Vocalista do Yes se defende após ser acusado de roubar música

O vocalista do Yes, Jon Davison, publicou uma nota online se defendendo da acusação de que teria roubado uma música de um amigo de infância e usado para a banda. Junto do guitarrista Steve Howe, ele foi citado em um processo alegando "conspiração" para se apropriar de uma composição de um colaborador de longa data, o artista prog Riz Story.

A canção "Dare to Know" do álbum "The Quest" (2021), seria uma cópia de "Reunion", gravada originalmente em 2012. Os documentos — arquivados no Distrito Central da Califórnia e relatados pela Rolling Stone (via Ultimate Classic Rock) — alegam que o artista esteve em uma banda com Davison e o falecido baterista do Foo Fighters, Taylor Hawkins, nos anos 90.

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Quando o cantor se juntou ao Yes em 2012, Story se envolveu com a banda, trabalhando em material e sendo conectado a um papel de produção que eventualmente não aconteceu. Sua música "Reunion" foi lançada apenas como parte da trilha sonora do filme "A Winter Rose" de 2012.

Agora, o cantor emitiu um comunicado onde lamenta a atitude do antigo amigo. Ele diz, também conforme repercussão do Ultimate Classic Rock...

"Caros amigos da família mundial do YES,

É difícil colocar em palavras como é acordar um dia e ouvir que uma pessoa que eu pensava ser uma amiga abriu não apenas um caso totalmente fictício, mas também difamatório contra mim.

Embora minha reação inicial seja não dizer nada diante dessas mentiras descaradas e desse processo frívolo, sinto que devo abordar a calúnia pessoal que foi incluída nele, pois fiquei profundamente magoado, assim como meus entes queridos. Também gostaria de expressar um sincero agradecimento pelo imenso apoio que recebi online e pessoalmente, desde que isso chegou à imprensa.

Quando nos contaram sobre essa alegação caluniosa e fictícia, eu simplesmente não conseguia acreditar, como um amigo poderia inventar algo assim, então escrevi para Riz e seu advogado de boa fé e tentei mostrar que eles não tinham nenhum caso - e que eu tinha evidências para apoiar uma história muito diferente. Mesmo diante dessa alegação desonesta, em nome da longa amizade, pedimos ao Sr. Caldwell que voltasse até seu cliente e obtivesse um quadro completo e verdadeiro desses 12 anos e, então, reavaliasse a (falta de) evidências.

Também incluí algumas notas que fizemos sobre o relatório do musicólogo dele — um relatório que é seriamente falho e usa métodos enganosos para forçar uma similaridade que não existe. Escrevi para eles na esperança sincera de que eu poderia salvar meu amigo dos fatos reais se tornarem conhecidos, e eu também sabia que se eles tornassem públicas essas mentiras, isso poderia ser potencialmente difamatório, e eu queria protegê-lo de uma reconvenção. Nosso advogado me disse que os custos legais podem ser reivindicados em reivindicações frívolas e vexatórias e eu realmente queria poupar meu amigo de algo que poderia mudar sua vida se ganhássemos essa reivindicação.

Riz e seu advogado se recusaram a abordar o assunto, mesmo quando nosso empresário, Martin, pediu que eles respondessem. Em vez de uma resposta, recebemos e-mails ameaçadores.

E então acordamos para ler na Rolling Stone que o processo havia sido aberto. Parece que a publicidade do caso era mais importante do que ter quaisquer evidências ou fatos, e como a calúnia contida nele está sendo republicada, fui obrigado a responder, e fazê-lo com a bênção dos meus companheiros de banda.

Para registro, eu não escrevi ‘Dare to Know’. Como qualquer um que estuda os álbuns Yes sabe, um cuidado meticuloso é tomado em cada música para creditar corretamente os compositores. Em ‘The Quest’, eu tenho créditos em 6 de 11 músicas, dificilmente o ‘quase todas as outras músicas’, que é incorretamente declarado em sua reivindicação para tentar apoiar sua ficção.

Eu também nunca ouvi a ‘composição musical’ supostamente chamada ‘Reunion’, ou vi o filme independente ‘A Winter Rose’. Riz me enviou um trailer de 2 minutos para ‘A Winter Rose’, e por educação eu o parabenizei, mas não tinha interesse em ver o filme. Francamente, eu fiquei desanimado com a ‘produção cinematográfica’ de Riz depois que seu primeiro lançamento foi quase pornográfico por natureza. Eu nem tenho certeza se ‘A Winter Rose’ teve um lançamento nos cinemas após a estreia, que eu certamente não fui.

Também é uma invenção completa sugerir que eu discuti a música do filme com Riz. Eu nunca vi o filme. A ‘composição’ nem está no álbum da trilha sonora, então eu não poderia ter tropeçado nela por acidente.

Também posso confirmar categoricamente que nunca ouvi essa música antes do filme ser lançado – nosso tempo como ‘companheiros de banda’ durou apenas alguns meses quando éramos crianças.

Ao contrário da narrativa que foi contada por Riz, Taylor e eu não éramos membros fundadores de sua banda ‘Anyone’. Riz, Taylor e eu nos conhecemos em 1992, quando Taylor e eu tínhamos 20 e 21 anos, e Riz tinha 26, e formamos uma banda que Riz chamou de ‘Blash Meth’.

