Visceral Suffering: Cearenses começam forte com debut "Sons of Evil"
Resenha - Sons of Evil - Visceral Suffering
Por Daniel Agapito
Postado em 21 de julho de 2023
Nota: 7
Lançado no começo de maio deste ano, de maneira independente "Sons of Evil", sucessor do EP autointitulado dos cearenses do Visceral Suffering (Fabrício Machado no baixo, Caio Victor na bateria, Anderson Meneses e Talvanio Santos nas guitarras e Satoshi Alisson nos vocais) demonstra um belo de um começo, mas que ainda contando com esta força, há onde melhorar. Contendo 12 faixas e uma duração total de 38 minutos, "Sons of Evil" com certeza se consagra como um projeto de death metal que há de ser escutado.
O álbum logo começa com a faixa instrumental "Birth of the Dark Lord", usada apenas para criar uma atmosfera, contando apenas com efeitos sonoros de vento, fogo, alguns sons fantasmagóricos e eventualmente choro, é um começo simples e que com certeza faz um bom mise-en-scène e começa a história do resto do LP. Após a pequena faixa instrumental e com uma transição incrível vem a pesada "Emissary". Com um riff de tremolo e guturais logo de começo, "Emissary" demonstra logo de cara a força e o potencial que este grupo cearense exibe. Tendo riffs relativamente simples e que persistem pela duração completa da faixa, é criado um clima propício para headbangs, quase hipnótico. A "Emissary" acaba tão bem quanto começa, com uma parte de bumbo duplo absolutamente contagiante, que com certeza resultará em diversos moshs.
Ânimo no "Sons of Evil" não para tão cedo, porque logo após "Emissary" vem "Psychopath" que com seus chugs brutais, apresenta de novo, percussão contagiante e com maestria, vocais guturais que vem do fundo da alma, riffs tão metais que com eles, daria para consertar o titanic, e uma linha de baixo que mesmo não sendo uma das mais evidentes, traz uma excelente base e um belo groove à faixa. "Carnifex", a quarta faixa, vem a todo o vapor, começando direto com bumbo duplo, diversas viradas, e interessantemente, um ride que parece ter sido curiosamente cortado durante o processo de produção. "Carnifex" consegue mostrar as habilidades vocais da banda de maneira eficaz, contando não só com vários tipos de gritos, não só guturais.
"I'm" traz um pouco mais do que já foi trazido anteriormente, sendo mais death metal com ar tradicional, perfeito para moshar e fazer roda por todos seus 3 minutos e 12 segundos de duração. Há alguns momentos em que a bateria aparenta estar um pouco atrasada, mas estes momentos são facilmente esquecidos com os riffs pesados que estão na faixa inteira, deixando que o clima não esfrie nem por um segundo. Chega uma hora que por melhor ou pior, o clima tem que eventualmente esfriar, e esta hora chega com "Interlude (Beyond the Chaos and Pain)" uma linda faixa instrumental contando com dois violões tocados com maestria, trazendo uma vibe quase Angra. Com este breve intervalo em conta, vem a epônima "Sons of Evil", que volta a trazer riffs poderosos, blast beats, guturais, e tudo que já nos acostumamos com a banda; um bate cabeça incessante.
"Detoxifying", uma faixa que já havia sido incluída em seu EP autointitulado, começa destacando o baixo, uma proposta um tanto quanto diferente, mas com certeza bem-vinda. O resto da música é o que já viemos a esperar, tremolo, chugs, bumbo duplo, blast beats guturais e com certeza muito bate-cabeça. "Dissecting" já começa forte, com bastante uso do ride, e acaba sendo parecida com algumas outras faixas do álbum, que com certeza não é algo ruim. "Rotten Verses" exibe um riff um pouco mais técnico logo em seu princípio, algo não muito visto no resto deste LP. Por conta de seus riffs interessantes, acaba se destacando um tanto no álbum. Já nas partes finais da faixa, é trazido um riff simples, que querendo ou não acaba lembrando um pouco os riffs característicos do começo do metalcore.
O fechamento do projeto vem com uma dobradinha de boas músicas, "Cannibalism", que mostra de novo a capacidade do grupo de fazer um death metal bom e eficaz, e "Time to Bleed", que em minha opinião acaba sendo um dos grandes destaques do LP. "Time to Bleed" já começa com um breakdown, e transiciona logo depois para um riff de tremolo com um gutural pesadíssimo, e para não deixar muito do mesmo, vai logo depois a um riff que soa oriundo do thrash. Esta última faixa é uma típica faixa para entrar no mosh e nunca mais sair; para "bater nos amiguinhos". A supracitada "Time to Bleed" traz uma quantidade impressionante de peso por todos seus 3 minutos de duração, chega a ser impressionante. Após mais um breakdown, a música também conta com um solo um tanto quanto estonteante, e é assim que o "Sons of Evil" se acaba.
Levando em conta todos os supracitados pontos, mesmo com o "Sons" sendo um álbum que tem alguns pontos de melhoria visíveis, ele não deixa de ser um projeto que merece ser ouvido, e que sem dúvida demonstra a quantidade absurda que o Visceral Suffering possui. Tendo sido lançado na grande maioria das plataformas digitais de streaming, o "Sons of Evil" certamente é um disco acessível, no sentido de que todos conseguem ouvir. Este primeiro full-length dos cearenses do Visceral Suffering certamente mostra porque são uma banda em que todos deveriam prestar atenção.
Faixas:
Birth of the Dark Lord (01:01)
Emissary (04:28)
Psychopath (03:32)
Carnifex (03:26)
I'm (03:12)
Interlude (Beyond the Chaos and Pain) (01:53)
Sons of Evil (04:00)
Detoxifying (03:19)
Dissecting (03:52)
Rotten Verses (03:04)
Cannibalism (03:17)
Time to Bleed (03:12)
Duração Total: 38:16
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