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Steve Hackett: Um voo solo bem sucedido

Por Tiago Meneses
Postado em 04 de setembro de 2011

STEVE HACKETT é o tipo de guitarrista que agrada qualquer pessoa que goste de um estilo refinado e elegante de se tocar guitarra. Muito mais do que lembrar e, principalmente conhecê-lo como o ex-guitarrista do GENESIS, acho que todos deveriam tentar se aprofundar na obra solo do músico que construiu uma carreira de trabalhos de extrema qualidade e versatilidade, nunca se prendendo a rótulos, mas sempre soando de forma única, não importa qual gênero da vez que o mesmo estaria flertando, se com o jazz-rock, pop (talvez o único estilo que de fato não soava muito legal com ele), rock progressivo, música brasileira, blues, violão clássico ou música erudita. O que acontece de fato é que, pra STEVE HACKETT pouco importa qual seja o campo musical que o mesmo esteja pisando, no fim ele sempre vai fazer brotar música de extremo bom gosto acima dele.

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Mesmo tendo saído do GENESIS apenas depois de 1977 pra dar início ao menos em minha opinião, a uma carreira solo infinitamente superior ao que sua ex-banda iria desenvolver em seus anos seguintes, dois anos antes o músico havia mostrado pela primeira vez o potencial de um guitarrista que embora tivesse alguns momentos de brilhantismo no GENESIS pós PETER GABRIEL, por muitas outras vezes teve que se deixar ofuscar pela "ditadura" de Banks imposta naquela época. O clima entre ambos não estavam nada bem, tanto que "coincidentemente" o único membro do GENESIS não convidado pra participar do seu álbum de estréia foi justamente TONY BANKS.

"Voyage Of The Acolyte", álbum de estréia da carreira solo de STEVE HACKETT, mesmo cerca de 35 anos e mais de 15 albuns de estúdio lançados depois, continua a fazer parte do top 3 de 9 entre 10 fãs do guitarrista. Também pudera, o álbum faz jus a toda essa adoração sendo um dos grandes lançamentos do Rock Progressivo daquele ano de 1975, disco de sonoridade bastante complexa tocada por um guitarrista que embora influenciado pelos trabalhos de sua ainda atual banda, também soube mostrar uma visão particular de sua proposta sonora de forma bastante criativa e melodiosa alem de contar com uma excelente banda, que tinha como convidados os já mencionados amigos de GENESIS, PHIL COLLINS e MIKE RUTHERFORD. Nesse disco também se encontra uma das mais belas músicas da carreira do guitarrista, "Shadow of the Hierophant" que contem um dos finais mais belos que já ouvi até hoje, com uma melodia que começa tímida e cresce chegando a um fim épico, essa música inclusive conta com a participação de SALLY OLDFIELD, irmã do MIKE OLDFIELD.

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Três anos após essa excelente estréia e agora totalmente desligado do Genesis, o guitarrista lança em Maio de 1978 seu segundo álbum, intitulado "Please Don’t Touch", mais uma vez um grande time de músicos o acompanhando, entre eles seu irmão JOHN HACKETT, CHESTER THOMPSON, RANDY CRAWFORD, RICHIE HAVENS e STEVE WALSH., esse último por sinal faz o vocal na faixa do álbum que é uma homenagem a Agatha Christie, "Carry On Up The Vicarage", e falando em homenagens, essa não foi a única, o guitarrista também homenageou sua esposa Kim na faixa de mesmo nome. Nessa segunda experiência solo, novamente se mostrou bastante inspirado e fez um trabalho que facilmente entra no rol de obrigatórios entre os fãs do músico.

