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Paulo Baron: "Existem homens, mulheres... e artistas!"

Por Maurício Dehò
Postado em 18 de junho de 2008

Ao contrário da maioria das pessoas do backstage, que são desconhecidas do grande público, Paulo Baron é quase uma celebridade da cena do Rock/Metal. Fundador da Top Link Music, promotora de eventos surgida há 18 anos na Inglaterra, estabeleceu-se provavelmente como o maior empresário do ramo na América Latina. Shows como Scorpions, Megadeth, Grave Digger e centenas de outros estão no currículo, com mais destaque ainda para as duas edições do festival Live 'N' Louder. Numa extensa conversa, na passagem de Baron por São Paulo, após acompanhar Dave Mustaine e companhia a Goiânia, o mexicano explicou um pouco do seu trabalho e expôs seu lado em muitos "causos" de sua vida atrás dos palcos.

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Colaboração: Vinícius Neves (Stay Heavy) e Thiago Sarkis

TRABALHO

Paulo, primeiro obrigado pela entrevista. Gostaria de começar sabendo como foi o seu envolvimento com a música. De que jeito você entrou neste mundo?

Paulo Baron: Eu me dedico profissionalmente à música há 18 anos – hoje tenho 38. Eu sempre fui louco por isso, as três bandas que me influenciaram e que são minhas preferidas até hoje são Def Leppard, Scorpions e Van Halen. São as bandas da minha vida. Eu nasci no México e morei dez anos em Barcelona, quando meus pais se mudaram para lá. Comecei a me interessar pela música não só como fã, mas na época não existia curso para ser produtor musical. A única coisa que havia era para direção de cinema, então pensei "vou estudar para fazer videoclipes", Fiz alguns clipes amadores e passei a conhecer alguns músicos espanhóis. Isto me levou a concluir meus estudos na Inglaterra e foi aí que comecei a fazer shows. Pela indicação de um amigo, meu primeiro foi do Sepultura. Este amigo em comum me pediu para fazer um show e eu não os conhecia. A primeira vez que escutei, lembro que foi um impacto: "que é isso?!" (risos).

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Você começou carregando caixas inclusive...

Paulo Baron: Sim, é verdade. Eu queria me envolver, saber mais. Então eu ia ao show, esperava no backstage e falava com os roadies: "posso te ajudar?". O cara falava que não, então eu dizia que pagava: "em vez de comprar ingresso, pago e ajudo a carregar as caixas, não me importo com o show, mas em aprender". E foi indo assim e conheci muita gente no meio deste jeito. Comecei a fazer meus próprios shows, a ficar mais profissional e, com 20 anos, formei a Top Link Music, na Inglaterra. Escolhi este nome porque era um mexicano, com pais morando na Espanha e vivendo na Inglaterra, então a idéia era fazer uma globalização, intercambiar artistas. Por isso chamei de "enlace nas alturas".

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Por que você acabou chegando ao Brasil?

Paulo Baron: Meus pais são escritores e há um tempo vieram para o Brasil, dar palestras. Sempre adorei o Brasil: mulheres (risos), futebol, a energia que tem no brasileiro é diferente, sempre para cima. Eu morava na Inglaterra, que tem música, mas não o calor humano. Comecei a fazer os primeiros shows em 1992 ou 1993, quando trouxe Marillion, depois Rick Wakeman e passei a fazer parcerias por aqui. Em 2000, resolvi me mudar, de vontade própria. Eu voltei para o México, fiquei três anos com o escritório lá, tinha gravadora de CDs, importadora, era uma grande empresa. Mas me cansei e quis vir para cá. O Andre Matos me deu uma força, nós nos conhecemos lá e foi assim.

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Queria que você explicasse para quem não conhece qual a rotina de trabalho na Top Link, como funciona o trabalho de um promotor de shows?

Paulo Baron: Nós temos um escritório em Curitiba, porque, para mim, é uma das melhores cidades para se morar. O escritório é como um qualquer, trabalhamos das 9h até umas 20h – deveria ser 19h, mas sempre há mais coisas. Tem de tudo: secretária, assistente, advogado para os contratos, contabilidade. Só que trabalhamos com artistas. A rotina sempre exige muito trabalho, porque fazemos muitas turnês. É uma média de 100 shows por ano na América Latina, pois minha grande força é o Metal, mas não trabalhamos só com este estilo. Fora que sou empresário do Avalanch, da Espanha. Então sempre há serviço. Para agendar shows, às vezes recebemos propostas dos bookings, oferecendo turnês para enviarmos nossas propostas, ou muitas vezes eu decido ir atrás de um a banda que goste ou que ache que possa ser boa para o mercado. Entram então os preparativos para uma turnê, o que é muito pesado.

