UDO: o início da carreira solo do ex-vocalista do Accept com "Animal House" (vídeo)
Por Tchelo Emerson
Postado em 09 de abril de 2022
No dia em que Udo Dikschneider completou 70 anos de idade (06/04/22), o canal Metal Musikast deu início a uma série especial de vídeos intitulada U.D.O. - DISCOGRAFIA COMENTADA.
Com participação especial de Daniel Iasbeck, a série terá um vídeo-resenha para cada álbum de estúdio lançado pelo lendário ex-vocalista da banda Accept, com análise completa, detalhes e curiosidades de cada um dos discos.
Iasbeck é músico, produtor e professor de guitarra. Foi integrante da lendária banda Secos & Molhados, ao lado do seu fundador João Ricardo, e também da banda Exxótica. Hoje é um dos guitarristas da banda RF Force, ao lado do guitarrista Rodrigo Flausino (Children of the Beast).
O vídeo de estreia fala sobre o álbum "Animal House", lançado em 3 de novembro de 1987
Você pode ver o vídeo completo no player a seguir
Para entendermos a importância do álbum "Animal House" não só na carreira do UDO, mas na história do próprio heavy metal, é preciso lembrar do contexto em que a banda Accept vivia em 1986. Os alemães tinham lançado o álbum "Russian Roulette", na incansável busca por espaço no mercado mundial da música pesada. Porém, os resultados comerciais esperados não foram atingidos.
Daniel Iasbeck destaca que "na realidade das bandas, sempre que surgem problemas, a maioria dos envolvidos sempre querem achar um culpado, e, no caso do Accept, acharam que o culpado era o Udo [Dirkschneider, vocalista]".
A banda entra em acordo com Udo e o demite, substituindo-o pelo norte-americano David Reece, que tinha um timbre de voz mais melódico, o que a banda achava ser mais adequado para tentar o sucesso no circuito de rádios dos Estados Unidos.
Tchelo Emerson afirma no vídeo que "o acordo deve ter envolvido o seguinte: Udo cedeu os direitos sobre o nome Accept para os caras que ficaram na banda; e a banda cedeu todo um repertório de músicas que formaram o álbum 'Animal House".
Aqui está o detalhe interessante: o álbum de estreia do UDO, como veio a chamar a banda do vocalista em sua carreira solo, foi inteiramente composto pelos músicos do Accept na época e pela empresária Gaby Hauke, que assinava com o pseudônimo Deaffy.
Iasbeck considera a estratégia do Accept equivocada, o que é a opinião da maioria da base de fãs do Accept.
Quem saiu em vantagem na história foi o Udo, que começou sua carreira solo com um excelente álbum, repleto de músicas memoráveis, no melhor estilo que o consagrou no Accept: vocais rasgados e esganiçados, riffs nervosos de heavy metal tradicional, coros e refrãos ganchudos e marcantes.
A banda que acompanhou Udo em sua empreitada mostrou serviço e a performance de todos os músicos são excelentes na gravação. A formação da banda UDO contava com dois ex-integrantes do Warlock, Peter Szigeti (guitarra) e Frank Rittel (baixo), um guitarrista que veio da banda Sinner, Mathias Dieth e Thomas Franke na bateria.
Enquanto o Accept demorava dois anos (87 e 88) para deixar o álbum "Eat the Heat" pronto (que só acabou sendo lançado em 1989), udo já saía em turnê para promover o "Animal House". Detalhe: no período que o Accept esteve acertando todos os detalhes para estrear com seu novo vocalista, Udo lançaria seu segundo álbum solo, "Mean Machine".
"Animal House" tem diversos momentos memoráveis.
A faixa-título abre o disco com uma sonoridade típica do heavy metal tradicional, com palhetadas abafadas de guitarra, num ritmo cavalgado característico das melhores bandas do estilo. Os guitarristas tinham muito a provar, pois teriam a sombra do guitarrista do Accept sobre eles. E os caras não decepcionam, com muito "punch", ótimos solos e bases.
"Go Back to Hell" consegue elevar ainda mais o nível. Destaque para o excelente solo de guitarra e o vocal limpo de Udo em alguns versos.
"They Want War" traz um sintetizador em sua introdução. No vídeo-resenha, Iasbeck e Tchelo Emerson comentaram muito sobre essa música e o uso de efeitos eletrônicos que eram característicos dos anos 80, mas que se tornam datados demais com o passar do tempo. Tchelo destacou que isso era algo relativamente comum para artistas alemães, pois eles tinham a influência de sons eletrônicos do "krautrock", de bandas como Kraftwerk e similares.
O refrão tem aqueles coros semelhantes ao grito de torcida de futebol ou de cânticos de guerra.
Iasbeck destaca, ainda, alguns riffs e licks da música "Black Window", o clima denso e pesado da música 'Warrior" e o ritmo marcante da "Run for Cover", que nos remete a músicas como "We Will Rock", do Queen, que acabou de ser "coverizada" pelo próprio Udo Dirkschneider em seu novo álbum de covers que será lançado em 22 de abril de 2022 pela Atomic Fire Records.
Lembrando que o vocalista estará em turnê pelo Brasil na primeira quinzena de junho de 2022, com "Game Over Brazilian Tour - 2022", para promover seu álbum mais recente, "Game Over", lançado em 2021.
A resenha completa pode ser assistida no player de vídeo a seguir
O vídeo é o primeiro da série chamada "U.D.O. - DISCOGRAFIA COMENTADA", que vai abordar curiosidades sobre todos os álbuns da banda solo do lendário vocalista que desbravou a cena musical dos anos 70 e 80 para inaugurar um circuito para o heavy metal na Alemanha com sua ex-banda Accept.
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