temperamentais ao longo do disco. Destaques para o mini épico, "Goodbye To All That", faixa dividida em cinco partes que gira em torno de atmosferas intensas a space, "Hard as Love" é a primeira música mais hard no álbum, e vem no momento certo, excelente solo de sintetizador de MARK KELLY, além ótimas guitarras e vocal poderoso, "The Lap Of Luxury" é linda, se transformando de uma excelente melodia de rock com uma progressão de acordes memorável para um som obscuro e ambiente. Brave explora uma questão conceitual de forma elegante e bem executada, fornecendo uma amostra do potencial da banda, especialmente STEVE ROTHERY e um "ressuscitado" MARK KELLY, cujo papel havia diminuído em importância desde a saída de FISH.

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AFRAID OF SUNLIGHT (1995)

Aqui novamente a banda estava diante do desafio de prosseguir após o lançamento de um disco muito bem acabado. Ainda que a sua maneira o MARILLION manteve-se dentro de uma excelente qualidade. Todas as faixas aqui são melódicas, bem escritas e lindamente produzidas, apesar de que em Afraid of Sunlight o som é muito mais suave do que o da era FISH e até mesmo em relação os primeiros álbuns da era HOGARTH. Contendo belas paisagens sonoras, as músicas são muito bem harmonizadas e simplesmente se transpõem umas para as outras com texturas orgânicas, levando o ouvinte a um passeio musical que eventualmente entra em erupção com uma boa intensidade emocional. "Cannibal Surf Babe" é uma canção inspirada (ou quase) nos BEACH BOYS, que tenta mostrar que o MARILLION também pode ter senso de humor. É certamente uma paródia bem construída, completa com harmonias vocais sutis. Duas das faixas são sobre pessoas que morreram antes da hora. "Out of this World" presta homenagem a Donald Campbell, que morreu tentando bater o recorde mundial de velocidade na água, enquanto "King" é (obviamente) sobre Elvis. Ambas são bem escritas e musicalmente soberbas, com HOGARTH em particular contribuindo com vocais emotivos e sinceros. A faixa título também é belíssima, reservada e de natureza melancólica, outro ótimo desempenho de HOGARTH, com um final crescente de lindas linhas de teclado e solo de guitarra cheio de distinção e delicadeza. Afraid of Sunlight é um álbum que tem tudo, emoções, complexidade, letras excelentes, boa instrumentação. Eu sempre gosto de recomendá-lo para as pessoas que são novas em relação a banda, já que ao mesmo tempo que é bastante acessível possui uma grande representatividade musical.

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THE STRANGE ENGINE (1997)

Outro trabalho que eu não diria que seja de qualidade constante, o que obviamente, não quer dizer que não vale apena tendo em vista que existem algumas músicas muito boas. STEVE HOGARTH está bastante interpretativo como sempre e sua voz continua casando perfeitamente com as músicas, STEVE ROTHERY mostra o porquê de ser considerado um guitarrista fantástico com solos emocionantes, mas também proporcionando riffs resistentes e ótimas abordagens rítmicas, MARK KELLY utiliza muitos efeitos diferentes de teclado, além de obter progressões de primeira linha, IAN MOSLEY e PETE TREWAVAS são tão coesos como sempre, oferecendo performances dinâmicas e de bastante precisão. O álbum é mais acústico que outros discos da banda, mas também tem um pouco de tudo dos seus registros anteriores, resultando em algumas faixas de rádio, faixas de rock mainstream, algumas músicas inteligentes e organizadas em similaridade com o material encontrado em Afraid of Sunlight. "A Man Of A Thousand Faces" tem um coro cativante e uma paisagem sonora muito boa, além de ótimo piano, "Estónia" é muito melancólica e pungente e carregada de emoção, "Memory of Water" é a faixa mais curta do álbum e uma das melhores, uma belíssima orquestração trabalha exclusivamente para dar vitalidade a canção e andar de mãos dadas com a excelente voz de HOGARTH, a faixa título sem dúvida é o maior destaque através dos seus cerca de quinze minutos, bastante complexa e com mudanças de clima, belos arranjos emotivos de ponta a ponta e um solo de saxofone muito bem encaixado que traz variedade a canção, tudo muito bem cadenciado. Talvez não seja um disco tão duradouro como outros da banda, mas ainda assim dentro de um equilíbrio pode proporcionar bons momentos de diversão.