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No ano seguinte, mais precisamente após um ano do lançamento de "Please Don’t Touch", é lançado em Maio de 1979 o álbum "Spectral Mornings". Em sua terceira empreitada solo, Steve Hackett conseguiu fazer aquele que para muitos, inclusive pra esse que vos escreve, é o único álbum que bate de frente, digamos assim, com "Voyage Of The Acolyte". Uma verdadeira jóia do Rock Progressivo, ainda mais vendo quando foi seu lançamento, ano em que sabemos que não se tratava de uma época boa pras bandas do gênero, tanto que ou estavam acabando ou reformulando a sua sonoridade pra poder atender as exigências musicais da década seguinte. "Spectral Mornings" é daqueles álbuns que podemos dizer sem medo que é ótimo do começo ao fim. E já que citei as duas extremidades do disco, é lá mesmo que se encontram seus maiores destaques "Every Day" e "Spectral Mornings", na primeira, até mesmo a habilidade de Hackett que nunca foi destaque nenhum na sua carreira como é o caso da vocal, ele soube fazer de forma muito bem feita e digna de elogio, alem de que a música conta com um dos solos de guitarra mais belos da carreira do músico. Já na segunda as coisas não deixam nada a desejar também "Spectral Mornings" é uma espécie de coletânea das características do músico em uma única faixa, ou seja, encontra-se bela melodia em uma forma extremamente pessoal de tocar onde até o mais simples dos acordes soam diferente devido a sua maneira emotiva de expressar com a guitarra.

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Novamente no ano seguinte ao lançamento de um álbum, Hackett já aparece com mais um disco, em 1980 é a vez dos fãs serem apresentados a "Defector", devo imaginar que pra os que vinham acompanhando a carreira dele na época o otimismo estava em alta, pois o músico vinha de um trabalho simplesmente incrível. Pois bem, "Defector" não está no nível de seu antecessor, mas sem dúvida alguma tem ótimos momentos, como por exemplo, a faixa de abertura, "The Steppes" um dos destaques do álbum e também da própria carreira de STEVE HACKETT, ou então a faixa "The Toast" que conta uma linda flauta sobre uma não menos elogiável cama melódica. Através desse álbum, STEVE HACKETT encerra uma fase iluminada de sua carreira. O que se vê adiante muitas vezes foge bastante do que ele fez nos seus quatro primeiros álbuns, mas não entenda isso como queda de qualidade da sonoridade dos discos, em alguns momentos mesmo que com uma roupagem diferente, existem álbuns com grandes momentos também, embora o próximo álbum de fato, não seja nada agradável.

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Começando a década aparentemente disposto a dar uma renovada em seu som, STEVE HACKETT fez isso até mesmo com os músicos que o acompanham, da banda que havia gravado os dois discos anteriores apenas permaneceram o flautista e tecladista, JOHN HACKETT e o tecladista NICK MAGNUS. Também começa a década lançando mais um álbum, em 1981 sai o quinto disco do músico intitulado "The Cured". Como dito anteriormente, o som que o ouvinte irá se deparar de agora em diante não será o mesmo, em "The Cured" ainda temos a veia de progressivo, mas em bem menor escala, dando boa parte do seu espaço a uma sonoridade mais voltada a um pop de qualidade bastante decepcionante, ainda mais pra algo em termos de STEVE HACKETT, logo de cara com a faixa de abertura "Hope I Don’t Wake Up" se nota que será um álbum difícil de engolir, com até mesmo as guitarras não soando bem, talvez pela cama brega armada pelos teclados do trabalho, "The Cured" é uma aula de como não começar uma nova fase da carreira de um músico, dessa vez nem a capa salvou.

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Dois anos se passaram e esse tempo sem lançar um álbum de inéditas fizera de certa forma bem pra STEVE HACKETT. Depois de "The Cured" ele retorna com "Highly Strung", longe de ser um álbum de qualidade inquestionável, mas sem sombra de dúvida merece elogios em alguns momentos, como nas faixas "Camino Royale", "Always Somewhere Else" e "Group Therapy". STEVE HACKETT aqui continua a soar com a cara da música pop que reinou no começo dos anos 80 mas ao menos, dessa vez também apresenta uma grande influência do jazz-rock. Aqui o guitarrista cantou em todas as faixas não instrumentais, mas soando bem diferente da forma que havia feito nos quatro primeiros álbuns da carreira, o que causa um certo estranhamento a primeira audição, mas não compromete o acabamento final.