Eu saí antes da banda se tornar ‘Sylvia’ com uma formação diferente, e foi só em 2001 que a ‘Anyone’, novamente com uma formação diferente, fez um álbum. Logo depois, nossas vidas começaram suas direções muito diferentes – Taylor se juntou a Sass Jordan em 1994, depois Alanis Morrisette e depois Foo Fighters, e eu me mudei para Seattle e me juntei ao ‘Sky Cries Mary’ em 1993, e então eventualmente me juntei, como Riz descreveu, ‘minha banda favorita desde muito antes de eu te conhecer’, YES.

Qualquer sugestão de que eu possa ter ouvido essa melodia genérica quando éramos mais jovens, muito menos pensado que ela era digna do Yes, é totalmente absurda.

A primeira vez que ouvi foi quando o advogado de Riz nos enviou, embora bizarramente ele não tenha conseguido enviar ‘Reunion’, e apenas enviou um link para o Director's Cut de 2019 de seu filme na Amazon, com um código de tempo. Pedimos ao advogado uma cópia da composição real, mas ela não foi fornecida. Observamos que a empresa de Riz agora colocou o clipe do filme de 2019 no YouTube.

Como tenho certeza de que muitos já ouviram, essa melodia genérica é comum e previsível, com origens na música tradicional que remonta à era renascentista. Vários exemplos foram feitos, é quase idêntico ao riff de guitarra de abertura em ‘Black Magic Woman’ de Santana, ou a melodias descendentes tradicionais, como ‘Caro Mio Bem’ de Tommaso Giordani de 1782. A lista é infinita. Simplificando, esta é uma sequência básica que pode ser encontrada em centenas de composições e, ao contrário da análise do Dr. Lustig, acreditamos que confirma como a semelhança ocorreu apenas por acaso.

Em relação ao Dr. Lustig, também fizemos nossa própria comparação na ferramenta de verificação de direitos autorais do site dele, que nos deu uma classificação de porcentagem significativamente menor, absolutamente nada perto de seu próprio relatório de especialista! Faça disso o que quiser.

Também estamos preocupados que ele não tenha abordado a ‘arte anterior’ em sua análise. Acreditamos que isso foi propositalmente omitido, pois sua inclusão descartaria qualquer violação, pois traria o fato de que esta é simplesmente uma sequência que pode ser encontrada em inúmeras peças musicais ao longo dos séculos.

Quanto à alegação de ‘roubo’, qualquer sugestão disso é calúnia, e defenderei meu nome nisso tanto em termos dessa alegação quanto de qualquer republicação. Tenho muito orgulho do desafio de compor músicas. A parte gratificante é provar a mim mesmo que consigo fazer isso. Portanto, eu nunca poderia viver comigo mesmo ou ter qualquer satisfação com o processo se eu trapaceasse para passar por ele.

Com a honrosa responsabilidade que me foi atribuída de ser um compositor proeminente para uma banda conhecida por sua rica complexidade musical, por que diabos eu colocaria tudo isso em risco roubando uma melodia simples tão comum? Eu seria capaz de convencer o grande Steve Howe, que ajudou a criar as melhores músicas do Yes, a roubar essa melodia?

Eu não roubei essa sequência de notas que agora é chamada de ‘Reunion’ (se é que realmente se chama assim, parece ser simplesmente uma seção de trilha sonora de filme), mas com base nas interações de Riz comigo, é totalmente inconcebível que ele pudesse ter acreditado nisso por mais de três anos desde o lançamento de ‘Dare to Know’.

Riz sempre acompanhou minha carreira com o Yes de perto, e em setembro de 2021 ele me contatou sobre nosso novo álbum, e em outubro de 2021, ele me escreveu dizendo o quanto ele amava ‘The Quest’, aparentemente, ele sentiu que era ‘definitivamente seu melhor trabalho até agora’. E desde então, até agosto deste ano, Riz me escreveu umas 50 vezes ou mais, às quais sempre respondi como amigo. Ele até, como convidado do Yes, compareceu ao show do Riverside em outubro de 2022, onde a banda tocou ‘Dare To Know’. Depois, ele passou um tempo agradável comigo e minha esposa nos bastidores.

Também é questionável, quando você analisa as evidências, que seu processo tenha manipulado a data em que ele diz ter descoberto isso para janeiro de 2022 - era outubro de 2021, e como ele disse em uma postagem no Facebook em 15 de novembro de 2024 (posteriormente excluída, mas temos um registro), ele ‘instantaneamente’ reconheceu.

Vou ser honesto, tem sido muito difícil ler os e-mails, revisitar como tentei ajudar sua carreira repetidamente, mas ao mesmo tempo posso ouvir o que acredito ser sua frustração de que seu sucesso pessoal não corresponde às suas próprias expectativas. Como Riz disse em seu e-mail em janeiro deste ano, ‘belisque-se Juano, você se tornou o vocalista da maior banda que já existiu’. Este comentário eu achava amigável anteriormente, mas na luz atual, ele assumiu um tom muito mais sombrio."

A explanação prossegue longamente, contando com um apêndice. Ela pode ser lida na íntegra clicando aqui.

Jon Davison é o vocalista do Yes desde 2012, quando substituiu Benoît David. Desde então, ele atua na linha de frente das composições da banda. O álbum mais recente, "Mirror to the Sky", saiu na metade do ano passado.