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RADIATION (1998)

Acho que dificilmente alguém que esteja familiarizado com o som da banda vai gostar instantaneamente desse disco, muito pelo contrário, são grandes as chances de acontecer uma enorme decepção como a que tive. Mas é como dizem, o tempo é o melhor remédio, e realmente hoje enxergar bons momentos em Radiation não é algo impossível. Um disco decente que não é nem completamente comercial nem totalmente não progressivo. É uma espécie de disco experimental da banda onde tentaram atualizar seus elementos prog, sem nenhum trabalho de teclado mais inspirado, guitarras sem solos longos, mas ainda com boas variações de ritmos, enfim, um grupo sem seus elementos chaves, digamos assim, que provavelmente fez com que muito dos seus fãs fossem afetados. Não digo que exista um enchimento nesse disco, dentro de sua proposta tudo parece no seu lugar onde o álbum consiste em três "movimentos" diferentes. As quatro primeiras músicas são todas as músicas de rock que são edificantes, enquanto que "Now She'll Never Know", "These Chains" e "Born to Run" são músicas ligeiramente mais emotivas, obscuras e temperamentais, mas "Cathedral" que é o maior destaque do álbum, tem como ingredientes teclados etéreos, guitarras pesadas, cozinha sólida e precisa como sempre, além de uma grande entrega vocal. Radiation é um disco que ainda que não tenha caído nas graças dos fãs na época do seu lançamento, tem suas qualidades e atributos que o fazem merecer também elogios e não somente críticas.

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marillion.com (1999)

Em marillion.com a banda não parece disposta a fazer as "pazes" com o a alta cúpula de fãs, ou seja, aqueles que a abraçaram nos primeiros anos de sua história. Acho que até pode ser considerado um bom disco pelo seus esforços mais satisfatórios, mas ainda assim não acredito que seja um elemento essencial a qualquer colecionador de material de bandas de neo progressivo. Gosto de dizer que esse disco se trata de uma mistura divertida de músicas pop com excelentes performances de todos os membros em passagens mais bem elaboradas. De certa forma uma melhoria em relação à Radiation ao construir uma fórmula similar de acessibilidade artística. A expressão da banda neste lançamento embora também não tenha agradado muitos também serviu para preparar o cenário para o que poderia vir futuramente. Enquanto músicas como "Legacy", "Deserve" e "Rich" são exemplos da sensibilidade madura do grupo na escrita de músicas que são fáceis de um grande público gostar, Go é progressiva no seu núcleo, mas infundido com sensibilidades pós-indie, o segmento vocal de encerramento está entre os melhores que o HOGARTH já gravou com a banda, "Interior Lulu" é uma música lenta e melodiosa que sofre uma "bipolaridade" em determinado momento com ataque instrumental frenético, talvez a melhor faixa do álbum, "House", faixa que fecha o álbum é bastante negligenciada pela banda, parece ser do tipo que é projetada para ser interpretada e ouvida em um clube de jazz, belíssima e de muita classe, ganha ainda mais intensidade quando adicionado o simples, porém ótimo trabalho de saxofone. Até mesmo o seus mais controversos álbuns entre a base de fãs (e este definitivamente se qualifica como tal) ainda assim a banda consegue trazer algo aproveitável e que não deve ser deixado de lado por conta daquilo que o acompanha.