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No que você tem de pensar para fazer uma turnê?

Paulo Baron: A primeira parte é a mais simples, de escolher a banda. Aí começam os contatos, para se chegar a um comum acordo do valor do show e da turnê e, depois deste momento, vai-se atrás do local. Eu tenho que negociar também com outros promotores, que compram o show de mim para levar a outros países, ou fazemos parceria, sociedade. Descobrimos qual lugar está disponível e entra na parte de contratos, com o advogado. Depois começa toda a parte de passagens de avião e vistos de trabalho, o que é muito importante, a primeira coisa que faço é o visto, porque a banda não entra no Brasil sem ele. Entra então a parte de riders, que é a parte de som, luz e equipamentos, o lado técnica. No meio disso, há ainda a publicidade, com cartazes, entrevistas, anúncios de TV e rádio. Não pára, é direto, porque é tudo ao mesmo tempo. Normalmente você fecha um show com dois ou três meses de antecedência, mas imagine 100 shows. Às vezes há dois no mesmo dia, inclusive. Fora os problemas que acontecem no meio do caminho, porque estamos lidando com seres humanos: um técnico que fica doente, uma banda que se separa... Já aconteceu de tudo que se possa imaginar.

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E quando a banda chega ao país?

Paulo Baron: Quando chegam ao país há coletiva de imprensa, promoção e, uma vez que passa isso, chega-se à casa de show, na passagem de som. É exaustivo. Só termina quando a banda chega de volta ao seu país, porque o contrato diz que se acontece algo com ela, a responsabilidade é minha. Entende a situação? As pessoas são muito ignorantes, às vezes, ao criticar um promotor, pois não sabem como funciona. A pessoa tem de pensar em juntar seus 60, 70 reais e comprar o ingresso. No máximo, se dá alguma merda, vai recuperar (o dinheiro) e pronto. Agora o promotor perde muito, muito dinheiro, tem de estar preparado para estas coisas. Tem muita gente, mesmo no Whiplash, que faz comentários ridículos e nem sabe o que rola.

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Por isso é importante saber como funciona o trabalho...

Paulo Baron: Você trata com seres humanos, isto é o importante. Ser humano fica doente, mulheres têm TPM, homens também, podem acontecer 1001 problemas. Um exemplo e sei que você vai perguntar: eu tive cancelamentos, mas não extremados, acho que de quatro mil shows, 18 anos como profissional, no máximo de dez a 15 foram cancelados. É uma média muito baixa. Então, você pega um Zakk Wylde da vida, que cancelou um mês antes do Live 'N' Louder. Por quê? Porque simplesmente teve a vontade de não tocar. Agora ele vem aqui – e outro dia eles me disseram as burrices que fez, como quebrar piano, aquela história da mão (N.R.: Paulo imita o que seria um soco na parede, referente ao sangue nas mãos do guitarrista, no show com Ozzy). Foi por se achar. E todo mundo: "ó que maravilha". Mas este é o meu trabalho, eu vivo disso.

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Sim, é o trabalho dele também.

Paulo Baron: Exato. Todos têm o direito de criticar, todos. Só que, quando falamos de algo que se chama trabalho, você tem de saber o que há por trás antes de apontar e falar "o cara é um merda", ou "o cara é bom". Sempre há os dois lados da moeda.

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Qual a maior dificuldade para se trazer uma banda. É a parte financeira, como para trazer um nome como o Kiss?

Paulo Baron: O show business funciona assim. Há as bandas e os empresários. E têm os bookings, os caras que vendem os shows. E a música é um negócio, tem de ser encarada deste jeito. Tudo começa com prazer, os caras ensaiando, eles estouram e se torna algo profissional. O cara do booking é quem organiza e o trabalho dele é vender e tentar o maior dinheiro possível. Há quem só se interessa em vender alto, em valores exorbitantes. E começam a acontecer leilões. É o caso do Kiss, que deveria estar confirmado, mas um faz uma proposta, outro uma um pouco maior, e por aí vai... No último momento chegam a valores inacreditáveis e esta é a dificuldade. Além disso, esta grande quantidade de shows que estamos tendo é terrível. Antes era bom, mas quando tínhamos poucos shows, os fãs podiam ir a todos eles, pois havia tempo para economizar o dinheiro e comprar o ingresso. Hoje, num mesmo mês são quatro ou cinco, o cara tem que decidir qual ele quer ver e perder os outros. O salário continua o mesmo e não tem quem agüente. Eu, que sou promotor, não pago para entrar, graças a Deus, senão estaria quebrado!

