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Iron Maiden: Qual o tema de cada música do Book of Souls? (parte 1)

Por Bruno Prado
Postado em 16 de outubro de 2015

O novo álbum do IRON MAIDEN não fala apenas sobre almas. Confira nesta matéria uma abordagem sobre o tema de cada uma das músicas do Book Of Souls.

OBS: como este é um CD duplo a matéria está dividida em 2 partes para que a leitura não fique muito desgastante. Leia a segunda parte no link abaixo.

Iron Maiden - Mais Novidades

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O CEIFEIRO DAS ALMAS
If Eternity Should Fail (Dickinson)

A música que abre o disco tem inspiração em um álbum conceitual que Bruce Dickinson estava criando para sua carreira solo. O tema é basicamente sobre um personagem fictício, "Dr. Necropolis", que cria uma máquina para roubar as almas dos humanos.

A letra faz uma alusão a pureza da alma ("Clothed in white, stand in the light / Here is the soul of a man"), cita o início dos tempos na terra ("When the world was virgin / Before the coming of men"), afirma que todos nós somos "crentes estranhos" ("We are strange believers all of us / There are stranger truths immortal lust") e cita uma ilusão de Deus ("To god’s illusion which I recall / Was our delusion")

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O conceito de alma segundo o livro dos espiritos de Kardec

O conceito de alma (ou Anatta) segundo o budismo

No trecho "Before the fall / The angels come and the angels go / But the lord of light shining below" pode haver duas interpretações. A primeira é a queda de Lúcifer (que já foi um anjo), brilhando abaixo de deus. A outra seria uma referência a raça humana, representada por Adão e Eva que caíram do paraíso. Nesse caso Lucifer, O Senhor da Luz - um de seus apelidos, é tido como possuidor de almas.

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A queda de Lucifer segundo a bíblia em Isaías, XIV

A queda do homem segundo a bíblia em Genesis, III

O refrão seria uma referência aos anseios do Dr. Necropolis pelo fim dos tempos para então ceifar a alma dos humanos: "Reef in a sail at the edge of the world / If eternity should fail".

"Reef in", que em português se traduz "Rizar", é uma técnica náutica que consiste em reduzir o tamanho da vela quando o vento está forte, aumentando a performance do barco. Ou seja, aumentar a performance no limite do mundo significaria apressar o curso natural da humanidade, se a eternidade falhar.

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"Waiting in line at the ending of time / If eternity should fail". Neste ponto a letra é bem clara: esperando em fila para o fim dos tempos, se a eternidade falhar.

A falha da suposta "eternidade" pode ser encarada como a negação da crença de religiões cristãs que apostam na prolongação da alma no reino de Deus. Indo para o céu, o indivíduo jamais reencarnaria, e portanto ficaria eternizado ao lado do criador. Exatamente o oposto do que deseja o Dr. Necropolis, ceifeiro das almas.

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É curioso notar a ligação da letra com o tema central do álbum através de uma frase no início "Time to speak with the shaman again" (Momento de falar com o Xamã novamente). Xamãs são sacerdotes que entram em transe durante rituais e alegam poderes para invocar espíritos em diversos povos indígenas, entre eles, os Maias.

As palavras citadas no fim da música, caso aproveitadas por Bruce em sua carreira solo, seriam a introdução do Dr. Necropolis em seu álbum conceitual. Harris, ao ser questionado por Bruce se ele se importaria em usar as palavras mesmo não sendo este um álbum conceitual, teria respondido "não importa, está falando de almas então parece legal".

Bruce dá detalhes sobre a criação da música (em inglês)

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299.792.458 METROS POR SEGUNDO
Speed of Light (Smith / Dickinson)

O primeiro single do novo álbum, como muitos já sabem, fala da velocidade da luz. Com 299.792.458 m/s, a luz é uma constante independente do referencial inercial do observador e constitui um limite físico inexpugnável (hipoteticamente os táquions seriam as únicas partículas a superar tal velocidade, mas ainda falta comprovação.

