Marilyn Manson causa polêmica entre religiosos com show para 205 mil no México
Por Gustavo Maiato
Postado em 14 de agosto de 2025
Em 10 de agosto, Marilyn Manson reuniu 205 mil pessoas no Teatro del Pueblo, na Feira Nacional Potosina (FENAPO), no estado mexicano de San Luis Potosí. O show gratuito, promovido pelo governo estadual, foi marcado por protestos de grupos religiosos e conservadores, que consideraram a presença do artista "inapropriada" para um evento voltado às famílias.
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O convite partiu do governador Ricardo Gallardo Cardona, admirador e intérprete amador da música regional mexicana. Ele afirmou à Billboard que a contratação foi um ato em "defesa da liberdade de expressão" e para combater o "atraso cultural" que, segundo ele, manteve o estado afastado de grandes shows por décadas devido a "mentalidades conservadoras" que demonizaram o hard rock.
A polêmica remeteu a 1989, quando o show do Black Sabbath, então com Tony Martin nos vocais, foi proibido em San Luis Potosí sob a alegação de "promover satanismo e antivalores". "Se ele já se apresentou em Roma, berço do catolicismo, por que não poderia tocar aqui?", questionou o governador.

Diferente do que ocorreu há 36 anos, nada impediu a apresentação de Manson. Já nas primeiras horas do dia, filas de jovens vestidos de preto, muitos maquiados como o cantor, se formavam nas entradas. Ao anoitecer, Manson apresentou canções como "The Beautiful People", "Sweet Dreams (Are Made of This)", "Disposable Teens" e "Tourniquet".
Horas antes do show, uma cabeça de vaca foi deixada em frente à Catedral Metropolitana em resposta aos protestos de um grupo católico. Uma associação conservadora também reuniu cerca de 6 mil assinaturas pedindo o cancelamento do evento.
A passagem marcou a segunda parada da turnê One Assassination Under God, iniciada em 7 de agosto nos Estados Unidos e que retorna ao México em dezembro, no Knotfest. Aos 56 anos, Manson acumula uma relação longa e polêmica com o país: a primeira apresentação foi em 1997, no Palacio de los Deportes, durante a turnê Antichrist Superstar. Desde então, voltou diversas vezes, sempre gerando reações intensas — de protestos religiosos a episódios inusitados, como o fã que, em 2007, pegou com a boca o cuspe que o artista lançou no ar.

Além do show de Manson, a programação deste ano da FENAPO incluiu Tiësto, Don Omar, Enrique Iglesias, Grupo Frontera, Banda MS, Los Ángeles Azules e Belinda, todos com entrada gratuita.
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