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Você trabalha com parceiros, para trazer os artistas?

Paulo Baron: Apenas no sentido de, quando compro uma turnê, revender alguns shows para outros promotores e recuperar o investimento. Em algumas cidades, faço eu mesmo, por minha conta e risco, mas meus shows são com investimento próprio. No caso do Megadeth, por exemplo, ficou dividido entre a Top Link e a Time For Fun (T4F), uma empresa que tenho uma parceria moral muito boa, que são os donos do Credicard Hall e do Citibank Hall.

Os valores no Metal são muito diferentes dos shows mais comerciais?

Paulo Baron: Não, há bandas no Metal que custam uma fortuna. Para se ter uma idéia, o Van Halen custa um milhão de dólares. O U2, por exemplo, seria 1,3 milhão de dólares, por exemplo, sem valores exatos. Todos os ídolos nossos, como Van Halen e Iron Maiden têm seus 50 anos e por isso há tantas reuniões, eles querem deixar um legado para a família deles, é o último momento para eles recuperarem o dinheiro e descansarem. A indústria do show business não é simples, não é qualquer um que consiga levar e os músicos são heróis – mesmo alguns sendo muito malas.

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O valor atual dos ingressos é justo e real hoje em dia?

Paulo Baron: É difícil explicar. Para que se tenha uma noção, eu penso numa banda, calculo o público máximo que terá. Disso, sai o cachê e começamos a juntar os custos da casa de show e de promoção. Tem a promoção no jornal, na TV, em revista, tudo custa. Visto de trabalho e advogado também custam, assim como as passagens de avião. Fora os impostos de ISS, Ordem dos Músicos e Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição). Aí que vem o valor, não é simplesmente feito para ganhar dinheiro. É um negócio e quero ganhar dinheiro, mas, na ponta do lápis se tira o valor do ingresso. E tudo é calculado com meia-entrada, porque você não sabe quantos estudantes vão chegar. Vender ingresso de adulto já é lucro, te salva do prejuízo.

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Você sente o problema da Internet e da pirataria, uma vez que os artistas dependem mais do que nunca do dinheiro das turnês?

Paulo Baron: Interessante sua pergunta, porque antes o artista ganhava com o CD, as gravadoras davam dinheiro para eles irem ao estúdio e gravarem o disco, o clipe e tudo. Hoje, elas estão na pior situação do mundo. O artista não tem apoio, só as grandes bandas. Para colocar a música de qualidade o cara tem de ensaiar, ir para o estúdio. Mas o meio de se ter o que comer, hoje, é o show. Por isso a pirataria prejudicou e as bandas cobram cachês maiores. A música precisa de prática, quanto mais ensaio, melhor o cara fica e consegue novos riffs e composições. Não sai a música do nada. Se ele não tem um salário para se sustentar, dar de comer à família, o cara tem de buscar trabalho.

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Ainda da parte estrutural, um enorme problema é o de cambistas. Você vê os caras vendendo na cara da polícia, na frente da bilheteria e ninguém faz nada... Por quê?

Paulo Baron: Eu me faço esta pergunta todos os dias. Estava em Goiânia com o Megadeth e na rua havia uma enorme quantidade de cambistas: senhoras grávidas, senhoras bem arrumadas, senhores gordos, jovens, tudo. E com policial vendo. Mas a lei não faz nada. Acho patético, uma situação muito ruim, não sei o porquê de acontecer, mas está totalmente errado. É uma falta de respeito com o fã e com a sociedade, porque eu pago imposto, esse cara não, pega de graça, vende e põe o dinheiro no bolso.

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SHOWS, FESTIVAIS E PROJETOS

Falando agora sobre seus trabalhos mais especificamente. Como surgiu o Live 'N' Louder e qual foi o seu saldo?

