Kamelot
Por Carlos Eduardo Garrido
Fonte: From Here to Eternity
Postado em 10 de julho de 2009
A banda Kamelot vem se firmando como um dos maiores expoentes do Heavy Metal contemporâneo. A cada novo lançamento o grupo vem angariando uma nova parcela de fãs. Seus últimos lançamentos são sucesso de público e crítica especializada. O som da banda se diferencia do que atualmente encontramos no cenário metálico, através de letras inteligentes e toques dramáticos em suas composições, que misturam algo entre o Prog e o Power metal com intervenções sinfônicas de extremo bom gosto. Pode-se dizer sem medo de errar que o Kamelot criou seu próprio estilo de música dentro do rock pesado.
O grupo foi formado em 1992 em Tampa – Flórida nos EUA pelo guitarrista Tomas Youngblood e pelo baterista Rcihard Wagner. Então tem inicio a procura por outros músicos que se interessassem pelo mesmo estilo que eles. Foi aí que encontraram o vocalista Mark Vanderblit e logo em seguida o baixista Glen Barry e o tecladista David Pavlicko.
Dois anos mais tarde, em 1994, a banda assina contrato com a Noise Record e em agosto do ano seguinte coloca no mercado o álbum "Eternity". O disco apresentava um Power Metal vigoroso e teve grande aceitação da imprensa local da época e foi considerado uma das revelações daquele ano. Em 1996 a banda grava seu sucessor, batizado como "Dominion". O disco trás uma maior diversidade de gêneros em relação ao seu antecessor, porém sem fugir do som caracterizado no primeiro álbum.
Com o novo álbum, a banda faz uma turnê bem mais abrangente e começa a acumular uma maior quantidade de fãs. Quando as coisas pareciam que iam começar emplacar para o Kamelot, acontece as primeiras baixas. O vocalista Mark Vanderblit e o baterista e um dos membros fundadores Richard Wagner resolvem deixar a banda.
Então os membros remanescestes partem a procura de substitutos para os cargos desocupados. Encontram na figura do jovem Casey Grillo seu novo baterista, que logo mostrou que não deve nada para seu antecessor. Já escolher um novo vocalista, era uma tarefa mais árdua, pois corriam o risco de desfigurar a banda caso colocassem uma voz muito diferente e se colocasse alguém com o mesmo timbre do vocalista anterior, poderia gerar desagrado nos fãs, que não aceitariam uma cópia. Depois de muito procura, quase 100 fitas foram ouvidas pela banda, chegam ao nome do já experiente Roy Khan, que havia gravado quatro álbuns com a banda de metal progressivo Conception, que estava prestes a encerrar suas atividades. O novo cantor do grupo, além de já ter experiência em palco e estúdio, havia estudado canto lírico por três anos em sua terra natal. Além disso, Khan também viria a escrever diversas músicas em parceria com o guitarrista Thomas e de quebra ainda é um excelente letrista.
O terceiro álbum do Kamelot, intitulado "Siége Perilous" é lançado em 1998, já gravado pela nova formação. Ambos os novos músicos mostram de cara que muito provavelmente nenhum fã iria sentir falta dos antigos membros. A sonoridade do grupo mantém-se intacta, sendo uma fase de adaptação para os novos músicos. O lançamento culminou em uma extensa turnê pela Europa que durou doze meses.
Logo que a turnê chegou ao fim, o grupo voltou ao estúdio, dessa vez sem a presença do tecladista David Pavlicko, que deixou a banda. Para as gravações e shows o grupo contou com os serviços de músicos contratados. Dessa empreitada saiu "The Fourth Legacy", quarto álbum da banda. Com uma produção mais cristalina, à cargo da dupla conhecida como os ‘Midas do Metal’ Sascha Paeth e Miro. Até então a produção era feita pela própria banda. No novo disco a banda demonstra uma grande evolução. Músicas como a faixa-título, "Nights of Arabia" e "The Shadow of Uther" saltam aos ouvidos e tornam-se clássicos. A banda começa a se diferenciar da grande concorrência encontrada no metal melódico.
Devido ao grande sucesso alcançado com "The Fourth Legacy" e sobe a exigência da gravadora, o Kamelot lança seu primeiro disco ao vivo. O álbum "Expedition" chegou as prateleiras em 2000 e foi gravado em dois shows, um na Grécia e outro na Alemanha, ambos no mês de abril do mesmo ano.
