Marcelo Barbosa opina sobre Nirvana e Alice in Chains e cita raiva de uma e amor por outra
Por Gustavo Maiato
Postado em 19 de setembro de 2023
O guitarrista Marcelo Barbosa é famoso dentro do mundo virtuoso e veloz do power metal com o Angra. O que pouca gente sabe é que ele sempre curtiu Alice in Chains, que é bem diferente do estilo que ele toca, mas não nutria o mesmo sentimento pelo Nirvana. O assunto surgiu durante conversa no podcast Prática na Prática.
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"É engraçado, né? Porque isso aconteceu mais ou menos no final dos anos 80 e início dos anos 90, até o meio dos anos 90. Foi nesse ponto que o Nirvana realmente quebrou essa ideia convencional, sabe? Até então, eu me lembro de que tocar com habilidade era fundamental para nós. E aí vem o Nirvana, dizendo: ‘Cara, não tem nada disso, só toque alguns acordes aqui e ali’. E não estou dizendo isso de forma negativa, claro. Na verdade, foi uma espécie de revolução.
Mas, é claro, por causa disso, você se sentia um pouco mais pressionado naquela época. Mais tarde, entendi isso melhor e pensei: ‘Cara, adoro muitas músicas deles, na verdade, eles realmente trouxeram algo novo’. Mas naquela época, esse movimento realmente acabou com a festa, sabe? O hard rock estava em alta, com todo mundo mostrando suas habilidades, e então o Nirvana chegou e representou isso de forma totalmente diferente. E depois vieram outras bandas que estavam na mesma cena, com exceção de uma que sempre gostei desde o início, Alice in Chains, porque era diferente, sabe?
Mas, é engraçado, porque naquela época, tive uma relação específica com o Nirvana. Lembro-me de passar por um período em que quase sentia ciúmes, uma espécie de ciúmes que me fazia pensar: ‘Não é possível, como eles são tão bons?’ E, ao mesmo tempo, eu não queria gostar tanto das músicas deles. Também acho que tinha a ver com a nossa idade na época, éramos adolescentes, e essa necessidade de se encaixar no grupo.
Hoje em dia, também gosto dessas bandas, algumas mais do que outras. Mas o que eu estava tentando dizer é que, na época, já gostava de algumas delas. Tudo bem, admito. Sabe, havia algo mais sombrio e misterioso no Alice in Chains, e também apreciava a ousadia deles em termos de experimentação com o som. Era realmente único na época, e aos poucos, fui reconhecendo isso. Confesso que inicialmente, tinha algumas ressalvas, até mesmo uma certa raiva do Nirvana, achando que eles estavam fazendo algo meio estranho".
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