Paulo Baron: Foi um sonho que virou realidade. Sempre quis me superar e fazer um festival. É um sacrifício enorme, porque em 2005 teve no México, Porto Alegre e São Paulo e com as bandas em turnê: Nightwish com cinco shows, Scorpions com dez. Não era vir e tocar, então foi uma loucura. Tive esta idéia com o José Muniz Neto, o realizador do Monsters of Rock no Brasil e uma inspiração, o cara que foi um padrinho para mim no show business. Graças a ele consegui as maiores bandas quando era mais novo. Uma vez, conversando com ele, falamos de fazer o Monsters de novo. Ele me falou que não queria mais, porque precisa de um grande patrocinador e tal. Então combinei só de fazer um festival aos moldes do que ele fez. Mas, um festival é algo muito grande. Quando você vê uma injustiça, como uma banda cancelar em cima da hora e os fãs não valorizarem o que têm na mão, sabe o que você fala: "vai toma no...". Eu não preciso do Live 'N' Louder para viver, graças a Deus. E, no fim das contas, eu mostrei a todos e principalmente a mim mesmo que tenho a capacidade de fazer um festival deste porte no Brasil. E quando falei que não queria fazer mais, simplesmente não fiz. E onde estão os outros que podem fazer? É um certo desaforo que fiz ao público, porque me senti injustiçado. Na hora que o Saxon cancelou, em cima da hora, com passagens pagas, ainda teve idiota por aí falando merda. Isso que achei o cúmulo. Em vez de a imprensa e os fãs se unirem num evento que seria importante para o Brasil, começou inveja de gente que só queria atrapalhar. Não importa que falem mal de mim, mas, se alguém entra de graça nos meus shows, não admito que venha cuspir no prato que comeu. Este foi um fato para o Live 'N' Louder não ter voltado. Se eu voltar a fazer será por tesão.

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Mas você, como a pessoa que pode dar isso aos fãs de Metal, não acha que deveria ter a postura de relegar as críticas e fazer o evento em prol da cena, até porque não surgiram outros grandes festivais, exceto o Maquinaria?

Paulo Baron: Eu me sinto muito feliz quando encontro fãs felizes e que vão a shows com a camiseta do Live 'N' Louder. Mas, quando você encontra com alguém que pensa que vai te apoiar, que se fala seu amigo e te dá uma facada pelas costas, o que vai curar este mal-estar? Eu estava bem antes do festival, mas quando acabou, fiquei doente, estava com uma hérnia. Quem vai depois ver esta recuperação, depois de coordenar 12 bandas. É muita loucura. Festival vale a pena com um patrocinador que leve a grana. Aí você pode ir e pensar em fazer por dinheiro, bonito. Na época fiz só por coração e não deu certo.

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Falando um pouco mais da segunda edição, como foi o cancelamento do BLS?

Paulo Baron: Foi com tempo, mas me quebrou as pernas. Eu negociei uns três meses com eles. As bandas americanas me dão medo. O americano consegue fazer muitos shows nos Estados Unidos, agenda turnês de até 100 datas lá. Aí, quando não há mais onde fazer show, eles se lembram da América Latina. Então, quando há outra proposta por lá, eles cancelam. Foi o que aconteceu. Eu não queria colocá-los como a segunda banda do cast. Era uma exigência, então eu coloquei tudo em cima deles, fui com a mídia em cima. Mesmo com o cachê pago, houve o cancelamento. Eles começavam uma turnê na segunda-feira, sendo que tocariam no festival sábado. A banda tinha que descansar... Eu fiquei muito mal, mandei propostas mostrando que ia dar tempo de eles viajarem no domingo. Eles não se importaram. Foi uma falta de respeito.

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E sobre o Saxon?

Paulo Baron: Eu tinha feito uns 30 shows do Saxon na minha história, tinha uma parceria grande com o Biff (Peter Byford, vocalista). Mas, se você me perguntar por que eles cancelaram, eu não sei. Até hoje não sei. Estava no aeroporto da Cidade do México e simplesmente eles não apareceram. O baterista veio com um papo de que foi por causa de vistos, numa entrevista. Mentira, eu mandei um email para ele, falando que se falassem isso de novo, abriria um processo. Todo mundo dá a desculpa dos vistos, mas a lei mexicana e brasileira não deixa nem entrar sem visto de trabalho, casas de show sérias exigem o visto para poder assinar o contrato. Eles me pediram para eu voltar a trabalhar, mas disse que estava muito chateado. Quero um dia me encontrar com Biff pessoalmente, porque foi algo que não engoli.