Timeline da definição de metro e velocidade da luz (em inglês)

Na letra existem muitos pontos que podemos explicar pelas leis da física.

Multiversos: "Another time, another place / A hollow universe in space" - a ideia de outro tempo, lugar e universos paralelos em outras dimensões no espaço é defendida na "Teoria das cordas" por alguns cientistas, entre eles, Stephen Hawking. Por definição, ao alterarmos o passado viajando na velocidade da luz teoricamente não mudaríamos nosso universo corrente, mas entraríamos em um novo universo paralelo com um futuro diferente daquele em que estávamos.

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Viagem no tempo em 1 só direção: "I took a trip to see the sights", "One way ticket no return" e "We will not return / Humanity won't save us" - isso nos lembra que, segundo a teoria geral da relatividade de Einstein, quanto mais próximo da velocidade da luz viajarmos, mais devagar o tempo passa para nós, ou seja, o espaço-tempo é distorcido de tal forma que o viajante "projeta-se" ao futuro. No entanto, é impossível voltar ao tempo de origem.

Viajar no tempo é possível

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Energia x aceleração: "My shootin' star so fast it burns" - ao se aproximar da velocidade da luz é preciso queimar cada vez mais e mais combustível para um aumento cada vez menor da velocidade. Apenas para deslocar 1 único elétron ao futuro precisa-se o equivalente a massa de uma estrela.

A escuridão e os buracos negros: "I will be blacker than the night", "On the edge that you can't see", "We slip into the night" e "You won’t be tracking me by sight" - ficar mais escuro que a noite, na extremidade que não se pode ver, perder de vista e cair na noite. Tudo invoca o conceito de que a nossa visão é a percepção dos fótons de luz. Supondo que viajemos mais rápido que a luz, então desapareceríamos naquele momento para um observador estático pois estamos rumando a um futuro que não chegou para ele (ainda).

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Outro bom exemplo são os buracos negros. Eles são deformações do espaço-tempo causadas após o colapso gravitacional de uma estrela, onde nada, nem mesmo partículas na velocidade da luz conseguem escapar e assim, não conseguimos ver. Dentro do buraco negro o tempo para e o espaço deixa de existir.

O buraco negro e sua composição

Eclipses: "Shadows in the stars" (sombras nas estrelas) também pode ser interpretado como os próprios buracos negros ou mesmo como eclipses, fundamentais para comprovar a teoria de Einstein que uma estrela distante sofre desvio em direção ao Sol por causa da forte curvatura do espaço-tempo criada por sua massa (na verdade o eclipse solar é a sombra da lua no planeta Terra, entretanto, "shadow" também pode ser traduzido como obscuridão, ou até "borrão" no Sol, uma estrela). O famoso eclipse de 1919 observado em Sobral, no Ceará, por exemplo, foi o primeiro a provar que Einstein estava certo.

A comprovação da relatividade de Einstein em Sobral, CE

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Horizonte perdido num espaço esférico: "Event horizon lost in space / Runnin' in a human race" - talvez a parte mais instigante da letra seja pensar que o tal "horizonte de eventos perdido no espaço" seja semelhante com o conceito de curvatura do espaço-tempo que Einstein elaborou. O universo não seria linear, mas esférico, e por isso o horizonte "se perde".

As curvas do espaço-tempo

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Vale destacar que a luz desacelera em certas fases da matéria devido à refração, e em 2001 a física dinamarquesa Lene Hau conseguiu reduzir sua velocidade até pará-la. Recentemente em 2015 descobriu-se que até mesmo a velocidade da luz no vácuo não é tão constante assim como se pensava.

A luz parada em seu trajeto (em inglês)

A (re)descoberta da velocidade da luz no vacuo (em inglês)

Essa busca pelo conhecimento do domínio da velocidade da luz também nos remete a tal "corrida humana" citada na letra.