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No mesmo ano de 1983, STEVE HACKETT lança o álbum "Bay of Kings", ao lado apenas de JOHN HACKETT que ficou com as partes de flauta e NICK MAGNUS responsável pelos teclados. Aqui a idéia foi em produzir um disco acústico, o resultado foi bastante satisfatório e belo. Nesse álbum o músico demonstra todo seu amor pelo violão de cordas de nylon, paixão essa que começou no instante em que ele viu o espanhol Andrés Segovia tocar obras de Bach no violão. Interessante que alem das músicas contidas no álbum, STEVE HACKETT também optou por fazer duas releituras de composições suas, de "Kim", do álbum "Please Don’t Touch" e de "Horizons", música da sua época de Genesis, pertencente ao álbum "Foxtrot". Com certeza lançar "Bay of Kings" após dois discos tão diferentes de sua carreira, serviu pra mostrar que aquele excelente músico da segunda metade da década de 70 não estava entrando em decadência e que ainda tinha muita lenha pra queimar.

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Após um ano literalmente de altos e baixos, com o lançamento de dois álbuns de sonoridades bem distintas, STEVE HACKETT entra em estúdio mais uma vez, agora pra gravar aquele que é conhecido como o seu "álbum brasileiro", trabalho que teve como resultado o disco "Till We Have Faces", provavelmente o disco mais "8 ou 80" do guitarrista, ao mesmo tempo que se vê pessoas que o amam, também acontece o contrário, pessoas que o odeiam do fundo de sua alma. Provavelmente por ser casado com uma brasileira e visitando com regularidade o país, STEVE HACKETT achou que era hora de gravar um disco com músicos brasileiro, e foi isso que ele fez, deixando apenas a mixagem pra ser feita na Inglaterra. Muitas vezes o álbum é puro experimentalismo e fusão de ritmos, em certos pontos o que se vê é uma levada jazzística e dois bateristas tocando simultaneamente, caso da faixa "Rio Connection". Em, "Matilda Smith-Williams Home For The Aged" a banda se mostrou bastante influenciada pelos ritmos brasileiros, com certeza é a faixa mais sambista do trabalho. Também existem influências no baião, mas nem sempre se encontra ritmos brasileiros nas músicas do álbum, em "The Gulf", por exemplo, não se encontra nada. Com certeza foi um álbum que agradou bastante a fãs no Brasil, mas nunca foi visto com bons olhos fora daqui. Mas algo é inegável, na época de "Till We Have Faces", mesmo o álbum sendo considerado por muitos de World Music, sempre foi definido como algo sem rótulo, que no fim das contas é o que STEVE HACKETT sempre quis buscar quando resolveu sair do Genesis e tomar seu próprio rumo.

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STEVE HACKETT usou o fim de 1987 pra começar a trabalhar em seu novo álbum, "Momentum", álbum lançado em 1988, mas é bom deixar claro que durante esses quatro anos entre "Till We Have Faces" e "Momentum", STEVE HACKETT ainda esteve em estúdio, dessa vez com o "super grupo" "GTR", ao lado de músicos de peso, entre eles o não menos genial guitarrista STEVE HOWE, projeto que mesmo com muitos nomes talentosos no papel, o resultado sairia bem abaixo da média, mas isso não vem ao caso, o assunto aqui é a obra solo do guitarrista . Voltando com "Momentum", mais uma vez a idéia aqui foi de ser um álbum acústico, mas ao invés de um trio como em "Bay of King", o que se vê aqui é uma dupla formada pelos irmãos JOHN e STEVE. Nunca entendi porque desse ser o álbum nesse formato mais esquecido do músico já que a sua qualidade não deixa a desejar a nenhum dos outros lançados por ele. Mesmo o trabalho sendo de ótima qualidade e bem homogêneo, destaco as faixas "Cavalcanti" e "The Sleeping Sea" entre as demais. STEVE HACKETT mais uma vez brindou a todos com um lindo disco tocando de forma primorosa. Após "Momentum", o guitarrista decide ficar sem lançar um álbum de inéditas por 5 anos, sendo assim, seu próximo algum, "Guitar Noir" sai do forno no ano de 1993, mas na verdade o músicos já vinha trabalhando em estúdio nele desde 1991.

