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Kiss: "Allright, São Paulo. You wanted the best, you got the best!"

Resenha - Kiss (Anhembi, São Paulo, 07/04/2009)

Por Thiago El Cid Cardim
Postado em 09 de abril de 2009

"Allright, São Paulo. You wanted the best, you got the best. The hottest band in the world...Kiss!". Quando o mestre de cerimônias fez, nesta terça (7), a tradicional saudação no início do show do mascarado quarteto americano na capital paulista, me senti como uma criança novamente. Pouco antes, quando os alto-falantes começaram a tocar "Won’t Get Fooled Again", do The Who, e a enorme bandeira com o nome da banda se desenrolou no palco, eu sabia o que estava prestes a acontecer. Pois, sob o comando de Paul Stanley e Gene Simmons, o Kiss faz um espetáculo que vai muito além da música. Trata-se de uma performance repleta de explosões, chamas ardendo em pleno palco, luzes e demais efeitos pirotécnicos – tudo para transformar a noite daquela platéia em algo próximo do inesquecível. E foi.

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No Anhembi lotado, quem teve a difícil tarefa de abrir a noite foi o trio paulistano Dr.Sin. Aquele mar formado por milhares de jovens e coroas de preto não recebeu lá muito bem a trupe integrada pelos irmãos Busic e pelo excelente guitarrista Edu Ardanuy, por mais que eles tenham executado um repertório curto, formado por alguns de seus grandes sucessos – e também por uma faixa do recente "Bravo", que merece ser ouvido por quem curte um bom hard rock. Somente na última música, o hit de refrão fácil "Futebol, Mulher e Rock ‘n’ Roll", é que o Dr.Sin conseguiu aquecer a massa. Mas, obviamente, se ouviam os insistentes berros de "Kiss" no meio da galera. Nada mais natural em apresentações deste porte.

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Sem maiores atrasos, por volta das 21h40, eles sobem ao palco: Paul, Gene, o guitarrista Tommy Thayer e o baterista Eric Singer, iluminados por um gigantesco letreiro de luzes atrás da banda. O repertório foi praticamente o mesmo das apresentações no Chile e na Argentina – como se trata de uma turnê comemorativa dos 35 anos do lançamento do primeiro disco "Alive", o grupo se calcou, pelo menos na primeira parte do show, especialmente nas canções deste álbum, um deleite para quem curte a fase setentista dos caras. E, diga o que quiser aquele sempre atento plantão dos pentelhos, os quatro não fizeram feio. Foi lindo de se ver. Música para encher os ouvidos e os olhos também.

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É verdade que o som esteve inconstante em boa parte do show – na abertura, com "Deuce" e "Strutter", mal dava para ouvir os vocais. Mas, sinceramente, não chegou a atrapalhar o contexto geral. Até porque o linguarudo Gene Simmons e seu baixo de machado estavam lá para garantir a curtição. No final de "Hotter Than Hell", o sujeito cuspiu fogo, levando a galera ao delírio. Antes de "I Love It Loud", uma das canções mais pedidas da noite, ele teve seu momento sinistro quando, com pouca luz no palco, cospe e baba sangue, fazendo os brasileiros erguerem o símbolo dos chifres metálicos ainda mais alto. E repentinamente, Gene é erguido pelos cabos de aço até a parte mais alta da estrutura, voando e se posicionando ali em cima para executar a canção exatamente de onde pudesse visualizar o comportamento alucinado dos brasileiros.

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Performático também é seu eterno parceiro, Paul Stanley. Repleto de insinuações sexuais, se enroscava na guitarra como se estivesse transando em pleno palco e provocava seus fãs, sempre exigindo que cantassem mais e mais alto. "Nós adoramos tudo aqui no Brasil", disse, depois de uma ausência de dez anos dos nossos palcos. "Nós amamos as mulheres. Nós até que gostamos dos caras. Nós gostamos até mesmo da polícia. Este país é o nosso lar". E, se sentindo completamente em casa, girou o microfone pelo fio ao melhor estilo Robert Plant – e, para lembrar ainda mais o Led Zeppelin, logo após "Let Me Go Rock ‘n’ Roll", fez um solinho com direito ao riff de "Stairway To Heaven". O público, evidentemente, explodiu de felicidade e queria que ele fosse até o final. Mas Paul sabia que aquele era um show do Kiss, e tratou de convidar os presentes a cantarem "Black Diamond" com ele. E detalhe: a canção, uma das minhas favoritas da banda, não teve aquele final que não acaba nunca! Em "Love Gun", outra provocação de Paul: "Vocês querem que eu vá até aí?". Mas é claro. "Então gritem o meu nome!". E convidado pelo ensurdecedor berro em uníssono, o sujeito subiu no seu teleférico particular e, usando um cabo de aço, atravessou por cima das cabeças dos fãs, chegando a uma plataforma montada especialmente para ele na torre que controlava o som e a iluminação. Bem mais perto de seu público, ele nem precisou se esforçar muito para que as pessoas cantassem "you pulled the trigger of my love gun!". A posição ideal para os celulares e câmeras digitais registrarem tudo.