RUMO AO DESCONHECIDO
The Great Unknown (Smith / Harris)

É outra letra metafórica da banda que pode ser entendida como um caminho para algo desconhecido, talvez após a morte. Seu início tem uma frase interessante: "Where the dark has fallen and the seed is sown" (onde a escuridão caiu e a semente é plantada). Podemos interpretar que a escuridão chegou devido à semente do mal instalada na humanidade.

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A letra descreve como o mundo tem se tornado um lugar repleto de egoísmo, violência, vingança e dor, como por exemplo "In the selfish hearts of some / The nightmare’s coming" e "Where the sons are dying / Hear their mothers crying / And the distant sound of fire / Begins again". Este último trecho indica que o mal (o fogo) sempre começa novamente.

Referências biblicas na letra estão sutis mas podemos destacar "Now the cup is spilling over" que remete a Salmos, 23:5.

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Outro trecho específico "And for those who live by and are dying by the sword / They will take their ideals with them / Justify their end" pode nos lembrar passagens bíblicas como em Mateus 26 ou Lucas 22, mas prefiro acreditar até em algo mais variado, como as espadas do Islamismo, por exemplo (Surata Al-Anfal 8:12 do Corão).

"It’ll be the damnation and end of us all" cria um clima de obscuridade talvez indicando que este ódio entre seres humanos tende a acabar com nossa própria existência.

LE ROUGE ET LE NOIR
The Red and the Black (Harris)

Grandiosa, imponente e colossal, com o título "O Vermelho e o Preto", esta música parecia ser uma homenagem ao maior clube do Brasil, o Flamengo, afinal o autor da música também é fã da equipe (veja uma entrevista de Harris com a camisa do Fla.

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Seria uma grata surpresa para toda a nação Rubro-Negra (e para este autor especificamente)... mas claro, é apenas uma brincadeira.

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Na verdade a letra tem elementos ambíguos e para alguns fãs ela é uma extensão de "The Angel & The Gambler", falando novamente de jogos de azar, principalmente cartas. Contudo, é curioso notar que apenas 2 naipes são citados: copas e paus. Além disso, sentimentos de traição, hipocrisia e risco de morte trazem ar de desconfiança quanto a esta motivação.

De fato podemos criar analogias entre vários jogos e a letra, como por exemplo: "A different shape every step I take" - o jogo de Xadres tem diferentes movimentos para cada peça. "The black jack king and the red queen clash" - Rei de Paus e Rainha de Copas são adversários em diversos jogos de cartas. "The good luck charm is overkill" - usar amuletos de sorte em jogos é algo corriqueiro. "The tired old soldier says fire at will" - existem jogos de tabuleiro com soldados, um exemplo famoso é o jogo "War". "Meanwhile we play the waiting game" - esse "jogo de espera" pode referenciar a diversos jogos de cartas. "All out of luck again" - todos sem sorte (no jogo).

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"The Red And The Black" - os naipes de cartas tem justamente essas duas cores, a roleta também, e além disso, muitos tabuleiros também são feitos em preto e vermelho.

Mesmo com essa relação citada acima, devemos lembrar que a música tem o exato título (em inglês) do livro "Le Rouge et le Noir" do escritor Henri-Marie Beyle, conhecido como "Stendhal". O livro, que também já foi adaptado para o cinema, é uma crônica da sociedade francesa na época de Stendhal, onde o personagem central, Julien, se envolve numa trama de hipocrisia, amor, angústia, traição e morte. Exatamente os mesmos elementos que permeiam a letra de The Red And The Black.

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O único ponto controverso da letra seria o trecho "Planes overhead go search destroy / The ones below human decoy" pois não existiam aviões (planes) na época em que a história do livro se passa. Harris poderia estar se referindo metaforicamente a uma posição bélica adotada pelo personagem Julien, já que na estrofe anterior ele cita "The tired old soldier says fire at will" talvez em alusão a tentativa de assassinato feita por ele contra sua amante.