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Voltando ao Live 'N' Louder. A segunda edição teve problemas, mas teve coisas boas, como o David Lee Roth e o Nevermore, que tocou mesmo com o falecimento da mãe de Warrel Dane.

Paulo Baron: O David Lee Roth foi um orgulho muito grande. Hoje, já tive dois sonhos realizados: com o Scorpions, já que sou praticamente o manager deles na América Latina, e com o David Lee Roth. Não foi com o Van Halen – que eu já sabia que iria retornar – mas ele quis fazer o show sozinho. Agora falta o Def Leppard. A melhor parte do festival foi o Lee Roth, você viu o grande show que ele fez. Do Nevermore também. Eu me lembro de tomar café da manhã com o vocalista e ele estava chorando, estava muito abatido, mas fez um puta show. Por isso que quando a banda quer, ela toca.

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Houve problemas de prejuízo com o segundo Live 'N' Louder, para não ter outras edições?

Paulo Baron: A segunda deu prejuízo, mas não foi o que mais me influenciou. Nos negócios, você ganha e perde, não é triste isso, o pior é o que falei, de gente que dá a facada pelas costas. Isso é ridículo, se você não gosta de alguém, não precisa aparecer. Tive decepção neste sentido, dos fãs que não apareceram como eu esperava e financeira.

Há alguma coisa diferente que pudesse ser feita?

Paulo Baron: Não, fiz o melhor de mim. Acho que coloquei a minha alma. Não deu certo... Vamos ver, se algum dia um patrocinador quiser fazer parceria, ou algum outro promotor quiser fazer, aí vou só para assistir (risos).

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E sobre o BMU (Brasil Metal Union)?

Paulo Baron: O Richard (Navarro) teve um trabalho muito legal. Eu me envolvi a pedido dele, porque o BMU era muito underground. Ajudei simplesmente a colocar numa casa melhor, com uma produção bacana. Depois saí, já não participei do último, pois não tinha tempo. Ele se sentiu triste também, trabalhou muito neste festival, era a alma do Richard e ele é um grande lutador pelas bandas nacionais. Quando parou o BMU as bandas nacionais perderam, porque era uma possibilidade de exposição. Mas, se o fã não aparece... Esse é o tipo de coisa que o público não percebe e que acaba perdendo grandes oportunidades.

O que teria de se fazer para haver festivais com a mesma freqüência dos europeus? Há pouco tivemos o Maquinaria, mas são poucas iniciativas...

Paulo Baron: No Maquinaria aconteceu o mesmo, já que não teve grande público. A pauta é marcada pelos fãs. Se eles aparecerem no festival, perceberem que é um grande evento e não irem só pelas bandas que gostam, eles vão acontecer. Se não apoiar de alguma maneira, seguirá acontecendo as mesmas coisas.

Mas, nos casos de cancelamento, isso pode acontecer para tapar baixa venda de ingressos?

Paulo Baron: No meu caso não. Eu não cancelo, porque, quando você organiza um show, já gera gastos. Você paga 50% do cachê, aluga a casa de shows, faz a parte de publicidade. Você já fecha isso e, antes do fã comprar o ingresso, já gastou uma grande parte do total. Faltam apenas passagens de avião e uma parte do cachê da banda, o que é um valor menor. Vou ser maluco de cancelar? Não tem lógica, porque eu já entro perdendo e a chance de eu recuperar é bem maior, vou perder menos do que já investi.

O Brasil é o melhor lugar que você tem para fazer shows? Já vi você falando que lucra no exterior para poder tomar aqui o prejuízo (risos).

Paulo Baron: É verdade. O Brasil é bom em um sentido: a grande quantidade de fãs de Metal é muito boa. Mas vejo que na América Latina eu ganho mais dinheiro apesar de todo mundo querer tocar no Brasil. Às vezes eu empato, ou ganho menos no Brasil, mas lucro no México, Costa Rica, depende do país. Com outras bandas se ganha dinheiro aqui também, como o Scorpions, que eu ajudei a reerguer no Live 'N' Louder e hoje todo mundo quer ver. Para o Credicard Hall, por exemplo, restam muito poucos ingressos e eles vão fazer um show sensacional (N.R.: a turnê acontece em agosto e setembro deste ano). Já adianto que será uma turnê 50% acústica e 50% elétrica. Não será só acústica, terá convidados especiais, ficará muito bacana.

