Tourniquet
Postado em 06 de abril de 2006
A história do Tourniquet teve início em 1990, Los Angeles, EUA.
Surgidos numa época onde o white metal estava a todo vapor, principalmente nos Estados Unidos, com inúmeras bandas fazendo muito sucesso e lançando álbuns de qualidade excelente, maioria destas bandas fazendo o clássico hard rock tão em voga na época, o Tourniquet veio para inovar, com um som diferente e uma postura mais próxima da realidade.
Ted Kirkpatrick, fundador do grupo e mais tarde reconhecido como um dos melhores bateristas do mundo se juntou a Guy Ritter no vocal, Gary Lenaire e Marky Lewis nas guitarras e Erik Jan James no baixo e lançaram no mesmo ano o primeiro álbum, Stop The Bleeding.
De grande impacto no meio cristão, Stop The Bleeding revelava as características que fariam do Tourniquet uma das melhores e mais importantes bandas de white metal da história, de quebra, ainda receberam as duas primeiras indicações para o Dove Awards, maior prêmio da música cristã e outras premiações pelo vídeo de "Ark of Suffering".
Uma música pesada, quebrada, de arranjos criativos e inovadores, velocidade, brutalidade e melodia reunidas como nunca tinha se visto, somada a isso, a incrível genialidade de Ted para compor, temas sociais, políticos, existenciais e é claro, espiritualidade com perspectiva bíblica, recheadas por inspirações de jargões médicos de Edgar Allan Poe e narrativas do velho testamento.
Letras sempre de temas importantes e polêmicos, como "Ark of Suffering", que fala da visão bíblica contra o abuso de animais e "Ruminating Virulence" dando esperança para o seriamente inválido.
De qualidade imediatamente reconhecida, podemos ilustrar com o fato de Ted Kirpatrick ter ganhado por mais de dez anos consecutivos o prêmio de "melhor compositor do ano" pela Heavens Metal Magazine, a maior revista de white metal do mundo, além de incontáveis vezes o de melhor baterista.
Psycho Surgery, de 1991, continuava a devastação do primeiro álbum e mais duas indicações para o Dove Awards.
Os álbuns iam se seguindo e a fama crescendo, o Tourniquet ia cada vez mais fazendo história, alcançando prestígio, sucesso e arrebanhando fãs.
Pathogenic Ocular Dissonance de 1993, mostrava em essência um thrash metal mais puro, pesado, quebrado e intenso, considerado um dos seus melhores trabalhos e mais tarde eleito pela HM Magazine o melhor álbum de white metal da década de 90.
Guy Ritter, Ted Kirpatrick, Gary Lenaire, Marky Lewis e Victor Macias, foram a formação responsável por álbuns que ficariam marcados eternamente na história do white metal, época também onde Ted contava muito com Ritter, Lenaire e Macias para compor as músicas, é bom que se faça justiça e fique mencionado a importantíssima participação destes integrantes, já que é muito pouco se falado e as glórias vão todas para Ted.
Com turnês cada vez maiores e mais abrangentes em todo o globo, também ficaria conhecida a fidelidade de seus fãs e o respeito da banda para com eles.
A versatilidade e originalidade do grupo iam ficando cada vez mais evidentes ao longo do tempo, de sonoridade complicada e abrangente, o que acabou gerando diversas classificações, de thrash a speed metal, passando por hardcore e hard rock (!?), ficando mais progressivo e clássico com o passar dos anos.
Já foi até usado o desenho-exemplo de que seria como se Beethoven encontrasse Frankestein, genialidade musical com peso e arranjos desconcertantes.
Sempre primando pela originalidade e inovação, nunca se prendendo a rótulos e querendo surpreender, por isso nunca se sabe o que se esperar de um álbum do Tourniquet.
Mesmo com os ventos soprando a favor, neste momento ocorre a troca de vocalista, saindo Guy Ritter e entrando o também excepcional Luke Easter.
