O que deu errado com a parceria Coverdale/Page em 1993?
Por Nacho Belgrande
Fonte: Playa Del Nacho
Postado em 16 de março de 2013
JIMMY PAGE e DAVID COVERDALE, dois veteranos ávidos para se estabelecerem fora de suas respectivas bandas de sucesso, juntaram suas forças no álbum ‘Coverdale/Page’, que foi lançado no dia 15 de Março de 1993.
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Page havia passado a maior parte da década anterior procurando por seu lar pós-Led Zeppelin, e só conseguindo lançar três álbuns: dois pela banda de PAUL RODGERS, THE FIRM, e um por seu projeto solo, ‘Outrider’, em 1988. Ele também compôs a trilha sonora para o segundo episódio da série cinematográfica ‘Desejo De Matar’, em 1982.
Coverdale, enquanto isso, tinha desmontado o WHITESNAKE perto do auge do sucesso da banda no fim dos anos 80, cansado de tentar se encaixar numa indústria onde ‘os aspectos periféricos de ser um músico – os vídeos,a imprensa, a maquilagem – estavam de repente tornando-se mais importantes do que compor e cantar’,como o ex-vocalista do DEEP PURPLE lembra em ‘Light & Shade: Conversations With Jimmy Page’.
Com ambos os artistas contratados pela Geffen Records, não demorou muito para que o executivo John Kalodner sugerisse que a dupla trabalhasse junta. Ignorando as alfinetadas de seu ex-colega de banda Robert Plant – que apelidara o novo assecla de Page de ‘David Coverversion’, Page concordou em um encontro para ver como eles sedariam socialmente. Tal como ele contou a Brad Tolinski em ‘Light & Shade’, ‘Eu achei que se não pudéssemos conduzir uma conversa, não haveria como compormos juntos. Acabou que nos demos fabulosamente bem. ’
Aparentemente, essa química se estendeu ao processo de composição também, com Coverdale dizendo à revista JAM que a dupla acabou com entre 59 e 60 canções ao todo, incluindo uma [‘Shake My Tree’] baseada em um riff de guitarra que Page tinha tentado convencer seus colegas do Zeppelin a desenvolverem para o último álbum deles, ‘In Through The Out Door’, de 1979. ‘Ninguém, exceto por Bonzo [o baterista John Bonham] parecia entender de fato o que fazer com ele, então eu arquivei. Eu decidi retomá-lo, e David sacou tudo de prima.’
‘Coverdale/Page’ foi um sucesso platinado, e o primeiro single, ‘Pride And Joy’ foi um forte sucesso na rádio e na MTV, mas a dupla sofreu sim uma quantidade significante de críticas denotativas ao ‘clone do Zeppelin’. Com certeza há alguns riffs de blues bem genéricos e esquecíveis no disco, mas também há avanços plenamente respeitáveis no gênero, como a orquestração de guitarras em ‘Over Now’, o riff frenético de ‘Absolution Blues’ e em particular, a levada hipnótica e arrebatadora de ‘Easy Does It’.
No geral, a maior falta do álbum é que,ao contrário dos discos solo de Plant, Page ficou preso demais ao território cavado pela sua antiga banda, propiciando inevitáveis comparações com alguns dos maiores feitos da história do rock.
Qualquer chance maior de eles se estabelecerem como uma entidade totalmente distinta afundou quando uma turnê mundial planejada fora reduzida a apenas um punhado de shows no Japão, com Coverdale dizendo a Jam, "Todo o esquema para o projeto Coverdale/Page era ir direto para os teatros, pro palco, e nada, nem um sussurro, veio do empresário de Jimmy quando o álbum foi lançado. Foi um dos períodos mais destacadamente frustrantes de minha carreira profissional.".
No ano seguinte, Page reuniu-se com Plant para a altamente bem-sucedida empreitada de turnê e álbum ‘No Quarter’, mas tanto ele como Coverdale tem boas memórias de seu tempo juntos. ‘Se eu recebesse uma ligação dele, perguntando se eu trabalharia com ele em um disco solo ou qualquer coisa, eu estaria lá num piscar de olhos. Eu pago pau pro cara e desejo a ele tudo de bom em sua vida’, explica Coverdale.
‘Não houve nenhuma palhaçada sob aspecto algum em como nós conduzimos aquilo’, resume Page. ‘Eu queria mostrar ao mundo que ainda estava vivo, e nesse sentido, foi um total sucesso.’
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