Rock Station: vinte anos e 5 discos que marcaram 1994

Olá amigos, neste mês de janeiro (2014), mês que marca os 9 anos do Rock Station resolvi reativar o blog (programarockstation.blogspot.com), e trazer até você leitor que visita esta página algumas notícias, experiências, opiniões, coberturas e tudo mas relacionado ao Rock e ao Metal em geral, assunto que faz parte da minha vida há mais de 25 anos. E falando em passagem de tempo, neste primeiro post desta nova fase do Rock Station trago alguns discos que foram lançados no ano de 1994 e que me marcaram, ou seja, discos que completam vinte anos.

Lembro-me que no início da década de 90, havia o domínio do grunge, onde reinavam bandas como Pearl Jam, Alice In Chains e o maior nome do movimento o Nirvana, dentre inúmeras outras.

Melhores e Maiores - Mais Listas

Devido a isso o Heavy Metal passava por um momento difícil, mas mesmo assim, algumas bandas conseguiam se desdobrar e fazer excelentes discos. Em 1994 não era como hoje, essa avalanche de informações que nos soterra via internet. Pra saber notícias das nossas bandas favoritas tínhamos que comprar revistas nas bancas de jornal. Rock Brigade, Top Rock, Roadie Crew (nem me lembro quais já existiam em 94), e também recorrer a fanzines. Metal na TV, raridade, no rádio tínhamos poucas opções também, o Backstage e o Oitenta e Noise eram referência, mas como tornar possível a sintonia do rádio ficar boa para ouvi-los no interior de SP? Havia a opção ainda de se confiar nas novidades que aquele HeadBanger veterano trazia, sem muita confiabilidade e de fontes desconhecidas. E pra ouvir todos os discos que saiam?

Quem salvava o Headbanger pobre da época era a fita K7. Poderia ela ser considerada uma forma de pirataria? Talvez, mas se não fossem as fitas o que seria do Heavy Metal? Mas isso é outra discussão...

Ainda assim achávamos tudo isso uma vantagem, pois há alguns anos antes de 94, por exemplo, os discos de Rock e Metal só eram encontrados em Vinil, e dava um trabalho maior para encontrar e pra gravar as fitas.

Mas vamos voltar aos 5 discos que me marcaram em 94.

Listei os seguintes:

Slayer – Divine Intervention

"You know the feeling
When adrenaline takes control
Can't beat the rush
That leaves a suicidal hold
Instinct spares no one
Destroying the human heart
The taste of blood
Can rip your soul apart"

São as primeiras frases de "Killing Fields", que abre o sexto disco de estúdio do Slayer, que na época era formado por Tom Araya, Kerry King, Jeff Hanneman e Paul Bostaph.

São ao todo 10 músicas num ótimo trabalho do Slayer em um disco muito bom. Lembrando que esta é a minha opinião, onde destaco além da faixa de abertura "Killing Fields", "Dittohead", "Serenity in Murder", "Mind Control" e "213". A que eu menos gosto curiosamente é a faixa título. "Divine Intervention" teve a difícil missão de suceder dois discos adorados do Slayer pelos fãs, "South of Heaven" de 1988 e "Seasons in the Abyss" de 1990.

Bruce Dickinson – Balls To Picasso

Em 1990, Bruce Dickinson já havia se aventurado em um projeto solo, mesmo em plena atividade com o Iron Maiden ele lançou "Tattooed Millionaire", que chamou a atenção dos fãs da Donzela, mas fez pouco barulho.

Sua segunda empreitada solo veio após sua saída do Iron Maiden, que fora anunciada em 1993, com "Balls To Picasso" em 94. Na ocasião, me lembro de ter colocado o CD pra ouvir e logo na primeira música, "Cyclops", já notava que a sonoridade estava muito diferente do que estávamos habituados com os trabalhos anteriores do Sr. Dickinson. Ainda bem, pois essa era mesmo a proposta.

"Cyclops" tem quase 8 minutos e foi uma abertura no mínimo ousada para o disco. Em seguida vinham "Hell No", "Gods of War", a balada "Change of Heart" e as minhas preferidas "Laughing in the Hiding Bush" e "Sacred Cowboys".

Mas para o grande público a música que marcou o álbum foi mesmo "Tears Of The Dragon", que havia sido lançado como primeiro Single e ganhou espaço inclusive nas rádios FMs de todo o país. Lembro-me de "Tears of the Dragon", "The Unforgiven" e "Nothing Else Matters" do Metallica e "November Rain" do Guns ‘n’ Roses inseridas no meio da programação de grandes rádios que há época eram dominadas pela Dance Music ou Eurodance.

Em resumo, "Balls to Picasso" é recomendado aos fãs do Iron Maiden ou não, é um disco com um timbre legal, que flerta com o Hard Rock e tem a competência e a voz de um dos maiores vocalistas da história do Rock.

Megadeth – Youthanasia

Esse eu também fiz questão de ir atrás logo que foi lançado. Graças a excelente impressão deixada pelos dois últimos discos do Megadeth, "Rust In Peace" de 1990 (meu preferido deles) e "Countdown to Extinction" de 1992.

A sonoridade de "Youthanasia" segue de perto o que havia sido feito em "Countdown", e são ao todo 12 músicas e na banda a formação que eu mais gosto, com Dave Mustaine, David Ellefson, Nick Menza e o guitarrista monstro Marty Friedman. Formação essa que duraria até 1997, ano de lançamento de "Cryptic Writings".