O que aconteceu com o show do UDO?

Paulo Baron: Bom, eu trabalho direto com o UDO. A empresa que vende seus shows queria fazer a América Latina e eu não podia fazer, só tinha tempo de colocar os shows no Brasil. Ele pegou uma empresa da Espanha, que não tem idéia de como fazer uma turnê, a Southstars Agency, do Marcos Rios. Ele fechou com o UDO só pelo dinheiro e eu avisei para a banda que a turnê corria risco. No fim, fechei com este cara e ele fez tudo errado. Tirei todos os vistos de trabalho, estava tudo reservado. Mas o cara saiu em lua-de-mel e esqueceu-se de pedir os vistos do Chile e da Argentina. Não os do Brasil, que estavam certos, é só ver na Internet, na Polícia Federal, que está tudo autorizado. Eu pressionei, e vi que ia dar merda. Esta é a realidade. E se tem uma coisa que eu gosto é de encarar as coisas, falar a verdade. As pessoas perguntam: "você cobra de banda de abertura?". Sim, cobro. Não atiro a pedra e escondo a mão.

Isso das bandas de abertura você falou no Stay Heavy. Queria saber disso, você não acha que, por uma banda de abertura geralmente ser iniciante, não deveria ganhar uma força ao invés de ter de pagar para tocar?

Paulo Baron: Vou te explicar. Há um monte de custos e, numa casa grande como o Credicard Hall e o Citibank Hall, o cara do som te cobra por banda de abertura. Se eu coloco outra banda, há custo pelo som e pela mesa de som. No mínimo, são R$ 1.500. E o que ajuda a banda de abertura? Para mim nada. Eu acho que a banda tem que me pagar, porque o que cobro deles é o justo para pagar isso e para me ajudar a pagar um anúncio de revista, por exemplo. Aqui existem muitas bandas boas, você não pode escolher de qualquer jeito. O cara que quer profissionalizar-se tem de estar preparado. Como eu tive de pagar para entrar neste meio, a banda tem de estar preparada, ter um bom amplificador, guitarras, bateria. Então, ele vai entrar no lado profissional. Na Europa toda banda de abertura paga. Pergunte para o Angra, quantos anos eles não pagaram para abrir shows lá...

EMPRESÁRIO

Um outro assunto é que você foi empresário de bandas, como o Shaman. Como foi a relação com a banda?

Paulo Baron: Eu conheci o Angra na época que eles estavam terminando. O Andre Matos foi para o México e um amigo pediu ajuda para divulgar a banda por lá. Resultou que tivemos uma puta afinidade, ficamos amigos e soube que a banda estava acabando. Sempre nos comunicávamos e o Andre me ajudou a vir para o Brasil. Nisso, conversamos sobre o que ele faria da vida. Eu disse que ele deveria continuar, então juntamos o time com Confessori, Hugo, Luís e Fábio (Ribeiro). Meus pais, como são antropólogos, tem muito a ver com o que eles estavam escrevendo, então me identifiquei muito com isso do xamanismo e cresceu a história de Mystic Metal. Após sete meses apenas, o Credicard Hall estava lotado para a gravação do DVD. Saí do Shaman antes do "Reason", depois da turnê na Europa, em que tive problemas com o Ricardo Confessori e quando também surgiu outro empresário fazendo uma proposta a eles. O relacionamento já não era bom e o grande erro acho que foi terem me largado. Esses caras são excelentes músicos, com uma cabeça muito boa, mas muito diferentes entre si. O único que conseguia uni-los era eu, que sou líder de natureza. A besteira não foi ter me largado, mas não colocar alguém para controlar o caminho deles, já que comigo todos eram importantes, até os técnicos de som. Era uma equipe fantástica.

Você achou que ia desandar?

Paulo Baron: Já suspeitava que ia sair, depois que briguei duramente com o Confessori. Na época ele tinha muita liderança na banda, então nos separamos. A princípio foi um golpe para mim e parei de falar com eles por um ano. Depois conversei como Andre, choramos as mágoas juntos e acabei colocando-os no Live 'N' Louder, no lançamento da banda solo dele.

Você teve ligação com a criação desta banda solo do Andre?

Paulo Baron: Tive, toda. A banda do Andre Matos foi formada por mim e por ele. Ele não fala e eu já reclamei, mas fui eu quem apresentou o Roy Z para ele, disse que o Roy devia produzir (o CD "Time to Be Free"). Já havia músicas muito bacanas e tivemos a idéia de que ele devia fazer a banda solo. Houve idéias até de colocar o Edu Ardanuy na guitarra, várias possibilidades...