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Os puristas podem reclamar a respeito da formação, dizer que preferiam ter visto a formação clássica com Ace Frehley na guitarra e Peter Criss na bateria. Bobagem. Tommy, ex-Black ‘n’ Blue, é um excelente guitarrista, que interage o tempo todo com o restante da banda – divertidíssimas as "dancinhas" coreografadas ao lado de Paul e Gene – e se vira muito bem quando tem que agir sozinho. Em seu solo, depois de "She", surpreendeu ao fazer até referências a Beethoven, antes do clássico momento da guitarra que dispara rajadas de fogo. Já o talento de Eric, velho conhecido dos fãs de heavy metal, é indiscutível. E por mais que eu goste de Peter Criss, Eric é muito mais músico do que ele (tenho consciência de que esta é uma declaração polêmica, mas é o que eu acho). Em seu solo, enquanto uma plataforma cheia de fumaça o erguia no meio do palco, botou para quebrar enquanto exigia os gritos daquelas milhares de pessoas a cada vez que esmurrava a bateria. E ainda soltou a voz em "Nothing to Lose" e "Black Diamond", fazendo jus ao sobrenome (ê, piada fácil).

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O final da primeira parte da apresentação foi de arrepiar, com aquela que é "A" canção do Kiss: "Rock ‘n’ Roll All Nite". Tá certo, a música virou total carne de vaca, qualquer bandinha mequetrefe de festa de casamento toca, um horror. Mas ver a banda que compôs originalmente a dita cuja tocando isso ao vivo, com participação plena do público que sabia a letra do início ao fim e ainda debaixo de uma chuva de papel laminado...Não teve preço. Foi emocionante. E uma festança, como a própria letra prega.

O bis, que não demorou quase nada, foi selecionado a dedo. Depois de muitos "obrigados" arriscados em português razoável, Paul resolveu mimar novamente os brasileiros entrando com bandeira do nosso país. Depois da tradicional foto do grupo com os espectadores ao fundo, foi a vez de "Shout It Out Loud" – uma daquelas músicas que não precisam de explicação para o sucesso de sua versão ao vivo ter sido ainda maior do que o de sua contraparte em estúdio. No meio da farofaça "Lick It Up", os quatro ainda arriscaram uma brincadeira com o instrumental de "Won’t Get Fooled Again", enquanto alguém brincava dizendo que ia começar o seriado "CSI: Miami". E o que dizer do encerramento, com "Detroit Rock City", uma das mais emblemáticas composições de Simmons e cia, finalizada com um show de fogos de artifício no céu?

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Podem acusar o Kiss de ser uma máquina de dinheiro, uma empresa de marketing na qual seus músicos escondem a falta de talento musical por trás de máscaras enquanto tentam vender todos os tipos de produtos licenciados. Mas os paulistanos de todas as idades – assisti ao show inteiro do lado de um velhinho que deveria ter a idade do meu avô e ele curtiu cada momento, amarradão – concordam que, na noite desta terça, o que aconteceu foi mais do que um show. Foi uma experiência. Daquelas que a gente tem que viver uma vez na vida. Quando o Kiss finalmente saiu do palco e, nos telões, estava estampado seu agradecimento a São Paulo, os alto-falantes começaram a tocar "God Gave Rock ‘n’ Roll". E enquanto se retiravam das dependências do Anhembi, aquelas milhares de pessoas de preto começaram a cantar a música juntas. Como se o show não tivesse acabado. Isso foi um show à parte. Elas estavam literalmente levando aquele show para casa. E é isso que uma boa banda tem que fazer. Nesta terça, não foi Deus, mas sim o Kiss que colocou o rock ‘n’ roll nas almas de todos. Obrigado, caras.

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Line-Up:
Paul Stanley – Vocal e Guitarra
Gene Simmons – Vocal e Baixo
Tommy Thayer – Guitarra e Backing Vocal
Eric Singer – Bateria e Vocal

Setlist:
DEUCE
STRUTTER
GOT TO CHOOSE
HOTTER THAN HELL
NOTHING TO LOSE
C’MON AND LOVE ME
PARASITE
SHE
WATCHIN’ YOU
100.000 YEARS
COLD GIN
LET ME GO ROCK ‘N’ ROLL
BLACK DIAMOND
ROCK ‘N’ ROLL ALL NITE

Bis
SHOUT IT OUT LOUD
LICK IT UP
I LOVE IT LOUD
I WAS MADE FOR LOVIN’ YOU
LOVE GUN
DETROIT ROCK CITY

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Sobre Thiago El Cid Cardim

Thiago Cardim é publicitário e jornalista. Nerd convicto, louco por cinema, séries de TV e histórias em quadrinhos. Vegetariano por opção, banger de coração, marvete de carteirinha. É apaixonado por Queen e Blind Guardian. Mas também adora Iron Maiden, Judas Priest, Aerosmith, Kiss, Anthrax, Stratovarius, Edguy, Kamelot, Manowar, Rhapsody, Mötley Crüe, Europe, Scorpions, Sebastian Bach, Michael Kiske, Jeff Scott Soto, System of a Down, The Darkness e mais uma porrada de coisas. Dentre os nacionais, curte Velhas Virgens, Ultraje a Rigor, Camisa de Vênus, Matanza, Sepultura, Tuatha de Danaan, Tubaína, Ira! e Premê. Escreve seus desatinos sobre música, cinema e quadrinhos no www.observatorionerd.com.br e no www.twitter.com/thiagocardim.
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