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"The artful dodger" da letra poderia ser o próprio Julien, trapaceiro que herdou posses. "The joker’s wild like an impish child" pode ser uma referência a Mathilde, filha de seu chefe, que infantilmente seduz e rejeita o protagonista, mas acaba se apaixonando. "Madame Fortune" poderia ser Madame de Rênal. "I need somebody to save me" poderia se referir a necessidade de Julien por salvação. Tanto do meio hipócrita que se encontra, como de sua sentença de morte. "People don’t want the truth" demonstraria a falta de interesse da sociedade em saber as origens do personagem central.

Quanto ao título do livro, este é motivo de controvérsia. O argumento mais usado é que o autor se referia ao vermelho da farda francesa e o preto da batina dos padres, mas também se referem ao sangue derramado ou mesmo aos sentimentos, sendo o vermelho a paixão e o preto a razão.

Mais detalhes sobre o livro (em ingles)

OBS: no Brasil o livro foi considerado "subversivo" em 1964. Alguns exemplares chegaram a ser queimados.

PROFUNDEZAS DA VIDA
When the River Runs Deep (Smith / Harris)

"Quando o rio" é equivocadamente traduzido como algo que "corre fundo" não faz sentido algum. Afinal, correr é um verbo que não se associa a profundidade a menos que se refira a submarinos como em Run Silent Run Deep! Mesmo assim a tradução adequada seria "ir(vai) fundo" / "aprofundar".

Sendo Adrian Smith um dos autores, e fã de pesca esportiva, pode ser até natural imaginar pelo título que a música falaria sobre anzóis, iscas e etc, mas não é bem por aí.

Tal como outras anteriores a letra trata de uma reflexão sobre o dia que a morte pode bater em nossas portas, encarando de uma forma filosófica os rumos que nossa vida toma. O rio que se aprofunda é uma metáfora com o curso natural da vida. Nossa vida seria como um rio que desvia de obstáculos ao longo do percurso, tem momentos calmos, outros agitados, partes rasas e partes fundas.

"There’s no time for crying / When some of us are dying / None of us decide what is our fate" (não há tempo para chorar / quando alguns de nós está morrendo / ninguém pode decidir o próprio fado [destino]).

Esta parece ser a parte mais evidente da letra onde não consigo pensar em outra coisa a não ser as mortes de Jon Lord (ex-DEEP PURPLE) e Clive Burr (ex-IRON MAIDEN) em julho de 2012 e março de 2013 respectivamente.

Ambos morreram no período pós Final Frontier e antes do início da criação do novo álbum. Suas mortes, junto com dois lutos que Steve Harris teve de lidar já na fase de composição do Book Of Souls (um amigo e um parente próximo) talvez tenham influenciado sua percepção de que "As pessoas estão morrendo e você sabe que já viveu mais anos da vida do que o que tem pela frente. Isso é fato. Você tem que aceitar isso e isso começa a fazer com que você sinta as coisas de modo diferente, sobre o que é ou não importante".

Leia a entrevista de Steve Harris para a Metal Hammer

Outro ponto bastante interessante é notar como a melodia da música mais se assemelha com a fase de Clive Burr do que com os tempos recentes, em contraste com a auto-reflexão da letra que poderia indicar algo mais calmo. Mas aqui vale uma observação: não seria correto assumir isto como uma homenagem direta a Clive, e sim, uma possível influência do momento da sua morte na criação da música.

A CIVILIZAÇÃO MAIA
The Book of Souls (Gers / Harris)

Inspiração para a faixa título do álbum, os Maias foram uma das civilizações mais avançadas da era pré-colombiana. Sua agricultura, organização social e principalmente o sistema matemático impressionaram bastante os pesquisadores. Teoricamente eles existem até hoje pois seus descendentes vivem em diversas partes da América Central, mas todas as grandes cidades, templos e regiões densas entraram em colapso inexplicavelmente no ano 900 d.C.

Os Maias são famosos por diversas peculiaridades, entre elas, os rituais de sacrifício humano. Geralmente os Maias ofereciam o sacrifício de pequenos animais aos seus Deuses mas quando ocorria algum evento especial eles recorriam ao sacrifício de humanos, algumas vezes até crianças, por acreditar que suas almas eram mais puras.