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Chegado o ano de 1993, alem do lançamento do seu novo álbum, "Guitar Noir", o ano também representa a primeira visita do momentos e belas canções que merecem ser reconhecidas entre as melhores de toda carreira de STEVE HACKETT. Sonoridade bastante atmosférica, com uma boa mistura de guitarra acústica e elétrica. A versão americana do álbum tem um atrativo a mais, e que atrativo, na ultima faixa do disco, "Cassandra", o guitarrista tem como seu parceiro ninguém menos que BRIAN MAY, pena que a música tem um solo curto, mas que nos faz pensar que ótimo seria poder ouvir os dois tocando junto em um álbum inteiro. Alem disso músicas como "Sierra Quemada", "Take These Pearls" e "Little America" mostram mais uma vez toda a competência, sensibilidade e capacidade do músico em criar canções cativantes. Em "Guitar Noir", STEVE HACKETT mostra uma inspiração não vista em muitos anos, claro, exceto em seus trabalhos mais voltados as músicas acústicas, onde ele nunca, digamos, deixou a peteca cair.

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Após um bom trabalho em "Guitar Noir", no ano seguinte STEVE HACKETT entra mais uma vez em estúdio pra mostrar o porquê de ser considerado um guitarrista de versatilidade vista em poucos outros, e assim, opta por passear dessa vez pelo Blues, em seu mais novo álbum, "Blues With The Feeling", algo que não havia feito até então, ao menos não com tanta intensidade como dessa vez. O músico fez um ótimo trabalho, mesmo recebendo a crítica de alguns fãs mais inveterados de progressivo, é inegável que STEVE HACKET sabe se comportar de forma muito competente dentro do Blues, mesmo porque o mesmo nos anos 60 tinha como um de seus passatempos frequentar clubes pra poder ver seus ídolos de blues como ERIC CLAPTON e JOHN MAYALL, por exemplo. Músicas como "Love Of Another Kind", "Born In Chicago" e "Blues With a Feeling" mostram um STEVE HACKETT seguro e tocando com bastante feeling, algo que é essencial no gênero. O trabalho é bastante recomendado a todos que admiram um bom blues e também STEVE HACKETT, mas deixo uma observação, não adianta ser fã apenas de um dos dois, pois assim as coisas podem não soarem bem.

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Chegando o ano de 1996 e, quem sabe devido a uma saudade do GENESIS, STEVE HACKETT decidi lançar o álbum "Watcher of The Skies - Genesis Revisited" lançado primeiramente no Japão e no ano seguinte no "resto do mundo", o trabalho trata-se da releitura de alguns clássicos do Genesis e com um grande time de estrelas convidadas, "Genesis Revisited" é um desses discos que qualquer fã deve ter na sua coleção. Watcher of the Skies, foi uma das que mais ficou parecida com a as versão original, mas agora com STEVE HACKETT fazendo a parte vocal e BILL BRUFORD na bateria. Alem da faixa citada, outras músicas que se encontram no álbum são "Dance On A Volcano", " The Waiting Room", " For Absent Friends" alem claro, da inesquecível "Firth of Fifth", que por sinal ficou linda, com vocal de JOHN WETTON e bateria de BILL BRUFORD, por mais que tenham dado uma nova roupagem a seu arranjo, ele continuou bastante encantador, alem do solo de guitarra que dispensa comentários, considerado um dos mais belos da carreira do músico. Acho interessante também citar a faixa "Deja Vu", é uma música que Peter Gabriel iniciou na época de "The Lamb Lies Down on Broadway" mas não finalizou, então STEVE HACKETT com a autorização de PETER GABRIEL se responsabilizou da tarefa, com PAUL CARRACK encarregado das partes vocais, "Deja-Vu" é uma música de grande leveza e beleza. "Genesis Revisited" foi uma ótima idéia de STEVE HACKETT, uma grande homenagem à melhor fase de sua ex banda.