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ANORAKNOPHOBIA (2001)

Costumo falar que Anoraknophobia é o disco que fecha a trilogia experimental da banda. Não se trata de um trabalho feito pra figurar entre os melhores, mas no fim das contas é um registro de resultado médio. Um disco de uma banda que não tem medo de correr riscos através da execução de alguns sons novos, seguindo as tendências sem prejudicar sua integridade. No geral a música deste álbum em si é uma mistura refrescante de teclados e guitarras bem usadas com base sólida de graves e bateria no seu núcleo. "Between You and Me" é poderosa e bastante otimista que instantaneamente coloca o ouvinte de bom humor, confesso que nem o "q" de U2 me impediu de apreciá-la, já que não sou muito admirador da banda irlandesa, "Map Of The World" é uma faixa que se não cativar pelo riff vai cativar pelo coro, um rock convencional com bom solo de guitarra que combina bastante com o estilo, faixa agradável e atraente, "This Is The 21st Century" é melancólica, sonoridade atmosférica e com letras profundas, a primeira vista o ouvinte pode pensar que ela é um pouco arrastada, no entanto com o tempo é notório que o seu comprimento apenas a faz ficar melhor, "If My Heart Were a Ball, It Would Roll Uphill" é muito ativa e com grande coro, possui um viés vocal, seções instrumentais excelentes, embora breves e tem um final de acabamento monumental. No geral, Anoraknophobia é um álbum que é bastante consistente na sensação que causa ao ouvinte, e que pode ser escutado do início ao fim sem se sentir aborrecido. Não é exatamente MARILLION em sua maior forma progressiva, mas escreveram e tocaram algumas boas canções aqui.

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MARBLES (2004)

Em 2004 e já se passado pouco mais de duas décadas desde que a história discográfica da banda havia começado e através de Marbles a banda lançou o seu mais significativo disco desde Brave, sendo pra alguns, o melhor da era HOGARTH. A versão a que me refiro aqui é a com 2 CDs e sem dúvida alguma a que faz desse álbum algo tão especial e rico musicalmente. Um desses discos que sempre tendemos a encontrar algo novo quando escutamos novamente, destaques não faltam. "Ocean Cloud", por exemplo, mais do que um épico de quase dezoito minutos, também dá a sensação de estarmos assistindo a um filme tamanho o poder imaginativo que ela desperta no ouvinte. "Fantastic Place" é belíssima, guitarra fina e orquestração muito bem construída, final emotivo que desperta até uma sensação de alegria. "Don't Hurt Yourself" e "You're Gone" são exemplos de música pop muito acessível, mas ao mesmo tempo de grande qualidade. "Drilling Holes" tem uma veia mais psicodélica onde os destaques maior estão nos trabalhos de teclado. Basicamente tudo aquilo que a banda pode oferecer de melhor e mostrou em discos anteriores é possível em encontrado em Marbles. Uma mistura eclética de estilos de um grupo de músicos num momento pleno de criatividade e inspiração, apesar de nomear alguns destaques, todas as faixas tem algo grande a oferecer, fazendo com que o disco seja do tipo facilmente apreciado do começo ao fim. Mesmo se tratando de um trabalho duplo, não existe momento gorduroso, tudo tem um propósito de estar aqui.

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SOMEWHERE ELSE (2007)

Depois do resultado obtido através de Marbles, após ouvir Somewhere Else pela primeira vez dificilmente a sensação inicial não seria de decepção, afinal, a banda não manteve a linha musical tão belíssima e progressiva do seu álbum anterior. Um disco orientado mais para aqueles que se identificam com discos como Afraid of Sunlight e Anoraknophobia. Onde ele se encontra na discografia da banda faz com que seja nítido que a inspiração e o feeling não estejam em alta, ainda que existam boas faixas. HOGARTH sempre consegue desempenhar um grande papel de vocalista, ROTHERY nesse álbum também consegue soar muito bem com sua guitarra. "The Other Half" abre o disco de forma bem agressiva e é uma música muito boa, "Somewhere Else" é excelente, muito intensa e HOGARTH canta no seu melhor, "A Voice from the Past" é ótima, com um piano belíssimo e reflexivo, solo curto de guitarra que não poderia ser melhor, costumo me perguntar se essa faixa não seria uma sobra de Marbles, pois caberia muito bem no álbum. Mas apesar desses destaques, é muito pouco pra um disco de dez músicas e principalmente se levarmos em conta o quão a banda havia se saído bem três anos antes. Não existem tantos elementos progressivos, um disco que depende da maneira que for encarado para poder soar melhor ou pior, de qualquer forma, aquela sensação de "feijão com arroz" nunca foi tão evidente em um disco do grupo por conta do seu lugar na discografia.