Eles estão por um bom caminho?

Paulo Baron: Acho que não. O CD é excelente, acho que o Andre fez o melhor disco da carreira dele. Mas ele precisa de alguém para fazer a parada acontecer. Tive de deixá-lo porque tudo estava demorando muito para acontecer, ele não queria que ocorressem as mesmas coisas que ocorreram no Angra e no Shaman, então se enrolou e eu disse "tchau". Ele não pode deixar o tempo passar, porque hoje o Angra está parado e o Shaman existe em outro formato, poderia estar reinando sozinho. E eu falaria isso na sua cara, por ter um grande carinho por ele. Às vezes nos desentendemos, mas temos uma amizade muito forte e sei que da parte dele é igual.

Além disso, o Angra também passa por dificuldades com problemas de empresariamento. Você teve interesse...

Paulo Baron: (interrompendo) Tive, tive. Inclusive mandei uma proposta que me interessava em comprar o nome da banda, para fazer uma reunião, com a idéia de tentar unir os membros originais, ou de fazer uma coisa mista. Mas não sei porque não rolou. Sei que houve outro empresário interessado e não vi como acabou. Mas, eu os aconselharia a esquecer o orgulho e a fazerem uma turnê. Já falei para eles, para o Kiko, o Andre, o Confessori. Se reúnam, ganhem dinheiro, porque vocês precisam de dinheiro para comer, e têm de fazer a alegria dos fãs. E uma hora não dá mais tempo. Não crítico os novos integrantes, que são músicos fantásticos, mas a nova geração não viu o que era o Angra antigo. Valeria uma turnê de reunião. Ganham eles e os fãs.

Também no Stay Heavy, você disse que trabalha com o Avalanch, da Espanha, só pela Internet. Como funciona?

Paulo Baron: Meu amigo, artista é um ser de outro planeta. Existem homens, mulheres e artistas. Eles pensam diferente. Agüentar artista não é fácil, então, penso que com o Avalanch é muito legal. Eu só me dirijo a um deles, que é o Alberto Riondas (guitarra), um cara profissional, grande músico, e ele quem decide. A banda se leva deste jeito, tudo por e-mail. Falamo-nos duas vezes por mês no telefone para resolver detalhes e tudo funciona, já são cinco anos e a banda voltou a ser a número um da Espanha, hoje.

Curiosidades

Quais banda você ainda gostaria de fazer um show?

Paulo Baron: O Van Halen seria animal. Def Leppard acho que não vou conseguir, por não ser uma banda que venda aqui. Não sei se encheria um local e é muito caro. Mas, estou tentando colocá-los com o Scorpions no México. Queria o Van Halen, com todos juntos, e o AC/DC seria um sonho. Eu não vou me arriscar, prefiro que outros façam para eu assistir de camarote (risos). Meu sonho já cumpri, que foi com o Scorpions. A primeira vez que eu os vi, com 14 anos, em Barcelona, decidi que queria entrar na música. Inclusive agora que já fiz três turnês, contei para eles. Foi engraçado. Eu nunca fazia fotos com eles e o Klaus me perguntou: "Paulo, porque você não tira foto com a gente? Você não gosta de nós?". Eu fiquei com muita vergonha e disse que eles eram minha banda número 1, junto com o Van Halen, e que tinha medo de que eles não me considerassem profissional.

Quais as maiores exigências de bandas que você já teve de cumprir?

Paulo Baron: As bandas são muito exigentes mesmo. O Scorpions por exemplo é difícil, porque são alemães e tudo tem de ser perfeito. O Scorpions tem exigências de carros, que tem de ser Mercedes, ou BMW. Hoje, acho que é só uma exigência, aparentemente fútil, mas que não é. Eles venderam 100 milhões de discos, seus shows são muito caros, então imagina para o cara sair da casa dele, deixar o supercarro, a vida que eles têm, é preciso valer a pena, eles querem comodidade. E você tem de se virar. Eu já deixei de fazer show em certas cidades, porque elas não cumpriam as exigências, que estão em contrato. Uma vez eles exigiram que eu fosse jantar com eles. É um detalhe, mas é porque eles querem ver olho no olho, saber que a relação é séria. O David Lee Roth teve algumas loucuras. O mais engraçado no Live 'N' Louder foi no backstage. O camarim estava bem longe e ele não quis pegar a van para o palco. Em vez disso, fez-me vir do outro lado do local, falando que só iria para o palco acompanhado de mim e do empresário para o palco. Ele fez uma linha: ficou no meio, comigo de um lado, o empresário do outro, a banda em volta e os seguranças atrás. Saímos andando, alinhados, e ele com aquele sorriso de Botox (risos gerais). Foi muito engraçado. Os músicos estavam conversando e, quando passamos, ficaram todos boquiabertos, era uma imagem muito impactante. Foi uma experiência bonita, mas muito louca.