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Já no ano seguinte, 1997, STEVE HACKETT muito bem acompanhado pela Royal Philharmonic Orchestra, lança o álbum "A Midsummer Night's Dream", que como o próprio nome sugere trata-se de um álbum baseado na obra de Sheakspeare, "Sonho de uma Noite de Verão" escrita mais ou menos entre 1550 e 1555. Novamente, não se trata de um álbum de progressivo e, sim de um trabalho mais voltado ao clássico. A quem o veja com um álbum repetitivo, não o vejo dessa maneira, aqui o guitarrista soube se expressar de forma bastante criativa em meio uma história com voltas e reviravoltas, horas passagens lentas, horas passagens mais rápidas sempre muito bem acompanhado da Orquestra. Mas que fique claro que o álbum mesmo sendo orquestral, foi feito voltado pra guitarra, e nem sempre a orquestra terá presença garantida.

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Dois ano após sua experiência com a Royal Philharmonic Orchestra, STEVE HACKETT lança aquele que pra muitos, inclusive pra mim, é um álbum de qualidade suficiente pra bater de frente com qualquer um dos quatro primeiros discos do músico. Lançado em 1999, "Darktown" é de uma qualidade inquestionável, de uma sonoridade bastante melancólica, triste e de um clima sombrio, ou seja, todas as características marcantes de STEVE HACKETT estão presentes, só que dessa vez, sobre uma camada mais dark. Não por menos que a na época a revista argentina Mellotron, ótima revista por sinal, o indicou como um dos melhores álbuns daquele ano. Algumas faixas merecem um certo destaque nesse álbum, tais como "Omega Metallicus", "Darktown", "Twice Around The Sun" essa com um solo simplesmente hipnotizante e, "In Memorian". Sem dúvida alguma, STEVE HACKETT não poderia encerrar a sua contribuição musical na década de 90 de maneira melhor, mostrando que nos anos 2000 poderiam esperar muita música vindo dele ainda.

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Mal as pessoas puderam digerir "Darktown", em 2000 o guitarrista já aparece junto de seu irmão em mais um álbum, "Sketches of Satie", que trata-se de uma releitura para flauta e guitarra clássica, das peças mais conhecidas de Erik Satie, um álbum de uma interessante atmosfera e com as características que STEVE HACKETT costuma impor nesses tipos de trabalho e que qualquer um que conheça o músico já sabe quais são. Ainda no mesmo ano de 2000, STEVE HACKETT lança "Feedback 86", uma coletânea de músicas escritas pelo músico nos anos 80, algumas inclusive era pra fazer parte do primeiro álbum do GTR. Um álbum que não tem muito a oferecer soando inclusive decepcionante pra alguns.

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Chegado o ano de 2003 e três anos após seus dois últimos lançamentos de estúdio, também chega o mais novo álbum do guitarrista, "To Watch the Storms". Novamente aqui STEVE HACKETT mostra que todo o respeito que conseguiu junto de sua guitarra não foi por acaso. Seguindo os passos de "Darktown"(entenda-se passos no sentido de também ser um álbum de enorme qualidade), "To Watch the Storms" mostra novamente um guitarrista com a inspiração que lhe já é característica. O álbum pode ser uma espécie de "Voyage Of The Acolyte" dos anos 2000, os dois tem as suas semelhanças, em ambos os casos pode-se notar a capacidade do músico de mesclar uma música mais agressiva com o progressivo sinfônico, por exemplo, além de também possuírem um clima de mistério em suas sonoridades. Os destaques que coloco desse excelente álbum são "The Devil Is An Englishman", "Frozen Statues" e "Brand New". Assim como aconteceu com "Darktown" em 1999, com certeza "To Watch the Storms" pode figurar facilmente entre os melhores álbuns de rock progressivo daquele ano.