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HAPPINESS IS THE ROAD (2008)

Lançado em um formato de dois CDs separados, Essence e The Hard Shoulder, tem umas ideias mais progressivas que o seu anterior. O primeiro disco é conceitual e versa sobre questões como o sentido da vida, sendo mais reflexivo não só em temas como também em sua sonoridade, que é bastante experimental e minimalista baseada predominantemente em linhas de teclado. O segundo é mais direto em suas propostas e entrega faixas independentes, que vão do progressivo ao rock convencional. O álbum Essence, depois da maravilhosa introdução, "Dreamy Street", encontra o seu melhor com a tríade começando com "Essence" e terminando com "Liquidity", depois esfria um pouco até chegar à faixa título que é muito boa, com uma interpretação tocante de HOGARTH. O álbum The Hard Shoulder tem como destaque, "The Man from Planet Marzipan", possui a estrutura de uma mini suíte e é muito boa, "Asylum Satellite # 1" é permeada por uma atmosfera mística, misturado com algo despretensiosamente insano, "Real Tears For Sale" é uma faixa clássica, muito boa e bastante nostálgica. No fim das contas é um disco criativo e de momentos progressivo, ainda que não seja um trabalho de qualidade elevada como um todo tem momentos que valem muito a pena e podem figurar em qualquer boa playlist que se preze da banda.

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SOUNDS THAT CAN'T BE MADE (2012)

MARILLION é uma banda que parece gostar de surpreender quando não se esperam mais tanta coisa assim dela. Após discos que apesar de terem bons momentos, não diziam tanta coisa assim no geral, apareceram de maneira mais criativa. Sempre que eu vejo um épico costumo pensar que aquela faixa é a melhor do álbum, mas com "Gaza" isso não aconteceu aqui, apesar de interessante e muitos momentos lindos, falta um pouco de coerência e essas partes não parecem se encaixar bem. De qualquer forma, o álbum fica mais interessante e funciona muito melhor depois, as duas outras faixas mais longas, "The Sky Above the Rain" e "Montreal" são mais bem direcionadas e sem dúvida dois destaques do disco. "Power" tem uma excelente melodia e entre as faixas mais curtas a considero a melhor delas. Em suma o disco não é uma obra prima ou um trabalho que apresenta algo realmente novo, mas contém algumas músicas bastante fortes. Considero esse um álbum padrão de neo progressivo, não necessariamente essencial, mas agradável recheado de músicas que flutuam em um estilo relaxante. Mesmo sem um conceito ambicioso ou mesmo um potencial de clássico, consegue prender bem o ouvinte.

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F E A R (F*** EVERYONE AND RUN)

Além das influências em bandas como PINK FLOYD, GENESIS, YES entre outras várias, o MARILLION também carrega uma em si mesmo, como se suas ideias de álbuns anteriores fossem apresentadas de maneira mais bem pensada. A banda parece que decidiu tirar algumas das partes mais interessantes e bonitas de alguns de seus álbuns anteriores pra usar aqui, ou seja, novamente nada de novo, porém, um trabalho de ótima qualidade. Um álbum de construção extremamente apaixonada do tipo que nem sempre vai prender o ouvinte instantaneamente, requer um estado de espirito relaxado pra que seja apreciado de forma plena. Caso esteja com vontade de algo maduro e que o leve a uma experiência viajante, esse realmente é o tipo de disco que dará essa sensação. HOGARTH está no seu melhor desempenho em muitos anos, teclados atmosféricos, guitarras que apesar de poderem ter sido mais presente, também tem seus bons momentos e uma cozinha que nunca decepciona. Um disco feito de maneira cuidadosa em todos os seus seguimentos, como um quebra cabeça bem encaixado que apesar de nem sempre mostrar um desenho surpreendente, é inegável que todas as suas peças estão no seu devido lugar.

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Sobre Tiago Meneses

Um amante do rock em todas as suas vertentes, mas que desde que conheceu o disco Selling England by the Pound do Genesis, teve no gênero progressivo uma paixão diferente.
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