A entrada de Luke abre novas possibilidades para a banda, e dão outros rumos ao seu som, tornando-se mais abrangente e com mais variações.
O aclamado e acessível Vanishing Lessons, de 1994, já mostrava isso, a gama de influências agora era bem maior, com um "groove" bem diferente dos trabalhos anteriores, sem abandonar o peso, configurava-se como mais um clássico em sua discografia, arrebatando alguns importantes prêmios internacionais e indicados duas vezes mais para o Dove Awards.
Já definitivamente consagrados e com liberdade total para fazerem o que quiserem, Crawl To China de 1997, escancarava como nunca as influências mais diversificadas da banda, mais alternativo, leve e experimental, contava também com a participação de Tim Gaines, ex baixista do Stryper, um álbum odiado por alguns, mas amado por muitos, confirmando o Tourniquet como uma banda de sempre gerar controvérsias e discussões acaloradas.
Sem esquecer das contribuições de Vince Dennis, baixista – cargo até hoje problemático no Tourniquet - e depois de algumas mudanças na formação, o line up se estabilizava com Ted na bateria, Luke no vocal, Aaron Guerra na guitarra e Steve Andino no baixo.
Acoustic Archives, este sim surpreendente em todos os sentidos, um álbum inteiramente acústico, agradou a tudo e á todos, de transposição perfeita e marcante, as músicas ganharam em melodia e sentimentalismo, de reputação técnica e musical intacta, o repertório ao vivo também funcionou muito bem.
Muito bem aceitos nos EUA e resto do mundo, a banda já acumula 17 músicas que alcançaram o primeiro lugar dos "rock-charts" americanos.
Isto sem nunca terem se vendido e apelado para o comercial.
De nome emblemático e marcante, que inicialmente significa um instrumento usado na medicina para estancar sangramentos e transcrito pela banda como "um processo espiritual permanente, pela qual a morte e ressurreição de Cristo dá a base para te livrar do pecado e que surge de forma espontânea na sua vida através de seu filho Jesus: Deus é nosso Torniquete, nosso criador e protetor".
Recebendo mais uma vez as "bênçãos" de uma grande gravadora, a Metal Blade que voltava a ter a banda em seu cast, Microscopic View of a Telescopic Realm de 2000, mostrava-se um dos álbuns de sonoridade mais completa do Tourniquet, tinha a influência de música clássica bem mais evidente, inserida em composições longas, de variações climáticas e interpretações de peso, uma rara combinação de thrash metal raiz com música clássica influenciada por Bach, Paganini e Beethoven, com participação de Steve Rowe e até com o uso de berimbau na música Martyr´s Pose.
Outro álbum que fascinou críticos e agradou aos fãs, apesar de sua sonoridade densa e de apreciação demorada.
Mais uma vez a característica e habilidade nata da banda em inovar e ser original a cada álbum se mostrava presente.
A beira da gravação do próximo álbum, inesperadamente Aaron Guerra decide sair do Tourniquet, sem tempo para achar um novo integrante oficial, convidam um velho amigo para gravar as guitarras, Marty Friedman que fora imortalizado como guitarrista do Megadeth aceita o convite, dividindo as seis cordas com Bruce Franklin do Trouble, dessa forma Where Moth&Rust Destroy resgata ainda mais o thrash metal agressivo(o que era de se esperar...) com pitadas clássicas, desta vez sem uma mudança brusca de sonoridade com relação ao seu antecessor, as letras continuam brilhantes, desde interpretações bíblicas até a crítica ao materialismo da faixa título.
De qualidade sonora irrepreensível a anos, e com seus integrantes sendo instrumentistas reconhecidos no metal mundial, inclusive ilustrando capas de revistas especializadas, o Tourniquet segue levando sua mensagem de forma sábia e original, fazendo um som que independemente de que estilo estiver inserido sempre prima por sua qualidade e originalidade, e sem nunca renegar sua procedência cristã.
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