Confesso ser difícil listar as favoritas deste disco. Quando vou ouvi-lo de novo gosto de colocar todas na sequência, pois me parece que uma música acaba completando a outra. Difícil explicar.

Se você não conhece este disco vai correndo ouvir. Como dizem os jovens hoje em dia: "Fica a dica".

Helloween – Master of the Rings

A exemplo de "Balls to Picasso", "Master Of The Rings", sexto disco do Helloween também era esperado com muita expectativa pelos fãs. A banda alemã, pioneira do Power Metal, passava por uma fase difícil com a saída de dois membros após o lançamento do criticado álbum "Chameleon" de 1993.

O vocalista Michael Kiske deixou a banda por divergências musicais e o baterista Ingo Schwichtenberg se afastou por problemas de saúde entre 93 e 94 e veio a falecer em março de 1995. Sendo assim, os fãs se perguntavam, como seria a voz do ex-Pink Cream 69, Andi Deris e como soaria essa nova fase do Helloween.

"Master Of The Rings" não me decepcionou, "Sole Survivor’, música que abre o disco após a intro "Irritation", tem uma pegada forte e riffs pesados, e mostrou que o baterista estreante Uli Kuch não ficaria à sombra do ex-baterista Schwichtenberg.

Impossível comparar este primeiro disco da fase Deris com as obras primas do Helloween, "Keeper of The Seven Keys" I e II, de 1987 e 1988 respectivamente. Era necessário aceitar essa mudança no estilo, e mesmo assim era uma evolução em relação aos seus dois antecessores, o já citado "Chameleon" e "Pink Bubbles Go Ape".

Minhas preferidas dentre as 11 faixas são "Sole Survivor", "Where The Rain Grows", "Perfect Gentleman", "Secret Alibi" e "Why?". Desde "Master Of The Rings", o Helloween já passou por algumas formações, mudando sempre seu baterista e guitarrista. A formação em 1994 era Andi Deris, Michael Weikath, Markus Grosskopf, Roland Grapow e Uli Kusch. Mesma formação que veio ao Brasil pela primeira vez em 1996, no Monsters Of Rock.

Pantera – Far Beyond Driven

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Phil Anselmo, Dimebag Darrell, Rex Brown e Vinnie Paul já haviam percebido há alguns anos que a mudança no estilo da banda, que no início estava mais para o Glam Metal, fora acertada.

Historicamente o Pantera já havia lançado "Metal Magic", em 1983, "Projects In The Jungle", em 1984 e "I Am The Night", em 1985, com o vocalista Terry Glaze (Terrence Lee Glaze). Phil Anselmo entrou na banda no quarto disco, "Power Metal", de 1988. E a grande virada, quando a banda deixou a sua chamada "Glam Era", foi em 1990, quando foi lançado "Cowboys From Hell", que foi sucedido por "Vulgar Display Of Power" em 1992, e em 1994 chegamos a "Far Beyond Driven".

Mesmo com a ascensão do Grunge na época, "Far Beyond Driven" estreou em primeiro lugar na Billboard 200, fato inédito para uma banda de Metal. São ao todo 12 faixas se contarmos o cover de "Planet Caravan" (Black Sabbath), começando com a abertura fantástica da trinca "Becoming", "5 Minutes Alone" e "I’m Broken", esta a minha número 1.

"Far Beyond Driven" é um álbum fantástico, pesado e mostrava a evolução do Pantera que a cada álbum ficava melhor e com isso o sucesso acompanhava esta tendência. Sucesso de venda e crítica, o disco marcou o ápice do Pantera, banda que infelizmente não pude ver ao vivo, pois após o anuncio da saída de Phil Anselmo em 2001, ficou suspensa aguardando sua volta, enquanto seus integrantes realizavam outros projetos, como o "Damageplan". E foi em um dos shows do "Damageplan" que o guitarrista Dimebag Darrel morreu e levou consigo as chances de vermos o Pantera clássico junto novamente. Darrel foi baleado por um fanático, que invadiu o palco, e matou além do guitarrista, mais três pessoas e acabou sendo morto por um policial.

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"Far Beyond Driven" marcou 1994 e está dentre um dos melhores discos de Metal da década de 90. Curiosidade: A capa original foi censurada dando lugar a capa azul que conhecemos.

Alguns outros discos lançados em 1994 que não entraram na lista são:

• Alice in Chains - Jar of Flies
• Black Sabbath - Cross Purposes
• Body Count - Born Dead
• Cannibal Corpse - The Bleeding
• Cradle of Filth - The Principle of Evil Made Flesh
• The Cult - The Cult
• Dimmu Borgir - For All Tid
• Dio - Strange Highways
• Emperor - In the Nightside Eclipse
• Forbidden - Distortion
• In Flames - Lunar Strain
• Infectious Grooves - Groove Family Cyco
• Korn - Korn
• Machine Head - Burn My Eyes
• Yngwie J. Malmsteen - The Seventh Sign
• Marilyn Manson - Portrait of an American Family
• Mercyful Fate - Time
• Mötley Crüe - Mötley Crüe
• Nine Inch Nails - The Downward Spiral
• Obituary - World Demise
• Overkill - W.F.O.
• Queensryche - Promised Land
• Rage - 10 Years in Rage
• Running Wild - Black Hand Inn
• Satyricon - The Shadowthrone
• Savatage - Handful of Rain
• Sodom - Get What You Deserve
• Soundgarden - Superunknown
• Stratovarius - Dreamspace
• Symphony X - Symphony X
• Testament - Low
• Tiamat - Wildhoney
• Various Artists - Nativity in Black

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