Matéria sobre o sacrifício de crianças pelos Maias

"Sacrifices buried with kings / Accompany them on a journey with no end". Quando alguém muito importante morria (um sacerdote, rei ou rainha) os Maias procuravam sacrificar um membro da família ou alguém próximo ao falecido para que este pudesse ajudá-lo na entrada do mundo espiritual. As primeiras palavras da letra parecem mencionar tal prática.

Outros trechos como "And to face the demons / Of their underworld haunts" e "Two headed reptile symbol of his reign / Universes of the underworld" fazem referência ao "submundo" no qual os Maias acreditavam. O povo K'iche natural da Guatemala, por exemplo, chamava o submundo de "Xibalba", o lugar do medo. É importante diferenciar este submundo do inferno tradicional cristão. Para os Maias seu submundo tinha 9 níveis e não era um lugar de sofrimento carnal, mas de medo ou assombração.

Os Maias também acreditavam em um céu ou paraíso. Por isso suas construções em forma de pirâmides procuravam aproxima-los dos deuses: "And were living in the cities of stone / Towers reaching upward to the heavens" (e viviam em cidades de pedra / torres que alcançavam os céus).

"Prophecy of sky gods, the sun and moon / Passing of old ways will come true soon". Outro ponto citado na letra, a "profecia dos Deuses do céu, sol e lua" é uma referência ao avançado calendário Maia. Os Maias tinham um nível de precisão muito superior a outros povos, e com isso conseguiam prever eclipses solares, lunares e até mudanças no ciclo de comportamento do sol.

Uma das contagens do calendário Maia, chamada de "b'ak'tun", foi centro de uma polêmica devido ao seu fim em 21 de dezembro de 2012. B'ak'tuns eram os cliclos de 20 Katuns, que nada mais eram do que ciclos solares. Por não calcularem nada além de 2012, alguns pessimistas achavam que os Maias previram o fim do mundo. O IRON MAIDEN já aproveitou esta polêmica na música "When The Wild Wind Blows", sem mencionar os Maias, a letra trata de um suposto fim do mundo anunciado que ao final, não passava de um tremor de terra.

Fundamentos do suposto fim do mundo na cultura maia (em inglês)

Por ser um povo muito evoluído para o seu tempo, algumas pessoas creditavam a evolução dos Maias a contatos extra-terrestres, o que é citado também na letra: "Alien invasion brings nothing but death / Mass exodus and plant life destroyed". Outros acreditam que os Aliens poderiam ter vindo para acabar com a civilização, e não ajudá-la. De qualquer forma, jamais existiram evidências concretas de tal relação, além de alguns poucos artefatos que forçadamente se assemelham com coisas de outro planeta.

Maias não tiveram contatos com ETs

Apesar da letra bem acurada, o tal "Livro das Almas" parece não existir. Na verdade se a palavra "book" for utilizada como "registro" fará mais sentido. Os Maias registraram em alguns textos referências as suas almas. Para eles um indivíduo não possuía apenas uma, mas várias almas. A perda de uma dessas almas poderia gerar doenças ou alteração no indivíduo como um todo.

Dos poucos livros que restaram da cultura Maia, os que talvez mais possam se aproximar de ser um livro das almas sejam os da coleção "Chilam Balam". Tais livros formam uma compilação de histórias atribuídas a um autor lendário, Chilam Balam. Os textos falavam da história dos Maias, calendários, astrologia, medicina e religião, mas também continham previsões de oráculos, que inclusive teriam antecipado a chegada dos espanhóis.

Uma última curiosidade, não mencionada na letra, é que os Maias tem importância fundamental na criação do Chocolate. O cultivo de cacau inciou na civilização Olmeca mas seu uso para criar uma bebida chamada "xocoatl" só foi possível a partir dos os Maias.

Confira todas as letras do Book of Souls

Leia a segunda parte da matéria com as músicas do CD2 no link abaixo.

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