Qual o artista mais legal e o mais mala?

Paulo Baron: O mais legal é o Klaus Meine. O mais mala... Tem vários (risos). Mustaine é um. Mas não aturo músico mala, já falo na cara dele. Mas tem os momentos malas. O Schmier já foi mala, tivemos de conversar sério. O Christofer Johnsson, do Therion, às vezes é mala. Já viajei muito com ele, que é muito inteligente, mas se você não acompanha a conversa, ele fica puto. Fala das pirâmides, de história e você tem de saber. Sorte minha que meus pais são antropólogos, por isso ele agüentou trabalhar tanto tempo comigo (risos). Além deles, o Confessori já foi mala, agora é legal. São muitos...

E quando há caras bêbados, drogados?

Paulo Baron: Eu não aceito. Isso não é comigo, porque nunca usei drogas, então, se o cara vem me pedir, já falo que não é comigo. Hoje é muito raro encontrar, os artistas são mais profissionais nas novas gerações. Mas tive o caso do Dee Dee Ramone, que não queria sair do quarto por estar drogado. Eu chamei a polícia e ele ficou três dias preso, no México. Pagou multa e tudo. Não tenho medo de artista, estou contratando um show, então não aceito que pisem na bola. E vivi muita coisa, já sei como lidar com estes problemas.

Paulo, você não é um cara alto. Queria saber então porque se insiste em fazer shows no Credicard Hall, se ninguém enxerga direito o palco?

Paulo Baron: (gargalhadas) Boa idéia, nunca tinha pensado nisso, porque vou de camarote! Vou te explicar, porque é uma boa pergunta. Eu tenho boa parceria com a Time For Fun (T4F) e, ao contrário de outros promotores, tenho fácil acesso às casas, como o Citibank, onde adoro fazer shows. Lá é ótimo. No Credicard faço mais pelo tratamento que eles me dão. Eu já fiz shows no Via Funchal, mas acho que eles não tratam tão bem e a estrutura do Credicard Hall é muito boa. Mas eu vou lá e vou aceitar a sugestão, assistir o show da pista.

Alguma novidade quanto aos próximos shows?

Paulo Baron: Está tudo no site da Top Link (www.toplinkmusic.com). Teremos o Grave Digger, a volta do Symphony X também será muito legal. Fora isso, eu queria dizer que há duas bandas no Brasil que acho que serão "AS" bandas, além das antigas. A primeira é o Mindflow, que tem um novo disco fantástico e que deve se dar muito bem nos Estados Unidos e Europa. Eles são muito profissionais e inclusive pegaram a estrutura do Shaman. E o Torture Squad, que está se dando muito bem na Europa. Aliás, o primeiro show grande, fora do underground deles, fui eu quem fiz, quando abriram para o Dimmu Borgir (2004), foi importante para eles se impulsionarem. São duas bandas que têm de ser muito apoiadas, entre as muitas boas que existem por aqui. Obrigado!

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Sobre Maurício Dehò

Nascido em 1986, é mais um "maidenmaníaco". Iniciou-se no metal ao som da chuva e dos sinos de "Black Sabbath", aos 11 anos, em Jundiaí/SP. Hoje morando em São Paulo, formou-se em jornalismo pela PUC e é repórter de esportes, sem deixar de lado o amor pela música (e tentando fazer dela um segundo emprego!). Desde meados de 2007, também colabora para a Roadie Crew. Tratando-se do duo rock/metal, é eclético, ouvindo do hard rock ao metal mais extremo: Maiden, Sabbath, Kiss, Bon Jovi, Sepultura, Dimmu Borgir, Megadeth, Slayer e muitas, muitas outras. E é de um quarteto básico que espera viver: jornalismo, esporte, música e amor (da eterna namorada Carol).
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