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Chegado o ano de 2005, é a hora que novamente o público conhecer um novo álbum de STEVE HACKETT, dessa vez, intitulado de "Metamorpheus", esse trabalho tem como inspiração a lenda de Orfeu e a sua passagem pelo submundo. Acompanhado de uma orquestração muito boa, o músico soube fazer um álbum que pode agradar tanto aos que são mais acostumados a sonoridades mais clássicas, como aqueles não muito familiarizados com esse tipo de som. Como a abordagem do álbum como já dito, é a música clássica, STEVE HACKETT usa de forma primorosa mais uma vez o violão de nylon em composições bastante inspiradoras. "Metamorpheus" é indicado a qualquer um que queira se deliciar com uma boa música clássica através de instrumentos acústicos e strings.

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No ano de 2006 o álbum a conhecer a luz do dia é "Wild Orchids". Bom, eu fui uma pessoa que conheci a obra completa de STEVE HACKETT em sequencia, com isso desde que ouvi "Voyage Of The Acolyte" pela primeira vez, eu sempre vou criando algum tipo de expectativa pra o próximo álbum a qual estou a conhecer. Desde então já me decepcionei algumas vezes, principalmente com os trabalhos feito nos anos 80, assim como de certa forma me surpreendi com "Darktown", pois mesmo sabendo do potencial de STEVE HACKETT, eu estava acostumando com a sua sonoridade que embora agradável, não era comparável com seus "anos dourados"(leia-se seus 4 primeiros álbuns), as com certeza nada foi como "Wild Orchids", eu tinha sim uma boa esperança quanto ao álbum, afinal, há tempos o músico vinha de ótimos trabalho, mesmo assim ao ouvi-lo senti que o que estava ouvindo era alem do que eu esperava. O álbum é um verdadeiro "soco na cara" de quem ainda duvidava do poder de composição do músico e, sem sombra de dúvidas, um trabalho que nasceu com potencial de clássico. Só deixar claro que também foi lançado uma edição especial do CD, com o preço não muito diferente da normal, onde contem quatro faixas extras e, é sobre essa edição que estou falando aqui. Músicas como "Transylvanian Express", "Set Your Compass" ou "Waters Of The Wild" podem figurar em qualquer um dos melhores álbuns do guitarristas e fazer o seu papel com muito louvor.

Passado o ano de 2007, sem nada de novo na carreira, o músico reaparece em mais um álbum solo, e agora levem a palavra solo ao pé da letra, pois de fato apenas o guitarrista toca nesse registro. O álbum tem uma sonoridade bastante tranqüila e nada mais é que uma viagem sobre composições originais para violão solo, e peças tradicionais escolhidos por STEVE HACKETT do seu repertório de violão clássico.

Durante o ano de 2008, alem de se preocupar em lançar o"Tribute", STEVE HACKETT também vinha trabalhando em seu mais novo álbum, "Out of the Tunnel's Mouth", que foi lançado em 2009 e que contou com alguns convidados de peso, como ANTHONY PHILLIPS, guitarrista que ocupava o cargo no GENESIS antes da entrada de STEVE HACKETT, e CHRIS SQUIRE, referência no baixo no universo do Rock Progressivo e nome forte no YES. Mesmo esperando uma qualidade maior do que de fato o álbum apresentou, talvez tenha sentido isso por causa do "Wild Orchids" que como dito mais acima, foi algo totalmente surpreendente, o que se encontra aqui é um disco bastante interessante de se ouvir em certos momentos, mas sem o brilho dos seus antecessores mais recentes. Mesmo sendo um trabalho chamativo principalmente devido os músicos convidados citados anteriormente, alem de STEVE HACKETT, claro, mas o que se encontra aqui são boas e simples composições que no fim das contas nos deixam com um ar de que poderia ter sido muito mais do que foi.

O último lançamento do músico aconteceu em 2010, mas trata-se apenas de uma versão com dois CDs de "Out of the Tunnel's Mouth".

Bom, é isso, em meio aos seus poucos erros e vários acertos durante a carreira, STEVE HACKETT soube cravar seu nome como um dos mais singulares guitarristas de todos os tempos, que ainda hoje segue nos brindando e surpreendendo através da sua boa música, seja qual o rótulo impresso a ela.

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Sobre Tiago Meneses

Um amante do rock em todas as suas vertentes, mas que desde que conheceu o disco Selling England by the Pound do Genesis, teve no gênero progressivo uma paixão diferente.
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