Alguns meses depois a banda volta aos estúdios para a gravação do quinto álbum do grupo. "Karma" é lançado em 2001 já pela Sanctuary Records. O novo álbum é ainda melhor que o anterior. O que sempre vem sendo uma constante na carreira da banda, fato que deve deixá-los orgulhosos. A sonoridade de "Karma" começa a tirar o grupo do simplório rótulo de Power Metal, já que aqui são apresentadas diversas nuances novas. Podemos dizer que o grupo pratica um prog metal, porém, com um estilo próprio, nada que lembre muito outros nomes consagrados do estilo. Apesar de suas músicas serem extremamente técnicas e bem tocadas, mostrar o quanto são bons músicos nunca foi a intenção da banda, que sempre optou em favor da musicalidade e do bom gosto. Destaque para as músicas "Forever", "Don’t You Cry", as três partes de "Elizabeth" e a incrível faixa-título.
Quando todos achavam que o Kamelot havia chegado a seu auge, em 2003 o grupo volta à cena com o não menos que maravilhoso "Epica". O novo álbum é conceitual e sua história é baseada no clássico "Fausto" de Goethe. A turnê do novo álbum mais uma vez é maior que anterior, dessa vez visitando países como Japão, México e Estados Unidos, além de uma grande ronda por toda Europa. "Epica" consegue ser ainda melhor que "Karma", suas composições são de uma musicalidade impressionante. Aqui a banda começa a usar ainda mais dos uso de orquestrações, que já se encontravam em outros álbuns. Além disso, o vocalista Roy Khan confirma-se como uma das mais belas vozes do Heavy Metal, sua facilidade em cantar tanto em tons altos quanto graves e sua carga dramática fazem dele o grande destaque numa banda repleta de grandes músicos. Uma prova do quanto este álbum é bom pode ser conferido nas faixas "Center of the Universe", "Farewell", "Lost & Damned", "On Coldest Winter’s Night" e "III Ways to Epica". Com este disco o Kamelot atingiu a 28° posição nos charts finlandeses, além da 47° e 59° no Japão e Alemanha, respectivamente.
Somente dois anos após o lançamento do aclamado "Epica" é que o Kamelot volta a apresentar material inédito. "The Black Halo" é lançado em 2005 e dá continuidade a história começada no disco anterior. O novo disco trás uma aura sombria em suas canções e assim como o anterior, é um grande sucesso dentro da cena metálica, sendo considerado ainda melhor. Para muitos, considerado uma verdadeira obra-prima da música. Com "The Black Halo" a banda vai ganhando contornos de principal banda da atualidade. Suas músicas tem identidade própria, sendo únicas no estilo. A banda chega as posições 24, 50 e 41 na Suécia, Finlândia e Japão, respectivamente. Destaques para "March of Mephisto" com a participação de Shagrath da banda Dimmu Borgir, "The Haunting" com Simone Simons da banda Epica, "Abandoned", "Soul Society", "Memento Mori" e "Black Halo".
Durante a turnê, o Kamelot decide voltar a possuir um tecladista em seu line-up. Então Oliver Palotai é efetivado ao cargo.
Em 2006 é lançado o primeiro DVD da banda "One Cold Winter’s Night", que também foi disponibilizado em formato de CD Duplo. O álbum trás uma apresentação ao vivo da banda gravada em Oslo, Noruega, em fevereiro do mesmo ano. O show mostra um Kamelot bem mais maduro e empolgante do que aquele apresentado em "Expedition". Não só a maior experiência da banda, como também a presença das músicas mais recentes contribuíram para isso.
Em 2007 a banda lança seu mais recente álbum, o aclamado "Ghost Opera". No novo disco a banda dá continuidade à evolução que teve início alguns lançamentos atrás. Nele o grupo aposta ainda mais na intensidade dramática de suas músicas e mais uma vez acerta em cheio. Roy Khan continua em grande forma, talvez em sua melhor forma e assim também com o restante da banda que parece estar ainda mais madura e certa de onde quer chegar, o topo do Heavy Metal. Em "Ghost Opera" a banda contrapõe ainda com mais maestria o som pesado do metal com belas intervenções sinfônicas. Vale destacar "Rule the World", "Up Through The Ashes", "Blücher", "Silence of the Darkness", a balada "Love You to Death" e a primorosa faixa-título. O disco conseguiu as melhores colocações da banda no charts de música mundo afora, 13° no Japão, 23° no Reino Unido e na Grécia, 25° na Noruega e 29° na Suécia.
Em 2008 o álbum ganhou uma re-edição com o título de "Ghost Opera – Second Coming" que foi lançado com um CD bônus contendo algumas músicas ao vivo gravadas em Belgrado, além de algumas gravações que haviam sido lançadas como bônus em alguns países. O CD bônus ainda trás dois vídeos ("Memento Mori" em Belgrado e o clipe de "The Human Stain").
A banda deve entrar em estúdio ainda este ano para começar as gravações do próximo álbum, que ainda não tem título definido. É aguardar para ver o que Kamelot está preparando dessa vez e ver se vão conseguir manter seu excelente padrão de qualidade e definitivamente se firmar como umas das melhores bandas de Heavy Metal da atualidade e de todos os tempos.
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